Seus Olhos escrita por MayMalfoy


Capítulo 15
Capítulo Quatorze


Notas iniciais do capítulo

OLHA COMO EU TÔ BOAZINHA HOJE, (:
DOIS CAPS EM UMA NOITE MAS ESPERO QUE COMENTEM MUITO MESMO, GENTE EU TÔ TÃO FELIZ, ISSO NÃO TEM NADA HAVER COM O LITRO DE VODCA QUE EU TOMEI SOZINHA OKEY? HAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
SONO.



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Draco estendeu suas mãos a meu redor para pegar as rédeas. — Está bem, diga-me aonde ir.

Guiei Draco para fora dos estábulos e para os campos. Movemos-nos através do gramado a um médio galope gentil. Mesmo quando empurrava bruscamente a cada passo, achei o passeio agradável. O ar voava através de meu cabelo e eu respirei o ar fresco. Relaxando-me, fechei os olhos. Uns poucos momentos mais tarde, ouvi Draco sussurrar em meu ouvido. — Nós estamos nos aproximando da cerca?

Dei de ombros e preguicosamente abri os olhos. Meu coração pulou em um latido. A cerca estava apenas a cinco jardas. Gritei. — Dobra!

— Quão perto estamos? — Ele perguntou calmamente.

— Está bem aqui. — gritei e virei minha cabeça, como se estivesse a ponto de estar em um acidente de carro. Quando começamos a nos levantar do chão, senti Draco pressionar seu peito contra minhas costas até que eu estivesse inclinada sobre o pescoço do cavalo. Com um sorriso quase histérico, senti que voava como em uma montanha russa enquanto nos elevávamos através do ar. O momento foi breve e as patas dianteiras do cavalo rapidamente tocaram o chão.

Draco levantou-me e pude ouvir seu sorriso enquanto me provocava. — Hermione, seus olhos estão abertos agora?

Primeiro, tudo o que pude fazer foi rir. Quando Draco parou Aeris, arrumei-me para crepitar. — Des-desculpe. Isso foi incrível! Acho que fizera isso antes?

Ele roçou a mão contra o ombro de Aeris e disse em uma voz escura que me fez esquecer meu sorriso. — Costumava saltar a cavalo. Estava em uma competição quando, bom... — sua voz apagou-se lentamente.

— Desculpe. — respondi suavemente.

— Ei, você não tem culpa da debilidade genética da retina.

— Eu sei... — estava constrangida da emoção e não pude dizer o porquê. Só lamentei por ele e pelas coisas que ele sentiria falta de ver. Voltei e pendurei meus braços ao redor de seu pescoço. Draco soltou as rédeas e de repente estávamos nos abraçando com um tipo de ferocidade, como se nunca quiséssemos deixar o outro ir. Perguntei-me se ele sabia o porquê, por que minha mente desfiava-se a pensar nisso. O sangue golpeando em meus ouvidos serviu de uma distração muito agradável.

Quando nos separamos, ele perguntou. — Tiveras o suficiente de montar a cavalo por hoje?

Olhei seu rosto, perguntando-me o que estava pensando. De repente desejei poder vê-lo sem seus óculos, mas, ainda mais, quis vê-lo feliz. Ofereci. — No caminho, vi um atalho que poderíamos pegar.

Draco fez uma pausa por um momento e depois um brilhante e incômodo sorriso encheu seu rosto. — Sim, claro.

Sentindo-me aquecida, voltei a me acomodar. Lancei as rédeas de Aeris, assim que ele começou a caminhar a um meio galope na direção do atalho. — Então, Fã da Música em Segredo...

— Nunca disse que não gostava de música, — disse ele rapidamente.

— Verdade, — concedi. — Tens um livro favorito também?

—- O Apanhador no Campo de Centeio .

— Indo pelo clássico. — Sorri. — Você é mais profundo do que parece. — Imediatamente mordi a língua. O que estava dizendo? Só por que ele parecia-se com um modelo...

— Muita gente em Hogwarts provavelmente estaria em desacordo contigo, – disse amargamente.

Aliviada de que não estava ofendido, acrescentei muito rapidamente. — Mas é diferente do que era. Não é?

— Sim, eu acho. Antes, pensava que era feliz vivendo de festa em festa, mas não era.

— Como se sente agora?

Ficou em silêncio por um momento, antes de responder lentamente. — Ficar cego não foi algo que eu planejei... Ainda estou tentando entender certas coisas.

—Como o futuro? — Ofereci.

— Sim, — suspirou. — Sabe, você pode apoiar-se se quiser.

Ruborizei enquanto me relaxava contra ele. — Obrigada.

Aeris baixou a velocidade até um passeio cômodo enquanto seguimos o suave atalho. Draco e eu estávamos em silêncio, pacificamente em silêncio. Sentia o lento subir e baixar de seu peito, justamente como em nossa dança. Observei a paisagem fluindo a nosso redor e finalmente senti-me tão relaxada, que fiz a pergunta que tinha em mente. – Acha que alguma vez competirá de novo?

Senti o coração de Draco começar a golpear com a idéia. — Não sei. Não... Não acho que alguém cego tenha feito um salto alguma vez... — Esperei enquanto ele considerava a idéia. — Seria quase impossível.

— Mas pense! Seria você e Aeris! Vocês já têm um vínculo! — Entusiasmei-me.

Empurrei contra o peito de Draco quando ele riu. — Hermione, você está louca.

— Está bem. — Grunhi. — Mas tenho mais uma sugestão.

— Qual é? — Perguntou brincando.

— Deveríamos tomar um sorvete.

— Isso eu posso fazer.

Com minha colher de plástico, tracei o desenho da parte alta de meu pote de Nozes. Para mim, o Mundo do Sorvete era uma das melhores características de Grayfield. Era retro, mas não ao ponto de ser incômodo. Claro, lá fora tinha toldos vermelho e branco e dentro dos muros estavam alinhados com estantes sustentando molhos e agregados em vasos de vidro. O ponto era que eles deixavam seus empregados vestir jeans e camisas só com logos do Mundo do Sorvete. Isso é um progresso.

Olhei Draco enquanto ele escavava em seu sorvete de hortelã com gotas de chocolate. —Quanto tempo faz que vieste aqui pela última vez?

Ele deu de ombros. — Dez anos?

— Ugh! — Fiz um gesto com minha colher. — Você está louco! Um verão não está completo sem sorvete do Mundo do Sorvete!

Tentei não ficar olhando quando Draco lambeu uma gota de sorvete de seus lábios. — Estava ocupado fazendo outras coisas.

— Nada é tão gostoso.

— É verdade. — Riu.

Esculpi uma colher de Nozes antes de perguntar. — Então, há quanto tempo tem montado a cavalo?

— Desde que tinha seis anos. — Draco engoliu e seu rosto ficou quieto enquanto lembrava. – Meu pai começou fazendo-me montar pôneis e estava saltando quando tinha aproximadamente nove anos. Quando completei onze anos, estava aborrecido de saltar com pôneis, então meu pai comprou Aeris para mim. Uma vez que estava treinando para saltos equinos, realmente comecei a competir.

Levei meu cabelo para trás da orelha e perguntei cuidadosamente. — Seu pai também montava?

Draco abaixou sua cabeça e aferroou seu sorvete. Disse lentamente. — Quando eu era mais novo, mas depois estava muito ocupado. — Fez uma pausa por um

 momento, perdido em seus pensamentos. — Meu pai era um neurocirurgião, um dos melhores do país. Sempre estava indo para Chicago para consultas ou voando para falar em conferências.

— Dava algum tempo?

— Suficiente. — Draco disse brevemente e em sua boca formou-se uma linha dura. Por vários minutos, ele esteve em silêncio e lentamente comeu seu sorvete. Pulei quando inesperadamente disse. — E você, qual é sua paixão?

— Minha paixão? — Ri. — A música. Amo! Meu trabalho ideal é ser jornalista da Rolling Stones2 . Não sei quais são as possibilidades disso aconte...

— Fará. — Disse-me, sorrindo, e mais uma vez peguei-me surpresa.

— Por que diz isso?

Sua resposta foi suave. — Por que sabe o que tem que fazer, sabe o que é importante.

Ruborizei, surpresa de que me dissesse semelhante coisa. Gritei um: — Obrigada.

Draco pegou um pouco de sorvete. — O que segue? A universidade?

Lambi minha taça e tentei acalmar-me o melhor que pude. — Sim, mas não é tão simples como soa... Rolling Stones só pega doze estagiários por ano, então realmente preciso surpreendê-los. Tenho certeza que aprenderia coisas se fosse à Universidade de Illinois. Mas se fosse à Evanston, estaria pronta.

Ele franziu a testa, parecendo confuso. — Então, aonde irá? Evanston?

— Não sei! — exclamei. — Esse é o problema! Fui aceita em ambas as universidades, mas Evanston é tão cara...

— E é por isso que está trabalhando para minha mãe? — Draco deixou sua taça.

Mordi o lábio e assenti. — Sim.

Virou sua cabeça para mim. — O trabalho. Quase esqueci.

— Eu também, — murmurei e olhei para baixo minha taça de sorvete vazia. — Quer voltar?

— Não. Ainda não.

Olhei para cima, piscando estupidamente. Ele queria passar mais tempo comigo? Virei-me desajeitadamente. — Oh! Bom... Há uma loja de discos na esquina. Se você gosta de Coldplay, deveria escutar Jon Buckley. Foi popular nos anos  0, mas acho que você gostará.

O sorriso de Draco faiscou. — Parece bom. — E eu me derreti.

Dirigindo para casa essa tarde, eu estava aturdida. Divertimo-nos bastante, saindo como... Amigos. E ele gostou tanto de Jon Buckley que escutamos quase o CD inteiro na loja antes que o encarregado dissesse-nos que era melhor comprarmos algo ou que nós fossemos embora. Então, comprei. Era só um presente, um presente de amigo. Queria que ele pudesse escutá-lo cada vez que quisesse... E que talvez pensasse em mim quando fizesse. Isso era errado? Não queria saber.

Ainda estava sorrindo quando estacionei em minha garagem. Notei um carro diferente na frente de minha casa, mas não pensei muito nisso enquanto caminhava para dentro. Um homem estava parado na cozinha com meus pais. Ele estava usando uma camisa pólo, caquis e um anel de casamento, vinculei-o como um dos clientes de meu pai que estava deixando um material de trabalho. Deixei a porta oscilada fechando-se atrás de mim, justamente quando ele deu a volta para olhar-me.

Tinha os olhos cor de jade – os olhos de minha mãe – e seu rosto! Era Charlie! Já não era o adolescente magro de minhas lembranças, mas um adulto de 30 anos. Imediatamente corri e atirei meus braços ao redor de seu pescoço. — Oh meu Deus! — sorri sobre seu ombro e vi os olhos de meu pai: olhos irritados, preocupados.

—Onde estava? — Meu pai fez a óbvia pergunta com truque.

Soltei meu irmão e disse a verdade. – Cuidando de Draco.

— Achei que tinha dito que não estava saindo com ele. Charlie disse que vira vocês dois caminhando, de braços dados, para o Mundo dos Sorvetes.

Isso não significa nada. Dei de ombros, mas minhas bochechas ruborizadas delataram-me. — Não estamos saindo.

— Bom, tenho que conhecer esse garoto, – meu irmão disse firmemente.

— O quê? — Olhei-o com a boca aberta.

— Charlie tem razão. Não sei se gosto da idéia de que te paguem por passar um tempo com um garoto com o qual tem um romance. — Acrescentou papai com um tom de objetividade. — Se quiser conservar esse trabalho, teremos que conhecê-lo.

Ofeguei. —Você não entende. Estou ganhando um bom dinheiro, bastante para pagar a Evanston.

Não percebi o que tinha dito até que vi o brilho nos olhos de papai.

— O quê? A Universidade Evanston?

— Ei, não deveríamos estar falando sobre Charlie? — Estanquei, coçando a parte traseira de meu pescoço, incômoda.

— Ei, eu estou bem, irmã, — disse Charlie com um sorriso rápido.

Com pouca opção, revelei. – Fui aceita na Universidade Evanston. Realmente quero ir para lá — é uma Universidade incrível — mas sei que é muito cara. Então, enviei o dinheiro para assegurar meu lugar e logo, quando obtive esse trabalho, percebi que tinha uma possibilidade.

Papai franziu a testa.

— Que dinheiro?

— Minha poupança. — Respondi timidamente.

— Sua poupança? — Papai sacudiu a cabeça, caminhou lentamente até uma cadeira da cozinha e sentou-se nela. – Não posso acreditar que não nos disse.

Vendo o olhar de dor em seu rosto, um sentimento de culpa e náusea golpeou-me. Disse silenciosamente. — Desculpe.

Papai passou suas mãos por seu rosto e logo me olhou. — Sabe, Hermione, sua mãe e eu queremos que seja feliz. Mas, você pensou realmente nisso? Tenho certeza que Evanston é uma grande Universidade, mas quando se formar, terá ao menos cento e vinte mil dólares em dívidas, não importa onde trabalhe no verão.

Engoli forte. — Eu sei.

Charlie colocou uma das mãos em meu ombro. — Vamos papai, ela merece ir a qualquer Universidade que quiser. Não esmague seus sonhos.

— Não estou. — Levantou-se e, buscando o rosto de minha mãe para uma aprovação, disse. — Hermione, se quiser ir a Evanston, pode ir. É sua escolha.

— De verdade? — Sorri tremendo, superada com alívio.

— Claro, – disse mamãe. — Só gostaria que nos dissesse isso antes.

Corri, abraçando cada um deles. Logo, separando-me, me fixei em Charlie, que não tinha desculpas para o fato de que eu não recebera cartas dele em semanas. — Então, o que tem feito?

Os olhos de Charlie, que estavam na janela, viraram-se para os meus. – Algumas coisas.

Levantei minhas sobrancelhas. — Sim, tenho certeza.

Papai colocou-se entre nós. — Vamos. Vamos a um lugar mais cômodo.

Guiou-nos até a sala e deixei-me cair em uma grande almofada roxa. Minha mãe preferiu sentar-se no chão – pela ausência de um sofá – e provavelmente deveríamos jantar no chão, também, se não fosse por papai. Dezenas de almofadas de todos os tamanhos, formas e cores enchiam o quarto. Charlie murmurou. — Nada mudou, —antes de sentar.

Mamãe, que parecia traumatizada, sentou-se no canto e colocou seus braços ao redor de sua almofada preferida. Seus olhos fixos em Charlie enquanto perguntava. — Por que você foi embora?

Meu irmão começou a retorcer seus braços. — Não queria mais ser parte do ciclo de Grayfield. Esses Alunos crescendo em suas casas de um milhão de dólares, aprendendo a dirigir, indo a Princeton. E nós nunca teremos mais que trinta mil dólares ao ano, vivendo em uma casa de cinqüenta anos, conduzindo Buicks usados! É irritante. – virou-se para mim — Hermione, por que iria quer sair com alguém daqui?

— Não estou saindo com ele! — Grunhi.

— Está bem, está bem! — Gritou papai — Charlie, não pode odiar alguém por ser rico e sabe disso, não foi assim que te criamos.

— Claro, criar-me. — espetou Charlie — Com Meus Filhos das Flores vivendo sempre fora dessa selva.

Os olhos de papai queimaram. — Não fale de sua mãe dessa maneira!

— É por isso que não voltei antes. — Charlie levantou-se, mas papai bloqueou.

— Não terminamos!

Meu pai e meu irmão enfrentaram-se por um tenso minuto e logo Charlie voltou reticente a seu assento. Papai respirou fundo e assentiu. — Está bem. Não podemos mudar o que aconteceu no passado, mas podemos fazer algo a respeito do futuro. Não quero descobrir um dia que tenho um neto de dez anos do qual não tenho idéia.

Charlie olhou o chão. —Na verdade... — O quarto ficou inquietamente silencioso. – Terá um em Agosto. — Levantou o olhar e levantou sua mão esquerda. — Casei-me há alguns meses. Seu nome é Sandy. Vivemos na granja de seus pais na Califórnia. Trabalho ali. Foi idéia de Sandy que voltasse. Encontrou uma das cartas de Hermione.

Ele fez uma careta quando minha mãe disse. —O quê?

- Há quanto tempo isso aconteceu? — Papai perguntou severamente.

Parecendo surpreso, Charlie disse. — Desde que me fui.

Mamãe virou-se para mim, lágrimas rolando por suas bochechas. Claro, eles não estavam surpresos de que ele casasse com uma garota sem dizer nada, mas eu era má? Ela gaguejou. — Como pôde não nos dizer? O que mais tem escondido?

— Isso é tudo! Juro! — Olhei meu irmão. — Ele não queria que contasse.

Charlie deu de ombros.

— Mas era só uma menina. Pensei que contaria.

— Bom, não contei, está bem?

— Está bem. — Meu pai suspirou. — De novo, o que está feito, está feito. Verdade Lucy? — Olhou para minha mãe, que assentiu lentamente. — Agora, acho que é melhor sua mãe e eu falarmos com Charlie, sozinhos. Não tem provas para as quais tem que estudar?

Franzi a testa, odiando que me deixassem de fora do ciclo. — São para segunda-feira, mas não são grande coisa.

Papai levantou suas sobrancelhas. — Formar-se não é grande coisa?

Virei os olhos. —– Não queria dizer isso...

— Assegure-te de dizer a seu namorado que tem que estudar amanhã, — disse minha mãe com voz gritante. — Mas que pode vir jantar.

Levantei minhas mãos no ar. — Ele não é meu namorado! E de verdade quer que o convide para jantar? — Três rostos ficaram me olhando como se eu estivesse louca. Sacudi minha cabeça. — Está bem.

Pisoteei todo o caminho para meu quarto. Odiava sentir que me tratavam como uma criança. Levantei o telefone e esmurrei rudemente os números no aparelho. O telefone soou e logo escutei a voz da Sra. Malfoy. — Alô?

— Oi, é a Hermione.

—- Hermione! – Chorou. — Oh, estou tão envergonhada pela outra noite.

— Não se preocupe. — fiz uma careta ante a lembrança dela chamando-me de babá de Draco. – Escute, só queria dizer a você que não vou estar disponível por alguns dias, por que tenho prova final na segunda-feira.

— Oh, você está se formando, também! Claro. É maravilhoso!

— Obrigada. Sim, terça-feira é o grande dia! —– Disse com um prazer falso.

— Bom, nesse caso, por que não tira folga na quarta-feira também antes que comece a tempo integral? — Ofereceu.

Traguei saliva. Quase tinha esquecido que estaria trabalhando em tempo integral. Quarenta horas por semana, só com Draco... Minha mente começou a ir à deriva, quando a ouvi perguntar. — Isso soa bem, querida?

— Sim, ótimo, — disse sonhando.

— Está bem. — Quase pude ouvi-la sorrindo — Direi a Draco que te espere na quinta-feira.

Rapidamente disse. — Oh, uh, posso falar com ele?

Ela fez uma pausa e logo disse. — Claro. — O telefone ficou em silêncio, imaginei, ela levava o telefone a seu quarto. Agora tinha alguma interferência enquanto ela cobria o fone, logo ouvi sua voz. — Hermione?

— Sim, oi. — Senti que ruborizava. Não podia perguntar a ele, não podia! — Como está?

— Bem, — disse, soando confuso. — Lembra, estava comigo faz uma hora?

Oh, não. Ele acreditava que eu era uma assediadora! Coloquei uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha e tentei rir. — Sim, eu já sei. Vejamos, meus pais sabem que estou, uh, te ajudando...

— Está bem? — Disse.

Suspirei e disse apurada. — Então, eles querem que venha jantar aqui amanhã.

Tinha um total e completo silêncio do outro lado do telefone, nem sequer podia ouvi-lo respirar.

Finalmente, ele disse. — E se não lembro mal, sua mãe está louca?

Resmunguei. — Bom, algo assim...

Riu. — Ei, não se preocupe por isso. Irei. Não é como se tivesse algo mais que fazer. Mamãe estará orgulhosa de meus avanços.

— Obrigada, Draco. Meu endereço está em meu currículo que enviei. Pode vir por volta das seis?

— Sim, vemo-nos então.

— Perfeito! Adeus! — Desliguei o telefone e tentei não pensar em como Draco era o material de namorado perfeito por que não importava. Verdade?

Para mim, o dia seguinte passou terrivelmente lento. Meu pai continuava dizendo-me que tinha que estar estudando, mas eu mal entendia a razão porque tudo o que tinha que fazer era aparecer e eu estaria apta a formar-me. E, claro, havia todo o assunto de Charlie. As coisas ainda estavam tensas entre ele e meus pais e, quando ele entrava em um quarto comigo, terminávamos tendo uma pequena conversa. O que podia dizer se não o via desde a idade em que achava que os Power Rangers eram geniais?

Sentei-me na mesa da cozinha, inclinada sobre meu livro de biologia. Olhei em branco a fotografia de uma flor dissecada enquanto minha mente derivava em pensamentos de dedos exploradores. Pulei de surpresa quando Charlie tirou uma cadeira e sentou-se. Sorriu ante minha reação. — Trabalho duro?

— Oh sim. — Endireitei-me e tirei o cabelo de meu rosto.

— Esperando para ver seu namorado?

— Não, — menti. — E ele não é meu namorado.

— Pensei que podíamos tentar uma conversa cara a cara de vez em quando, ao invés das cartas.

Pisquei. — As cartas não funcionam quando se deixa detalhes importantes de fora.

— Sobre isso. — Charlie coçou a parte de trás de seu pescoço. — Disse que sinto muito?

— Não.

— Bom, desculpe, — disse. — Não perdeste muito, só fomos a um juiz de paz.

Eu disse franzindo a testa. – Se vou perdoar-te, não vai ser pelas desculpas.

Charlie sacudiu sua cabeça. — Wow, irmã, quando envelheceste tanto?

— Eu? — Sem querer, ri. – Sr. Camisa Pólo você deveria estar falando!

Pegou sua camisa. — Ei, vou ser pai!

— Esse pobre menino. — Dobrei meus braços. — Então, como ela é?

— Quem?

— Sua esposa!

Charlie deu de ombros. — Ela... Não sei. É ótima. Faz a melhor panqueca de arando que já comi.

— E ela fez você vir aqui, é incrível, — acrescentei.

— Quando Sandy tiver o bebê, quer vir te conhecer.

— Claro. — sacudi minha cabeça para ele. — Você, um pai, ainda não posso acreditar.

— Bom, — Charlie levantou-se, — provavelmente deveria deixar você voltar ao trabalho.

— Claro, ei... Vai ser agradável está noite, certo?

O rosto de meu irmão brilhou com fingida inocência. — Claro, Aim. Não se preocupe.

Tentei sorrir, mas quando chegou o momento do jantar, estava nervosa. Minha mãe estivera correndo entre a cozinha e seu jardim durante a última hora. Disse que estava criando algo ―especial , o qual não estava segura que fosse algo bom. Uma das suas últimas comidas ―especiais  requerera a visita do departamento de bombeiros de Grayfield. Mantive meus dedos cruzados enquanto fingia olhar minhas notas.

Dez para as seis, a campainha tocou. Meu estômago deu uma sacudida quando abri a porta. Draco estava parado na entrada enquanto a Sra. Malfoy saudava, quando caminhava para sua BMW. Peguei seu braço para conduzi-lo para dentro e consegui dizer um — Obrigada por vir, — antes que Charlie nos encontrasse. Meu irmão bloqueou nosso caminho e ergueu-se em toda sua estatura, não que Draco pudesse notar a diferença.

— Então, você é Draco?

— Sim. — Draco mudou seu peso incertamente. — Sr. Granger?

— Na verdade, este é meu irmão mais velho, Charlie. — Expliquei.

— O que fugiu? — Perguntou Draco, inclinando sua cabeça para minha.

— Deus, ele faz soar como se eu fosse um menino pequeno, — disse Charlie, enquanto movia uma das mãos no rosto de Draco. Alcancei-o e chutei-o. — Ouch!

Draco franziu a testa. — O que aconteceu?

— Nada, — repliquei, enquanto olhava meu irmão. — Acho que o jantar está pronto.

Caminhamos para dentro da casa e sentamo-nos à mesa da cozinha. Mamãe apareceu com os primeiros pratos de comida. Meus olhos ampliaram-se quando olhei meu prato. Era uma comida orgânica, certo; ela prepara flores. Mais especificamente, ela tinha preparado uma salada de pastas com vinagrete de dentes de leão e pétalas de cravos, centáurea e rosas.

Papai apareceu com os outros pratos.

— Olá Draco.

— Olá. — Draco assentiu em sua direção.

Charlie olhou para baixo para seu prato. Com um tom sarcástico, disse. — Tem superado a ti mesma, mamãe.

— De verdade? — Minha mãe via-se esperançosa enquanto tomava seu assento.

Papai bateu em sua mão. — Sim, está lindo.

Estava sentada perto de Draco e ele aproximou-se, sussurrando. — Uh, o que é isso?

— Bom... — Meu irmão, que tinha ouvido, olhava divertido. — É uma salada de pastas.

Charlie levantou suas sobrancelhas e cuspiu. — Com flores!

— Cale a boca! — Cuspi de volta. — Não ofenda a mamãe.

Houve um ruído de talheres quando todos começaram a comer. Vi como Draco alargava sua mão na mesa, até que encontrou seu garfo. O primeiro bocado de salada que colocou no garfo levava uma grande, brilhante pétala de rosa. Sustentou o fôlego enquanto o garfo viajava até sua boca. Justamente quando estava a ponto de tomar o bocado, Charlie disse. — Draco, há quanto tempo conhece minha irmã?

O garfo voltou a seu prato, ainda com a pétala nele. Olhei meu irmão, enquanto Draco respondia. — Uh, um pouco mais de uma semana.

Charlie levantou suas sobrancelhas. – Isso é tudo? Pareciam bastante próximos, quando os vi.

Draco franziu a testa. — Quando nos viu?

— Charlie viu vocês dois no centro, — explicou papai.

— Oh. — Draco levantou novamente seu garfo para sua boca. — Sim, passamos bastante tempo juntos.

— Hermione disse que formara-se na Hogwarts. Deve ter sido um bom lugar para estudar, — disse mamãe.

O garfo parou.

— Na verdade, não tenho ido nos últimos meses.

As sobrancelhas de Charlie dispararam-se. — E ainda assim formara-se? É interessante o que o dinheiro pode fazer...

Comecei. — Charlie...

Draco ficou rígido. — Desculpe. Você formou-se?

Charlie pegou seu garfo de seu prato. — Você tem algum problema com GED ?

— Já chega! — Disse papai em voz alta.

Draco pegou o bocado de seu garfo. Começou a mastigar e, prontamente, parou. Sua mão deslizou discretamente para sua boca, inclinei-me para seu ouvido e sussurrei. — É só uma pétala de flor.

Ele assentiu enquanto removia a pétala com seu guardanapo.

— Tem planos Draco? Universidade? — Perguntou meu pai.

O rosto de Draco ficou negro. — Acho que não, agora.

— Se aprender Braille, estou certa de que pode ir, — sugeri com entusiasmo.

Ele deu de ombros. — Estou apenas vivendo um dia de cada vez.

Mamãe disse. — Sabe que Hermione forma-se terça-feira à noite?

— Só está contente de que alguém passe por essa cerimônia, — cuspiu Charlie.

Ela deu um olhar magoado. — Não quis dizer isso.

A mesa caiu abruptamente em um frio silêncio que permaneceu durante o resto do jantar. Desejei desesperadamente que o chão tragasse-me e levasse Draco comigo. Assim que terminamos de comer, levei Draco para a saída, para afastá-lo de minha família. Nós sentamos nas escadas e, depois de um momento em silêncio, disse. —Desculpe por isso. 


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