Back In Time (Hiatus) escrita por Lost in Neverland


Capítulo 5
Family meeting


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!
Depois de tanto tempo em hiatus, finalmente voltei com a história. Estava com saudades de escrevê-la!
Espero que gostem desse capítulo.
Boa leitura :)



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Lana’s POV:

Fico feliz por finalmente encontrar com meu vô. Achei que, devido a todos os acontecimentos recentes, nunca mais o veria. Já estava com o forte receio de que, chegaria um dia, que, nem cartas iríamos poder trocar.

Felizmente eu estava enganada.

Tudo bem, encontramo-nos porque a situação ficou ainda mais complicada e tensa, mas procuro sempre ver as coisas por um lado positivo. Pode ser que não traga nenhuma solução, mas, por incrível que pareça, o otimismo me ajuda a enfrentar as turbulências da vida, de uma forma mais tranquila. E, por mais que uma guerra esteja a caminho, por mais que a morte iminente seja uma realidade em nossas vidas, ao menos estamos juntos. Pior ainda seria se tivéssemos que enfrentar tudo isso distantes um do outro.

Porém, havia a minha mãe. A cena que presenciei com ela, mais cedo na rua, deixou-me pasma e completamente embasbacada. Não queria acreditar em nada daquilo que vi. Não queria.

Mas eu vi. Não há como mudar isso.

Talvez simplesmente haja uma explicação racional para tudo isso.

Talvez.

Olho para o vovô e tento sorrir da forma mais otimista que consigo. Ele retribui o sorriso. 

Minha mãe estava no meio do aglomerado na rua, junto com os nazistas, machucando as pessoas indefesas. Obviamente judeus. Ela não era a agredida, era a agressora. Durante tanto tempo ela havia me dito, que estava trabalhando, como um “agente secreto”, ela dizia. As caçadas eram inevitáveis, era a nossa vida. Quando não íamos atrás dos monstros, eles vinham até nós. Porém, minha mãe fazia esse trabalho extra. Ela nunca quis me contar o que era, achei que era para me proteger mas, estava enganada. Não havia me contado porque saberia que eu não concordaria com tamanha atrocidade.

Como ela poderia machucar pessoas, com as mesmas raízes que ela? Aliás, como ela podia machucar aquelas pessoas? Estavam completamente aturdidas, indefesas. Algumas gritavam, implorando por clemência, com o único desejo de voltar para sua família.

A cena não queria sair da minha mente. Balancei a cabeça, como se isso fosse livrar-me das memórias, mas é claro, não adiantou.

Os judeus estavam sendo torturados, de diversas formas possíveis. Varas de madeira, consumiam-se pelas chamas, e antes de consumirem-se completamente, ricocheteavam nos corpos indefesos e encolhidos. Chicotes, barras de prego...

Balancei a cabeça novamente, forçando-me a expulsar esses pensamentos, e forçando-me mais ainda que, minha querida e amada mãe teria uma explicação plausível para tudo isso.

Pisquei rápido os olhos para conter as lágrimas, e percebi que Dean estava do meu lado. Sam a minha frente e os dois ostentavam olhares curiosos e atentos.

- Então – pigarreou Sam, dava para ver o quão desconfortável ele estava ali – qual é, exatamente, nosso parentesco?

- Susan é minha filha, e mãe de Lana – respondeu meu avô, antes que eu pudesse me manifestar – Porém, veja bem, eu tinha uma outra filha, Regina. Provavelmente é daí o parentesco já que Susan não teve mais filhos. E Regina era a mais velha.

- Era? – perguntou Dean, com a voz melancólica

- Sim... quer dizer, um dia, ela saiu para trabalhar e nunca mais voltou.

- Você não foi procurá-la? – perguntou Dean, incrédulo

- É claro que fui, o que você acha? – responde meu avô, alto demais, rispidamente demais. Consigo entender o porquê - Ela é minha filha, meu tesouro. Mas simplesmente não a encontrei. Porém, no fundo, nunca desisti de encontrá-la.

Sam sorri afetuosamente.

- Sinto muito, Samuel – começa a dizer, mais novo irmão Winchester, até que é interrompido por Dean

- Ei! Esperem – ele dá uma pausa que, suponho era para soar algo dramático e teatral mas, só faz com que eu revire os olhos – eu me lembro de uma Regina ai.

- Dean, eu estava falando.

- E agora, quem está falando sou eu, irmãozinho! – retruca Dean, com um entusiasmo um pouco forçado.

- Veja bem – ele continua – lembro-me de papai contando histórias sobre nossa família, e lembro-me dela. São lembranças bem rápidas e vagas, eu era muito pequeno, mas creio que são o suficiente para esclarecer algumas de nossas dúvidas.

Todos permanecem em silêncio, olhando sem interesse para ele.

Sam suspira.

- Vá em frente, Dean.

- Então, essa Regina seria a mãe de Samuel que era pai de nossa mãe, portanto nosso avô. Rá!

Sam ergue as sobrancelhas.

- Rá?

- Não enche Sammy.

- Então eu sou avô de vocês?

- Não, não você. Veja bem – continua Dean, gesticulando frenética e animadamente enquanto explica, como se estivesse dando uma palestra ou algo do tipo – Sua filha teve um filho, e colocou o nome desse filho com o seu nome, Samuel – acompanhando até aqui?

- Não sou burro, moleque – responde meu avô e contenho a risada.

- Certo – continua Dean – esse Samuel, seu neto, nomeado em sua homenagem, imagino, teve uma filha, chamada Mary, sua bisneta, e, essa bisneta, teve dois filhos – Dean sorri triunfante. Depois de alguns segundos de silêncio ele completa – Nós!

- Hum, deixe-me pensar, isso faz de nós seus bisnetos, não?

- Cale a boca, Dean, não sabe nem fazer uma conta direito – interrompe Sam – somos seus, hum – ele para um pouco para pensar – somos seus trinetos.

- Isso realmente existe?

- Não Dean, eu inventei.

- Sarcasmo não combina muito com você, Sammy.

- Cale a boca, Dean.

- Então quer dizer que, Regina conseguiu sobreviver? E vocês são meus parentes? – diz Samuel, claramente aliviado e ao mesmo tempo deslumbrado

Não pude deixar de me conter e perguntei:

- E eu? Sou o que de vocês?

- Sam? Vamos lá, você é o cérebro não?! – provoca Dean

Sam está com rugas na testa e suas sobrancelhas juntam-se instantaneamente. Ele coça a nuca e me lança um olhar desapontado.

- Olha... bom... eu não sei, na verdade. Isso é meio confuso. Mas prometo que irei descobrir – diz ele, sorrindo por fim – Afinal, temos que, no mínimo saber nosso parentesco, afinal, somos uma família.

- Nunca vi uma árvore genealógica tão complicada como essa - diz Dean, pensativo

Algo inesperado acontece. Samuel se lança sobre os dois meninos, os envolvendo em seus braços, demoradamente. Percebo que ele reprime um soluço e funga o nariz. Quando finalmente se afasta, fala:

- Nunca imaginei que você encontrar... bom, vocês. Estou feliz por isso.

Os irmãos sorriem juntos.

- Também estamos – eles dizem, não em uníssono, o que já era de se esperar.

De repente, ouve-se um estrondo agudo, seguido de um grito bem alto, vindo da entrada da casa. Eu gelo. Os pelos do meu braço arrepiam e sinto um mau, muito mau pressentimento.

- Imagino que essa casa guarde bastante sal, certo? – pergunta Dean, aparentemente tentando esconder o nervosismo.

- Certíssimo – responde meu avô

- Ótimo – diz Sam, não escondendo a preocupação – porque iremos precisar.  


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?