Capitulo 4

Então, infelizmente, ele me soltou. Acho que percebeu que eu estava encharcada e tremendo de frio, e tirou sua jaqueta marrom e colocou em volta dos meus ombros. Depois disso me abraçou de novo e fomos assim até minha casa. Agente deixou o casaco dele que estava molhado no cabide que ficava do lado da porta e fomos direto para a cozinha e preparamos um chocolate quente e pipoca. Eu e o Peter sempre cozinhávamos juntos quando éramos pequenos, parece que ainda tínhamos pratica.

- Que filme você esta assistindo? – Peter perguntou pra mim quando voltava da cozinha com sua segunda rodada de chocolate quente.

- Diário da Princesa. – Ele deu uma risada e eu sabia por que.

- Ah, aquele filme que você me fez assistir umas 40 vezes entre a segunda e a terceira serie?

Ok, dessa vez eu ri de verdade.

- 41 contando com hoje!

- Não! – Ele falou de um jeito engraçado pegando umas pipocas do meu colo e tacando no meu rosto. Nos rimos juntos e começamos uma pequena guerra de pipoca. Então eu enchi minha mão e ele desistiu. - Ok, ok, eu me rendo! – Nos rimos mais ainda, aquele riso gostoso e puro, com covinhas e tudo. Eu fiquei deitada no ombro dele coberta com uma manta. Agente estava naquela parte do filme que a garota descobre o passado sobre seu pai. Isso me fez pensar sobre a estranha obsessão que o Adam tinha com a minha família. Eu me levantei do ombro do Peter e olhei seria para ele. Adam havia levado os cartões do Dimitri Rhodes e talvez Peter me ajudasse a entender o por que. -

Ah, droga! – Peter estava me olhando confuso. – O Adam está com os cartões do meu tataravô.

- Como assim? - Ele se levantou. A expressão da cara do Peter não era a que eu imaginava. Ele parecia preocupado e nada surpreso. – Juliet o que estava escrito nesses cartões?

- “Me encontre no lugar combinado e leve o que achou.” Não sei alguma coisa do tipo. Por quê?- Eu perguntei inocentimente.

- Não é possível! Como você da uma coisa dessas para alguém que você acabou de conhecer? –Ele parecia meio irritado, mais por quê? 

- Ele falou que a mãe ia gostar de ver... Não é nada demais Peter. É só um cartão idiota.

-Você tem outro cartão idiota?

- Não sei, talvez, lá em baixo. Então o Peter desceu correndo para o porão. Eu não estava entendendo nada. Por que todo mundo queria esse cartão? O que ele tinha de especial? E por que isso deixava o Peter tão estressado? Eu desci atrás dele que já estava procurando o cartão na mesma caixa onde eu o havia achado. - Da para me explicar o que está acontecendo? Por que você quer esse cartão? Por que o Adam o queria? – Ele estava me ignorando. – Peter eu estou falando com você! – Sem perceber eu dei um mini grito. Ele tinha achado um pequeno livro vinho com o nome Rhodes na lateral e o folheou, parou em uma pagina e começou a ler. Ele estava me irritando de verdade, então eu puxei o livro da mão dele fazendo com que ele, enfim, se virasse para me ver.

- Eu preciso que você me empreste esse livro. – Ele parecia estar sendo cuidadoso com as palavras. Já eu não.

- Você só vai tocar nesse livro de novo se me explicar por que o quer. Ele ficou irritado e chutou uma caixa, deixando alguns pequenos livros caírem. Esse não era o Peter que estava comigo no sofá a 15min atrás. Aquele não era o Peter meu melhor amigo. Aquele não era ele.

- Eu não devia estar aqui... – Peter parecia ao mesmo tempo arrependido e assustado. Por que assustado? - Você me salvou Peter. Eu não sei o que seria de mim sem você!

– Eu estava sendo mais do que honesta. Não podia suportar a ideia de viver sem ele. Eu o amava mais do que imaginava, eu precisava dele.

- Eu te amo Juliet. – Ele veio em minha direção e colocou as duas mãos na minha cabeça, acariciando meu cabelo. – E é por te amar que eu preciso que você fique longe disso tudo. – Eu percebi uma pequena lagrima brotando no olho esquerdo dele, mais ele conseguiu conte-la. Ele parecia estar sofrendo com tudo que dizia mais eu tinha certeza que eu estava sofrendo muito mais.

– Fique longe de mim. – Ele fechou os olhos e beijou minha testa. Depois virou as costas e foi andando em direção à porta. Eu senti um turbilhão de lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Ele não podia fazer isso comigo. Eu não estava entendo nada!

- Peter não. Por favor. – Eu falei puxando seu braço para trás. – Seja lá o que você acha que eu não aguento, eu consigo. Só não me deixe, por favor. – Ele se soltou da minha mão e foi embora, andando lentamente pela minha rua e ficando cada vez mais invisível por causa da chuva. – Peter! – Eu dei um grito. – Peter não! – Gritei o mais alto que pude, mas foi em vão. Ele já havia partido.