A Clarividente escrita por Yuka


Capítulo 7
Capítulo 7




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            Nirina estava sentada com Arthus à sala de estar, seu cômodo preferido da casa que morara durante tantos anos. Aproveitava para ouvir pelas últimas vezes os ensinamentos de seu mestre. Hazael não saía de sua cabeça, no entanto, e ela tinha vontade de perguntar mais coisas a ele. Ela estava com os pensamentos distantes enquanto Arthus estava em pé a sua frente, fazendo a água girar em torno de seu corpo. Nirina o olhava com admiração antes, mas seu mestre percebeu que seu olhar havia ficado distante. A aprendiz parou completamente de prestar atenção e Arthus se calou, sem que ela percebesse.

            Fazendo sua expressão se tornar mais severa, Arthus fez com que um pouco de água espirrasse no rosto de Nirina com um leve movimento da mão direita. O resto da água ficou parada no ar, obedecendo a seu comando, enquanto ele ria do susto que a garota havia levado.

            — Arthus! — exclamou, passando as mãos pelo rosto molhado. — Isso não teve graça!

            — Achei bem o contrário — disse, parando de rir. — Você estava tão distraída que eu não consegui me segurar. Além disso, eu parei de falar e você nem percebeu.

            — Sinto muito, mestre — disse juntando as mãos na frente do corpo, se desculpando. — Estava mesmo distraída.

            — Posso saber o que passava pela sua mente?

            Nirina torceu os lábios, desaprovando. Arthus esperou um “Não”, mas a resposta que recebeu foi diferente.

            — Não consigo parar de pensar naquele mago que você disse que ajudou a fugir, Hazael. Foram muito injustos com ele, ele parecia um bom homem.

            — Essas coisas acontecem, Nirina — ele disse, com um sorriso comovido e um suspiro. — Esse mundo na maioria das vezes é injusto. Eu também achei que ele não merecia, por isso o ajudei. Mas agora, sabe-se lá por onde ele anda. Espero que ele esteja bem, no entanto. — Arthus ordenou que a água flutuasse até a janela, e a deixou cair do lado de fora da casa.

            — Eu também espero. Do fundo do meu coração — ela se levantou, passando as mãos por seus fios escuros. — Devo visitar Riana, já é meio da tarde. Eu posso ir?

            — É claro — assentiu Arthus. — Apenas volte antes do escurecer, partiremos ao amanhecer. Suas coisas estão todas prontas?

            — Sim, senhor — ela sorriu. — Pode deixar, voltarei antes do anoitecer.

            Nirina saiu sem sua capa dessa vez, mas escolheu uma túnica comprida até seus tornozelos e uma calça comprida sob o tecido preto. Era larga e confortável, e a aprendiz adorava andar usando-as. Perguntava-se se teria que vesti-las quando fosse uma maga da Corte.

            Pegou as estradas laterais, como Arthus sempre pedia. Por um instante pensou apenas em Riana e como a amiga estaria, nem mesmo passou pela sua cabeça a casa de madeira abandonada na clareira. Seguiu seu caminho sem conseguir parar de pensar em Hazael.

            Riana se despediu de Ian e Hazael mais cedo do que o de costume. Precisaria ajudar sua mãe com alguns afazeres em casa e os avisou. Estava progredindo com a magia negra, e agora já conseguia invocar os espectros geralmente na segunda tentativa. Estava aprendendo como controlá-los – era realmente mais difícil do que aparentava, mas conseguia. Ian era paciente e atencioso e um ótimo professor.

            Quando foi se despedir de Selene, no entanto, a maga segurou suas mãos e a olhou.

            — Eu observei o caminho que você costuma fazer de volta até sua casa quando deixa este lugar — Riana a observou surpresa, mas manteve-se em silêncio, escutando. — Sugiro que saia da estrada da floresta o mais rápido que puder e pegue as estradas laterais. É bem mais seguro e bem menos suspeito. Tudo bem?

            — É claro — disse a aprendiz, sorrindo. — Farei isso, Selene, não tenha dúvidas.

            — Tenha cuidado em seu caminho.

            Riana assentiu com a cabeça e se virou. Saiu da casa e fez como Selene havia pedido: deixou as estradas da floresta o mais rápido que podia e pegou as estradas laterais, tomando o caminho para casa.

            Nirina já podia avistar a entrada da cidade de Ima. Estranhou quando passou pelas ruas mais movimentadas e teve a impressão de estar sendo observada por cada pessoa que estava ali. Os pedestres a olhavam e comentavam entre si, baixinho. Depois, lembrou-se: as pessoas já deviam estar sabendo de que ela era a mais nova maga clarividente do reino. Notícias corriam rápido naquela cidade, ainda mais pelos bairros mais distantes do centro, onde ficava o palácio do Rei.

            A jovem maga chegou até a casa de Riana e bateu na porta, esperando por uma resposta. Assim que a mãe de Riana surgiu, ela abriu um sorriso.

            — Boa tarde, Aldara. Riana está?

            — Boa tarde, Nirina — a mulher respondeu, com um sorriso carinhoso. Depois, a expressão foi substituída por uma de dúvida. — Estranho. Riana saiu dizendo que iria até a sua casa.

            — Mesmo? Podemos ter nos desencontrado então enquanto eu vinha para cá.

            — Pode ser, mas — pausou, um pouco preocupada — há um tempo que ela saiu.

            — Não se preocupe, não deve ser nada de mais. — Nirina sorriu novamente. — Eu vou fazer o caminho de volta e ver se ela está com Arthus.

            — Pode fazer o favor de me avisar rápido, caso não a encontre?

            — Com certeza farei isso. Mas tente não pensar, tudo bem? Nada de ruim deve ter acontecido. Notícias ruins chegam rápido, você sabe — disse a aprendiz, em uma tentativa de tranquilizar a mãe.

            — Você tem razão. Cuide-se, sim?

            Nirina assentiu e, com uma leve reverência, virou-se. Suspirou um tanto cansada pelas caminhadas e um pouco decepcionada por não ter encontrado a amiga em casa. Agora, onde estaria ela, se havia dito que iria para sua casa? Teria mentido ou passado em outro lugar antes, atrasando sua chegada?

            A maga se conformou de que teria que andar um pouco mais e tomou o caminho de volta. Andou pouco pelas estradas laterais até sua atenção ser atraída por uma jovem que andava com um capuz cobrindo sua cabeça. As duas faziam o caminho oposto, se aproximando. Assim que chegaram mais perto, se reconheceram.

            — Riana! — exclamou Nirina, correndo até a amiga. — Fui até sua casa, e a sua mãe disse que você havia ido até a minha.

            Riana sorriu ao encontrá-la, como sempre fazia, e tentou pensar em uma resposta, rápido. Assim que teve uma ideia, não demorou a dizer:

            — E eu fui até a sua, para ouvir Arthus me dizer que você tinha ido até a minha.

            Nirina parou e olhou em volta. Estava sentindo novamente a energia estranha que havia sentido do mago de ar na cidade e achou que outra pessoa pudesse estar perto das duas. Quando se concentrou um pouco mais, foi capaz de perceber que a energia emanava de Riana.

            — É possível que tenhamos saído ao mesmo tempo, então? — disse Nirina, resolvendo ocultar o fato de que sentia algo diferente na amiga. — Não pode ser, Riana. Você não fez isso.

            Riana sentiu o corpo arrepiar, com o medo que as pessoas que ocultam algo sentem ao menor indício de serem descobertas.

            — O quê? — perguntou Riana, sem abandonar o sorriso.

            — Você tem usado as estradas da floresta? Porque eu andei o tempo todo pelas laterais e não a vi!

            Riana riu. Não precisou se esforçar para que o riso fosse de convincente satisfação.

            — Decidi testar — parou de rir e sorriu, olhando para baixo. — Elas não são tão complicadas assim de andar.

            — Não mesmo. E muito mais rápidas!

            — Bem, vamos ficar conversando aqui ou vamos para outro lugar?

            — Podemos ir até a sua casa que fica mais perto, ou podemos ir para a minha assim você pode ver Arthus. Tenho algumas coisas para contar.

            — Então, a sua. Faz tempo que não converso com o mestre.

            Nirina assentiu e as duas tomaram o caminho. A maga de água não conseguiu manter o silêncio, no entanto.

            — Riana — começou, fazendo o coração da amiga acelerar. — Você tem feito algo diferente nesses últimos dias?

            — O que quer dizer com diferente, Nirina?

            — Você sabe — a maga olhou para a amiga de forma questionadora. — Algo que foge à sua rotina.

            — Não. Exceto pelo fato de que tenho ido mais à biblioteca. Meu pai decidiu que quer que eu melhore a minha leitura — respondeu, no tom mais natural que conseguia. — Se refere a isso?

            — Isso — sorriu Nirina, assentindo. Resolveu que não falaria mais nada a respeito disso e depois contaria a Arthus.

            Quando as duas entraram na casa, Arthus as recepcionou com um bolo que havia feito enquanto Nirina estava fora e chás. Riana sorriu ao vê-lo e ele a recebeu com um abraço, confirmando que fazia mesmo tempo que não se encontravam para conversar.

            Os três se sentaram à mesa a pedido de Nirina. A maga quis que Arthus ficasse junto para explicar melhor a situação à Riana.

            — Parece que as pessoas da cidade já sabem — disse Nirina, olhando para a amiga. — Ficou sabendo de alguma notícia sobre mim esses últimos dias?

            — Não — disse Riana, franzindo a testa. — Havia algo para saber?

            — Nirina está desenvolvendo habilidades de clarividência — respondeu Arthus com um sorriso.

            — Sério!? — exclamou a amiga, surpresa. — Isso é ótimo, Nirina! Exatamente como Zahra, a sua maga preferida!

            — Sim, exatamente como Zahra — sorriu a aprendiz. — Eu falei com ela.

            — Falou? E quando isso aconteceu?

            Riana estava feliz e empolgada pela amiga. Poucos magos clarividentes existiam, e agora ela estava mais perto de ser como aquela que sempre admirara.

            — Ontem. Arthus quer que eu inicie meu treinamento como clarividente o mais cedo possível. Coisas não muito boas podem acontecer se eu não me treinar. As visões ficarão cada vez mais frequentes se eu não souber controlá-las. Se eu saísse na rua assim, enxergaria o que aconteceria a cada segundo com todas as pessoas e ouviria as vozes — pausou, rindo baixinho enquanto tentava imaginar. — Isso não deve ser nada agradável.

            — Sim, concordo — assentiu Riana.

            — Por isso, Arthus mandou uma carta urgente ao Rei, que imediatamente entrou em contato com Zahra. Como clarividente do reino, ela será agora a minha mestra.

            — Isso é incrível, Nirina! É mais do que você sempre quis — ela sorriu, segurando as mãos da amiga. — Você sempre sonhou em conhecê-la, mas agora ela será sua mestra! Devíamos comemorar.

            — Não vai dar tempo — disse, com um sorriso comovido. — Zahra veio aqui ontem e queria que eu partisse para a Corte hoje. Eu disse que precisaria de um dia a mais, para me despedir de você, e que partirei amanhã. Minhas coisas estão todas prontas e eu e Arthus partiremos ao amanhecer.

            — Então Arthus vai junto para continuar te dando aulas?

            — Não — respondeu, agora com um sorriso triste. — Arthus não é mais mestre de aprendizes do reino e não pode mais ensinar, portanto, precisarei de outro mestre quando chegar lá. Terei Zahra como mestra nas magias clarividentes e outro mestre para magias de água.

            — Ah — Riana resmungou, um pouco triste. — Arthus vai ficar aqui então?

            — Sim — o mestre respondeu, pousando uma mão sobre o ombro de Nirina. — Ficarei morando aqui.

            — Essa é a única parte de que não gostei — disse Nirina, deixando sua mão sobre a de Arthus. — Morei muito tempo com Arthus e ficar longe dele será como ficar longe da minha família. Mas ele disse que poderemos nos ver e que eu poderei escolher um bom mestre para mim. Zahra disse o mesmo. Se eu não gostar do novo professor, ela trará outros para que eu me adapte bem.

            — Uau, você é importante agora! — disse Riana, sorrindo alegremente. — Você vai participar das reuniões da Corte e vai conhecer o Rei Nasser, vai ver a família real e conhecer os exércitos, soldados e os outros magos ao serviço do Rei! Eu queria muito poder ir com você — acrescentou, com os olhos brilhando.

            — Seria ótimo, Riana. Nós vamos poder nos ver também, quando eu fizer as visitas a Arthus.

            — Isso é fantástico, Nirina, estou muito feliz por você.

            Arthus se levantou e serviu mais um pouco do chá que estavam tomando.

            — Como vai sua família, Riana?

            — Estão todos ótimos. Meu pai decidiu que quer que eu melhore minha leitura e eu tenho pegado mais livros na biblioteca da cidade. Remi está bagunceiro como sempre e minha mãe está bem. Estava gripada até ontem, mas agora sua saúde tem melhorado, nada grave.

            — Isso é bom. Tem alguma novidade para nós?— disse Arthus, inocentemente.

            Riana olhou em volta como se procurasse o que dizer e refletiu sobre como as perguntas dos dois pareciam querer obter uma resposta além das coisas que ela revelava. Balançou a cabeça devagar como se quisesse espantar os pensamentos, sabendo que isso era apenas coisa de sua cabeça.

            — Não — limitou-se a dizer, pegando mais um pedaço de bolo. — Você é um ótimo cozinheiro como sempre, Arthus.

            Os três continuaram a conversar enquanto Riana não parava de pensar na casa da floresta e se Hazael, Ian e Selene se mudariam daquele lugar em breve. Esperava que sim e agradeceu por Nirina ainda ser uma clarividente inexperiente, caso contrário, poderia ler seus pensamentos superficiais se desejasse.

            Nirina esforçava-se para parecer natural, mas a energia que emanava de Riana era constante. Tinha certeza que sua amiga estava se envolvendo com atividades diferentes e que não eram apenas livros. Esperaria até que ela fosse embora e então conversaria sobre isso com Arthus.

            Conversaram animadamente e sobre diversas coisas até que a tarde terminasse e o céu começasse a escurecer. Riana se levantou do sofá e sorriu, dizendo que era melhor que fosse embora antes que sua mãe se preocupasse.

            — Vá mesmo — disse Nirina — e rápido. Pois ela ficou preocupada quando nos desencontramos.

            — Vou rápido, pode deixar — riu, então se aproximou da amiga e segurou suas mãos. Nirina sentiu sua presença ficar mais forte. — Tenha boa sorte em sua viagem, Nirina, e aproveite as coisas novas. Tanto as boas quanto as ruins, que com certeza virão — ela deu um sorriso carinhoso. — Assim como Arthus, estou certa de que você conseguirá lidar com tudo o que acontecer. E quero saber de todas as novidades!

            — É claro, eu vou te deixar a par de tudo — riu Nirina, apertando as mãos da amiga.

            — Venha me visitar algumas vezes, Riana, quando Nirina estiver aqui então podemos relembrar os velhos tempos.

            Nirina ficou um pouco triste diante da sugestão de Arthus, mas estava se conformando de que assim deveria ser.

            — Cuide-se, Riana. Diga a sua mãe o que aconteceu e mande um abraço para ela — disse Nirina. — Agora vá, antes que escureça e as estradas fiquem perigosas.

            — Cuidem-se.

            Riana andou até a porta seguida por Arthus e Nirina. As duas se abraçaram e Arthus manteve um olhar triste no rosto enquanto olhava para a sua aprendiz. Assim que Riana se distanciou, Nirina voltou-se ao mestre:

            — Vamos entrar? Eu preciso falar com você.

            — Claro — assentiu Arthus, preocupado.— Claro que sim.

            — Arthus — ela começou, tão logo os dois entraram na sala — há algo diferente com a Riana.

            — Como assim? — perguntou o mestre, erguendo uma sobrancelha. — Eu não percebi nada de estranho, ela agia naturalmente.

            — Não é o modo de agir, ela agiu naturalmente, é outra coisa.

            — Pois então... O quê?

            — Lembra aquele mago de ar que eu encontrei na cidade quando tentei ver Zahra chegando?

            — Lembro — assentiu. — De fato, não falamos mais sobre isso.

            — Então. A energia que eu senti emanando dele, aquela energia sufocante... Uma presença diferente... O que é?

            — Eu não entendo o que isso tem a ver com Riana, mas — Arthus ergueu uma sobrancelha — você é uma maga clarividente. Sabe que existem magos negros, que se baseiam em magia invocativa, pois já lhe disse isso. Os magos negros costumam batalhar contra os clarividentes porque seus espectros possuem uma vantagem, a vantagem de não ter mente. Os clarividentes não podem prever os movimentos dos espectros como seriam capazes de fazer com os outros magos comuns, e não sei dizer ao certo se por necessidade, desenvolveram a capacidade de sentir a presença de magos negros. Mas — parou, olhando-a sério enquanto ela ficava em silêncio — o que foi?

            — Você está querendo me dizer que Riana está se envolvendo com magia negra? Mas como isso é possível? Não é preciso ser filho de magos pra controlar um dos elementos?

            — De fato — assentiu. — Riana nunca poderá controlar um dos elementos, mas faz sentido ela aprender magia através da magia negra. Ela é o único tipo de magia que pode ser ensinada a pessoas sem sangue de mago. Não tem nada a ver com os quatro elementos.

            — Sempre soube que ela desejava ser uma maga, mas não imaginei que ela iria realmente insistir na ideia.

            — A magia negra não é tão ruim quanto as pessoas pensam — disse Arthus. — O maior problema a seu respeito são os riscos. É algo arriscado de fazer. Necessita do seu sangue para que um espectro o reconheça como mestre, mas não só isso. Tudo o que um espectro sofrer, se reflete no invocador.

            — Como... Se um espectro levar uma facada, o invocador...

            — Pode morrer — completou ele. — Os espectros são algo estranho, como é de se esperar. Quando se olha para eles, parecem não ter corpo por baixo da túnica. Mas são perfeitamente tocáveis, razão pela qual se pode bater ou até mesmo esfaquear um deles. Isso torna a magia um grande risco. Vi vários magos inexperientes morrerem assim.

            — Como se controla?

            — Com a mente. Os magos negros geralmente estão afastados do campo de batalha, extremamente concentrados. Os espectros são poderosos, no entanto. O melhor jeito de derrotá-los é encontrar o mago que o invocou e matá-lo. A concentração para controlar deve ser intensa, por isso eles ficam vulneráveis.

            — Riana... Uma maga negra... — suspirou Nirina.

            — Tem certeza que não está confusa, Nirina? Seus sentimentos de clarividente podem estar se enganando, visto que você não tem como controlá-los.

            — Não — disse, balançando a cabeça negativamente, rápido. — Não, eu sei o que eu senti. Depois de encontrarmos o mago de ar na cidade... — ela parou, como se algo atingisse sua mente de repente. — Foi ele. Eu percebi que eles conversavam, mas nunca imaginei que seria sobre isso.

            — Você se lembra do rosto dele?

            — Sim, eu lembro. Eu tenho certeza que foi ele quem a ensinou magia negra, ou que a persuadiu. —Mordeu o lábio inferior, pensando. — Mas não há tempo para falar com ela antes de partir, há?

            — Receio que não, a não ser que você esteja disposta a viajar comigo até a cidade agora para encontrá-la.

            — Deixe — suspirou, com um leve movimento da mão. — Nem mesmo sei se meus sentidos estão mesmo corretos. Vou esperar, deixar que o tempo passe, e se em nosso próximo encontro eu sentir a mesma coisa, questionarei.


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