O encarei surpresa, seus olhos de topázios dourados fixos em meu rosto. Seus cabelos de cobre cintilando apesar de não a ver sol, a pele pálida e perfeitamente branca como osso. Um astro do cinema se tornaria ridículo perto dele. Trinquei meus dentes olhando minha volta preocupada.

   – Não tente fugir. Você não iria muito longe mesmo. – disse ele em um sussurro aveludado apesar de seus olhos serem ameaçadores. Reprimi o tremor de medo que ameaçava me denunciar.

   – O que você quer? – perguntei seria sentindo minhas mãos rebeldes tremerem.

   – Tenho que ficar de vigia. – resmungou ele dando de ombros como se fosse meu amigo, ao em vez da pessoa que queria me matar a poucos dias. – Sabe como é você sabe que Damon está vivo então se o idiota tentar algo de imprudente usará você como isca para atraí-lo. Além do mais não diga para ninguém o que aconteceu, não queremos que Elena Gilbert desconfie de nada.

    Eu o encarei perplexa e confusa ao mesmo tempo.

    – Achei que ela queria me matar. – eu disse engolindo em seco.

   Ele jogou a cabeça para trás em uma longa gargalhada aveludada. Mordi meus lábios tentando calcular uma rota de fuga, deveria haver alguma brecha nessa escola. Os alunos ainda estavam parados no estacionamento, mas sabia que não tinha como eu voltar para meu carro. Minha única opção era correr – uma opção cujo não tenho muito gosto por executá-la.

   – Você se confundiu. Aquela lá se chama Katherine Pirce, Elena é duplicata dela. – ele explicou me encarando nos olhos, por alguns segundos me perdi em seus olhos de ouro derretido, presas em sua profundidade. Ainda assim não era igual ao Damon.

    – E o que seria uma duplicata? – questionei com um tom de desafio. O que eu estava fazendo? Um movimento e ele me mata!

    – Uma copia humana... Enfim uma historia muito longa. – ele disse encarando algo por cima de meus ombros. – Acho que não me apresentei ainda, me chamo Edward Cullen. – ele abriu um sorriso que me tirou o fôlego por alguns segundos.

    – Infelizmente não posso dizer que é um prazer conhecê-lo – resmunguei tremendo. Edward reprimiu um sorriso enquanto eu começava a andar dando passadas longas apesar de saber que não adiantaria muito.

    Com muita facilidade ele me acompanhava sem nenhum problema. Vampiros não teriam nenhum ponto fraco? Questionei em pensamento desejando que tudo aquilo acabe logo ou que eu simplesmente estive-se sonhando.

     Elena me esperava na porta da sala ao lado de Alice. Ela usava uma blusa regata vermelha sangue com rendas envolta da própria, juntamente com uma jaqueta de couro preta e de marca e uma calça jeans preta e apertada, os tênis eram os mesmo desde que eu a conheci, um All Star surrado. Já Alice estava com um vestido azul e florido que reluzia sobre a pele pálida, junto do vestido ela usava também um lenço vermelho com estampas laranja e rosas claras amarrados de forma elegante no pescoço de fada. Ambas se entre olharam antes de virem em minha direção.

     – A onde você esteve o dia todo ontem? – questionou Elena me advertindo. Ela tinha as mãos na cintura igual a uma mãe que adverte o filho por algum problema.

     – Fomos à sua casa, mas seu irmão Stefan disse que você ainda não tinha chegado. – disse Alice se intervindo no meio de Elena e Edward que me observavam. Assim que ela disse Stefan, Alice lançou um breve olhar malicioso para Elena que reprimiu um sorriso, isso me intrigou.

     – Eu... Eu... – eu comecei a dizer gaguejando. O que eu poderia dizer? Quase fui morta por um bando de vampiros? E que passei a maior parte do tempo com um homem que supostamente deveria estar morto? – Passei em algumas lojas, estava querendo comprar um vestido para mim, mas acabei não encontrando nada. – menti.

      Elena e Alice assentiram com a cabeça em um “sim” desconfiado em seguida Alice se virou para Edward com um olhar de escárnio. Seus lábios se repuxaram em uma forma de nojo enquanto ele apenas desviou os olhos.

      – Esse é meu irmão mais novo Edward. – ela apresentou com um olhar descrente. – Edward estas são Bella e Elena.

      – É um prazer conhecê-las. – ele disse se voltando para mim e Elena, pude ver seus lábios se repuxarem em um breve sorriso debochado.

      – Igualmente. – disse Elena abrindo um sorriso presunçoso.

     Sentei-me atrás de Elena e Alice e ao lado de Edward, ouvindo um longo discurso que Elena fazia sobre o uso de meias calças colorido, e vestidos floridos. Deixei-me levar em meus pensamentos. Havia muitas perguntas para poucas respostas que eu consegui ter ate agora.

    Eu sabia que Damon Salvatore estava vivo, e que era um vampiro, sabia também que ele estava metido em grandes problemas por conta de ter salvado uma garota, e agora querem matá-lo. Sabia também que Edward e Katherine faziam parte dos guardas da mulher que quer matar Damon, e eles só tentaram me matar por saber do segredo deles. E a ultima resposta para a pergunta que eu mais temia, era saber realmente o perigo que estou correndo ajudando Damon. Eu tão pouco me importo comigo, mas sim com meus amigos, valia apena me arriscar assim? A confusão tomou conta de mim, me fazendo rodar pela sala.

   Senti o enorme alivio ao ouvir o ultimo sinal tocando. Disparei em direção do carro de Renée, sentindo o enorme alivio por estar só, sem ninguém para me importunar, lógico eu adorava a presença de Elena e de Alice, mas Edward estava me dando nos nervos, como alguém tão extraordinariamente bonito pode ser tão idiota e mesquinho ao mesmo tempo. Liguei o motor enquanto encarava as enormes arvores em minha frente. O céu começava escurecer, as nuvens espessas cobriam o sol em uma lenta monotonia constante, não demoraria muito para começar a chover. Enquanto dirigia um tanto distraída senti uma forte necessidade de ver Damon, de um jeito inexplicável que me peguei vagamente surpresa com a ação repentina, como se ele fosse um imã gigante que me magnetiza-se a cada vez que eu pensava nele.

     Dessa vez, porem estacionou um quarteirão de distancia de sua casa. Toda precaução seria bem vinda. Caminhei pela pequena floresta que se acumulava em volta de todo o casarão, tomando cuidado para não me esborrachar no chão, ainda assim foi inevitável tombos, por conta da minha falta de coordenação motora.

     Abri a porta que fez um rangido alto e estridente, a madeira do assoalho estalou assim que pisei e a antiga nevoa branca se envolveu em volta de meu corpo como um fino lenço sob minha pele.

     – Damon? – perguntei hesitante chamando-o.

     Nada, havia apenas silencio. Resolvi caminhar em direção ao salão principal quando uma voz me surpreendeu.

     – Olha, mas que surpresa! – disse a voz parecida com a da Elena.

    Virei-me chocada achando que ela podia ter me seguido.

    – Elena? – questionei assustada.

    – Errou. – disse a copia da Elena enrolando o cabelo entre os dedos. – Tenta de novo.

     Senti meus músculos travarem, minhas mãos estavam suando frias e tremendo, e meus olhos estavam arregalados. Somente aí reparei os longos cachos.

     – Katherine! – exclamei sobressaltada.