The Uncommon Life escrita por Espiador Multiversal


Capítulo 4
Chapter 4 - The Uncommon School Day




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Finalmente o grande dia chegou! O dia aonde Amy irá para a escola pela primeira vez. Logo que o despertador tocou, ela saltou da cama.

- Haha, calma! Está ansiosa?

Sua cara ficou séria, mas não de um jeito preocupante. De um jeito fofo.

- Preciso me arrumar! Não posso ir pra escola de pijama, posso?

Eu ri.

- Claro que não, né!

Então ela se virou de costas e em um movimento brusco tirou sua camisa do pijama. Me assustei com sua imprevisibilidade e virei de costas.

- Ei ei! – Falei envergonhado. – Cuidado com o que você faz!

Ela percebeu e então pude ver de canto de olho que ficou envergonhada.

- Desculpe! – Falou com uma séria preocupação. – Acho que devia avisar antes... Ok! Vire para lá, vou me trocar.

Depois de três minutos, ela disse que eu poderia virar. Foi aí que minha respiração parou. O uniforme ficou muito bem nela! Ela estava simplesmente linda. Ela ajeitou os cabelos de uma forma diferente do que o normal.

- O que foi? – Perguntou sorrindo.

- Nada! Nada! Eu também tenho que me vestir.

Então após eu me ajeitar, descemos e tomamos café juntos. Meus pais ainda não haviam acordado. Não comemos muito, pois tanto eu quanto ela estávamos nervosos para o que viria. Mas da mesma forma, tentei manter a tranquilidade para deixar ela mais confiante.

A escola é bem perto de casa, fomos a pé. Ao chegar ao portão gigante do colégio, Amy segurou minha mão fortemente.

Caminhamos até a sala e quando entramos, deixou de segurar minha mão para colocar seus braços envoltos em meu tronco inteiro!

O primeiro a falar alguma coisa foi Kai. Cabelos pretos, olhos maliciosos... nunca fui com a cara dele.

- Opa, quem é essa gata?

Mesmo que envergonhada e me apertando de forma sufocante, ela respondeu.

- Eu sou humana! Posso ter sido a cachorrinha do Ryu, mas sou humana agora!

Minha cara se transformou. Não sabia aonde me enfiar! Aquilo pegou muito mal! Eu ri vergonhosamente e falei:

- O que ela quis dizer é que... que... bom, não importa! Não enche o saco, Kai.

- Olha só quem tá falando! Como que o viadinho agora tem uma cachorra vadia pra ele!

Quando fui replicar, com um olhar amedrontador, me surpreendi novamente. A Amy chutou o estômago daquele idiota com tanta força que fez ele se curvar para frente.

- Já disse que não sou mais uma cachorrinha!

Nesse meio tempo, a sala inteira estava prestando atenção na situação. Se a Shizune, uma menina certinha de cabelos rosas não tivesse aparecido no meio da confusão, Kai teria revidado para cima de mim e eu não poderia esconder mais minhas habilidades ninjas.

- Querem parar vocês dois? Não sei qual é a sua relação com essa menina Ryuhei, mas vocês dois devem se comportar.

- Espera aí! – Amy gritou. – Quem é você para mandar no Ryu?

- Eu sou a representante de classe, tenha mais respeito, novata.

O clima estava tenso, mas me surpreendi. A Amy é sempre tímida ao se relacionar com outras pessoas, mas quando deve me proteger, o faz com bravura. Até mesmo brava era bonitinha.

- Tudo bem classe! Vamos sentando! – Falou o professor ao chegar à sala.

Amy sentou na minha frente, assim poderíamos ficar bem próximos para qualquer problema. Não que só ficaríamos próximos por alguma complicação... gosto da companhia da Amy.

Então o professor começou a falar novamente:

- Como nós podemos ver, temos uma nova aluna! Por favor, se apresente aqui na frente.

O que você acha que ela fez? Andou até a frente da sala e disse seu nome? Não, ela virou para trás e pulou em cima de mim na carteira.

- Ora, ora! Parece que temos um casal formado aqui.

A sala caiu em risos. Nunca estou preparado para essas situações! Da mesma forma, cochichei para ela, que ainda estava em cima de mim:

- Tá tudo bem, eu vou com você lá na frente.

Ela apenas concordou com a cabeça, agarrou em meu braço e caminhamos até a frente da sala. Eu podia ver os sorrisos maliciosos em muitas pessoas.

Chegamos e paramos ao lado da mesa do professor.

- Meu nome é... Eu me chamo... MEU NOME É AMY E EU MORO NA CASA DO RYU!

Minha cara se transformou em algo até cômico. Mistura de desespero, nervosismo e diarreia. A turma caiu na gargalhada e a Amy ficou sem entender nada. Então estava na hora de eu agir.

- O que ela quis dizer é que somos vizinhos! A partir de agora nós iremos vir para a escola juntos!

Mas a maioria não se convenceu. Pelo menos eu tentei...

- Tudo bem, casalsinho esquisito, podem voltar para os lugares. – Falou o professor.

Após sentar, cochichei para ela:

- Desculpe ter que inventar isso... mas você viu como a turma age se alguém falar esse tipo de coisa... Já pensam coisas erradas.

- Coisas erradas?

- É... como se fosse o casal do filme...

Aah! – Falou em um sorriso. – Mas eu gostaria que fosse como o casal do filme...

- Silêncio turma! Prestem atenção na explicação! – Interrompeu o professor.

A aula passou rapidamente, e quando pude perceber, já estava do intervalo.

- Vou te levar no lugar que eu mais gosto de ficar no colégio!

- É tão bonito quanto o parque? – Ela falou com animação.

- Bom... tem bastante árvores e o ar é bem puro.

Então ela se agarrou em mim novamente e eu a levei até um pequeno conjunto de árvores nos arredores do colégio, tentando evitar passar por lugares com muita gente. Lanchamos tranquilamente. Ninguém ia naquele lugar. Pudemos conversar sobre o que ela estava achando da aula. Ela disse algo que me deixou feliz:

“É quase a mesma coisa do que quando estudamos em casa, mas prefiro estudar só com você.”

Comemos o resto do lanche e voltamos para a sala após o sinal bater. Infelizmente nos deparamos com o Kai novamente, no corredor...

- Então vocês estão namorando, é verdade? Por que você não deixa esse idiota recluso e fica comigo hein?

- Qual é, Kai. Não enche o saco. – Eu falei com agressividade.

- Fica quietinho aí.

Então eu cochichei para a Amy:

- Não liga para esse tipo de pessoa, Amy.

- O que os dois estão cochichando aí? – Falou Kai avançando, enquanto eu o ignorava. – Toma essa, desgraçado.

Infelizmente, seu soco me atingiu, me fazendo voar alguns metros. Mas não contava com o que a Amy iria fazer. Sua perna subiu rapidamente e acertou uma joelhada em cheio nas costelas de Kai.

- Ninguém pode tocar no Ryu! Ele é só meu! Entendeu!?

Lembrei-me do que eu disse anos atrás...

“Ninguém mexe com o Kochi! Ele é só meu!”

Meu coração bateu mais forte com o que ela falou. Ela não se importa em bater ou gritar com ninguém, desde que me defenda... Ela é incrível.

Kai entrou na sala com uma feição de dor e nós o seguimos pouco tempo depois. O local do machucado ainda doía, mas a aula passou rapidamente. Voltamos para casa, e após o almoço, conversamos um pouco mais sobre a escola. Perguntei se ela tinha achado ruim. Ela disse que não gostou muito, mas sabia que era necessário. Também pedi desculpas por tudo o que aconteceu. Não quero ver ela ter que se irritar por minha causa.

Fizemos a lição de casa e treinamos um pouco mais de vídeo game no resto da tarde, e então fomos para a cama logo depois que jantamos.

- Obrigado por tudo hoje, Amy.

- Na verdade sou eu que devo agradecer, se você não estivesse lá, nunca que eu sairia viva daquela escola.

Nossos rostos estavam muito próximos. Meu coração batia mais forte. Pela primeira vez em muito tempo, sinto a verdadeira felicidade. Não tinha dúvida de que ela sentia o mesmo. Ela sempre disse com inocência, mas deixou bem claro. Agora eu tinha certeza de que não foi só a Amy que mudou de forma. Meu coração também mudou. Meu coração agora tem um nome escrito nele: “Amy”.


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Notas finais do capítulo

Comentem :3



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