Seus Olhos escrita por MayMalfoy


Capítulo 17
Capítulo Dezesseis




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— Você divertira-se?

Ele sorriu. — Bom, já sabe, Harry disparou a embalagem do canudo em meu rosto... Ah, e perguntou-me se eu gostava de ser cego. Essa é uma grande pergunta.

Apertei sua mão. — Tenho a imagem.

Desatou a rir, virando sua cabeça para a minha. — Foi bom.

— Ok.

Depois de dizer boa noite a Gina e Harry, subimos em minha Camry. O pátio do estacionamento estava vazio, o silêncio em meu carro convidava minha cabeça a fazer perguntas. Quando nos beijamos, Draco sentiu algo também? Isso significava que éramos namorados? Todos meus namorados tinham sido óbvios: nós fomos jantar, ao cinema, e tchã rã, nós estávamos namorando. Beijar um cego (Garoto, amigo, chefe?) não era tão simples de entender.

Mas o que importa? Nós nos beijamos!

Sorri.

Um pouco mais tarde, cheguei à casa dos Malfoy. Desliguei meu carro e virei-me vacilante para Draco. Ele roçou-me na bochecha com a mão antes de chegar e desengatar meu sinto de segurança. — Você é realmente alguma coisa, Hermione Granger.

— Hermione Jane Granger, — disse. — Mamãe iria querer que o lembrasse disso.

— Sua mãe louca e hippie? A que tentou me fazer comer flores? — Perguntou brincalhão, ao abrir a porta do carro.

— Cale a boca! — Ri empurrando-o para fora de meu carro. – Verei-te na quinta-feira. Sua mãe deu-me o dia de folga amanhã.

O rosto de Draco escureceu-se. — Certo. O trabalho.

Sentindo-me incômoda, brinquei. — Acho que existem trabalhos piores do que sair contigo.

— Sim. — Ele pegou a borda da porta e seu rosto ficou mais sério. — Hermione, talvez não devêssemos contar a ninguém sobre nós.

— O que quer dizer?

— Eu só... — Draco fez uma careta. — Você precisa do dinheiro e não acho que minha mãe estaria disposta a pagar-te se está saindo comigo.

— Oh. — Minha felicidade desinflou-se, engoli e assenti com a cabeça. — Ok.

— Acho que me entendeu. — Draco deslizou-se de novo em meu carro e levantou uma das mãos para frente, para minha cabeça. Hesitei, sem saber o que queria dizer, e logo me inclinei para frente.

Sua mão curvou-se na parte posterior de meu pescoço. Guiou meu rosto ao seu e me deu um perfeito e suave beijo que ondulou os dedos de meus pés. — Vamos fazer isso funcionar, Hermione Jane.

Sorrindo, peguei sua mão e apertei-a entre as minhas. — Está bem.

— Boa noite. — Draco saiu de meu carro e bateu a porta. Observei até que estivesse dentro de sua casa e então suspirei. Isso não era algo que eu esperava, nunca tinha beijado assim antes. E manter isso oculto, especialmente de todos os curiosos irmãos mais novos, não ia ser fácil.

No entanto, o excitado tremor de meu coração dizia-me que Draco merecia a pena.

— Que noite, — sussurrei para minha Camry e voltei para casa.

Na quarta-feira de manhã prometi dormir tanto quanto pudesse: uma formada no ensino médio merece um descanso de beleza. Enquanto minha mente ainda estava nublada escutei o som de beep. Grunhi enquanto saia do calor de meu casulo e golpeei a parte superior de meu despertador. O som continuou. Gemi jogando a almofada sobre minha cabeça, e escutei. Levei um nebuloso segundo para perceber que o som não era normal, a não ser o ritmo do U2 ―Where The Streets Have No Name .

— Ugh, celular. — arrastei as palavras e cai da cama. Escutando o som, escavei em minha pilha de roupa suja. Depois de um momento, com êxito tirei minha carteira, de onde caiu meu celular. Fulminei com o olhar, antes de responder, enquanto seguia soando.

— Alô? — O celular emitiu a voz da Sra. Malfoy.

— Hermione, é você?

— Uhm, sim? — Respondi confusa.

— Desculpe incomodar-te. Sei que disse que hoje é seu dia de folga... Não estava dormindo, não é?

Sacudi a cabeça com a esperança de acalmar meu selvagem cabelo. Não tinha sentido queixar-me ante a mulher que me pagava vinte dólares por hora. — Estou acordada.

— Oh, bom, — ela disse muito alegre. — Perguntava-me se poderia fazer-me um favor? Preciso que pegue Pansy no aeroporto.

Ainda aturdida, franzi a testa. Iam entregar a ela um novo carro pelo correio aéreo? Bom, acho que era possível.

Balbuciei. — Bom, acho que tenho que chamar minha amiga para vir, para poder dirigir até sua casa, ela ficará com meu carro.

Houve uma longa pausa, logo a Sra. Malfoy disse lentamente. — Querida... Ela não é uma ―coisa , Pansy é a namorada de Draco.

Por um momento, o tempo parou. Vi tudo preto, senti-me doente e congelada. Então, pisquei e era como se nada tivesse mudado. Meu coração ainda estava batendo. Ainda estava respirando. O que acabou de acontecer? Senti-me entorpecida. Era muito cedo e qual era esse pesadelo? Quase podia lembrar... Algo horrível, muito horrível para pensar...

— Está aí?

Pulei ante o som da Sra. Malfoy. Dando-me conta que não estava dormindo. Afoguei-me. — Sim.

— Então... Pode pegá-la? — Ela pediu como se fosse uma criança.

Meti uma mecha de cabelo atrás de minha orelha. — Claro.

— Maravilhoso! —Ela gritou. — Isso é de tanta ajuda, Hermione. Ela estará chegando há uma meia hora. É um avião privado, então tenho certeza que saberá onde está! Oh, e ainda não sabe sobre a cegueira de Draco, então não diga nada. Ele falará com ela. De qualquer forma, tenho que correr ao trabalho. Então conversaremos depois!

Assenti ausente e desliguei o celular. Por alguma razão sempre pensei que quando o mundo acabasse seria muito mais ruidoso.

Tempos depois me encontrei dirigindo minha Camry. Tentei, mas não pude lembrar-me como tinha tomado banho ou me vestido. Estava na estrada, que provavelmente não era um lugar seguro para estar distraída. Olhei o relógio de meu carro e vi que era um pouco depois das dez horas. O que explicava a falta de tráfego.

Com um suspiro, peguei a saída da área de Grayfield para o aeroporto. Estacionando na área de carga, deixei a cabeça cair contra o assento. Isso não podia ter acontecido. Não podia ter me apaixonado por ele. Não podia ter me apaixonado por um garoto que teve... teve muitas namoradas antes, mas como pode ter me beijado como se... se...

Abri os olhos e olhei-me no espelho retrovisor. Meus olhos abriram-se quando vi uma garota de pé na calçada, sozinha. Ela era a mulher perfeita. Parecia como eu nunca poderia parecer, era maior e menor em todos os lugares certos. Ela tinha seus bons 1.85 cm com longas pernas. Tinha a mesma medida de bronzeado – não muito escuro, não muito claro – seu cabelo era de ouro brilhante acentuado com luzes claras e escuras.

Suspirei. Talvez não fosse ela... Talvez.

Desci do carro. Imediatamente notando meu movimento, seu rosto anguloso virou-se em minha direção. Era como um gato montês, enquanto caminhava para ela, pulou sobre mim. Seus olhos eram de um intenso verde-água e escaneou minha roupa.

A criatura esboçou um breve sorriso branco e ajustou sobre seu ombro sua grande bolsa. Sua voz era ligeira, sutilmente condescendente.

— Você deve ser a garota que a mãe de Draco enviou.

A garota? Pensamentos de virar e deixá-la flutuaram em minha cabeça. Franzi a testa. — Sou Hermione.

Dramaticamente baixou a bolsa ao chão como se pesasse uma tonelada. — Ótimo, pode me dar uma mão com isso?

Tal como uma empregada, levei a bagagem ao carro. A mala era tão grande que levei cinco minutos para metê-la dentro de meu pequeno assento traseiro. Escutei a criatura dar um pequeno suspiro de desprezo, quando subiu no assento do passageiro de meu carro. Mordi o lábio, sentindo-me incômoda com toda essa situação. O que devia dizer a ela? Liguei o motor e perguntei, — De onde você é?

Lançou o cabelo para trás e baixou o espelho retrovisor para olhar-se nele. — Oh, sou de Chicago. Estava em um concurso de modelo. — Voltou o espelho a seu lugar. —Talvez você tenha me visto, antes? Deus, tenho estado em tantos anúncios!

Rodei os olhos e dirigi-me à estrada. — Uhm, não, não posso dizer que tenha visto.

— Oh. — Preguicosamente jogou sua mão pela janela para sentir o vento. – Bom, muitos anúncios estão na Europa. Mas chegarão aos Estados Unidos, eventualmente. — Ela riu. — Imagine, no verão passado estava queixando-me com Draco de como não era conhecida em nenhum lado!

Minha garganta secou. — Estava saindo com ele, no verão passado?

— Sim, acho que estivemos conversando em um de seus espetáculos equestres. Draco é muito bom nas competições de salto, — ela deixou sair. — E como poderia resistir a ele em um traje?

Virei e um carro em uma pista ao lado tocou a buzina. Sem bate-papo. Tinha terminado com isso. Apertei o acelerador.

A criatura continuou falando, já não precisava de nenhum estímulo. — E esse foi um grande Verão! Sua mãe sempre estava dizendo o quão belos seriam os nossos filhos algum dia. Ela é tão doce! E era verdade que disse que ele poderia vir e desfilar comigo. Mas, tinha que terminar a escola.

Sentindo-me como se não pudesse suportar outra palavra, gritei mecanicamente. — Aqui está a saída! — e girei o volante tão bruscamente que meu Camry deu um gemido de protesto. O fato de que eu sairia da estrada não fez nada para reduzir a velocidade com que íamos para a casa dos Malfoy. Na verdade, quanto mais ficávamos no carro, mais rápido impulsionava meu pequeno carro a voar. E de fato fez. Em um tempo recorde e com um duro golpe nos freios, estacionei na garagem.


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