Os Desertores de Konoha escrita por Angel_Nessa


Capítulo 10
CAPITULO 8 – OS PAIS DE NARUTO PARTE I


Notas iniciais do capítulo

*esse é um capitulo bonus da fic*



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É estranho como algumas lembranças são mais vividas do que outras. Eu me lembro muito bem do exato dia que fiquei sabendo de toda a verdade a respeito do passado de Naruto.


Estávamos na aldeia a algum tempo, novamente havíamos tidos confrontos com a Akatsuki e bem sem muito sucesso retornamos ao vilarejo, Tsunade-sama nos ordenou permanecermos na Aldeia da Folha por tempo indeterminado, já que alguns ninjas haviam coletado informações de que Orochimaru pretendia atacar a aldeia. Ainda me pergunto que classe de ninja conseguiu essa informação que resultou ser falsa, deve ter sido da classe ninja ‘idiotas’.


Enfim, como eu estava na aldeia fui passar o tempo no hospital, tá bem , eu fui é trabalhar mesmo. Eu era uma ninja médica, trabalhar no hospital era parte da minha rotina de serviço. A manhã havia passado bem tranqüila, com sempre os mesmo casos chatos de sempre, mas no começo da tarde uma mulher foi trazida para o hospital com graves ferimentos. Segundo relataram os moradores que a trouxeram, a mulher estava nas redondezas de Konoha e pelos ferimentos parecia ter sido atacada; claro que se ela estava ferida era porque tinha sido atacada eu não esperava escutar deles que a mulher pegou uma kunai e atacou a si própria, enfim, eu estou apenas transcrevendo as informações que me haviam sido relatadas pelos moradores.


A mulher já de idade avançada tinha ferimentos principalmente na região do abdômen e o mais grave estava próximo ao coração, quem a atacou com certeza estava querendo que ela morresse. Os moradores e as outras enfermeiras me deixaram numa sala sozinha com a mulher e um quadro envolto num pano branco que ela teimava em não soltar.


- Meu nome é Sakura, eu vou cuidar da senhora


- Não precisa se incomodar minha jovem, eu em breve estarei deixando essa vida – respondeu a mulher num tom de voz melancólico


- A senhora vai ficar boa – tentei anima-la, o que eu ia fazer? Não podia simplesmente virar as costas e dizer ‘fica aí quietinha então que daqui a pouco eu volto para ver se a senhora morreu mesmo’


Estendi minhas mãos e coloquei-as no quadro, a mulher me olhou com uma cara assustada, eu não sabia o que tinha ali mas com certeza era algo de muito valor.


- Fique tranqüila eu vou colocar o quadro aqui do lado para poder ver os seus ferimentos


Diante de meu apelo, a mulher cedeu e deixou que eu tocasse no quadro, coloquei o quadro envolto no pano branco machado de sangue ao lado, e comecei a usar meu jutsu para curar as feridas da velha senhora, era certo que não podia fazer nada por ela exceto amenizar sua dor.


- É estranho voltar aqui depois de tanto tempo


- A senhora morava em Konoha?


- Sim, há muitos anos atrás eu morei aqui, mas quando minha menina morreu eu fui embora


Por natureza pessoas idosas gostam de contar a história de sua vida, pessoas idosas que estão morrendo gostam mais ainda, acho que eles acreditam que essa é uma maneira de fazer com que sua existência, ainda que presa a uma história, continue vivendo mesmo após suas mortes. Sabendo disso, e sendo curiosa eu incentivei a mulher a continuar me contando.


-         A senhora tinha uma filha?


-         Não... – a mulher tinha certa dificuldade em prosseguir falando – eu era a babá dela, ela era a minha responsabilidade e mesmo assim eu falhei em protege-la, assim como falhei em proteger seu filho.


-         Tenho certeza que a senhora fez tudo o que podia – eu tentava arrumar desculpas para uma história que eu nem conhecia. 


-         Não, eu o abandonei – uma lágrima surgiu nos olhos da velha senhora, eu não acreditava que estava fazendo a mulher chorar


-         Fique tranqüila – tentei acalma-la, na verdade eu já estava bem tensa tentando manter o jutsu, e agora a mulher chorando só piorava a minha situação – por que não me conta sobre a sua menina?


Uma solução rápida e impensada, mas eu pensei que se ela me falasse do passado se esqueceria do presente; como era esperado uma jogada de mestre da minha parte, claro, que isso antes que eu soubesse do passado da mulher.


A velha senhora respirou com dificuldade e começou o seu relato.


-         Eu na verdade pertenço ao país do redemoinho


-         Eu nunca ouvi falar – fui sincera


-         E acredito que nunca ouviria, já que ele foi destruído há muito tempo... eu vim para Konoha trazendo em meus braços a minha menina que na época tinha apenas 5 anos... – a mulher fez uma breve pausa e fechou os olhos, eu não acreditava que ela ia morrer e me deixar curiosa, concentrei mais energia e aumentei a intensidade do jutsu, a mulher voltou a abrir os olhos


-         Disse que trouxe a sua menina para Konoha


-         Sim, eu a criei aqui cercada de atenção e carinho - ela prosseguiu com a história – ainda muito jovem decidiu que seria uma ninja e entrou para a academia; ela era uma garota ativa e travessa, não havia quem a segurasse – em outras palavras a tal menina era uma pestinha – era forte, impulsiva e geniosa, além disso tinha um espírito infantil que a acompanhou por muitos anos até que ela se casou


-         Eu imagino como ela foi – durante o relato da velha senhora tive um deja-vu de que conhecia bem esse tipo de personalidade, bem, no momento não me lembrei de quem eu conhecia, mas agora revendo e conhecendo aonde essa história conduziria eu posso dizer que o relato da mulher sobre a personalidade de sua ‘menina’ me fazia lembrar o Naruto.


A velha senhora sorriu


-         É difícil conhecer pessoas como ela, em toda a minha vida nunca conheci ninguém que se parecesse a ela


Engraçado, né? Eu conheci, vou deixar a brincadeira de lado e continuar o relato.


-         E o que aconteceu com ela?


Nossa tem hora que a gente faz cada pergunta idiota, até aquele momento estava mais do que claro que a tal menina havia morrido, além do mais  fazer a velha senhora se lembrar do fato só pioraria o estado de ânimo dela; me justifico dizendo que em meio aquela história a minha curiosidade falou mais alto do que qualquer outra coisa.


Depois que eu perguntei isso, a velha senhora ficou em silêncio algum tempo antes de me contar.


-         Ela se casou com o quarto Hokage desse vilarejo, o nome dele era Minato Namizake. Era um rapaz muito bom e muito forte, muitos não acreditavam que eles se casariam, afinal quem os conhecesse veria que eles estavam longe de ser um casal perfeito, mas acho que foram tantas imperfeições que os uniram e fizeram deles um casal maravilhoso


Calma aí tia, nessa hora eu já estava chocada. Eu nem sabia que o quarto Hokage havia sido casado quanto mais que a tal menina do começo da história havia se casado com ele.


-         Casada com o quarto Hokage... – demorou para eu absorver e processar toda essa história


-         Sim, e eles tiveram um lindo menino – a mulher sorriu ao lembrar do garoto – mas a desgraça veio sobre a aldeia – o rosto da mulher se contraiu mas não foi de dor pelos ferimentos que ela tinha – um monstro atacou a aldeia, e Minato foi defender Konoha  – essa história eu lembro de ter ouvido – a minha menina foi atrás do marido, eu disse para ela ficar, mas ela disse que não deixaria Minato lutar sozinho. Ela era forte, mas eu sabia que aquele monstro era mais.. ela deu um beijo em seu filho e saiu para ir atrás do marido


-         Ela morreu, não é mesmo? – meus olhos estavam marejados


Nem sei por que perguntei isso afinal estava bem claro o que havia acontecido.


-         Sim...


Eu me afastei da mulher interrompeu meu jutsu sobre os ferimentos da mulher. Eu continuei a conversa.


-         O marido dela, digo, o quarto Hokage também morreu nessa batalha


Nota 10 para mim na aula de história.


-         Minato morreu logo depois de lacrar o monstro no corpo de seu próprio filho


 


 


A jarra de vidro com água escorreu das minhas mãos e foi parar no chão, os cacos de vidro se espalharam e um deles atingiu minha perna abrindo um pequeno corte, mas quem se importa com isso diante da revelação da mulher. Eu estava pasma, mesmo assim decidi confirmar a história.


-         Lacrou o monstro no corpo do próprio filho?


-         É, ele acreditava que seu filho poderia usar o poder daquele monstro para proteger o vilarejo... eu não queria que ele fizesse isso, eu pedi que ele não o fizesse, mas meus apelos foram inúteis.


Vai com calma aí com essa história porque eu já estava completamente sem ação. Meu cérebro nunca trabalhou tão rápido tentando processar todas as informações, na verdade, era apenas uma informação que me custava aceitar como sendo verdadeira.


-         “Naruto era essa criança?”


Desviei o olhar para o lado e vi o quadro que a mulher carregava com zelo quando chegou ao hospital.


-         Esse quadro...?


-         Abra-o – ordenou a mulher – assim poderá conhecer a minha menina


A minha motivação em confirmar aquela história que se fazia tão verdadeira diante de meus olhos; rapidamente eu peguei o quadro e delicadamente retirei o pano que o envolvia. Novamente senti meu corpo se paralisar ao ver que o quadro era de uma família, lá estava um homem alto e loiro com uma mulher muito bonita que carregava no colo um bebê recém-nascido.


-         Essa é a minha menina – apontou para a mulher que carregava a criança e estava a frente do homem – e este, é o marido dela – apontou o homem atrás dela – e este no colo dela é o filho dela – por fim apontou para o bebê.


-          A sua menina, como ela se chamava?


-         Kushina... – a mulher fez uma pequena pausa – Kushina Uzumaki


Eu me levantei, era como se uma corrente elétrica atravessasse meu corpo e me impedisse de continuar sentada.


-         Não pode ser – sussurrei


A mulher começou a tossir, e eu fui amapara-la. A situação dela se tornava mais critica a cada momento, ela colocou a mão sobre o ferimento no coração.


-         Eu vim em busca do filho da minha menina – falou em meio a crise de tosse – mas acho que não poderei vê-lo... só queria saber se ele está bem


Eu sorri ao ver a preocupação da mulher


-         Ele está bem


-         Você o conhece? – ela me perguntou num tom de surpresa


-          Sim, e ele se parece com o pai, mas pelo o que me contou tem o espírito da mãe.


A mulher sorriu em retribuição e parecia feliz em escutar minhas palavras.


-         Diga a ele que os pais dele o amavam muito, e conte que a mãe dele sempre o protegeu e sempre vai protege-lo.


Ao dizer isso a mulher morreu em meus braços, e as lágrimas contidas em meus olhos caíram. Uma das enfermeiras abriu a porta.


-         Ela morreu foi? - era bem lógica resposta – Tsunade-sama a está chamando...


Era uma consideração por parte da enfermeira, mal havia perguntado se a mulher havia morrido e já veio com o recado de que a Tsunade estava me chamando.


-         Yukina – chamei a enfermeira que era mais velha do que eu – você se lembra do quarto Hokage?


-         Sim – respondeu a mulher – mas por que a pergunta?


-         Sabe quem eram as pessoas próximas a ele?


-         Sakura que tipo de pergunta é essa? – a enfermeira estranhava a minha pergunta, e sinceramente não a posso culpara afinal realmente era bem estranha


-         Quem ainda vive nesse vilarejo que o conhecia?


-         Vejamos... a minha irmã Rin foi treinada por ele, ela tinha dois companheiros de equipe... ah, um deles era o seu sensei, é, lembro que Kakashi era companheiro de equipe de Rin


-         Kakashi foi treinado pelo quarto Hokage... – era engraçado o fato de que eu nunca tinha perguntado para o meu sensei quem havia sido o sensei dele.


-         Quem mais?


-         Eu não conhecia muito a vida do quarto Hokage


-         E a família dele? – meus questionamentos não tinham fim – conhecia a esposa dele?


-         Já chega Sakura! – esbravejou a enfermeira comigo – não sei porque tanto interesse assim na vida do quarto Hokage, deveria perguntar para Tsunade-sama afinal é ela quem o conhecia melhor...


-         “Tsunade-sama o conhece melhor...”


-         É melhor se apressar que ela quer vê-la


A enfermeira saiu da sala e eu rapidamente voltei a embrulhar o quadro num pano branco, sai da sala e me dirigi a recepção, uma outra enfermeira estava no plantão da recepção.


-         Naru, sabe o nome daquela mulher que eu atendi? Aquela que os moradores trouxeram


-         Um dois moradores disse que a conhecia, o nome dela era... Amy Cartow, mas por que a pergunta?


-         Apenas curiosidade.


Comecei a me movimentar em direção ao escritório de Tsunade-sama.


 


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