Seus Olhos escrita por MayMalfoy


Capítulo 6
Capítulo Cinco




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— Já desci estas escadas um milhão de vezes, — disse Draco de mau humor e começou a descida. Agarrou com força a grade e testou a distância de cada degrau com o pé, mas desceu de seu próprio jeito. Ele assustou-me quase até a morte, mas desceu. Se fosse eu? Se eu fosse cega... Cara, eu não seria uma bela vista nessas escadas.

Uma vez que ele e eu estávamos na frente de meu Camry, sorri com orgulho para meu carrinho e proclamei tanto a este quanto a ele. — Estamos aqui! — Antes de abrir a porta do passageiro.

Sentindo o comprimento do batente da porta, Draco foi capaz de entrar. Fechei a porta e apressei-me ao redor até meu lado. Coloquei a chave na ignição e imediatamente a voz de Sting fluiu dos alto-falantes.

— O que você está escutando? — gritou sobre a música.

Sorri com malícia. Uma dose de educação musical está a caminho!

— Esse é o Sting, quando estava na banda The Police, nos anos  0. Você sabe, Roxxane, Every Breath You Take? E logo lançou carreira solo nos anos  0... — olhei para ver se Draco estava escutando, mas suas mãos estavam ocupadas inspecionando meu carro. Parou, provavelmente dando-se conta do estado realmente lamentável, do rasgo profundo na espuma de seu assento. Era uma ferida de guerra de um espantalho que minha mãe impulsivamente quis liberar. Sério.

Quando meu Camry voou sobre um buraco, Draco apoiou-se contra a porta.

Eu ri. — Vamos, você andou em um carro antes.

— Isso não é um carro. — resmungou. — Isso é como o Hot wheels sente-se quando Chris o rola escada abaixo.

— Ah, sim? Bom, que tipo de carro você tem?

Er, provavelmente não era uma boa pergunta, percebi depois que as palavras tinham saído de minha boca.

— Que ótima terapeuta você é. — disse com sarcasmo. Vi como seu rosto oprimiu-se e perguntei-me se o tinha empurrado muito. Sem esperar outra resposta, voltei a olhar para a estrada e surpreendi-me quando disse em voz baixa. —Um Mercedes-Benz Cabriolet .

Não tinha nem idéia do que era, mas soava igualmente caro. Soltei. — Deve ser legal.

Sacudiu a cabeça e replicou. — Nem sequer conhece.

— Ei, não tinha a intenção de... — comecei, mas Draco virou-se para a janela.

Sentindo-me incomodada com a música, desliguei o Sting e viajamos em um silêncio incômodo. Não muito em breve, vi um grande cartaz que estava sobre uma colina. Em grandes e cursivas letras, proclamavam: Legados dos Estábulos. A estrada estava cheia de árvores e abria caminho a acres de vegetações exuberantes. A grama estava bloqueada por cercas de madeira branca e rodeada de caminhos de lascas de madeira. Mais além de tudo isso, os estábulos de cor azul-pálida desenhavam-se contra o céu.

Entrei no estacionamento e desliguei o motor. Enquanto tirava meu cinto de segurança, senti a atenção de Draco em mim. Empurrei uma mecha de cabelo atrás de minha orelha enquanto ele perguntava. — Onde estamos?

Hesitei e logo soltei. — No Legado dos Estábulos.

Virou-se para mim e jurei que estava me vendo. Disse friamente. — Não.

Olhei ao redor do estacionamento. Só tinha outros dois carros. Cruzei meus dedos e menti. — Olha, não tem ninguém aqui. Só vamos fingir que é um parque e que estamos sentados na grama ou algo assim.

Draco franziu a testa, incrédulo. — Ninguém, em um domingo?

Fiz uma careta, mas como ia saber a diferença?

— Não.

Enquanto ele saía de meu carro, me apressei a seu redor e parei na frente dele. — Espere. — Ao escutar minha voz, Draco ajustou seus passos para não pisar em mim. Mais uma vez, coloquei-me na frente dele e dessa vez pressionei minha mão contra seu peito. Pulou ao contato e parou, como esperava que fizesse. Disse. - Olha, temos que resolver isso. Quero dizer, é pratico para você que me utilize, posso ver e você não.

Entendendo-me, Draco cruzou os braços. — Não vou segurar sua mão.

Revirei os olhos. Queria gritar: Sim, bem, não estou atraída por você tampouco! Mudando, espetei. — Pode suportar segurar meu braço?

Pensei ter visto um breve sorriso em seus lábios. — Muito bem.

Pus meu braço em forma de ―L e agarrei a mão estendida. Sua mão estava quente quando seus dedos envolveram-se ao redor de meu bíceps esquerdo, ligeiramente por cima de meu cotovelo. Agradecida de que não pudesse ver meu rosto ruborizado, dei um passo para frente. Houve um momento incômodo quando seu braço sacudiu-se em um movimento; logo nos combinamos a um mesmo ritmo. Mas, oh, sentia-me estranha. Que tipo de garota teria um garoto segurando seu braço? Honestamente.

Caminhamos pelo estacionamento e pela grama. Desviei-me da cerca que conduzia aos estábulos e fui paralelamente a uma cerca branca, subindo por uma suave inclinação. Parei na parte superior de uma pequena colina, que dominava uma ampla campina. Draco tirou sua mão de meu braço e deixei-me cair sobre a grama. Hesitou antes de deixar-se cair junto a mim.

Deitei de costas e suspirei enquanto olhava para o céu azul. O sol tinha decidido sair, depois de tudo. — Isso é legal.

Draco apoiou-se sobre seus cotovelos. — É melhor que meu quarto, reconheço.

Virei de lado, para ficar de frente a ele. Incentivada por seu tom relaxado, disse: - Sabe, eu ouvi seu irmão descrevendo-me. Não fez um bom trabalho.

Deu um breve sorriso. — Então, descreva a si mesma.

Não tinha nada que odiasse mais do que falar de mim mesma. — Af, não.

—- Bem, algumas pessoas não conseguem. — Draco assentiu com a cabeça com presunção.

Fulminei-o com o olhar. — Bem, vou descrever-me: Sou uma garota. Ai está. Agora é sua vez.

— Vamos ver... Era o campeão de salto de obstáculos. Tinha uma vida que todos queriam. Mas perdi tudo, peça por peça, e agora inclusive os velhos ―amigos não me chamam, porque sou um perdedor.

Talvez essa fosse uma pergunta ruim.

— Oh. Hum, sua família parece ser legal. — disse. — Bem, não conheci seu pai.

Draco empurrou seus óculos de sol para cima do nariz e simplesmente disse. —Talvez por que ele morrera no ano passado.

Eu = 0. Draco = 2.

Minha mente estava em branco porque ondulei meus dedos na grama.

— Eu... Eu sinto muito.

O silêncio, meu inimigo mortal, voltou. Dançava ao redor, fazendo caretas para mim, até que me senti completamente incômoda. De repente, ouvi os sons de cascos aproximando-se e meu coração começou a bater com eles. Vi o rosto de Draco ficar pálido com o entendimento. Virou-se para mim, sua voz estava tensa. — Você tem que me esconder!

Dei um grito abafado. — O quê?

— Me cobre!

Quando me congelei em confusão, sua mão agarrou meu braço e empurrou-me toscamente para cima dele. Cortou-me a respiração e estendi minhas mãos contra o chão justamente a tempo de evitar que minha cabeça chocasse com a dele. Por que estava a escassos centímetros acima dele, meu cabelo caía em cascata para baixo ao redor de seu rosto. Pude ver o pânico de meus olhos nos reflexos de suas lentes escuras.

Ouvi o cavalo parar perto da cerca de baixo. O jóquei, obviamente nos olhando, murmurou algo como. — Busquem um quarto. — e logo gritou. — Olha, isso é propriedade privada! Podem fazer isso em outro lugar!

Senti que Draco despachou a pessoa e, depois de um momento de tensão, o golpe do casco voltou. O fôlego quente de Draco roçava em minha pele. Cheirava como uma mescla embriagadora de canela e sândalo. Um estranho tremor percorreu minha espinha dorsal e percebi a proximidade que meu rosto estava de seu. Logo fiquei sem fôlego quando me empurrou para longe dele e minhas costas golpearam o chão.

Ele grunhiu. — Isso seguramente parecia com ninguém! Essa era a Astoria Greengrass. Ela não adoraria nada mais que, antes do ensaio, dizer a todos seus pequenos amigos em Hogwarts como me encontrou: ―Realmente é cego! Inclusive estava sendo conduzido pelos arredores por uma garota!

Espera... Ensaio? A curiosidade tirou minha vergonha.


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Notas finais do capítulo

é isso (:



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