Seus Olhos escrita por MayMalfoy


Capítulo 2
Capítulo Um




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— Dei-me por vencida e comecei a buscar um trabalho. Agora mesmo estou a caminho de uma entrevista. Não me olhe desse jeito, sou uma garota, então posso realizar várias coisas – Parei de escrever e olhei o caminho, assegurando-me que estivesse tão deserto quanto antes. Suficientemente segura, não tinha nada mais que uma comprida linha de pavimento pela frente. Olhei para baixo para o pedaço de papel que eu tinha pressionado contra o meio de meu volante. — De qualquer forma, o aviso disse que eles precisam de uma babá para um menino, que inicie o mais rápido possível. Quando liguei, a mãe soava bastante desesperada. Ela disse que eu poderia trabalhar nos finais de semana por enquanto e fazer tempo integral quando for verão.

Quando passei por cima de um buraco na estrada, o rádio de meu velho carro deu um assobio de protesto e caiu na estática. Franzi a testa, sustentando a caneta entre os meus dentes, balançando o comando. A estática ficou mais forte e terminou por fim, dando passo para a impressionante potência de The Who. Clássico. Meu pequeno Toyota Camry de seguiu seu caminho. Lancei minha carta sobre o assento do passageiro e cantei.

O céu sobre minha cabeça era de um azul brilhante e sem nuvens. Manualmente abaixei meus vidros para deixar que a brisa entrasse. O vento era surpreendentemente gentil para o mês de maio em Grayfield, Illinois; estava acostumada a dirigir em um furacão, que me fazia lutar com o volante.

Verifiquei a nota escrita nas costas de minha mão, confirmando que teria que encontrar a ―Estrada Malfoy, nº 00‖. Mas, isso era tudo? Não tinha visto casas nessa rua, só árvores. Na realidade, não tinha visto nem um só sinal de... Wow. Apaguei o motor do carro, de boca aberta. A rua levava direto a uma impressionante porta de ferro. Tratava-se de uma rua privada, o que explicava a falta de caixa de correio.

Parei na entrada da porta e baixei a música, no caso dos cães de guarda odiarem o Roger Daltrey2, não que eu tenha visto algum cão de guarda, mas se havia uma ocasião que eu esperava ver algum, era agora.

Vacilante, olhei pela janela e apertei um botão de chamada no interfone. Depois de um momento, o alto-falante no portão rangeu e emitiu uma voz feminina. – Olá, quem é?

Equilibrando-me precariamente para fora de meu carro para colocar minha boca perto da caixa, gritei: — Olá! Sou Hermione Granger! Estou aqui para uma entrevista!

O portão deu um zumbido e logo se abriu. Apressei meu carro para frente no longo caminho de entrada. O paralelepípedo fez com que meu pequeno automóvel balançasse de um lado para o outro, mas apenas notei porque a vista ante mim era assombrosa. A casa era enorme, extremamente enorme, era facilmente dez vezes maior que a cabana que meus pais e eu chamamos de casa. Feita de tijolo de cor café-claro e vidro era o resumo de elegância moderna com ângulos agudos e tetos abobadados.

Parei na entrada, que consistia em uma curta escada que conduzia a uma porta de vidro gigante, e fiz uma careta quando meu carro parou em seco. Velhos freios estúpidos. Lambendo os meus lábios secos, deixei o carro para trás, subindo as escadas de dois em dois degraus. Antes que tivesse a oportunidade de tocar a campainha, a porta abriu-se. Decepcionei-me ao ver que a pessoa parada na porta principal não era o mordomo de terno e gravata borboleta, mas sim uma mulher de meia idade em jeans. Sorri, entretanto, e estendi minha mão. — Olá! Sou Hermione Granger.

A mulher apertou minha mão. — Olá, Hermione. Sou a Sra. Malfoy. Acho que conversamos pelo telefone?

— Sim, era eu.

A Sra. Malfoy retrocedeu para que eu pudesse entrar. Eu a segui por um amplo corredor de entrada e uma sala do tamanho de uma das salas de aula de meu colégio. Senti-me culpada com cada passo que os meus sujos Chucks3 vermelhos davam no tapete de cor branca pura. Ofereceu-me um lugar em uma poltrona rígida, com padrões de flores. Enquanto me sentava, ela tomou assento frente a mim e encolheu suas mãos em uma bola de nervos em seu colo. — Então, está no ensino médio? — Começou.

— Sim, sou estudante do último ano.

— E você gosta?

— Bom, é a escola. — Ri, mas notando o aspecto de preocupação em seu rosto, rapidamente acrescentei. –— Mas vou formar-me rapidamente. Vou para a universidade.

A Sra. Malfoy ofereceu um tentativo sorriso. — Oh, onde?

— Uh...

A menos de duas semanas da formatura, deveria saber a resposta a essa pergunta. A verdade é que fui aceita em duas universidades: a Universidade de Illinois (grande, pública e barata) e a Universidade Evanston (pequena, particular e incredulamente cara). A primeira, meus pais sabiam e estavam encantados. A segunda, bom... esse era meu segredo. Sabia que meus pais não podiam bancar isso, mas eu tirei minha poupança para reservar meu lugar para o caso de, se de algum modo, puder ir. Seu programa de jornalismo era de morrer.

Eu respondi de má vontade. – Universidade de Illinois.

— Então, você é uma pessoa séria? — Perguntou ela, vendo suspeitosamente minha camisa. Talvez Led Zeppelin não fosse a melhor opção para uma entrevista, mas eu não sabia que seria uma babá em um lugar como esse.

Sentei-me com as costas retas e sorri deslocada. — Sim.

— Bom. — A Sra. Malfoy parecia ter chegado à conclusão que eu não era uma drogada psicopata e assentiu aprovando. Olhou-me fixamente no rosto. — Como se sente ajudando alguém que é cego?

Meus olhos abriram-se alarmados e me engasguei. — O quê?

— Oh querida. — Ela dirigiu seus olhos para o tapete. – Deve ter lido a versão de sexta-feira do aviso. Houve um erro... O jornal esqueceu a palavra ―cego.

Bom. Não é grande coisa.

— Hermione, tem algum problema? — Perguntou a Sra. Malfoy.

Pisquei, dando-me conta que tinha me esquecido de dizer alguma coisa. Tentei soar convincente enquanto respondia. — Oh, claro que não. Não tem problema. Há quanto tempo seu filho está cego?

A mulher novamente olhou o tapete. Ela explicou. — Só dois meses. Foi um acidente num salto a cavalo... Draco não falará com nenhum especialista. Na realidade, nega-se a fazer qualquer coisa. Pensei que se tivesse alguém de sua idade, só para convencê-lo um pouco, seria melhor.

— Ele tem dezoito? - Gritei.

Escutei o som de dois garotos rindo no final do corredor. Deu-me um nó na garganta ao pensar.

Exatamente o que eles excluíram desse anúncio?


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Notas finais do capítulo

Prontinho
postei logo. gostaram?



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