Seus Olhos escrita por MayMalfoy


Capítulo 8
Capítulo Sete




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Querido Charlie, tenho certeza de que nem sequer recebera minha última carta ainda, mas só quero que você saiba que você está arruinando minha vida. Outra vez. Não, de verdade. Você sabe como eu consegui esse trabalho que paga muito bem? Bem, eu preciso ir trabalhar, mas não posso por causa de seu jantar. Você sabe, os que eu tenho te falado... Os que a mamãe faz para você. A melhor solução que encontrei foi tentar apressar a refeição. Quero dizer, qual família é tão disfuncional que não pode comer, por exemplo, meia hora antes do tempo? Não responda isso. Então, se decidir que é hora de ser agradável com sua pequena irmã, apareça. Esta noite. Com amor, Hermione.

Meu carro gritou enquanto o colocava na pequena entrada de nossa casa. Quase enganei a mim mesma ao acreditar que mamãe seria firme nesse trabalho da cozinha. Abri a porta da frente, joguei minha bolsa na direção de meu quarto e comecei a buscá-la. Bom, definitivamente não estava na cozinha. Gritei seu nome, e como esperado não houve resposta. Ela tende a perder a noção do tempo, especialmente quando eu preciso dela para fazer alguma coisa.

Fui a nosso pátio traseiro, que não era um pátio traseiro típico. Minha mãe, em seu estado de ―Não ao trabalho‖, teve tempo para construir seu próprio Éden. Literalmente. O pátio não era grande, mas tinha todos os tipos de plantas. Fiz meu caminho através do labirinto verde, tomando o cuidado de caminhar sobre tão poucas pétalas quanto fosse possível. Finalmente, encontrei minha mãe agachada atrás de uma Janeira. Estava sussurrando, alisando a terra com suas mãos e sem ter nenhuma idéia que eu estava atrás dela.

Não tinha maneira de não a assustar uma vez que ela estava em seu próprio pequeno mundo, então simplesmente gritei. — Mamãe!

Ela pulou. Usando sua mão coberta de terra como um escudo contra o sol, olhou para cima com seus olhos cor de jade e um sorriso. — Olá, querida. Bem-vinda a casa. Estava plantando alguns bulbos novos de tulipas perto dos arbustos. Não acho que teremos suficientes desses florescendo esse ano, verdade?

Dei de ombros. — Não sei. Ei, estava pensando em fazer espaguete e molho de tomate para o jantar. O que acha?

— Claro. Isso é tão doce, querer fazer a janta para seu irmão. — Meu estômago apertou-se, odiava quando falava assim. Fez um gesto com sua mão. — Por que não olha por ai? Talvez haja alguns tomates que possa usar para o molho.

Molho de tomate a partir do zero? De maneira nenhuma. — Sabe mamãe, acho que papai comprou um pote de...

Mamãe olhou-me como se eu tivesse pisado em uma borboleta. — Hermione Jane! Todos esses conservantes...

— Vai estar bom, mamãe... — declarei. — Só para uma refeição! Usarei o espaguete orgânico...

Ela franziu a testa e afastou seu cabelo grisalho de seu rosto. — Claro, mas se Charlie vier e não gostar...

— Então farei outra coisa. Juro! – rapidamente beijei sua testa quente pelo sol e dei a volta pela casa. — Obrigada!

Apressadamente coloquei uma panela de água sobre o forno para que começasse a ferver e coloquei o molho na panela. A comida era tão fácil de preparar, que imaginei que poderia estar pronta às cinco e meia, quando papai normalmente chegava a casa. Inclusive piquei alguns pedaços de alho e coloquei-os no molho, esperando acalmar a mamãe. Justamente quando pensei que estaria tudo bem, mamãe entrou na cozinha. – Olha! Encontrei alguns morangos maduros! Podemos fazer uma torta!

Honestamente.

No momento que papai caminhou através da porta, a cozinha estava um desastre de farinha e suco vermelho de morango. Admito, a casa estava começando a cheirar deliciosamente, mas precisava sair rápido! Escutei papai deixar cair sua maleta sobre o linóleo. Entrou na cozinha, seus olhos azuis sorrindo ante meu aspecto, e inclinou-se sobre uma das cadeiras da cozinha. Tirou sua gravata e respirou profundamente. — O que vocês estão fazendo, minhas garotas?

Envolveu suas mãos ao redor da cintura de minha mãe e tirou com um beijo o açúcar mascavo de sua bochecha. Ela sorriu. — Estamos fazendo espaguete e torta de morango. Você sabe, é a favorita do Charlie.

Um olhar de dor varreu a face de meu pai, mas seu sorriso retornou. — Ótimo!

Ver meus pais parados ali, eles devem ter parecido um casal estranho: ele em um terno de negócios preto e ela em um kurta  branco com jeans palazzo . O mistério, no entanto, terminava ali. Ele tinha se formado em licenciatura de Inglês, com a intenção de ser o próximo Robert Frost , mas as coisas não tinham saído como o planejado. As contas e Charlie chegaram, então papai foi para a faculdade de Direito. Uma vez disse-me que fez o que tinha que fazer, mas ainda trabalhava gratuitamente sempre que podia. Meu pai é o melhor, não é que eu seja parcial ou algo assim.

— Mamãe, quando a torta estará pronta?

— Oh, não sei, — inclinou contra o papai. — Talvez às seis e quinze.

Justamente quando deveria estar saindo. Perfeito.

Fui para meu quarto para buscar alguma roupa ―semi-formal‖ de acordo com os Alunos. Meu quarto era, sem dúvida, meu refúgio. As paredes estavam pintadas de um lavanda tranqüilizador, com os mais recentes garranchos de nuvens de minha mãe. No teto havia esferas de vidro penduradas. O resto do espaço da pequena habitação era ocupado por minha confortável e grande cama.

Depois de dez minutos remexendo em meu guarda roupa, voltei para a cozinha. Coloquei uma saia camponesa   e uma blusa, semi-casual, certo? Estava emocionada ao ver que minha mãe estava servindo o espaguete. Arranquei um prato de sua mão, sentei-me, e imediatamente comecei a colocar a comida na boca.

Papai riu. — Você tem um grande encontro ou algo assim?

Senti que meu rosto ficava quente enquanto falava ao redor do espaguete. — Não, ten-nho que, — Engoli. — ficar de babá.

— Como o Draco é? — Mamãe tirou uma, até agora não vista, salada gigante da geladeira.

Literalmente, engasguei-me ante a ideia de tentar pegar três pratos. Depois de uma curta tosse, respondi. — Ele é legal, tudo é legal.

Papai franziu a testa cético enquanto pegavam seus assentos na mesa. — Por que colocou uma saia?

— Oh, uh, — engoli saliva. — Quero parecer bonita?

Ele levantou a sobrancelha. — Espera... O garoto que está cuidando realmente é de sua idade?

— Uhum. — rapidamente alcancei o pegador de salada e coloquei uma pilha de verduras em meu prato. — Sim, mamãe não te disse?

Papai deu a mamãe um olhar exasperado e resmungou. — Pensei que estivesse brincando.

— Acho que é mais como um namorado. — Ela disse com uma piscada.

Revirei meus olhos e rapidamente coloquei a salada para um lado, assim poderia colocar um pedaço da fumegante torta de morango em meu prato. — Nós nem sequer somos amigos. Eu... Eu simplesmente... — Fiz gestos com meu garfo no ar, esforçando-me por uma definição de meu estanho trabalho. – Procuro que ele faça as coisas... Que deixe sua casa. E sua mãe me paga.

Papai franziu a testa, tentando entender o que eu queria dizer. — Então, ele é um solitário?

— Não. Bom... — parei e empurrei um pedaço de torta em minha boca, imediatamente lamentei a decisão quando a geléia aderiu-se em minha gengiva. Fazendo uma careta, tomei água e tentei de novo. — É um tipo de solitário agora, mas não costumava ser.

— E não estão te pagando para sair com ele? — Papai perguntou firmemente.

— Não! — Ri e pulei quando meu celular começou a vibrar em meu bolso. Não tinha que olhar na tela LCD para saber que a Sra. Malfoy estava me ligando para ver por que eu estava atrasada. Abaixando meu garfo, disse. — Escutem, realmente tenho que ir, já estou atrasada.

— Hermione Jane! — ofegou mamãe. — Ainda não comemos a sobremesa! E se Charlie vier?

— Pode dizer a ele que pode pegar o resto de minha sobremesa? — Ofereci timidamente. Meu celular vibrou outra vez enquanto saia da mesa. Olhei meu pai procurando por apoio. — Ok?

Papai suspirou e esfregou a testa, dividido entre um olhar de dor no rosto de sua esposa e a lógica de que a probabilidade que Charlie aparecesse para os últimos dez minutos do jantar era virtualmente zero. Deu-me um assentimento sutil, que mamãe não notou entre suas lágrimas. Assenti de volta, transmitindo meu agradecimento não verbalmente e sai de casa. 


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