- N-não. Chegou bem na hora. A quanto tempo está ai? 

- Sabe... - comecei a andar na direção ou dos vasos com mandragoras - Draco disse que me mandaria limpar isso. 

Acariciei as folhas e ouvi piozinhos abafados. Me deixei observar toda a sala, o Potter foi até um canto e puxou duas cadeiras. Ele as colocou uma de frente para a outra e se sentou em uma delas. Sorri um pouco descrente e me deixei sentar na oura cadeira. Eu sabia que ele estava tramando e tenho certeza de que ele notou isso. 

- E então, Potter, qual será a detenção? 

Ele se inclinou colocando os braços apoiados nas pernas e cruzou as mãos fechadas. 

- Eu pergunto, você responde. 

Me recostei na cadeira com um sorriso nojento e cruzei as pernas. Por mais que eu estivesse adorando a curiosidade dele, ela também me preocupava. Não poeria responder coisas ligadas aos Dumbledore, não queria responder certas coisas sobre mim, não sei se responderia algo sobre o Tom. 

Como não neguei nada ele respirou fundo. 

- Como foi morar com o Abbe? 

Ele ia tentar me enrolar para então chegar ao que queria saber? Que feio, Potter. 

- Foi interessante. Abbe não tem instinto paternal. 

- Imagino. - ele sorriu um pouco - Você não tem o jeito dele.

Pronto, estávamos chegando ao assunto que ele queria e eu já imaginava a pergunta. 

- Passou algum tempo com seu pai? 

Eu ri e com vontade. 

- Claro, Potter. O ajudei com todos os seus planos. 

Fiquei séria e me sentei como ele. 

- Olha só, Potter, passei minha vida em um esconderijo de pedras, logo depois da guerra Abbe me encontrou em uma peregrinação. As únicas vezes que falei com Tom foi para tentar impedí-lo de me dar uma marca-negra. 

- E obteve sucesso? 

Sorri e puxei a manga da veste da escola revelando a dançante marca. Ela só pararia quando eu morresse, coisa que eu não deixaria acontecer tão cedo. 

Ver a marca me causava certa repulsa, mas também me deixava em orgulho contínuo... era a prova de que ele me achou boa o suficiente para seguir seu legado, não quer dizer que eu vá. Me perdi por um minuto. 

Um minuto de silêncio honrando a morte da bondade que ele esperava encontrar em mim. Olhei para o Potter. 

- É tudo o que queria saber, Potter? - me levantei 

- Não. - ele levantou 

Não tínhamos uma distância favorável, ele estava muito perto. Dei seis passos para trás para ele compreender a linha de distância limite imaginária da qual ele poderia ficar de mim. Isso era apenas como garantia de que eu não estressaria e não o mataria... tive a impressão de que ele entendeu perfeitamente. 

- O que falta? Aproveite que ainda não fui embora. 

- Porque me chama de Potter? Foi assim que aprendeu ou não quer me chamar pelo nome? 

Eu sorri, um sorriso que se fosse dirigido a outro garoto seria seguido por uns amassos. Fiz questão de voltar os passos que dei e continuar olhando os olhos dele. 

- Eu aprendi assim, Harry. E eu adoro o jeito que pronuncio o seu sobrenome de vez em quando... Você não, Potter? 

Pela cara dele, responderia alguma coisa, mas como apenas ficou lá olhando meu belo rosto, me retirei do local. 

Draco me puxou para o escuro do corredor e tapou minha boca, eu o olhava confusa então o Filch passa. Sorri quando ele me soltou. 

- O que está fazendo aqui essa hora? 

- Fui me encontrar com alguém e esqueci a hora. 

Transformei os olhos em fendas e o analisei, quase morri de vergonha ao notar uma coisa, mas afastei a vergonha e deixei a maldade tomar o lugar. Olhei seus olhos e o puxei para perto, ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas e fechei o zíper da calça dele. Sorri. 

- Ela podia ao menos lembrar disso, certo? 

Ele sorriu do mesmo jeito. 

- Acho que ela queria te dar a oportunidade de fazê-lo. 

- Diga à ela que foi bem aproveitada. 

Me afastei dele e seguimos para a parte iluminada, espiei o Potter indo embora falando com o troço que tinha em mãos. Draco murmurou alguma coisa sobre ele sempre carregar aquele espelho. 

- Quer ir até a Torre de Astronomia? - ele perguntou 

- Quer dar uma festa na Sala Precisa? - perguntei sorrindo 

Ele sorriu e beijou minha mão. 

- Casa comigo? 

Eu ri. 

Assim que achamos a Sala Precisa ele fez questão de ir chamar o todos que nunca dedurariam a festa, quando voltou veio metade da escola junto. 

A música alta, Fire Whisky como se fosse suco de abóbora, muita gente se beijando e eu dançando em cima do balcão no ritmo sexy da música. Draco me entregou um copo com Fire Whisky e eu virei. Pulei do balcão para o chão e fui pra perto dele. 

- Vão nos matar se nos pegarem. - ele disse 

- Pelo menos vamos ter nos divertido. - respondi fazendo-o dançar 

Do nada a música para e vemos o Potter com a varinha preparada e todos estão paralisados. Bebi mais algumas doses de Fire Whisky e ri já meio alta. 

-É melhor vocês irem antes que eu lembre que posso dar detenções. 

Draco e eu nos olhamos quando todos foram embora e eu tapei a boca rindo. Potter veio até nós. 

- O quanto ela bebeu? 

- Bom, o suficiente pra apagar por dois dias. - Draco respondeu 

Eu fui até o bar e peguei outra dose, mas o Potter a tomou da minha mão. O olhei e ele deu um passo para trás. Draco me pegou pelas pernas e me jogou pelo ombro. 

- Nada de ataques hoje, Pers. 

- Draco me coloca no chão! - esperniei 

- Não! Dê boa noite ao Harry. - ele disse seriamente 

Bufei irritada e olhei o Potter. 

- Boa noite, Harry. - eu disse 

Draco riu e me levou dali para o dormitório.