P.O.V. Damon Salvatore.

  Ela me olhou de repente calma de mais. Sua pele de porcelana estava mais pálida do que eu tinha visto uma hora atrás, seus olhos castanhos chocolates estavam presos em meu rosto, arregalados, seus cabelos castanhos tinham pontos pequenos de sangue assim como seu rosto.

    – Você está bem? – perguntei sério tomando cuidado para não me descontrolar. O cheiro de seu sangue invadido meus pulmões, senti as presas querem crescer no exato momento em que meus olhos pousaram em seus machucados, mas eu tinha um problema maior agora, ela deveria ter visto os guardas de Victoria e eles sabiam muito bem que eu estou vivo. Anos me escondendo e essa humana simplesmente aparece e prova que estou vivo, grande sorte a minha. Mas algo nela não me fazia sentir raiva e sim alivio.

     Ela assentiu em um rápido “sim”. Ajoelhei-me arrancando o resto da porta e a jogando o mais longe possível dali. Passei meu braço por sua cintura segurando-a firme, enquanto com meu braço esquerdo eu arrancava o sinto. Pude sentir suas mãos agarradas ao meu braço direito, seu toque quente teria feito meu coração disparar em uma velocidade colossal, a única coisa que eu não parava de me perguntar era por que estava me sentindo assim? Teria tido algum sentido para eu ter a salvado? Eu podia simplesmente ter a deixado morrer, e agora não estaria correndo perigo, mas não contive meu impulso de resgatá-la. Tão pequena, tão frágil, tão indefesa.

     Deveria ter sido compaixão, só pode ser!  Arranquei-a dos destroços do carro e a coloquei de pé. Ela tremia freneticamente quase pulando no lugar.       Passei minhas mãos pelos meus cabelos pensando em uma explicação boa o bastante para ela não suspeitar de nada, mas nada vinha em minha cabeça!

     – O que era eles? – ela perguntou sua voz, de repente, uniforme de mais.

     – Não importa. – eu disse arrogantemente. Virei-me para encarar seus olhos cor de chocolate. Apesar de sua expressão estar quase que normal, seus olhos não escondiam o medo. – Você tem que sair o quanto antes!

     – Não antes de me dizer quem é você realmente. – ela bateu o pé, igual as meninas da televisão fazem. Trinquei meus dentes e respirei fundo umas duas vezes me controlando. – O que você é?

     – Sou seu pior pesadelo. – eu disse não conseguindo me controlar mais. Meus olhos arderam por alguns segundos minhas presas finalmente se liberando de meu autocontrole repentino. Minhas mãos grudaram em seus braços segurando forte demais. Ouvi um pequeno arquejo escapar de sua garganta. - E seu eu fosse você me deixaria em paz! – minha voz soou ameaçadora de mais. Seus olhos de chocolate se arregalando e mostrando o medo que agora ela sentia de mim. – Não me procure mais, para o seu próprio bem, ou se não, as coisas ficaram feias para o seu lado! – exclamei um rugido se formando em minha garganta.

      Soltei seus braços e ela saiu correndo. Fiquei imóvel observando a grama opaca do chão, apenas a ouvindo se afastar. Fechei a porta da minha casa com força, sim aquilo era muito arriscado eu sabia, mas eu estava furioso com ela!

      Joguei um dos vasos de porcelana chinesa que outra hora foi de minha mãe. O vaso se espatifou em mil pedacinhos no chão, soquei com toda minha força a parede a destruindo, os pedaços de tijolos encravados em minha mão. O sangue escorria por entre meus dedos. Arranquei pedaço por pedaço não me importando com a dor constante. Por um breve instante me peguei observando os cacos de porcelana esparramados pelo chão.

      O meu passado me condenava agora e por mais que algo em mim não quisesse afastar a garota Isabella Swan, não conseguiria conviver comigo mesmo sabendo que a vida de mais uma pessoa estava em perigo. Eu acabei traindo Victoria, uma vampira sedenta por vingança, fazia parte de seu clã, mas algo estranho aconteceu, estava escuro quando James – seu parceiro ate então – atacou Katherine, eu a salvei, porem tive que matá-lo. Katherine me entregou na hora – sem pensar duas vezes no que estava fazendo. – para Victoria e agora estou fugindo, para não ser morto. O único problema é que agora Katherine sabe que estou vivo, e Edward Cullen também. A menos que eu tenha uma idéia brilhante para acabar com eles, estou encrencado.

      Em meio a pensamentos algo me jogou para frente. A força era sobre humana, podia sentir o cheiro forte de menta vindo de minhas costas. Virei-me rapidamente guinchando meu corpo para cima de uma viga livre. Saltei em direção da pessoa que havia me empurrado a derrubando no chão.

      Os cabelos cacheados fizeram o choc percorrer por entre meu corpo inteiro. Rapidamente a garota me jogou para traz, prendendo-me com o braço contra a parede. Seus olhos irônicos me encarando com curiosidade.

      – Katherine! – exclamei totalmente surpreso.

      – Damon mais que surpresa! – exclamou ela com cinismo. Seus olhos me avaliaram de cima a baixo e então seus lábios se tornaram um sorriso sarcástico. – Sentiu saudade?