Broken Trust escrita por Eleanor Rigby


Capítulo 8
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Pra esse capítulo, eu resolvi deixar o link de uma música para servir como trilha sonora (principalmente da cena em que Soul está no apartamento). Eu escutei essa música enquanto escrevia o capítulo, e resolvi compartilhar a sensação que tive com vocês, rs.
A música é do SOAD, e se chama Spiders: http://www.youtube.com/watch?v=SqZNMvIEHhs
Boa leitura.



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Soul Eater POV


Ali havia uma estaca exatamente igual àquelas que, supostamente, eu vi Maka usar para matar aquela garota. Me aproximei da parede com alguns passos largos para ter certeza de que não era uma alucinação. Nesse curto espaço de tempo em que me dirigi até a parede, me lembrei que, quando eu assisti àquela cena de anos atrás, Maka havia guardado uma estaca no bolso da blusa. Quando enfim estava a apenas alguns centímetros da parede, tive absoluta certeza de que era realmente o mesmo tipo de estaca daquela noite.

Isso indicava o que? Que a Maka tinha entrado ali e feito tudo aquilo? Não, não era possível. Mais cedo eu senti plenamente, pelo jeito que ela me olhava e sorria, de que ela era inocente. Mas agora eu não tinha mais certeza de nada.

Todos aqueles acontecimentos atormentavam minha alma e minha mente, eu não conseguia raciocinar direito com tanta informação ao mesmo tempo. Eu tinha que me acalmar para tomar alguma atitude.

Com certo esforço psicológico, consegui aquietar o espírito por um breve momento. Analisei a cena daquela sala mais uma vez e consegui perceber alguns detalhes que antes eu não havia notado. No canto daquele rodapé estava jogada a correntinha que Naomi sempre usava no pescoço. Era uma herança de família que ela fazia questão de nunca tira-la do corpo. Então porque ela estava jogada ali, regada por algumas gotas de sangue?

Uma presunção caiu sobre mim como uma bigorna. Estava claro, como eu não percebi antes? Seja quem for que tivesse feito aquela bagunça na sala e escrito aquela mensagem na parede, esse alguém deve ter pego Naomi e a levado a força. Ou até mesmo... matado-a.

Com passos urgentes, percorri todo o apartamento, procurando por mais alguma pista. Mas não havia nada. Puxei o aparelho celular do bolso da calça e iniciei uma chamada com o número de Naomi que se encontrava na discagem rápida.

“Este número está fora da área de serviço ou desligado.”

Bufei depois de encerrar a chamada pressionando o botão vermelho do teclado. O que eu devia fazer? Fitei mais uma vez a mensagem deixada na parede. Aquele sangue escorrendo das letras, marcas de mãos ensanguentadas, um rastro de sangue no rodapé...

De repente, a lâmpada que iluminava o ambiente estourou. Inevitavelmente, me assustei com aquilo. A luz lunar deixava apenas uma penumbra iluminando muito pouco a sala. Se aquele ocorrido foi que acaso ou premeditação eu não sei. Só sabia que eu tinha que sair dali, antes que tivesse um colapso nervoso. Providenciei então minha retirada daquele apartamento. Com uma mensagem ameaçadora daquelas, era estritamente perigoso continuar lá dentro. Assim que pus os pés na calçada da rua, senti o interior da calça jeans vibrar. Aquilo indicava alguma chamada ou mensagem no celular. Levei a mão ligeira até o bolso e retirei o aparelho. Quando reconheci o número escrito na tela, vi que não era Naomi retornando a ligação, e sim Maka que ligava para mim.

Uma tensão paralisante tomou controle do meu corpo. Eu não tinha certeza se ela era culpada de provocar todo aquele estrago no apartamento, mas também não tinha certeza que ela era totalmente livre de culpa. Eu deveria atender ou não?


– Moshi-moshi. – Algo dentro de mim me levou a atender aquela chamada.

– Soul, você está em casa? – Um silêncio repercutiu depois da indagação. Eu decidi testar Maka com propósito de saber se ela tinha envolvimento nesses acontecimentos.

– Não, estou no Shibusen, ajudando o Sid-sensei. – Presumi que se ela tivesse culpa, e eu dissesse que estive em casa, ela deduziria que eu teria visto todo o alvoroço no apartamento e aquela mensagem na parede.

– Hm. – Ela pausou e voltou a falar depois de arfar. – Aconteceu algo estranho hoje. Eu ia pedir pra você vir até aqui, mas pelo jeito você está ocupado.

– Eu não vou demorar, daqui a pouco estarei livre. – Eu tentava adivinhar o que de estranho teria acontecido a ela; Talvez fosse apenas uma isca para me atrair até uma armadilha. Foi então que tive outra ideia para tentar arrancar-lhe alguma informação. – Maka... Hoje a Marie-sensei estava te procurando, ela disse que precisava da sua ajuda, que te ligou mas você não atendeu... – Deixei minha fala no ar, esperando alguma reação da parte dela.

– Ela ligou? Eu acho que a chamada não completou, porque não há nada na caixa de entrada. – Senti um frio na barriga. Maka não podia descobrir minha farsa... – Ah! Ela deve ter ligado quando meu celular estava fora de área, porque hoje eu passei o dia fora da Cidade da Morte com meu pai, tivemos que resolver alguns problemas para o Shinigami-sama. Inclusive eu te liguei pra dizer que não tive tempo para iniciar aquela investigação porque eu acabei de chegar em casa e... – Ela continuou a falar, mas eu não conseguia escutar mais nada além de um blá-blá-blá.

“(...) Hoje eu passei o dia fora da Cidade da Morte com meu pai.” Suas palavras ecoavam em minha mente, formando uma enxurrava de alívio que levava todas as dúvidas que eu tinha sobre ela até aquele momento.

Isso só provava que não teria sido Maka a culpada da bagunça no apartamento. Eu estava realmente aliviado.


– Maka, – Interrompi a garota que silenciou do outro lado da linha. – Eu acho que já tenho um ponto por onde começar a nossa investigação.

Ela pareceu animada com a ideia.

– É mesmo?! E o que é?

– Não dá pra dizer pelo telefone. Posso ir até aí? Acabei de terminar meu serviço como monitor. – Menti mais uma vez, mas só para acobertar as mentiras anteriores que foram necessárias.

– Mas é claro! Estou te esperando. – Em seguida, nos despedimos e a chamada encerrou-se.

Devolvi o celular ao bolso e montei na moto parada logo à minha frente. As chaves foram de encontro à ignição, ligando o motor. Os pneus cantaram enquanto eu dava a partida e aumentava a velocidade, partindo para a casa de Maka.


__________


Maka POV


O dia havia sido bastante cansativo. Eu e meu pai tivemos que sair da cidade e percorrer um deserto inteiro procurando por um criminoso presente na lista do Shinigami-sama. Ainda bem que obtivemos êxito em nossa missão; derrotamos o inimigo e, depois de voltarmos à Cidade da Morte, meu pai levou o criminoso até a prisão do Shibusen. Quando cheguei em casa já era noite, e a exaustão me tomava por inteira. Mas não me dei o luxo de descansar; peguei o telefone para ligar ao Soul. Mas antes que realizasse tal ação, a campainha soou. Ao atender a porta, dei de cara com o Stein-sensei. Ele disse sério, girando o parafuso em sua cabeça, que tinha assuntos a tratar comigo. Achei estranho mas o convidei para entrar.


Foi aí que tivemos uma conversa bastante estranha.


Depois que Stein foi embora, só então eu liguei para Soul. Eu quis contar o que tinha acabado de conversar com o sensei, mas Soul disse que estava no Shibusen, e além de não querer atrapalhá-lo, eu tive receio de que Stein estivesse próximo dele e acabasse por nos escutar e perceber que eu contava a conversa que tivemos a ele.

Soul sugeriu vir até minha casa, e achei perfeito, já que então eu poderia contá-lo o ocorrido.

Após um intervalo de tempo de aproximadamente 20 minutos, Soul apareceu em minha porta. Depois que o chamei para entrar, nos sentamos, ele na poltrona e eu no sofá, iniciando a conversa não terminada por telefone.


– Então, o que aconteceu de estranho que você queria me contar? – Soul perguntou apoiando os cotovelos nas pernas ligeiramente abertas e o queixo nos punhos cerrados.

– Bem... Hoje o Stein-sensei veio até aqui em casa. – Quando balbuciei o fim da frase, Soul ergueu o tronco e a cabeça ligeiramente, tomando uma posição mais ereta. O grisalho pareceu surpreso. Eu apenas continuei. – Ele começou a perguntar sobre o dia que precedeu o baile de gala no Shibusen. Eu achei bem intrigante, já que eu e você tínhamos conversado hoje, na parte da manhã, sobre esse dia.

Soul estava entretido com o assunto, seu olhar indicava sua curiosidade pelo o que eu contaria posteriormente. Ele não dizia nada, apenas aguardava a minha continuação. Então assim a fiz.

– Ele me disse que você o procurou hoje e que o perguntou sobre uma tarefa que ele teria passado pra nós naquele dia a anos atrás. Isso aconteceu mesmo?

O rapaz grisalho fez que sim, assentindo com a cabeça. Prossegui com as interrogações.

– Ele também me disse que não se lembrava de ter dado essa tarefa a nós. Ele te disse isso?

– Disse. Eu perguntei ao sensei porque queria achar um ponto de início para nossa investigação. Mas ele negou que tivesse dado a tarefa. Eu achei muito estranho ele não se lembrar, pois eu me lembro muito bem. Você também, não é? Nós passamos o dia todo observando os professores e averiguando a sala deles. – Soul dizia como se sentisse coberto de razão.

Fixei meu olhar no dele e proferi com tom de seriedade.

– Soul, eu estou te questionando isso porque... – Pausei e retomei depois de engolir seco. – Eu também não me lembro dessa tarefa extra.


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Notas finais do capítulo

Cérebro do Soul nessa hora tá dando pau, todo bugado, não ta entendendo nada. HUAHUAUAS Ô dó.