Diana acordou cansada. Estava doida para a semana terminar, apesar de saber que estava em plena terça feira e , além disso , que depois da faculdade de Musica teria de fazer turno extra no Maid-Café* onde trabalhava. Ela adorava o lugar, principalmente porque trabalhava com pessoas maravilhosas, mas naquele dia não estava com nenhuma vontade de servir pessoas desconhecidas e nem de ter que repetir ‘mestre’ 50349 vezes, como todos os outros dias.

O único pensamento que a animava era que estava no inicio de dezembro, ou seja, férias a vista. E, com um sorriso no rosto , conseqüência que só poucas palavras como aquela proporcionavam , a garota foi tomar seu banho .

Depois de disputar a fila para o chuveiro, tomar seu demorado banho ( que na verdade fora curto , mas a menina sempre ficava arrumando seus cabelos,agora com mechas azuis,no espelho até que aproxima garota da fila ficasse rouca de tanto chamá-la e quase quebrasse a porta de tanto bater ), pegar uma maçã para comer no caminho,foi até o quarto de Cath chamá-la para poderem ir para a faculdade juntas .

– Summers, acelera aí! – disse quando abriu a porta do quarto da amiga e encontrou-a vestida com um roupão, com os cabelos molhados enquanto olhava algo no notebook. – Você não vai querer fazer com que eu e a Jas , suas queridíssimas amigas , chegamos atrasadas, não ?

– AAHH, me desculpe Jones, mas eu me esqueci que eu sou motorista de vocês duas agora! – a amiga respondeu com a voz carregada de ironia, indo em direção ao guarda roupa.

– Motorista não! Chofer! É mais chique. Além do mais, você é a única rica que tem um carro e gasolina para levar nós duas todos os dias, além de que nossas faculdades são quase coladas. – a menina respondeu, passando do tom ‘ riquinha metida ‘ no inicio da frase para o ‘ quem mandou ser rica, se ferrou legal ‘ no final. E, enquanto a outra trocava de roupa, a menina de cabelos azuis ficou concentrada em entrar em seus costumeiros sites de fofocas, para, como a própria dizia: ‘ se manter atualizada sobre os acontecimentos recentes da sociedade privilegiada e não simplesmente conferir se o Zac Efron ainda estava na pista ‘. Depois de um tempo olhando no notebook, a menina perguntou para a amiga, que estava à procura de algo em sua bolsa:

– Summers, posso lhe fazer uma pergunta?

– Já fez criatura...

– Há-Há, muito engraçado – respondeu com ironia -, mas, aqui, você conhece Michael Delevigne?

– Quem? – a loira perguntou com um súbito interesse e surpresa, correndo para o lado da amiga. Que respondeu:

– Daniel Delvigne, ele parece ser um modelo famoso da Austrália... – e virou o computador para a outra, que viu o titulo da matéria:

Sozinho, Michael Delevigne, famoso modelo australiano, aparece em aeroporto de Sydney na noite de segunda, 05/12.

– Conhece?

– Humm... , acho que já ouviu falar... – a garota respondeu ansiosa, enquanto pegava um conjunto de folhas grampeadas e seguia para a porta. – Mas isso não tem importância, vamos? – e saiu do quarto sendo acompanhada pela amiga.

XX

Lana jurava que se tivesse de calcular o valor de x mais uma vez ia explodir. Seu professor de Calculo havia passado uma lista de exercícios sobre a matéria que tinha mais paginas do que o primeiro livro de ‘Harry Potter’, e, como conseqüência, ela estava terminando de resolvê-la enquanto sua companheira de curso , Melanie , reclamava.

– Lana, sinceramente, você é uma das pessoas mais Nerd que eu conheço! Quem faz exercício de Calculo no meio do intervalo? - Mel exclamou no meio de seu monologo sobre como as pessoas deveriam parar de usar óculos espelhados (que para ela era mais ‘’ de mosca varejeira’’). Antes que a menina pudesse responder que TODAS as pessoas do curso faziam isso, a outra complementou - sendo que é para amanha?!

– Mel, eu já te expliquei umas 24943 vezes que hoje eu não vou conseguir fazer! Depois da faculdade eu tenho que trabalhar no salão, e só vou voltar tarde! – Lana respondeu já irritada com tamanha insistência da amiga. Enquanto falava mal todos os componentes da álgebra de todos os nomes possíveis, percebeu que um garoto a estava observando enquanto caminhava para a sua direção.

– Lana, não lha agora, mas tem um ‘boy magia’ vindo até a gente... – a menina ouviu a outra sussurrar , e logo que compreendeu , começou a rir.

– ‘Boy Magia ‘, Mel? Sério? Você não tem nada mais ‘ tiazona solteira que ama um vinho de Natal e usa estampa de onça ‘, para falar não? – observou, quase não conseguindo conter o riso da idiotice. Só parou de rir quando reconheceu que quem vinha em sua direção era o Andy.

– Ei Lana! Ei desconhecida! – o garoto disse e cumprimentou as duas garotas com um beijo na bochecha. – Lana, desculpe incomodar, mas você pode fazer um favor para mim?

– Ahh, claro (?) – a menina respondeu confusa, principalmente pela aparição inesperada de Andy na lanchonete – O que é?

– É que meu exímio, só que não, professor de roteiro, perdeu um dos meus documentos, e eu preciso dele para poder participar de uma dinâmica em grupo, então ele disse que eu tenho que ir à coodernação da faculdade levar os documentos. – o garoto explicou, tentando fazer sua melhor cara de cachorro pidão. – E eu não sei onde é...

– Ah, é fácil. É só você ir até o Restaurante do campus de Medicina – a menina disse apontando para sua esquerda – e, duas quadras em frente, você vira na rotatória para a esquerda e segue reto. Aí é só ver um prédio que tem uma placa escrita coodernação... .

– Ahh, obrigada! – ele disse, e levantou da cadeira decidido. Só que, passado menos de dois minutos, ele voltou para a mesa. Quando a menina percebeu a presença, perguntou curiosa:

– O que foi? Mais um problema?

O jovem respondeu baixo o suficiente para ela não ouvir, coçando a nuca um pouco preocupada:

– É que eu não sei onde é a faculdade de Medicina... – ele disse com a car. de criança envergonhada.

– Ok, deixa que eu te mostre onde é. – a garota disse depois de rir do colega, devido sua timidez (?) sem motivo aparente. Reuniu seus papeis, colocou-os dentro da bolsa e seguiu para o carro do amigo, avisando a amiga antes: – Mel pode ir para a sala, eu chego lá antes do inicio da aula do Sr. Fagundes.

Assim que chegaram ao carro do garoto, Lana ficou impressionada. Ele tinha um dos carros que ela achava mais bonito, uma típica Ferrari Vermelha. Quando viu a admiração da amiga, logo perguntou com um sorriso convencido no rosto:

– Gostou?

– É bonitinha...

Durante todo o caminho de ida e volta, os dois ficaram conversando sobre diversos assuntos, desde a variedades de sabores de miolo ao nível de maldade de alguns professores. E mesmo tendo sido alguns minutos, a garota ficou relembrando-os durante o resto do dia.

XX

Aya estava animada quando chegou na cafeteria de Diana . Ia visitar a amiga que havia esquecido o celular em casa quando voltara da faculdade e antes de ir trabalhar. Além do mais, gostava da cafeteria que a amiga trabalhava . Principalmente que ficava em uma área mais ‘ exotica’ de Londres , além de que achava agradável a temática de fantasias .

Entrou, e logo foi recepcionada pela amiga , que pegou seu celular e agradeceu imensamente pelo favor . A garota ficou no café , pediu um cappucinno quando percebeu que tinha que passar na loja de Kiara para comprar um presente. Ainda bebendo seu café , foi de carro para o local , sem se esquecer de se despedir de Diana .

– Eii , JAS ! – A menina gritou o apelido da amiga, que estava ocupada demais escutando musica para perceber que chegara uma cliente .

– Oi ? Ahhh, eaí Japa ? - A outra cumprimentou a amiga sorridente, a chamando pelo apelido tão comum entre elas e as outras amigas. – O que você deseja ?

– Quero ver os CD’s do Maroon5 , para a Charlie. – falou sorrindo . A amiga , confusa , perguntou para a outra enquanto olhava nas prateleiras:

–Para a Charlie ?

– É , o aniversario dela é dia 15 desse mês . –explicou , percebendo que Kiara ficou surpresa e confusa , mas logo voltou a procurar .

– Japa , eu não to achando alguns CD’s , vou lá no estoque rápido para ver se acho outro .

Enquanto a jovem ia olhar os outros CD’s, a coreana ficou observando a loja e pensando sobre sua convivência com as colegas. Ela gostava muito de todas elas , e já tinha pegado um apego grande por elas . Riu baixo quando pensou no apelido a qual era chamada. Por mais de explicar milhares de vezes para as amigas que era sul-coreana , elas continuavam a chama-la de Japa, além das vezes que a chamavam de Aya . Por estar perdida em pensamentos , não percebeu uma movimentação no balcão.

– Eaí, o que uma garota como você está fazendo por aqui ? – ela ouviu uma voz masculina falar perto de seu ouvido e praguejou ( em coreano , coisa que era uma mania involuntaria) baixo , se virando para ver o sujeito, que estava apoiado no balcão.

– Uma coisa que eu acho que não é de seu interesse . – respondeu quando se deparoiu com o menino em questão e deu um sorisso falso .

– Ouch ! Parece que a garotinha é dificil . – ele respondeu tirando o braço que estava apoiado e olhando diretamente para a moça. – Mas eu gosto das difíceis. – disse isso e piscou , o que fez a garota bufar irritada .

– Hey , Aya , achei os CD’s , desde Songs About Jane à Overexposed . – ouviu a amiga anunciar enquanto saia do estoque cheia de CD’s nas mãos . Assim que viu a cena de Jared e Aya , cada um com uma expressão não muito simpática , virou-se para a amiga e disse com uma cara de cansada :
– Não liga para o Jared . Ele é um pouco... abrasivo demais .
– Não se preocupe, acho que ele entendeu o recado .
Depois de comprar o Hands All Over para a Cath , a morena e a ruiva foram embora ,já que o turno da outra já havia acabado.
XX
Assim que chegou em casa , mais cedo do que as outras , foi logo conferir a noticia que Diana havia achado de manhã. Não estava acreditando que estava acontecendo, logo o que ela custou tanto para esquecer .
Só quando leu a noticia , e pesquisou mais e mais em outros sites de fofoca , pode ter certeza . É , seu ex-namorado estava mesmo vindo para Londres e, mesmo sem querer admitir , ela sabia o por que . Afinal , ele era o queridinho dos pais da garota , junto com o irmão da própria , Cody , e ela duvidava que os pais iriam deixar passar o fato que a única filha deles ( por mais que ela não fosse , nem de perto , muito querida) fugir do dia para a noite , sem nem ao menos buscar satisfação .
Logo que concluiu seu pensamento , resolveu que tinha de mudar. Quando Michael chegasse , se visse ela , com certeza , a reconheceria . Com esse pensamento , saiu de casa , foi ao primeiro salão que sabia da existência , e cortou seu cabelo , que antes batia na sua cintura , na altura dos ombros e o escureceu . Sabia que era pouco, mas com isso e as lentes castanhas, sabia que podia enganá-lo pelo menos uma vez, isso se eles se encontrassem.
Depois de sair do salão, voltou para casa, onde surpreendeu as garotas que já haviam chegado, e deu a desculpa de já estar enjoada do antigo cabelo.