Pov. Angie

            Tudo estava pegando fogo. Fumaça saia pelas janelas do Studio e todos estavam muito desesperados. Eu estava na sala de canto, vendo tudo se transformar em cinzas sem saber muito bem o que fazer. Estava cercada por fogo, e as paredes estavam começando a se corroer quando escutei alguém chamando meu nome.

            - Angie! – Pablo parecia desesperado a minha procura.

            - Pablo! – Gritei em resposta, mas meu oxigênio estava acabando. Tudo estava ficando escuro e eu estava ficando tonta. Procurei um lugar para me apoiar, mas a mesa estava quente de mais.

            - Angie! – Ele continuava gritando e escutava sua voz cada vez mais perto de mim. Minhas pernas amoleceram toda força que ainda restava dentro de mim se esvaiu e cai no chão. Não restava mais nada, fechei meus olhos e a primeira coisa que vi foi a imagem de Maria. Ela tentava me dizer alguma coisa, mas de repente abri meus olhos.

            Demorei um pouco para perceber onde estava. Meus olhos lutavam contra a claridade até que avistei uma pessoa sentada diante de mim. Aos poucos fui sentando na cama tentando entender o que estava acontecendo. Passei minha mão no meu rosto e percebi que ainda suava frio.

            - Angie, meu amor o que aconteceu? – German perguntou assustado.

            Pov. Angie Off.

            Assim que German percebeu que Angie estava chorando a abraçou, querendo que toda aquela dor que ela estava sentindo não existisse mais. Ela parara de chorar, mas continuava pensando no sonho que teve. Ver o Studio indo a ruínas, ver Maria tão perto e não poder fazer nada para mudar o que estava acontecendo a destruía por dentro.

            German fez a loira deitar em seu peito e ficou acariciando seu cabelo, esperando que ela se acalmasse.

            - Está tudo bem, meu amor. – Ele a tranquilizava – você está a salvo.

            Angie envolveu seus braços sobre o corpo de German e o abraçou fortemente para ter certeza de que ele estava ali.

- Tudo... Tudo estava pegando... Fogo e... Eu... Eu vi Maria...

- Shh... Não precisa. Você está bem, Angie e é isso que importa.

Angie tirou a cabeça do peito de German e olhou em seus olhos. “Fora só um sonho ruim” ela tentava se convencer. Aos poucos o espaço que existia entre os dois foi diminuindo até seus lábios se encontrarem. Foi um beijo apaixonado, que eles não queriam que existisse final.

Pov. Violetta.

            Acordei cedo. Mesmo sendo sábado não conseguia mais dormir. Em alguns dias eu faria minha primeira festa de aniversário onde os convidados realmente seriam meus amigos. Eu tinha dito ao papai que queria fazer a festa no Resto, mas agora eu não tinha tanta certeza disso. Por mais que seja um lugar legal e que Fran e Lucca concordem, eu não quero atrapalhar. O que será que Olga acha de fazer a festa aqui em casa?

Levantei e fui me arrumar para descer. A casa estava em silencio, o que significava que papai e Angie estavam dormindo.

- Bom dia Olguinha! – Falei entrando na cozinha.

- Bom dia, pequenina. Dormiu bem?

- Dormi sim. Ô Olga, eu estava pensando... O que você acha de fazer minha festa de aniversário aqui em casa? Não seria para muitas pessoas...

- Tudo bem, mas eu não quero ninguém estranho na minha cozinha!

- Ai Olga você é um anjo! – Falei dando um beijo em sua bochecha.

- Tudo para ver minha princesinha sorrir!

Sorri agradecida e fui para a mesa. Depois de um tempo Ramalho se juntou a mim.

- Bom dia Violetta!

- Bom dia Ramalho! – Sorri alegremente.

- Posso saber o motivo de tanta felicidade? – Ramalho me olhou por cima dos óculos.

- Ah Ramalho tudo está dando certo. Papai aceitou minha paixão pela música, não existem mais mentiras nem segredos entre a família, Jade foi embora e finalmente nosso plano deu certo!

- Sim, sim você tem razão. Depois de um longo tempo nosso plano deu certo.

- Não sabe como eu fico feliz em saber que finalmente papai encontrou a felicidade com a Angie.

Ramalho e eu continuamos conversando durante o café até que escutamos alguém descendo as escadas.

- Bom dia – Papai falou sentando-se.

- Bom dia – Ramalho respondeu.

- Papai, cadê a Angie? Ela está bem?

- A Angie voltou a dormir, ela estava cansada.

Alguma coisa devia ter acontecido, pois ela não era de dormir até tarde. Resolvi deixar quieto, já que sabia que papai não me diria muita coisa.

- Papai, eu estava pensando... E se agente fizer minha festa de aniversário aqui em casa?

- Pode sim, se você quiser eu posso...

- Obrigada – falei levantando da mesa.

- Ei Vilu, aonde você vai?

- Vou ligar para a Fran e para a Cami.

Não esperei uma resposta, subi as escadas correndo em direção ao meu quarto, porém quando encostei na maçaneta escutei outra porta se abrindo. Angie apareceu no corredor, porém não parecia estar mau.

- Bom dia Vilu.

- Bom dia Angie! Você está bem?

- Estou sim. Eu vou descer que estou com fome.

Angie parecia estar bem. Ela sorriu e desceu para ir tomar café. Entrei em meu quarto e procurei pelo meu celular. Primeiro liguei para a Fran.

- Vilu! Aconteceu alguma coisa?

- Não, não. Amiga eu tava pensando, meu aniversário está chegando e...

- Precisamos planejar a festa! Claro! Você já sabe onde vai fazer?

- Pensei em fazer aqui em casa...

- Mas e o seu pai?

- Ele concordou! Seria mais uma chance de mostrarmos a nossa música para ele!

- Tudo bem, então como...

- Por que você não vem aqui para casa? Vou ligar para a Cami e podemos planejar tudo aqui.

- Daqui a pouco estou chegando.

- Beijos.

Pov. Angie.

Acabei adormecendo, dessa vez sem pesadelos e quando acordei German não estava mais no quarto. Levantei e tomei um banho bem demorado. Quando estava saindo do quarto encontrei Violetta, ela parecia preocupada, mas como não disse nada desci tomar meu café da manhã.

- German recuperaram os cinco milhões roubados e o pai da Jade está preso.

- Ótimo e você teve notícias dela?

- A última coisa que eu soube é que ela não foi presa.

- Bom dia – falei em voz alta para German perceber que eu havia chegado.

- Eu vou resolver os problemas com os brasileiros.

Ramalho falou e levantou-se da mesa em direção ao escritório. Não olhei para German, preparava meu sanduíche com movimentos rápidos sem levantar o olhar.

- Você está melhor? – Ele perguntou com ar preocupado.

- Estou sim. Hoje eu preciso voltar para casa.

- Angie, você ficou chateada com minha pergunta sobre a Jade?

- Eu? – falei fingindo. – Não...

Pov. German

Angie             estava muito estranha, logo percebi que eram ciúmes pela minha pergunta.

- Angie, você ficou chateada com minha pergunta sobre a Jade?

- Eu? – ela levantou as sobrancelhas e cerrou os lábios. – Não...

- Não? – Levantei e me dirigi até ela. – Você tem certeza que não está com ciúmes?

Pov. Angie

German estava em pé na minha frente. Ele me olhava de cima, mas eu não quis me levantar.

- Ah German faça-me o favor... – Esse assunto estava começando a me irritar.

- Faço, mas faço outro favor a você – Ele segurou minhas mãos e me puxou. Estava de pé, com meu corpo colado ao dele, suas mãos me seguravam pela cintura e esqueci-me do que estávamos falando quando ele me beijou. O mundo parou até que nos separamos para respirar. – Faço o favor de te amar... Ainda com ciúmes?

- Eu não tava com ciúmes, German! – Bati o pé no chão.

- Tudo bem. – ele sorriu e mordi meu lábio.

- Você não vai procurar a Jade vai?

- Por que eu a procuraria? Eu te tenho e isso é o suficiente! Eu te amo Angie.

            Não consegui controlar meu sorriso. Qualquer que fosse minha preocupação com a Jade havia desaparecido. Nada mais importava apenas o amor que sentíamos um pelo outro.