Broken Trust escrita por Eleanor Rigby


Capítulo 9
Capítulo VIII




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Soul Eater POV


– Como assim não lembra?! Nós passamos aquele dia inteiro juntos. – Exclamei gesticulando com as mãos.

– Soul, isso nunca aconteceu. Naquele dia eu fiquei o tempo todo com a Tsubaki. Eu me lembro que eu e ela tínhamos ido ao aeroporto comprar as passagens da minha viagem à casa da minha mãe, e o resto do dia ela me ajudou a aprontar a mala. – A cada palavra que Maka dizia, eu sentia um nó em minha mente apertar-se cada vez mais.

De duas uma; Ou eu estava completamente louco e tido alucinações naquela noite, ou todo mundo de repente tinha se esquecido o que tinha acontecido.

Eu e Maka nos entreolhamos. Víamos a sinceridade transbordar em ambos os olhares; Ninguém ali estava mentindo. Mas era evidente que havia um grande mal entendido por trás de tudo.

– Se não era você que estava comigo, então... Alguém se passou por você naquele dia, Maka. – Eu estava completamente tomado por uma sensação compreendida entre tensão e ódio, ao imaginar que eu havia sido tão facilmente enganado. E parece que Maka percebeu, pois logo senti suas mãos pousarem sobre meus joelhos. O espaço entre o sofá e a poltrona não era muito grande, o que tornava possível que ela me alcançasse sem se levantar.

Olhei-a inclinada até mim com um olhar aconchegante, proferindo algumas palavras de reconforto.

– Soul, fique calmo, não precisa se exaltar. – Era impressionante como ela conseguia ler pelo olhar a minha vontade de explodir.

Foi só nesse momento que eu percebi o tamanho do erro que eu havia cometido. Por todos esses anos eu a incriminei por algo que obviamente ela não faria nunca.

Logo ela... A única pessoa que algum dia já teve meu coração entregue.


Nossas mãos se encontraram. As minhas que eram grandes comparadas às dela, cobriram-nas por completo quando sobrepuseram seus dedos finos e delicados. Notei o seu rosto apresentar uma leve vermelhidão. Pressionei levemente minhas mãos sobre as dela, impedindo que ela tentasse sair dali. Ao fim desses atos, gradualmente agachei meu tronco, chegando à altura em que ela se encontrava, já que ela estava inclinada do sofá até mim. Agora havia apenas alguns milímetros separando nossas faces. Estávamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração quente, que agora estava um pouco irregular. Eu ainda fitava seus olhos, mas ela havia abaixado o olhar, evitando o contato visual direto. A proximidade pareceu ter tomado a voz de ambos, pois nenhum dos dois conseguia dizer absolutamente nada; Mas aquela situação já dizia tudo por si só. Eu segurava suas mãos, mas ela poderia muito bem recuar o restante do corpo. Mas ela não fez. É como se estivesse permitindo que eu avançasse. Logo, não quis perder mais tempo; Eu já tinha esperado demais. Eu quebrei aquela pouca distância entre nós e toquei seus lábios com os meus. Não houve resistência da parte dela, a qual abriu os lábios em um movimento sutil. Adentrei aquela abertura com a língua, em um movimento milimetricamente calculado para que ela não se sentisse invadida. Passamos então a explorar a boca um do outro, nos deliciando com aquela troca de sabores. Em certo momento, soltei as mãos de Maka para tocar-lhe os cabelos. Meus dedos entrelaçaram seus fios louros, iniciando algumas carícias. Ela teve a mesma atitude e levou suas pequenas mãos à minha nuca, fazendo os pêlos daquela região se enrijecerem e um arrepio percorrer meu corpo. Tal consequência pareceu tê-la agradado, pois entre o nosso beijo ela sorriu. Aquele sorriso foi provocante e eu me senti totalmente fisgado por ele.

Cessei o beijo por alguns segundos, para que eu me levantasse da poltrona e me sentasse ao lado dela no sofá. Assim que me sentei, puxei-a pela cintura, aproximando nossos corpos. Assim reiniciamos o beijo de imediato. Com a excitação do momento, eu a tocava e ela também me tocava. Eu explorava cada curva de sua silhueta com as mãos, pressionando cada vez mais o corpo dela contra o meu, podendo sentir o volume de seus seios roçarem minha camisa. Eu tinha vontade de avançar muito mais do que aquilo, mas eu temia que ela tivesse uma reação negativa. Então apenas me limitei a continuar aqueles beijos acompanhados de carícias. Mas houve um momento que ela passou uma das mãos por baixo da minha camisa, como se quisesse arrancá-la fora. Eu permiti, é claro. As duas mãos dela agarraram a borda da camisa, prontas para erguê-la.

Foi então que um ruído vindo da porta soou. Aquilo agiu como um balde de água fria. Maka me soltou imediatamente, e quando assustei, ela já estava de pé no meio da sala.

– Ai Soul, você é tão engraçado! – Ela dava risadas nervosas e forçadas. Eu, obviamente, fiquei sem entender nada, a poucos milésimos de segundos atrás eu estava anestesiado pelo toque dela. Mas eu a compreendi quando a porta se abriu e de trás dela surgiu Spirit.

– Papa! Chegou tão cedo... – Maka forjava descaradamente uma alegria falsa ao ir de encontro com o pai e abraçá-lo. Mas Spirit era idiota demais para perceber a encenação. Ele parecia mais preocupado em abraçá-la mutuamente, já que aquilo acontecia de vez em nunca.

Quando eles cessaram o gesto afetuoso, Spirit me encarou com um olhar fulminante.

– Posso saber o que esse abusado estava fazendo sozinho com minha filhinha? – Eu revirei os olhos ao ouvi-lo falar. Porque ele tinha que ser tão idiota? Ele era sempre infantil, mesmo tendo mais de 30 anos. Quando dei por mim, Spirit havia avançado pra cima de mim, em um movimento atrapalhado, ameaçando-me com as mãos e proferindo xingamentos contra mim. Mas não havia o que temer, ele era como um cão que ladra mais não morde.

– Papa, papa! Para com isso. – Maka segurava um de seus braços por trás, puxando-o na tentativa de evitar qualquer outro avanço dele.

– Se eu souber que você tocou a Maka... – Spirit exclamava enquanto eu me segurava para não rir das caras bizarras que ele esboçava.

Calmamente, após respirar fundo, enfiei as mãos para dentro dos bolsos, como de costume, e me levantei do sofá.

– Fica tranquilo Spirit... Fique sabendo que tudo que eu fizer com a Maka foi com o consentimento dela. – Minha fala despertou mais ainda a “fúria” de Spirit, que agora esperneava mais xingamentos, enquanto eu caminhava até as escadas, dando-o as costas e deixando-o falar sozinho. Decidi então provocá-lo mais um pouco, soltando algumas últimas palavras. – Estarei te esperando no seu quarto, Maka.–

Subi as escadas rindo, e ignorando o piti que Spirit dava.


Depois que entrei no quarto de Maka, bastou apenas 2 minutos para que a garota loura adentrasse o quarto pisando forte, batendo a porta em suas costas. Encarei-a sentado na cama, rindo da cara de brava dela.

– Soul Eater! Isso foi realmente desnecessário. Agora vou ter que ficar escutando por uma semana meu pai dando sermão sobre coisa que eu não preciso escutar. Ah, mas você me paga! – Ela parecia cada vez mais brava, ainda mais com as risadas que eu dava ao vê-la tão nervosa. A loura arremessou uma almofada em minha cara, mas eu fui mais ágil e apanhei-a no ar. Ela sentou-se com os braços cruzados ao meu lado na cama, ainda com a cara fechada. Sorrindo, eu me aproximei, colocando uma das mãos em volta de seus quadris e beijando carinhosamente a lateral de seu pescoço.

– Diz meu nome de novo... – Cochichei próximo à sua orelha, mas logo fui repelido por um empurrão dela.

– Não adianta vir com esse papinho! – Maka proferia com rispidez, reajustando sua posição na cama e se sentando um pouco mais distante de mim. – Nós temos coisas muito mais sérias para conversar. Ou você já se esqueceu pra quê veio até aqui?

De súbito, retomei a consciência de que havia assuntos mais sérios a serem tratados. Maka, então, reiniciou de onde havíamos parado antes do clima esquentar.

– Então... Você havia dito que tinha achado um ponto de início para a investigação. O que é? – Ela indagou, enquanto buscava algo no criado mudo ao lado a cama.

Dei um tossido de leve para ajustar a voz e proferi dando uma resposta à pergunta da loura.

– Hoje, quando você me ligou, na verdade eu não estava no Shibusen. – Maka puxou um bloquinho de papeis da gaveta e se ergueu rapidamente ao ouvir minhas últimas palavras, demonstrando surpresa. – Ér... Mas eu menti por uma boa causa. – Prossegui contando-lhe o porquê das minhas mentiras, e, em seguida, contando-lhe a cena que eu havia encontrado no apartamento.

Maka parecia espantada ao fim de minhas palavras. Ela havia anotado algumas de minhas palavras no bloco de papel em suas mãos, inclusive a mensagem que havia sido deixada na parede.


– Soul, isso é muito sério. – A preocupação fez-se explícita em sua expressão. – E você conseguiu achar a Naomi?

Confesso que me senti surpreendido pela indagação de Maka. Garotas possuem tantas rivalidades entre si, não me surpreenderia que Maka odiasse Naomi. Mas ela demonstrou-se preocupada com a ruiva. Isso só confirmava o quão eminente Maka era sobre as demais garotas.

Como resposta ao questionamento, gesticulei negativamente com a cabeça, deixando Maka ainda mais preocupada.

Permanecemos em silêncio por alguns minutos; Nós dois pensávamos mentalmente sobre qual atitude deveria ser tomada. A quebra do silêncio veio da parte de Maka.


– Nós não vamos chegar a lugar nenhum assim. Precisamos da ajuda de alguém. – Ela pausou depois de fitar o chão com ar de desesperança. – Mas quem?

Fitei-a, percebendo por sua expressão corporal que estávamos à mercê de um problema sem solução. Mas como uma luz no fim de um túnel escuro, uma ideia relampejou em minha mente. Dei início a novas palavras, com tom de entusiasmo, com a finalidade de reanimar Maka.


– Eu sei de alguém que pode nos ajudar! – Proferi envolto por um sorriso, em seguida me erguendo da cama e puxando um dos pulsos de Maka, assim nos colocando para fora do quarto.


_________


[Cidade da Morte; Antigo apartamento de Soul e Maka]



– Soul, o que viemos fazer aqui? – Maka ainda parecia sem esperanças, mas eu insistia em mantê-la animada.

Assim que descemos da moto que nos levou até ali, voltei a puxar Maka pelo pulso. Nossos passos seguiam apressados degraus à cima, e quando chegamos à porta do nosso antigo apartamento, minhas mãos urgentes bateram seguidas vezes na madeira da porta fechada.

– Nós vamos pedir ajuda pra-... – Maka balbuciou tais palavras, demonstrando finalmente ter entendido. Ela não chegou a completar a frase, pois não havia necessidade; Nós dois sabíamos a resposta. Eu assenti positivamente com um sorriso no canto dos lábios enquanto a porta se abria pouco a pouco. Assim que essa se abriu por completo, um corpo pulou sobre mim, me apertando com um abraço, me deixando sufocado.

– Soul-kun! – O mesmo corpo sobre mim, agora exclamava meu nome, e enchia meu rosto de beijos. Olhei discretamente pelo canto do olho para Maka, que olhava irritada para os lados, tentando disfarçar o ciúme estampado em sua expressão.

– Awn Maka-chan, não faz essa carinha. Eu também senti sua falta. – A mesma voz voltou a soar. O corpo que me agarrava, agora apertava as bochechas de Maka. Percebi a loura controlar a irritação que a tomava.


Ela se limitou a retirar aquelas mãos de sua bochecha e proferir poucas palavras.


– Também senti sua falta, Blair-chan.



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Notas finais do capítulo

Agora chegou a linda da Blair. *-*
A Maka vai ter que se controlar com esses ciúmes, hihi.