POV. Paulo

"Segunda-feira foi dito e feito, peguei uma gripe, minha mãe quase não me permitiu ir para a escola, mas eu insisti, queria ver a Thaylla. Sem falar que eu sou ‘nerd’.”

Thaylla:_Também pegou gripe?

Paulo:_Eu disse que iriamos e você duvidou. Quando eu digo acontece.

Thaylla:_Ah, é só uma gripezinha, não vamos morrer por causa disso.

Paulo:_Tudo bem, foi diverdido. –“só por ter sido com você valeu a pena.”

Thaylla:_C acredita que a Liz ligou pra mim?

Paulo:_Ah, não. Mentira. A Liz ligou pra você? –“por mais que eu conheça a curiosidade, ou melhor, intromição da Liz, por essa eu realmente não esperava.”

Thaylla:_É serio. Ela disse assim “oi, my sweet, eu fiquei pensando no que aconteceu na fazenda e, sabe, somos primas não devemos ficar brigando por besteira, você podia vir aqui em casa pra gente voltar as boas, aí você aproveita pra contar direitinho o que tá rolando contigo e o Arthur”. Dá pra acreditar?

Paulo:_Incrível. Eu conheço a Liz e sei como ela é orgulhosa. Estou pasmo com a vontade dela de se meter na sua vida. –“se fosse só na vida da Thaylla já seria um progresso.”

Thaylla:_Se você ta pasmo, imagine como eu fiquei quando vi o nome dela na tela no meu cel., eu quase piro o cabeção.

Paulo:_E o que você disse para ela? –“ ‘pirar o cabeção’, por que não dizem simplesmente enlouquecer?  Se bem que até essa estranha expressão parece bonita vinda da boca dela.”

Thaylla:_Foi um se vira nos dez pra arrumar uma desculpa. Eu disse que não dava porquê eu tinha que desfazer as malas, aí ela disse “desfaz depois, um dia a mais um a menos não faz diferença”, então eu disse que minha mãe já tava se irritando com a minha enrrolação e que eu tinha mesmo que desfazer as malas, aí ela disse “não tem problema não, dalling, eu vou aí e te ajudo”, aí eu pensei: vixe, ferrou, eu já desfiz as malas a dias.

Paulo:_Nossa, você ficou em apuros. O que você disse a ela? –“essa Lizandra relmente é muito esticada. Nesse momento odeio mais essa mania do que nunca.”

Thaylla:_Bom, fiquei de saco cheio e disse: oh Liz, eu já desfiz as malas a dias, eu só disse isso porquê não quero falar do Arthur, mas eu sei que você não ia aceitar isso nem a pau porquê é entrometida demais.

Paulo:_Você disse isso para “A Lizandra”?

Thaylla:_Disse, eu disse sim.

Paulo:_Como diz a Lizandra, a-re-ba-bado. Se eu usasse chapeu eu tiraria para você, mas como não uso eu tiro os óculos mesmo. –“agora eu me apaixonei ainda mais por ela, ela quebrou a última barreira para a total transparencia dela, o que sempre admirei nela, mesmo antes de me apaixonar.”

Thaylla:_Por ter sido groseira com a Lizandra?

Paulo:_Por ser sincera. Isso é notável. –“e mais uma vez bateu o sino enterrompendo a conversa.”

“A aula acabou de acabar e a Thaylla quer que eu a acompanhe até sua casa.”

Thaylla:_Me acompanha até em casa, Paulinho?

Paulo:_Hoje não vai dar, Thaylla.

Thaylla:_Você tá de castigo por causa do seu atraso de sexta-feira?

Paulo:_Não é isso, é que hoje tem ensaio da banda.

Thaylla:_Banda? Que banda?

Paulo:_Ah sim, eu esqueci de contar, no dia que você viajou eu encontrei uns colegas meus que moram na rua da minha casa em uma loja de instrumentos musicais quando fui comprar umas palhetas, porquê  não importa quantas você tenha, você sempre perde. Mas isso não vem ao caso, o caso é que conversamos e decidimos formar uma banda. –“caramba, estava tão entretido com a beleza dela que esqueci de falar sobre a banda.”-Ensaios todas as segundas, terças e quartas-feiras.

Thaylla:_Que bacana, Paulinho. Mas por que você não me disse nada sobre isso antes?

Paulo:_Já disse, eu esqueci.

Thaylla:_Que horas é o ensaio?

Paulo:_Combinamos 18h30min para dar tempo de banhar e beliscar alguma coisa. –“eu deveria ter pedido para marcar as 19h00min para poder ficar um pouco mais com ela.”

Thaylla:_E eu posso ir?

Paulo:_Pode, seria até um gosto a sua presença. –“se a Thaylla soubesse o quanto a presença dela é indispensável para mim.”

Thaylla:_E aonde vai ser?

Paulo:_Na minha casa.

Thaylla:_Na sua casa? A sua mãe não vai estar lá?

Paulo:_Vai, mas desde que ela me deixou aprender a tocar ela mandou isolar o meu quarto acusticamente. –“senão eu não estaria vivo, minha mãe tem uma certa aversão a música, o que sempre considerei estranho.”

Thaylla:_Ok então, vou tomar banho e te encontro lá.

Paulo:_Ok, até mais tarde. –“excelente, a Thaylla vai para o ensaio.”

“Cheguei em casa e minha mãe fez todo o discurso que já havia feito no dia em que perguntei se o ensaio poderia ser lá.”

Cecília:_Olha, Paulinho, esse ensaio vai ser aqui, mas eu não quero nenhum desses pivetes esfarrapados perambulando pela minha casa, é no seu quarto e pronto, e nem quero que fiquem até muito tarde, e outra, se eu não estiver em casa não tem ensaio, quero acompanhar a entrada e a saida desses garotos.

Paulo:_Sim senhora. Ah, antes que eu esqueça, a Thaylla vem também. Essas regras valem para ela? –“Claro que não, apenas perguntei por descargo de consciência.”

Cecília:_Claro que não, a Thaylla é 1000% bem vinda em qualquer cômodo dessa casa. Seja educadíssimo com ela, é uma ótima moça.

Paulo:_Com certeza, eu sou com qualquer ser humano, que dirá com a Thaylla que é minha ama... quero dizer amiga mais querida. –“quase disse amada, eu estou perdendo meu altocontrole verbal.”

Cecília:_Agora sai da minha frente. Vai tomar banho, não quero que pensem que meu filho é um pivete esfarrapado.

Paulo:_Sim senhora. –“(risos)minha mãe é uma eterna razão para que eu não precise assistir filmes de comedia. 1ª ela chama meus colegas de  ‘pivetes esfarrapados’ e depois me manda ir tomar banho para que os mesmo garotos não me considerem um ‘pivete esfarrapado’. Fui banhar-me e depois fui afinar minha guitarra, mas lembrei-me de que não era necessário, então apenas fiquei praticando até os outros garotos da banda e a Thaylla chegarem. Quando todos já haviam chegado e começamos a tocar, a Thaylla reparou no teclado que ninguem estava tocando.”

Thaylla:_Peraí, de quem é esse teclado?

Paulo:_É meu. –“a Thaylla era minha melhor amiga, mas nunca havia entrado no meu quarto por causa das ‘ladainhas’ de minha mãe, ela diz que confia naThaylla, mas os homens são todos iguais. O que não é verdade, eu respeito muito a Thaylla, mesmo com a existência do fato de eu ser completamente apaixonado por ela.”

Thaylla:_E essa guitarra que você está tocando?

Paulo:_Também. O teclado, essa guitarra, a batéria, o baixo e o violão são meus. –“eu toco muitos instrumentos musicais, todos os que eu tenho e mais violino, percução, flauta, violoncelo.”

Thaylla:_Mas não tem nenhum tecladista?

Paulo:_Não. Só eu, mas eu já sou o guitarrista solo. –“eu tive vontade de aprender a tocar batéria e guitarra porquê a musica é uma das poucas ligações que tenho ao mundo que há do lado de fora das paredes da minha casa, o baixo eu aprendi por mera vontade de aprender, já violino, violoncelo, flauta e percução foi minha mãe que quis que eu aprendesse para que eu tocasse algum instrumento que não fosse feito para ‘enlouquecer as pessoas sensatas e desviar a mente dos jovens para coisas inúteis’. Com o teclado foi completamente diferente, a Thaylla gosta de reparar os instrumentais das músicas individualmente, ela falava sobre os momentos intensos proporcionados pelas guitarras, a forma como ela era completada pela ‘força da bateria’, que por sua vez era complementada pela ‘magia do baixo’; já com o teclado era diferente, ela falava com um certo carinho, ela gostava de teclado tanto em conjunto como isaladamente e sabia tocar. Ela é minha ispiração para tudo mesmo, por que seria diferente com a música? Aprendi teclado na mesma epóca em que comecei a compor, não eram exatamente músicas para ela, a maioria falava de alguma história de amor incorrespondido, mas de uma forma bem diferente do que eu sentia por ela, entretanto cada uma delas foi escrita em um momento em que eu estava pensando nela, o que é obvio, pois eu sempre estou pensando nela.”

Thaylla:_Eu posso tocar?

Paulo:_Você vai saber tocar esse tipo de mésica? –“a Thaylla gosta de gustavo lima, luan santana(...), minha banda toca rock.”

Thaylla:_Eu só preciso das cifras.

Paulo:_Tem um caderno com cifras da maioria das músicas que tocamos naquela gaveta. –“vai ser excelente ter a Thaylla na banda, assim ela tem que vir a todos os ensaios. Ela pegou o caderno e tocou conosco, não errou o ritmo de nenhuma das músicas. Depois do ensaio todos foram para casa, menos a Thaylla.”- Nossa, Thaylla, eu não sabia que você tocava rock.

Thaylla:_Eu curto.

Paulo:_Ora. Você não “curti” Luan Santana, Gustavo Lima, esse estilo mais, abre aspas “atual de música”?

Thaylla:_Curto, mas também curto rock. Você falava tão legal de bandas como Titãs, Paralamas, Guns N’Roses(...), eu me interessei e gostei.

Paulo:_Excelente. Pelo menos temos uma coisa em comum agora.

Thaylla:_Que é isso? Tá dizendo que somos incompatíveis?

Paulo:_Ora, se a ciência diz que os opostos se atraem, quem sou eu para questionar? –“suponho que essa frase não seja muito boa para dizer para uma amiga”-Você é  a melhor amiga que eu poderia ter, acho que não seria a mesma coisa se fossemos iguais.

Thaylla:_É verdade.

Paulo:_A sua mãe vem te buscar que horas? –“perguntei para não demonstrar meu constrangimento por ter dito que os opostos se atraem.”

Thaylla:_Daqui a meia hora, quando acabar a aula dela.

Paulo:_Aula de quê?

Thaylla:_Um curso de espanhol que ela tá fazendo.

Paulo:_Atá. Achei um tanto estranho a sua mãe estar na aula já que ela já tem mestrado. –“excelente, mais meia hora com ela.”

Thaylla:_Eu sou da banda oficialmente ou só deixaram eu tocar porquê eu pedi?

Paulo:_Deixamos você tocar para ver se você é boa, você é mais que boa, é ótima, então sim, você é da banda.

Thaylla:_Legal. Que dias são os ensaios mesmo?

Paulo:_Segunda, terça e quarta-feira das 19h00min até minha mãe decidir mandar os garotos da banda irem embora.

Thaylla:_(risos)Essa é sua mãe. Mesmo com essa maneira “peculiar” de ser da sua mãe, eu gosto dela.

Paulo:_Ela também gosta de você, como dizem por aí, “pra caramba”. –“e quem não gosta? É insanidade não gostar da Thaylla, ela é linda e tem uma personalidade única.”

Thaylla:_E seu pai? Está aonde?

Paulo:_Viajando a trabalho. Ele viaja a trabalho 20 dias por mês desde que eu me conheço por gente. Minha mãe diz que é bom para não enjoar da cara dele. –“ela não tem razão exatamente, meu pai é muito bonito, mas é muito chato, é facílimo de enjoar dele, mas não da ‘cara’ dele.”

“E ficamos conversando até a mãe dela chegar. Depois daquele dia ela compareceu a todos os ensaios.Ela toca maravilhosamente bem, eu me convencia cada dia mais que a Thaylla era a garota mais espetacular do mundo."