Seus Olhos escrita por MayMalfoy


Capítulo 16
Capítulo Quinze


Notas iniciais do capítulo

First Kiss. ♥
Avisando que daqui a alguns caps o negocio vai ser bad...



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— Então, nós dois temos que nos desculpar pelas nossas famílias. — Deu um curto sorriso. — Que tipo de flor eu quase comi ali dentro?

Sorri e empurrei brincalhona seu ombro. —Uma rosa.

— Sério? — Levantou suas sobrancelhas. — Chris não vai acreditar nisso.

— Ao menos algo bom saiu disso. — Vi as luzes aproximando-se pela rua. Hesitei e então dei um rápido beijo na bochecha de Draco. — Obrigada, de novo.

Seu sorriso fez minhas bochechas ficarem quentes. — Foi um prazer.

Capítulo Nove

Na terça-feira, encontrava-me no meio da cozinha, batendo com impaciência meu gorro de formatura contra minha perna.

Devido ao ginásio de meu colégio esquentar-se a cada ano durante a cerimônia, usava uma túnica de algodão e uns jeans corsário debaixo de minha túnica azul. Meu pai, vestido como se fosse trabalhar, olhou-me e deu de ombros. Nós dois estávamos esperando mamãe e meu irmão. Charlie continuava empacotando as coisas para seu vôo, que estava programado para sair essa noite, e mamãe pensou que tinha tempo suficiente para bordar uma rosa nova em seu par de jeans favorito, em minha honra.

— Já sei que ―T  não é a primeira letra do alfabeto, mas gostaria de chegar rápido! — Gritei.

— Já vou, — riu Charlie e subiu as escadas do sótão com sua avultada bolsa de lona. Levantou-a e disse. — Não posso acreditar que estão guardando minhas coisas. Inclusive todas as velhas fitas cassetes estavam ali. – Ele olhou-me. — Bom, quase todas.

Coloquei os olhos em branco. — Ok, talvez eu pegara algumas emprestadas na última década.

Charlie fez uma careta. — Você gosta de fazer-me sentir velho, não?

— Bom...

Papai negou com a cabeça para nós. — Charlie, se não se importa você levará a Hermione agora, mamãe e eu nos encontraremos com vocês lá com o carro de aluguel.

— Não tem problema. — Charlie caminhou para a porta da frente e a manteve aberta para mim. — Acha que tem idade para dirigir? Lembro que tinha um pequeno problema controlando os para-choques.

Eu sorri. — Agora sou suficientemente alta para ver por cima da roda, então isso ajuda.

Charlie seguiu-me para fora e meteu-se no lado do passageiro de minha Camry. Colocou sua bolsa de lona em seus pés, e colocou rapidamente o cinto de segurança enquanto saía na calçada. Ele respirou fundo e tentou fingir que na realidade não estava pensando que tinha medo de sua irmã mais nova dirigindo. Podia ver seus olhos girando como dardos olhando pelos espelhos de meu carro. Aclarou a garganta

quando acelerei. — Papai me disse... Quero dizer, acho que posso ter passado um pouco dos limites no jantar de ontem à noite. Estou orgulhoso que se forme, Hermione.

— Sim? — ofereci um sorriso. — Obrigada.

— Acho que esperava que estivessem mais loucos por eu ter ido por tanto tempo, eu meio que queria que estivessem loucos. Ao ver quão bem eles levaram... Acho que fiquei ciumento. — Ele deu de ombros. — Você lembra-se de todas as brigas que eu costumava ter com eles?

— Claro que lembro! Sacudia a casa gritando tão forte. — Diminui a velocidade no sinal vermelho, virei-me e olhei-o. — Você sabe, que o fato de que mamãe e papai não estão loucos, não quer dizer que se esqueceram de você. Escrevi-te sobre os jantares, mamãe mostrou-te o mural?

Charlie assentiu com a cabeça. — Mostrou-me nessa manhã e tivemos um bom bate-papo. No entanto, ainda quero que saiba que acho que é ótimo o que está fazendo: Ir a Evanston, terminando com o sistema de castas.

Suspirei e continuei dirigindo. — Bom, não tenho certeza se vou a Evanston. Papai tem razão quando disse que custa muito. O que ganhei nesse verão mal pagará por meu quarto, quanto mais o resto da matrícula. E não há muitas bolsas de estudos para garotas de classe média.

— Você não é comum, — zombou Charlie.

— Uh, obrigada.

— Quero dizer, não disse que quer escrever para os Rolling Stones? E está ajudando a um garoto cego! Quem faz isso? — Perguntou com tom audaz para demonstrar-me que estava equivocada.

— Está bem. Não sou normal. — levantei uma de minhas mãos, rindo. — Portanto, quando encontrar as bolsas de estudos anormais, para aspirantes a jornalista, assegure-te de que me nomeiem.

Charlie sorriu. — Conseguirá, mana.

Como eu esperava, minha cerimônia de formatura foi quase tão emocionante como escutar NPR em uma sauna. Enquanto o suor agrupava-se em minha nuca, busquei minha família através da selva de pessoas que empurravam por escapar do sufocante ginásio. Eu estava tão feliz de encontrá-los que pensei que meu rosto partiria-se por meu sorriso. Papai sorriu enquanto mamãe bateu fotos com uma câmera Instamatic antiga.

— Agora, Hermione, você e Charlie precisam ficar juntos, — ela indicou.

Suspirei, ansiosa para terminar, e plantei-me rigidamente junto a Charlie. Ele percebeu minha expressão azeda e, justamente antes que o flash saísse, envolveu-me em um abraço de urso. Gritei surpresa, não era atacada por ele há muito tempo. Rindo, disse. — Parabéns, Hermione.

— Obrigada. — Olhei seu rosto. — Alegro-me de que tenha vindo. Deveria voltar novamente.

— Voltarei. — olhou para nossos pais. — Assim que Sandy tiver o bebê, prometo. Dez anos é muito tempo... Não devia ter feito isso.

— Nunca perdemos a esperança de que voltasse, — disse papai e mamãe assentiu com a cabeça, com os olhos brilhantes.

Charlie olhou papai por um bom tempo. Então tossiu e olhou seu relógio.

— Provavelmente deveríamos ir. Meu vôo sai em duas horas. — Ele bateu em meu ombro com suavidade. — Escreverei em breve. Você continue escrevendo-me.

— Você continue adulto.

Ele franziu a testa. — Não tem necessidade da palavra com A! Ainda sou jovem!

— Até mais, querido! — disse mamãe enquanto se dirigiam ao exterior.

—- Adeus!

Suspirei, enquanto os via ir e logo tirei o gorro. Recorri à sala buscando Gina, o que era difícil tendo em vista que a sala estava cheia com familiares e amigos de meus trezentos colegas de classe, muitos dos quais estavam suando ou com a testa franzida nas rondas de fotografias.

Por sorte, o cabelo vermelho de Gina permitia identificá-la e o vi através da multidão. Fui para perto das portas de saída e esperei-a.

Gina surgiu puxando esmagadoramente a mão de Harry.

Seu rosto esboçou um sorriso quando me viu e deu-me um forte abraço. Deu um passo para trás, gritando por cima do estrondo.

— Está pronta para ir?

Assenti com a cabeça. — Sim!

Lá fora, o ar da noite era fresco e confortavelmente feliz em comparação com o ginásio. Mais além da luz amarela dos faróis, vi uma brilhante lua cheia que se pendurava sobre o campo de futebol vazio. Quando sai para a calçada, fechei os olhos e aspirei o cheiro de verão fresco.

Continuara caminhando, sabendo que Gina e Harry vinham ao lado, mas ouvi-a perguntar. — Aim? Esse é...

Voltei-me para ver Gina de pé, uns passos atrás de mim e apontando para o ginásio. Olhei e, ao princípio, só vi a corrente de gente que saía. Então, percebi uma figura de pé de um lado das portas. Parecia tenso, fora de lugar com seus óculos escuros e as mãos metidas profundamente nos bolsos. Em um instante, estava a seu lado. Toquei-o no braço e ele deu um salto surpreso por meu toque.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei.

— Hermione. — Ele lampejou um sorriso e senti que meu estômago obstruía-se. — Estou aqui para ver-te.

Meu rosto ruborizou, isso não estava acontecendo! Começou a rir como se pudesse sentir minha vergonha e continuou.

— Pensei que era justo, uma vez que fora a minha formatura. Chris chamou um taxi.

Não pude evitar sorrir. Pequeno safado. Afastei o braço de Draco. — Bom, obrigada por vir.

— Hermione, quem é?

Virei para ver Gina sorrindo timidamente. Fulminei-a com o olhar.

— Gina, este é Draco. Draco, esta é minha melhor amiga, Gina, e seu namorado, Harry.

— Muito prazer, — disse Harry. Ele ofereceu uma mão tremula para Draco e Gina o golpeou nas costelas.

Alheio, Draco assentiu com a cabeça em sua direção. — Sim, um prazer conhecer-te.

— Esqueci que me disse que era cego, — Harry queixou-se a Gina enquanto esfregava as costelas.

Draco levantou as sobrancelhas. — Estão falando de mim?

— Não! — Dissemos, Gina e eu com ar de culpa.

Harry murmurou. — Acho que pode ouvir bem, — e Gina suspirou e sacudiu a cabeça com exasperação. — Portanto, ele vem ao boliche conosco?

Draco virou-se para mim. — Você vai ao boliche?

— Não, — disse rapidamente. — Podemos fazer outras coisas. Ok, Gina?

— Claro! — Ela piscou um olho para mim e começou a arrastar Harry para o lado da rua do boliche. — Divirtam-se, garotos!

Deslizei minha mão na sua. — Por que não vamos nos sentar? É uma noite linda para estar fora.

Levei Draco pelo campo de futebol. A grama estava alta e muito densa, por ter sido abandonada depois de terminar a temporada. As grandes arquibancadas de

metal estavam vazias. Estávamos completamente sozinhos, até os últimos atrasados tinham deixado o ginásio.

A noite parecia tranquila e iluminada pela luz branca da lua. Deixei-me cair sobre a grama fresca e olhei para as estrelas.

Draco estava a meu lado e, depois de um momento, disse em voz alta. — Você não é como qualquer uma das garotas com as quais tenho saído.

Empurrei uma mecha de cabelo atrás de minha orelha. — O que quer dizer?

— Você pensa e você usa um par de Chucks vermelhos velhos. — Ele sorriu. — Chris disse-me.

Eu ri. — Sim, eu soube.

— E preocupa-se com as outras pessoas, não só consigo mesma.

Virei-me de lado e olhei as estrelas refletidas nos óculos escuros. Esses óculos escondiam muito dele de mim, tanto que não podia suportar que ocultasse mais. Sentei-me com a perna dobrada abaixo do corpo. Abracei meus joelhos e deixei que as palavras deslizassem-se por meus lábios.

— Quero ver seus olhos.

Draco apoiou-se nos cotovelos. — O quê?

— Seus olhos.

Passou uma das mãos pelo cabelo. — Não está escuro?

— Tem uma lua cheia. Por favor.

Exalou devagar e assentiu com a cabeça.

Mordi o lábio e inclinei-me para frente. Aproximei meus dedos trêmulos, deslizando suavemente os óculos de seu rosto. Olhei para baixo enquanto as apoiava em seu peito, então hesitei. Respirando fundo estabilizei-me e levantei meus olhos para ver... Suas pálpebras fechadas. Sorri surpresa e, de repente, seus olhos abriram-se de uma vez.

Meu coração deu um pulo e senti que escapava o ar de meus pulmões. Seus olhos eram surpreendentes. A mais brilhante chama de um intenso azul claro. Mas inclusive, enquanto me deleitava vendo-o, pude ver suas pupilas ausentes, já que me olhou mais além do ombro.

Encontrei minha mão acariciando sua têmpora.

Não tinha nenhum pensamento, nenhuma palavra, já que simplesmente fechei meus olhos, meus lábios encontraram-se com os seus e os seus com os meus.

Meu coração batia com força em meu peito enquanto sua mão abriu-se entre meu cabelo. Eu estava beijando com cada gota de emoção que tinha agrupado dentro de mim, já que, nem sequer podia lembrar desde quando!

Envolvi meus braços ao redor de seu pescoço e ele me levou para mais perto dele. Eu, não, nós não estávamos ap...

— Hermione! Onde você está? — A inoportuna chamada atravessou a noite. — Decidimos que seria divertido se fossemos todos comer pizza!

— Sim, ele pode comer pizza! — Gritou Harry.

Fui para trás e encontrei-me respirando pesadamente. Depois de aspirar o ar, disse de volta.

— Já vamos, Gina!

Draco ajudou-me a colocar-me de pé e pude ver que estava sorrindo. Ele disse pouco a pouco.

— Isso foi muito... — Colocou os óculos de novo. — Sim.

— Foi ―sim ? — Ri e golpeei brincando em sua costela. — Sim, para mim também.

Limpei as sobras de meu último parmesão de meu prato com um dedo. Acabáramos de terminar um lanche, que consistia em uma conversa incômoda. Com um silêncio, um pouco violento vindo de Gina, Harry tinha se oferecido para ir com Draco ao banheiro. Agora Gina bebia o resto de sua bebida, olhando-me intensamente. Ela sabia que algo estava acontecendo, talvez por que eu não pudesse deixar de sorrir.

— O que aconteceu? — Ela perguntou, com os olhos brilhando de curiosidade.

Meus olhos levantaram-se até ela e sorri ainda mais. —Nós nos beijamos.

— Espere, o quê? — Ficou sem fôlego. —Quem beijou quem?

Ri de sua expressão. — Não sei, beijamo-nos um ao outro!

— Sério? Aim, é impressionante! — seus olhos viraram-se sonhadores. — Não sei se já tive alguma vez um beijo simultâneo... É tão romântico.

— Ei! — Disse Harry de mau humor. Estava de pé junto à mesa com Draco. Ruborizei, esperando que não tivessem ouvido muito.

— Quero dizer, claro que já tive.

Gina pegou o braço de seu namorado, enquanto me piscava um olho.

— Bom, acho que nós já vamos. — disse, colocando-me de pé. — Meu carro está atrás da escola.

— Sim, o meu também. — disse Gina.

Peguei a mão de Draco enquanto saíamos. Gina e Harry foram caminhando um pouco na frente de nós, então perguntei em voz baixa. 


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Notas finais do capítulo

Falô