PV EDWARD

Já estávamos no hospital e como meu pai havia começado a trabalhar lá porque tínhamos decididos fixar residência por um tempo aqui em Forks por causa de Bella e só mudaríamos novamente quando Bella se sentisse totalmente segura conosco.

Então ele mesmo a atendeu. Para meu alívio.

Carlisle veio até mim e mamãe e pela sua cara me parecia ser algo grave.

— O que ela tem pai?

— Bella ... está grávida de dois meses.

— O quê?- digo chocado.

E minha mãe arfou surpresa.

— Mas quando eu a trouxe aqui para o hospital quando a encontrei no penhasco foi feitos vários exames nela. Como não viram que Bella estava grávida?

— Filho devia estar nos primeiros dias nesse período não é possível se detectar uma gravidez. O exame de sangue só é capaz de detectar após 15 dias da concepção. 

Grávida! Por essa eu não esperava. Ela ter namorado alguém ok, isso não é problema algum, mas uma gravidez... Bella terá de contar ao pai do bebê e céus! E se eles resolverem reatar? Eu vou perdê-la, antes mesmo de ter tido a chance de tentar conquistá-la.

— Mas como Bella está de dois meses eu tenho de fazer um transvaginal urgente para saber como o bebê está. – Carlisle me faz sair de meus pensamentos.

— Oh! Querido você acha que pode ter algo de errado com o bebê? – mamãe fala aflita.

— Possível é, mas vamos torcer para que não tenha, não é amor?

— Sim, com fé em Deus o bebê está bem. – diz Esme.

— Mas não é certo eu fazer o exame sem o consentimento dela.

Bella infelizmente ainda não havia despertado do desmaio. 

— Mas também não é certo esperar para saber como o bebê está, não é pai?

— Tem razão filho nesse caso específico é melhor não esperar, a queda do penhasco e a medicação forte que ela tomou para se recuperar das fraturas pode ter causado algum efeito ruim no bebê então vou fazer o exame agora.

— Pai eu posso acompanhar o exame?

Eu queria ficar com Bella, mesmo estando desacordada, eu queria que ela soubesse que eu estava ali ao lado dela.

— Claro, venha comigo filho.

— Céus! Olha quantas fissuras! Elas se estendem desde a entrada até o colo do útero. – papai diz me mostrando no monitor- Algumas já se cicatrizaram há algum tempo, cerca de um ano talvez.

— Então é isso o que ela esconde, Bella era violentada, e por isso tentou cometer suicídio. - digo explodindo de raiva do desgraçado que fez isso com ela.

— Filho sei que é difícil, mas você precisa manter a calma, por ela.

E com muito custo reprimo o ódio que eu estava sentindo desse desgraçado.

— Aquela sensação ruim que eu sentia de que algo não ia bem com minha predestinada. Deve ter sido, quando começaram a violentá-la. Mas eu ainda descubro quem foi o miserável.

— Filho isso acontecia cerca de seis dias seguidos por mês, não é?

— Sim, por quê?

— Seis é a média de dias férteis da mulher.

— Então ele a violentava com intenção de engravidá-la. – concluí o raciocínio do papai.

E fiquei ainda com mais ódio desse desgraçado. Ele achava pouco violentá-la, ainda tinha de querer engravidá-la.

— É o que tudo indica.

— Mas por quê? Se um filho seria uma prova viva do crime cometido por ele? Não seria algo inteligente de se fazer caso descobrissem o que ele vinha fazendo com Bella.

— Não tenho ideia filho, agora temos de nos concentrar nela, Bella está grávida de dois meses, mas como esse bebê foi concebido por meio de estupro, ela pode optar por tê-lo ou não, mas agora ela não está em situação de decidir, daremos ao menos essa semana a ela antes de perguntar isso.

— Bella estava tão bem pai e agora quando receber essa notícia temo que ela volte a ficar como antes. – digo arrasado com tudo isso.

— Não seja pessimista filho. A notícia vai ser um choque sim, mas estamos aqui para ajudá-la, e a situação é diferente agora, pois Bella passou a confiar em nós, principalmente em você.

— Tem razão pai. - digo tendo um pouco de esperança, eu não ia suportar vê-la sofrendo mais daquele jeito.

— Felizmente está tudo bem com o bebê.- Carlisle conclui o exame- Apesar dela ainda ter apenas quinze anos se ela decidir seguir com a gravidez, as chances de ela ter uma gravidez saudável são grandes.

— Ao menos algo de bom nisso tudo. - fico um pouco aliviado.

— O que será que Bella irá decidir filho?

Papai não tinha ideia, mas como sou mais próximo a ela ele acha que eu tinha algum palpite.

— Com relação a isso pai não tenho a menor ideia, mas a apoiarei seja qual for sua decisão. – faço um carinho de leve no rosto de Bella.

— Quando ela acordar irá querer saber o que aconteceu. Quer que eu dê a notícia da gravidez e dizer que o bebê felizmente está bem quando acordar?

— Não, eu faço isso pai, Bella é mais receptiva a mim.

— Tem razão filho. Agora vamos levá-la para o quarto, ela acordará logo

— O que eu estou fazendo em um hospital? – Bella me perguntou ao despertar.

— Você desmaiou, lembra?

— Agora lembro e você sabe por que eu desmaiei?

— Bella- me sento na beira da sua cama de frente para ela- preciso que me prometa que vai manter a calma. - ela me olhou com medo em seus olhos, temia ser algo grave- Eu e papai descobrimos algo sobre você.

O coração dela começou a bater acelerado.

— Bella, prometa manter a calma. – pedi segurando suas mãos com as minhas.

— Eu prometo ficar calma.- garanti e respirou fundo se acalmando- Pode falar.

— A trouxemos para cá e você teve de fazer exames para saber o porquê do seu desmaio. E Bella você está grávida de dois meses e eu preciso saber quem a violentou. Ele precisa pagar pelo que fez a você. -tento moderar meu tom de voz, eu estava sentindo muito ódio desse desgraçado, mas tinha de manter a calma por Bella.

— Grávida?- Bella fala como se não acreditasse.

— Sim você está grávida. – afirmei firmemente para que dessa vez ela acreditasse.

— Não...não diz que é mentira, eu não possa estar grávida daquele monstro, por favor, diz que é mentira. Diz que ele não conseguiu... – Bella começou a falar desesperada.

Diz que ele não conseguiu. Então ele realmente queria que Bella engravidasse e ela sabia que esse desgraçado a queria engravidar de propósito. Mas por quê? Eu não consigo entender.

— Por favor, diz que é mentira Edward.

— Bella acalme-se. - peço a abraçando e fazendo carinho em suas costas.

Ela tremia bastante em meus braços.

— Acalme-se, por favor.

— Tem ...certeza? – perguntou Bella ainda incrédula.

Deve ser realmente um choque isso para ela. Já não basta o que passou na mão desse desgraçado ainda tinha de lidar com a consequência disso.

Me afastei um pouco e olhei nos olhos dela.

— Bella os exames não deixam margem alguma de dúvida.

— Isso não pode estar acontecendo, não pode.- diz começando a chorar descontroladamente.

— Bella você precisa se acalmar isso não faz bem ao bebê.

— Não... não pode ser.

— Bella, por favor, acalme-se pelo bem de vocês.

— Não... não... diz que é mentira. – pediu olhando nos meus olhos- Por favor diz que é mentira Edward.- e continua a chorar bastante.

Meu coração doía tanto de vê-la assim, mas eu não podia dizer o que ela queria ouvir, já que infelizmente não era mentira.

— Bella fique calma, por favor. – implorei.

— Aiiiii... – Bella começou a gritar de dor e colocando um de suas mãos na barriga.

Céus! Mais essa não!

Peguei o celular e liguei para meu pai que ainda se encontrava no hospital e ele atendeu no primeiro toque.

— Pai vem aqui no quarto da Bella agora. – digo de forma urgente.

Eu estava sentado há horas na poltrona ao lado da cama de Bella a olhando dormir por conta do efeito do sedativo e ao mesmo tempo pensando em uma maneira de dar mais essa notícia a ela. Papai havia se oferecido para contar novamente, mas achei melhor que eu falasse. Mas eu não tinha ideia de como dar essa notícia de uma forma menos dolorosa.

Argh! Era muita desgraça para um dia só.

Deus! Como pode permitir que coisas tão ruins aconteçam com um ser tão puro como Bella? Me diz, por que eu simplesmente não entendo o porquê de tudo isso acontecer com ela, isso tudo não faz o menor sentido para mim.

A respiração dela começou a acelerar. Ela abriu os olhos e me olhou por alguns segundos e eu simplesmente não consegui falar.

— Eu o perdi, não é? – diz Bella num sussurro.

— Infelizmente sim.

— Infelizmente? Você deveria é estar feliz por eu ter perdido o filho de outro.

— Era seu filho Bella e isso é o bastante para eu amá-lo tanto quanto amo você.

— Você é muito altruísta Edward.

— Não sou altruísta eu só a amo demais.

— Eu não mereço o seu amor, me sinto tão suja... – Bella mostra toda a vulnerabilidade de uma mulher que foi violentada.

E o meu coração se apertou ainda mais ao vê-la tão vulnerável assim.

— Não diga bobagens, o meu amor é seu, então apenas o aceite. E nunca mais repita que é suja. Você não tem culpa alguma do que lhe aconteceu, à culpa é do covarde que fez isso com você. – faço um carinho em seu rosto e algumas lágrimas começaram a rolar por ele, comecei a limpá-las, mas ela segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos, fechou os olhos deixando mais lágrimas cair.

Olhei a marca em seu pulso e o ódio brotou novamente, será que isso é obra desse desgraçado também? Mas, eu não perguntaria a ela agora, deixaria isso para depois quando estivesse mais calma.

Voltei meu olhar para seu rosto e entendi que nesse momento Bella não queria mais conversar, apenas que eu ficasse ali com ela. Que chorava em silêncio pela morte de seu filho, que apesar de ter sido concebido por meio de estupro, era seu filho e eu compreendia sua dor. Passei meu braço livre pela cintura dela e a abracei. Eu a ajudaria superar mais isso e tudo ficará bem, eu acredito nisso.