Deixei minha mão correr o local em que estava apoiada e logo notei que não era a cama. Abri os olhos devagar e levantei o rosto, os olhos cinzentos do Draco me encararam. Sorri.

- Tenho certeza de que não dormimos juntos, então eu apaguei, certo?

- É. - ele sorriu - E eu apaguei depois.

Me sentei e ele alisou as pontas do meu cabelo. O olhei, me matava por dentro essa droga de Oclumência dele.

- Machuca não saber o que estou pensando? - ele sussurrou à minha orelha

Me arrepiei mortalmente... estávamos tão perto. Lembrei de me afastar e levantar, isso o fez sorrir.

- Por que não gosta da minha aproximação, Pers?

- Por nada.... Eu...

Ele levantou e veio até mim.

- Acho que você tem medo de gostar de mim.

Eu ri, mas logo fiquei séria.

- Não tenho medo disso... não quero que goste de mim, Draco.

Draco colocou meu insano cabelo atrás da orelha e acariciou meu rosto. Isso me fez sentir tão estranha. Senti meu rosto esquentar, minhas penas não serem aptas a sustentar meu peso e meu coração se descontrolar.

- Muito tarde.

Precisei me esforçar muito pra fugir correndo de lá.

Ao meu lado, o dia todo. Ele queria me testar, me provocar, me fazer entender que ficaria comigo... tenho a impressão de que ele me forçaria a ficar com ele de qualquer forma. O que eu teria que fazer pra ele se afastar sem se machucar? Beijar o Potter? [eca]

Na aula de Poções, Slughorn nos pediu para formamos duplas e prepararmos a Poção que melhor sabíamos fazer para sermos corrigidos e a mais interessante ganharia uma aula inteira. Sorri e quando virei para falar com o Draco, vi o Potter. Meu sorriso se desfez.

- Suponho que tenha uma ideia. - disse ele

- Morto-vivo. Virei perita nela. - comentei voltando a olhar pra frente

- Somos dois. - ele disse

Quando o olhei ele se certificava de que todos os ingredientes estavam lá. Comecei o preparo da poção e ele me olhava como se fosse impossível eu lembrar todos os ingredientes, mas eu tive um bom professor, só isso.

- Toma. - passei umas coisas pra ele - Termine.

- Não quer terminar?

Me joguei na cadeira e cruzei as pernas.

- Não.

O observei terminar a poção e testei antes do Slughorn chegar e o olhei com uma sobrancelha arqueada.

- Interessante. - me limitei

O Slughorn testou a poção e a achou perfeita. Fiquei com os créditos sem deixar o Potter se pronunciar, ele abriu um sorrisinho como se estivesse se divertindo.

Procurei por Draco e o encontrei me olhando como se pedisse socorro, assim que vi sua parceira entendi o motivo... a Weasley. Foquei os olhos no nada e Samira logo chegou à sala sem que ninguém notasse. A fiz seguir até a Weasley, assim que a viu a Weasley deu um salto e se jogou para o lado. A Granger lançou um incendio na Samira e eu a olhei quando o feitiço não surtiu efeito. Peguei a varinha e apontei pra ela. O Potter a abaixou e sibilei pra ele.

- Procure não se estressar. - ele disse - A menos que queira passar mais tempo comigo.

Guardei logo a varinha. Samira subiu minhas pernas e se enroscou em meus braços.

- A sorte dela, Potter, é minha repulsa por você.

Ele me olhava sério. Draco veio em minha direção e me tirou da sala de aula.

- Porque seu cabelo está cacheando?

Sorri acariciando Samira.

- Vai presenciar o meu ataque de Bellatrix, meu querido primo.

Foi um dia normal pra quem estava tendo surtos psicóticos. Sim, tem dias em que meu cabelo simplesmente cachea e a loucura da "mamãe" se estabelece no meu cérebro, mas agradeço por ser um meio de estravasar a minha raiva.

Levantei da cama - meu cabelo até estava armado como o dela -, segui descalça e sorrateira para fora da Comunal, logo depois das Masmorras. Entrei no Salão Principal sem dificuldade e sorri. Lancei feitiços para todos os lados destruindo coisas, queimando bandeiras. Subi na mesa da Grifinória e sai chutando os pratos e coisas no meu caminho. Fiz isso em todas as mesas. 

- Lalalalala. - cantarolei alto e rindo

- Perséphone! - Minerva chamou

Lancei mais feitiços antes de olhá-la sorrindo como uma completa louca.

- Desça já dai.

Desci e conjurei uma cobra de fogo enorme que incendiou o lugar todo. Dei pulos comemorando. Alguém sugou todo o fogo pela varinha, quando olhei vi o Abbe. Dei dois passos para tras e sorri ao empunhar a varinha em sua direção, ele havia afastado todos.

- Perséphone, não é preciso...

O ataquei com um movimento e o vi voar longe mesmo com a defesa. Sorri mais. O Potter entrou na frente. Meu ataque com a defesa dele causou uma explosão tão grande que nos fez voar para trás e estourou todos os vidros do Salão.

Eu o observava enquanto ele se levantava. Tom não havia mensionado isso quando falou do Potter. Todos apontavam suas varinhas para mim e eu vi o Draco se aproximar sem medo. Olhei o chão.

- Você acha isso bonito, Pers? - ele brigou

- Vai querer que eu minta? - prendi o riso

Ele descruzou os braço e esticou a mão.

- Dá a varinha.

O olhei como se fosse louco.

- Agora!

Lhe entreguei a varinha e só de raiva azarei todo mundo fazendo-os abrir caminho logo em seguida. Passei por eles e o Draco veio atrás, ele me empurrou para dentro de uma sala.

- Ficou maluca?

- Ainda pergunta. - eu ri - Não notou nada diferente?

- Surto de Bellatrix... Agora eu entendi.

Destrui alguns livros enquanto ele me analisava. O Potter entrou na sala e nos escondemos, o vi olhando o espelho.

- Ela é tão ou mais poderosa que eu, senhor Weasley... Do jeito que ficou hoje... - ele respirou fundo - Isso pode ser um problema.

"Pode ser? Temos que descobrir o que a afeta, Harry. Uma garantia para ela não matar todos."

Olhei Draco.

- Tentarei ficar mais perto.

Então ele saiu. Enrolei um cacho no dedo e Draco me olhou.

- O plano é esse: Deixe-o perto e se ele atacar, acabaremos com ele por dentro.

As coisas começaram a dançar na minha frente e só vi os olhos do Draco.

Abri os olhos ofegante, uma dor de cabeça dos infernos e o Potter.

- Isso é um pesadelo?

- Teria um comigo? - ele sorria

Me sentei e olhei em volta: Enfermaria. Ele me analisava.

- Teve sorte, não ganhou Detenção porque aquilo foi um surto que nem o Abbe controla.

- Cade o Draco? - ignorei-o duas vezes

Isso pareceu interessá-lo. Me levantei da cama, mas meus joelhos não aguentaram meu peso de imediato, então o Potter veio me ajudar. Olhei-o.

- É normal monitores andarem por ai se certificando de que está tudo certo no castelo. Porque o escuta?

Me firmei em pé e o fiz me soltar.

- Isso não é da sua conta, Potter. Vá caçar sua namorada.

- Não tenho namorada.

- Bom, va caçar uma então.

- Que acha que estou fazendo?

Engoli minhas palavras e o olhei chocada.