The Uncommon Life escrita por Espiador Multiversal


Capítulo 6
Chapter 6 - The Uncommon Decision


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso GIGANTE! Entrando no ensino médio, dias corridos, notas não tão boas, castigos, nada de tempo pra entrar no computador e escrever. Mas depois de um longo tempo de espera, aqui está o capítulo 6!



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E foi aí que eu gelei. Conversar sobre a estadia da Amy? O que poderia ser? Eles não podem estar pensando em mandar ela em bora! Não fariam isso! Quero a Amy perto. Bem perto. Não vou deixar que eles façam nada.

– Ryuhei. A Amy não pode ficar mais.

"O que? Não acredito!", pensei. A Amy olhou para mim indignada, de uma forma que meu coração até doeu. Logo, encheu-se de raiva. Falei em um tom um pouco alto demais:

– Mas por quê? A Amy não pode ir em bora!

– Você deve entender, filho. Nós nos matamos para sustentar nós quatro. E agora temos um integrante a mais! - A voz começou a se erguer. - Ainda temos que pagar mais a escola da Amy.

Os olhos de Amy ficaram úmidos. Estava se sentindo culpada, o que aumentou ainda mais a fúria dentro de mim. Olhei com raiva para meu pai e falei de um modo que me arrependo até hoje.

– Então vai ter que me tirar de casa também!

Segurei a mão de Amy e a arrastei para fora de casa. Fomos ao parque novamente, nosso ponto de descanso. Ela olhou para mim com uma expressão muito triste.

– Desculpe Ryu... Eu não queria...

– Não foi nem de perto culpa sua. Meu maior desejo foi realizado, ter alguém para conversar todos os dias... Mostrar quem eu realmente sou para alguém... Você é a melhor coisa que apareceu na minha vida, Amy. A melhor.

O olhar dela brilhou. Sua respiração ficou ofegante. Estávamos sentados, mas do mesmo jeito, ela me abraçou com força. Enquanto falava, pude sentir que estava sorrindo:

– Enquanto estava na forma de cachorrinho de pelúcia, sempre quis falar com você. Tentava expressar o máximo de sentimento pelos olhos, mas do mesmo jeito, mesmo quando você encarava meus olhos de plástico, não conseguia. - Senti o abraço ficar mais forte. - Não quero sair de perto de você, Ryu. Não agora que podemos conversar.

Aquilo foi tudo para mim. Não posso dizer que nunca fui sozinho. Meus últimos três anos, principalmente, foram muito solitários. Uma companhia era tudo o que eu precisava. E eu consegui.

Depois de mais ou menos três horas, pouco depois do sol se pôr, nos levantamos e fomos em direção de casa. Estávamos prontos para enfrentar o que fosse. Mas dessa vez com calma e racionalidade.

Abrimos a porta com cuidado, e meus pais pareciam estar no mesmo lugar de quando nós saímos. Eles olharam para nós e nos chamaram para sentar no sofá de couro preto da sala. Apenas o abajur de luz branca estava ligado. Minha mãe olhou com uma expressão estranha para mim e começou a falar:

– Eu e seu pai decidimos.

Fiquei temeroso. O que eles haviam conversado enquanto estávamos fora? Minha mãe continuou:

– Entendemos que você e a Amy estão juntos a muito tempo. Mesmo que ela não fosse humana, vocês estão juntos desde que você era bebê.

Meu pai tomou a vez:

– Portanto, tomamos uma decisão que ainda precisará ser testada. - Olhou para baixo e suspirou. - Vocês podem ficar no nosso apartamento. Conseguimos um emprego em um restaurante para vocês dois no contra turno.

Meu pai tinha outro apartamento. Ele é, em parte, escritor. Muitas vezes vai lá para ficar longe dos berros da minha irmã e a agitação de casa para se concentrar e produzir. Ele estava emprestando o apartamento para nós! Mal pude acreditar!

– Com uma condição: - Continuou meu pai. - por mais que nós mandemos uma quantia semanal de dinheiro para vocês, iremos testar por dois meses. Como vocês se saem no novo trabalho desde já. Quero que guardem o salário que conseguirem nesses dois meses. Se conseguirem se sair bem, deixarei morarem lá permanentemente. Caso contrário...

Percebi que meu pai não queria falar, mas todos entenderam muito bem. A Amy não poderia ficar nem em casa quanto no outro apartamento. Ela seria levada para longe.

Olhamos nos olhos do meu pai com determinação. Amy estava aliviada e radiante. Eu falei:

– Muito obrigado! - Me levantei e abaixei a cabeça. Amy fez o mesmo. - Desculpe por ter falado daquela forma antes.

Minha mãe me fitou com um olhar compreensivo. Meu pai logo complementou:

– Vocês podem sair amanhã. Levaremos um colchão. Confiamos em vocês.

Aquilo foi tudo para nós. Amy não seria tirada de mim. Teríamos uma vida completamente nova. Não poderia mentir que estava nervoso quanto a isso.

Subimos para meu quarto após jantar. Estranhamente, ela estava andando de um lado para o outro enquanto eu estava deitado na cama lendo um livro recém comprado.

Sim, eu gosto bastante de ler. Felizmente, a Amy também começou a ter esse hábito. Mesmo concentrado na leitura, não pude deixar de perceber sua inquietação.

– Ryu... - Falou com uma voz trêmula. - Como é morar sozinho?

– Na verdade eu não sei, mas não deve ser tão difícil. - Falei aquilo para convencer tanto Amy quanto a mim. - Mas tenho certeza que vai dar tudo certo. Temos que ser mais independentes de qualquer jeito.

Ela estava muito feliz, mas ainda expressava certo nervosismo. Eu continuei:

– Não vou deixar você sozinha. Nunca.

Não tinha entendido muito bem de onde tinha saído aquilo. Hoje talvez eu entenda muito bem que havia saído do coração. Ela olhou em meus olhos e estendeu a mão para mim. Eu a segurei, mas ao invés de deixar ela me levantar, a puxei para cima de mim. Nossos rostos estavam muito próximo. Cheguei a corar. Nossos lábios quase se tocaram, mas o brusco movimento do meu rosto para frente a fez dar uma cabeçada em meu nariz. Amy ainda não entendia o que beijo significava direito... mesmo com os filmes.

Depois do ocorrido, ela se desesperou tocando no ponto onde me acertou e saiu correndo para a cozinha buscar gelo. Limpei rapidamente o sangue no nariz, antes que ela visse que havia me machucado demais.

Trouxe o gelo e colocou em meu nariz.

– Tudo bem, Amy. - Falei enquanto segurava a bolsa gelada. - Eu assumo a partir daqui. Não foi nada.

Ela ainda estava preocupada e um pouco desesperada, mas reforcei que estava tudo bem e sugeri para ela se sentar ao meu lado e ler alguma coisa.

Pegou um livro em minha estante e deitou-se ao meu lado. Após mais ou menos cinco minutos, o silêncio predominava no ambiente. Olhei para ela para ver sua expressão. Incrível como ela ficava bonitinha concentrada na leitura. Talvez eu já esteja falando demais dos detalhes para você, mas é impossível não comentar. Seus grandes olhos se movendo lentamente por cada palavra.

Sussurrei "boa noite" para Amy. Estava sonolentamente pensando na nova vida que nos esperava. E essa foi a última coisa que me lembro antes de cerrar os olhos e dormir profundamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e, novamente, desculpem pelo atraso!!!



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