PV EDWARD

Cheguei da caçada e entrei em casa pela porta dos fundos que dá na cozinha e cumprimentei minha mãe que estava preparando um lanche, perguntei por Bella e ela disse que estava no jardim.

Fui para a sala e pela janela vi Bella sentada encostada em uma árvore, lendo um livro bastante concentrada, apurei minha visão e vi que era orgulho e preconceito. Será que ela é fã de clássicos?

— Bella parece tão bem. - mamãe fala vindo até mim segurando uma bandeja nas mãos onde tinha um copo de suco e um sanduíche.

— É bom vê-la fazendo algo, já que na maior parte do tempo está se "afogando" na tristeza. Eu queria tanto saber o que aconteceu com ela mãe.

— Você tem é de se concentrar em ajudá-la a superar seja o que for de uma vez por todas.

— E eu estou mãe, mas não consigo parar de ficar imaginando o que deve ter sido.

— Eu também fico tentando imaginar isso filho, mas o que importa no momento é que Bella está tentando seguir com sua vida e deixar o seu passado ruim para trás.

— Sinto que logo ela ficará totalmente bem.

E mamãe assentiu concordando.

— Seu pai teve a ideia de mostrar a biblioteca a Bella e quando ela viu aquela enorme variedade e quantidade de livros disse que os olhos delas brilharam. Bella é uma apreciadora de livros e ao que parece livros a distrai bastante, faz tempo que está ali lendo, então leve isso para ela, que deve estar com fome.

— Tudo bem eu levo. - pego a bandeja.

Eu estava mesmo doido para ir até Bella, mas não queria atrapalhar a sua leitura, mas a mamãe sem querer acabou me dando a desculpa perfeita para ir até ela.

Aproximei-me de Bella fazendo um pouco de barulho ao pisar, ela sempre se assustava quando nos aproximávamos dela de maneira silenciosa, mas fazer o que? Isso era algo natural nosso. Então tínhamos sempre de lembrar desse detalhe ao se aproximar dela.

Bella desviou o olhar do livro quando percebeu minha aproximação e olhou para mim.

— Desculpa atrapalhar, mas mamãe me pediu para trazer esse lanche para você, ela acha que você deve está com fome.

— Eu estava tão entretida que nem vi a hora passar. Obrigada eu estou mesmo com fome.

Sentei-me ao seu lado e entreguei a badeja a ela. Que pegou o sanduíche e deu uma mordida generosa.

Bella realmente estava gostando da leitura tanto que nem percebeu que estava com fome.

— Então gosta de romance?- olho de maneira sugestiva para o livro.

— Sim, mas só dos antigos. – ela respondeu e riu parecendo se lembrar de algo.

— O que? – perguntei curioso.

Essa curiosidade de saber o que se passa na mente dela ainda vai me matar um dia.

— Minha mãe me dizia que eu devia ter nascido no século passado de tanto que eu gosto de ler clássicos dessa época.

— Se isso tivesse acontecido, nós já teríamos nos conhecidos.

— Verdade. – diz Bella me fitando, tinha um brilho diferente em seu olhar e em seguida ela voltou a comer.

Gostei daquele brilho, espero vê-lo mais vezes.

— Edward você....er... deixa pra lá.- Bella me disse quando terminou de comer.

— Não agora fala, você me deixou curioso.

— Não é nada mesmo.

— Você sabe o quão frustrante para mim é não poder ler sua mente, por favor, não me negue o pouco de acesso que posso ter a ela, me diga o que ia perguntar, por favor.

Mas Bella negou com cabeça.

— Vou ter de obrigá-la a falar?

— Você não faria isso. – ela diz não acreditando que eu faria.

— Pode apostar que eu vou. – e começo a fazer cócegas na barriga dela.

Bella começou a gargalhar e a se contorcer.

— Para ...Edward. – pede em meio às gargalhadas e tentando tirar minhas mãos da sua barriga, só que era impossível, pois eu sou muito mais forte que ela.

— Eu paro só se você falar.

Ela já estava ficando com o rosto vermelho, mas eu não pararia até Bella ceder.

— Tá. - ela disse puxando fôlego - Eu... falo.

Então parei e esperei pacientemente ela recuperar o fôlego.

— Bom a pergunta é pessoal demais e se não quiser responder eu vou entender.

— Bella eu faço questão de responder sobre qualquer coisa que queira saber sobre minha vida. É só perguntar.

— Eu só queria saber ... – Bella começou a falar, mas parecia muito envergonhada, o que só me deixava cada vez mais ansioso pela suas próximas palavras.

— Com quantas mulheres você se relacionou durante esse um século de existência?

— Com nenhuma.

— Ah! Fala sério Edward. – ela diz incrédula.

— Eu passei todo esse tempo esperando por você.

— Nossa! Por essa eu não esperava, mas nem sentiu vontade?

— Não, meu amor desde sempre é seu, e a ideia de ficar com outra mulher sem amor me é repulsiva. Para nós vampiros é assim, somos apenas de uma pessoa.

Bella ficou quieta absorvendo minha resposta, eu sabia que isso era meio complexo para humanos. Os humanos não têm como saber quem é a pessoa certa só de olhar, por isso eles ficam tentando até encontrar.

— E você já se relacionou com alguém? - digo não conseguindo esconder minha curiosidade.

Mas Bella ficou tensa com minha pergunta.

— Ei! Relaxe, não há problema se já tiver se relacionado com alguém, isso funciona de maneira diferente para humanos. – falo compreensivo, mas no fundo eu gostaria que a resposta fosse não.

— Não é isso er... bom de certa forma pode se dizer que sim.

— Como assim de certa forma?

Eu odiava quando Bella vinha com meias falas, eu nunca compreendia o que ela queria dizer.

E justo nessa resposta tão importante para mim Bella inventava de fazer isso.

— Er... eu olha é....que ....- ela tentou dizer mas estava bem nervosa.

— Não precisa mais responder, não quero deixá-la nervosa. – eu estava bem curioso, mas não a incomodaria mais com isso.

— Obrigada. - diz Bella bem aliviada por eu não pressioná-la a falar.

Talvez fosse melhor não saber detalhes disso mesmo, eu estava triste por Bella já ter tido alguém, mas não posso culpá-la, ela não tinha ideia de que era a minha predestinada, mas mesmo que soubesse não é porque é a minha predestinada que obrigatoriamente ela tem de ficar comigo, as predestinadas tem escolha, se ela não me quiser eu teria de deixá-la seguir sua vida com quem quisesse, mesmo que isso me fizesse infeliz pela eternidade, porque o que importa para nós vampiros é a felicidade de nossa predestinada acima de tudo até de nós mesmos.

— Então onde parou a leitura? - mudo de assunto para acabar com esse clima ruim que ficou entre a gente.

— No capítulo quinze.

— Eu posso ler com você?

— Mas é que eu já estou na metade da história.

— Eu conheço essa história, não há problema em começar a ler pela metade do livro.

— Sendo assim vamos começar a ler então.

Peguei o livro e passei meu braço em volta da sua cintura a trazendo para mais perto de mim para que ela tivesse uma boa visão do livro, mas aí eu me toquei que pudesse ter ido longe demais, mas quando Bella encostou sua cabeça em meu ombro vi que ela estava aceitando melhor minha aproximação. E comecei a acreditar no que minha família me dizia, que Bella aceitaria meu amor e que isso era só uma questão de tempo.

Então começamos a ler juntos a história de Jane Austen.

Já estava anoitecendo quando terminamos de ler o livro, nos levantamos, mas Bella perdeu o equilíbrio e eu a segurei.

— Estou... tonta... – Bella fala com a voz fraca.

A peguei nos braços e ela desmaiou.

— Pai a Bella desmaiou. - falo desesperado e ele saiu de casa junto com a mamãe.

— Vamos levá-la ao hospital, para fazer exames e descobrir o que ela tem. – diz Carlisle após checar os sinais vitais dela.

E mais uma vez eu estava a levando ao hospital, mas espero que não seja nada grave dessa vez.