Chalé De Atena escrita por Babilônia, Ale199604, Padfoot


Capítulo 4
The Party - I


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou. Aqui está, espero que gostem.
Boa leitura =)



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P.O.V. Agnes

Eu estava correndo. Conhecia muito bem aquela floresta. Era a mesma na qual eu me escondi no dia em que cheguei ao Acampamento. Estava chovendo, e milímetros de água gelada caíam como vidros em meu rosto. Eu estava fugindo, de algo ou alguém, não conseguia ver, ou me lembrar. Mas sentia a necessidade de correr, de fugir, ir para longe dali.

Olhei para trás, preocupada, estava chegando mais perto. Cada vez mais perto. Eu estava cansada, perdendo forças. O suor de minha testa se misturava junto a água da chuva, e escorria pelo meu rosto. Senti uma dor ardente em cima do meu joelho esquerdo. Um galho me cortara. Caí em meio a terra enlameada, sentindo aquilo se aproximar cada vez mais. Eu não conseguia me levantar, graças ao corte profundo. Maldita hora em que eu não nasci filha de Apolo! Eu tentava estacar o sangue, o que apenas piorava ainda mais. Estava chegando perto. Perto demais. Meu coração pulsava freneticamente, e minha respiração estava ofegante. Meu corpo tremia por completo. A adrenalina em meu sangue era demais. Merda, merda, merda. Aquilo ia me pegar. Eu não tinha, não tenho, como correr. Procurei por minha adaga, mas minha fiel amiga também havia me deixado.

Senti uma mão, ainda mais gelada do que a chuva, tocando meu ombro. Me virei, impulsivamente. Havia chegado até mim. Eu iria morrer. Não pude ver a figura, apenas a sombra de um corpo humano, mas bastara isso para que o medo inundasse meus pulmões.

–– Como vai, filhote de coruja? –– cumprimentou-me a figura. Sua voz era grossa e rude. –– Engraçado ver uma filha da sabedoria com medo. –– ele soltou uma pequena risada cínica.

–– Você vai me matar? –– perguntei, levantando levemente meu queixo e deixando meu nariz ainda mais empinado, em posição de orgulho. Sim, eu morreria com honra.

–– Não, filhote de coruja. –– pude ver um pequeno sorriso –– Na verdade, quem vai fazer isso por mim será um daqueles seus amiguinhos, hoje à noite.

–– O quê? –– perguntei perplexa. O corte em minha perna sangrando ainda mais.

–– Tudo se resolverá na festinha imunda de vocês. Durma bem.

Dito isso, ele tirou se seu cinto uma espada, fina prateada e pude ver minha imagem refletida nela. O cinza de meus olhos estava tão negro quanto a noite.

A figura cravou a espada no corte ensangüentado de minha perna, fazendo-me gritar ainda mais de dor. Senti minhas forças se esvaindo de meu corpo. A figura desapareceu, me deixado sozinha na floresta, somente com a dor. Quanto mais eu gritava mais sangue escorria pelo meu corpo.


–– AH! –– acordei arfando. Meu coração palpitava em meu peito. E apenas uma lágrima escorria de meus olhos. Minha perna esquerda tremia, e onde havia um corte tinha apenas uma pequena cicatriz. Foi apenas um pesadelo, Agnes, pensei comigo mesma, apenas um pesadelo de semideuses que na maioria das vezes está certo.

Olhei ao meu redor. Já estava amanhecendo, mas meus irmãos ainda estavam dormindo em suas camas. Me levantei, apalpando minha adaga em meu cinto. Saí do chalé, e me sentei na sua porta. Apreciei o nascer do sol enquanto recordava minhas lembranças com papai. Um homem tão bom, que viveu tão pouco tempo...

–– Também acordou cedo hoje, Agnes? –– perguntou um menino, sentando-se ao meu lado.

Olhei para ele, e graças às poucas luzes do sol, pude distinguir seu rosto. Cabelos negros, caídos pelo rosto. Olhos sombrios e escuros como a noite e pele pálida. Vestia um casaco de aviador e empunhava na mão a espada de ferro estígio.

–– Não Nico, como pode ver é apenas meu espírito rondando pelo Acampamento. –– respondi sarcástica.

Ele soltou uma leve risada. Sempre se divertia quando eu estava chateada.

–– O mesmo pesadelo de novo? –– ele perguntou, com a cabeça levemente inclinada para o lado.

–– Sim. Mas dessa vez ele chegou até mim. –– respondi

–– E o que ele disse?

–– Que hoje, na festa, alguém me mataria.

–– Você sabe que não pode acreditar nele, né?! –– disse Nico, com uma expressão séria.

Encarei-o. Desde que eu havia chegado ao Acampamento, ele havia crescido. Bastante.

–– E você me parece muito suspeito, Di Ângelo! –– sorri de canto.

–– Você sabe que eu nunca te mataria, Agnes. –– ele respondeu, se aproximando ainda mais de mim.

A distância entre nós era constrangedora. Maldito filho de Hades e sua beleza. ηλίθιος.

–– Vai à festa hoje a noite? –– mudei de assunto.

–– Isso é um convite, Agnes? –– ele perguntou, sorrindo.

Encarei-o.

–– Desde quando você precisa de convite para ir a uma festa? –– indaguei.

–– Meu pai é Hades, e geralmente, filhos de Hades não são bem-vindos em todos os lugares. –– ele baixou o olhar, e sua voz virou apenas um sussurro. –– Você sabe disso.

Antes que eu pudesse responder, ouvi barulhos de passos no chalé. Meus irmãos acordaram. Olhei por alguns segundos para Nico, e graças ao Olimpo, ele entendeu o que aquilo significava.

–– Acho que você quer que eu vá embora, não? –– perguntou, sorrindo de lado.

Eu não queria que ele fosse, mas Annabeth sempre foi muito rigorosa com algumas coisas, e ela provavelmente surtaria se me visse conversando com Nico antes do amanhecer. Ele já estava indo embora, na direção da floresta quando o chamei e disse:

–– Sim, isso é um convite. –– sorri.

. . .


Já era noite, eu estava sentada ao lado das duas novas campistas do chalé, ou minhas novas irmãs. A fogueira estava imensa e as cores dançavam em harmonia. Os filhos de Apolo tocavam e cantavam uma antiga canção do Acampamento que dizia alguma coisa sobre ninfas dançantes e deuses bêbados graças ao Néctar.

As filhas e filhos de Afrodite estavam ainda mais arrumados do que nunca, graças a festa, é claro. Drew estava até mesmo de salto alto. Isso por que nós pedimos que fossem discretos...

Olhei meu relógio e ele marcava 19h57min p.m., o que significava que já estava na hora do toque de recolher, ou seja, na hora da festa.

–– Eu vi você hoje de manhã com aquele menino. –– disse uma voz feminina ao meu lado.

A garota nova, como seria seu nome...? Hum, Beatriz, Bianca... ah, Bárbara, eu acho. Ela estava sorrindo maliciosamente para mim, como se soubesse algo realmente comprometedor sobre mim.

–– E o quê que tem? –– tentei manter a postura, e não me preocupar.

–– Eu vi o jeito que vocês se olhavam...

–– Nico Di Ângelo é apenas meu amigo, caso você esteja insinuando algo, Bárbara. –– disse, fuzilando-a com o olhar. A garota sorriu pra mim, e levantou as mãos em sinal de rendição.

–– Tudo bem –– ela disse, ainda com um sorriso travesso –– não está mais aqui quem falou, ok? Apropósito seu nome é Agnes, né? –– assenti levemente com a cabeça –– Me chama de Baby, Agnes. O meu nome é muito grande.

Baby estendeu sua mão direita pra mim, e eu a apertei. Sorri de volta para ela.

–– Muito bem, crianças. Já está na hora de dormir. –– começou Quíron, com o mesmo de sempre. –– Todos se dirijam aos respectivos chalés, por favor.

Dito isso, todos os campistas se levantaram e as chamas da fogueira ficaram de um vermelho intenso, alcançando quase cinco metros de altura, e também, denunciando a ansiedade de todos pela tão esperada festa do 6.

–– Ei! –– chamou Barb... Baby, mais uma vez. –– Agnes, me espera!

–– Então, você já está pronta? –– perguntei quando chegamos ao chalé.

–– Hum, acho que já. –– ela respondeu. –– Mas eu queria saber onde está a Ale...

–– A nossa outra irmã? –– indaguei, tirando meu par de coturnos e calçando um salto alto.

–– É. Ela mesma.

–– Acho que a vi junto com a Annabeth, mas não tenho certeza. –– declarei. –– Mas vamos logo, ela com certeza vai achar o caminho para festa, não se preocupe.Vamos logo, não gosto de chegar atrasada.

Ela me encarou, um pouco assustada.

–– Pensei que essa tal festa fosse aqui no Chalé. –– ela disse, mexendo em sua pulseira, a mesma que se transformava em armadura.

–– Hum, mais ou menos... vamos, você vai ver! Ah, e pulseira legal, viu? –– sorri, enquanto apalpava a pequena coruja entalhada na parede.

Abaixei a cabeça da pequena coruja, e uma escada em caracol apareceu no meio do chalé. Sorri, orgulhosa. E ainda dizem que os filhos de Hefesto que tem as melhores coisas, pensei.

–– Você também tem uma? –– Baby me perguntou, enquanto nós descíamos as escadas.

–– Não. –– enruguei minha testa –– Nem todos nós temos essa honra de receber uma armadura completa da mamãe. Vocês tem sorte. Eu, por exemplo, só ganhei uma adaga de lâmina curva quando fui reclamada. Mas, digamos, que ela me ajuda bastante.

Enfim, chegamos, e o nosso pequeno porão estava mais arrumado do que nunca. Olhei para Baby e ela estava nada menos do que boquiaberta. E realmente, não tinha como não estar. Nós havíamos feito um ótimo trabalho.

O porão estava como uma verdadeira boate. De um lado, havia uma balcão onde estavam servindo bebidas e flor de lótus. Ah, os irmãos Stoll estavam comercializando alguns produtos também. E doutro lado estavam enormes sofás brancos de couro. Algumas ninfas serviam os campistas que já haviam chegado, o que me fez pensar que eu Baby e eu estávamos atrasadas, pois a “boate” já estava lotada.

Filhas de Afrodite estavam agarrando alguns filhos de Apolo, enquanto os campistas de Hermes faziam suas palhaçadas. Mas o que realmente me tirou um enorme sorriso do rosto foi ver Julius e Cassie, dois irmãos meus, dançando em cima de uma mesa no centro. Céus, eu estava enganada ou eles realmente estavam fazendo strip tease?

Eu ri comigo mesma.

–– Meu Deus! Então isso é uma festa pra vocês? –– perguntou Baby, sua boca ainda aberta num perfeito O.

–– Hum, sim... mas essa ainda é uma festa pequena. Você não viu nada.

Andei até o balcão, acompanhada por Baby que admirava todo o nosso trabalho.

–– Como vão Travis e Connor? –– cumprimentei os irmãos, ao pegar um taça de vinho. Sim, eu amo vinho, problema?

–– Com as pernas, Agnes. –– disse Travis sorrindo.

–– Ora, ora... quem é a sua amiga bonitinha, Agnes? –– perguntou Connor, sorrindo para Baby.

–– Hum, meu nome é Bárbara, mas pode me chamar de Baby. –– ela se apresentou sorrindo e estendendo a mão para Connor, que a beijou.

–– Ela é minha irmã, e a não ser que queiram levar uma pisa bem dada, sugiro que não tentem nada com a Baby. –– disse, encarando os dois que se entreolharam maliciosamente.

Peguei uma garrafa de vinho dessa vez, e puxei Baby para longe dos dois, e nos sentamos num dos sofás. A música estava muito alta, acho que estava tocando Back in Black de AC/DC. É... pelo menos o chalé de Apolo tinha bom gosto para músicas.

–– Faz o que você quiser com qualquer garoto daqui, menos com aqueles dois. Eles são encrenca! –– disse, bebendo mais vinho.

Baby riu ao meu comentário.

–– Até mesmo com o tal Di Ângelo? –– perguntou com um sorriso malicioso.

Senti meu rosto ficar rubro, mas espero que as luzes coloridas da festa tenham impedido Baby de perceber.

–– Sim, até mesmo com ele. –– revirei os olhos.

–– Ei! Baby! Até que fim te achei. –– disse uma garota alta, um pouco mais velha do que, talvez. Eu a reconheci de ontem, foi ela quem chegou junto com a Baby, acho que se chama Alessandra.

–– Ale! Eu também tava te procurando a muito tempo. –– disse Baby, sorrindo e abraçando a garota.

Ela se sentou ao nosso lado no sofá.

–– UAU! A MÚSICA TÁ MUITO ALTA. –– disse Ale, gritando. –– COMO O QUÍRON NÃO PERCEBE ISSO?

–– Ele fica muito ocupado ouvindo suas músicas clássicas e colocando bob’s no rabo. –– sorri

Por mais que a música estivesse alta, nós pudemos ouvir perfeitamente bem um estrondo alto vindo do chalé. No mesmo instante, todos pararam de fazer o que faziam. A música foi desligada, e Julius e Cassie começaram a vestir suas roupas. O único som que podia ser ouvido era das nossas respirações.

–– MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? –– gritou uma voz muito conhecida por todos.

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Notas finais do capítulo

Heeey, e então? Nós merecemos reviews, não? Pleaaaase! Onde está os reviews???



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