Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 3
Cap. 2: Estúpido


Notas iniciais do capítulo

Oie! Fiz esse um pouco maior amores :D

Ficou um pouco "agitado" demais, mas eu particularmente gostei u.u

=D

PS: Não reparem no gif. Vão entende-lo mais tarde :D



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–Mora no apartamento ao lado?

Calei-me e tremi. Passei rapidamente as costas da mão por minha face molhada e virei-me para encara-lo.

–Quem é você? - perguntei, ríspida.

–Prazer. - ele disse, aproximando-se com as mãos nos bolsos. - Me chamo Jon, moro no apartamento em frente ao seu,...

–Melanie.

–Certo. Então,... bela rosa.

Segui seu olhar e vi aquela maldita rosa de plástico em meus pés. Ele se abaixou e pegou para mim, fazendo-me corar... Ele estava com um belíssimo sorriso no rosto.

–Obrigado. Tem acesso ao terraço também? - perguntei, encarando aqueles olhos castanhos.

–Sim. Somos os únicos que tem acesso ao terraço, Melanie. Não sabia?

–Não sabia nem que você tinha... - sussurrei.

–Como?

–Nada. É... tenho que ir... arrumar meu apartamento.

–Ok, então. Foi um prazer conhece-la, Melanie. - ele disse, afastando-se.

–O prazer foi meu... - disse.

Fiquei parada ali durante um tempo. Jon era realmente lindo. Tinha cabelos pretos e levemente bagunçados, olhos castanhos profundos e um corpo definido, nada muito exagerado. Parecia ter bastante dinheiro, afinal usava roupas de marca... Balancei minha cabeça, tentando esquecer o moreno... Desci para meu apartamento, pulando os degraus. Tranquei a portinha que dava acesso a cobertura e fui terminar de arrumar minhas coisas...

[...]

Cai no sofá, exausta. Arrumei tudo: meu quarto, sala, escritório (que virou uma biblioteca cheia de livros velhos e empoeirados), cozinha,... Só hoje eu fui perceber que tinha muita tralha. Exausta, levantei-me e segui para a cozinha. Vasculhei os armários, geladeira... Nada. "Tenho que fazer compras.", pensei, pegando um copo com água e voltando para o sofá.
O dia lá fora estava parcialmente bonito. O céu estava azul e os pássaros voavam... Então, porque parcialmente? Porque faltava alguém ali comigo... Coloquei o copo na mesinha a minha frente e mordi o polegar... Tinha que ligar...

Fui até meu quarto e peguei meu celular. Procurei na lista e finalmente achei o nome que procurava. "Dr. Thiago.". Disquei o número e esperei ele atender.

–Alô? - ouvi finalmente sua voz.

–Alô! Er... Dr. Thiago, é a Melanie. - falei, voltando para a sala.

–Ah, oi Melanie. Como foi a sua chegada em Brasília?

–Bem, bem... Liguei para saber sobre a chagada... dela?

–Ah, sim. Ela chegou bem e já foi instalada. Pode ir visita-la quando quiser.

–Tudo bem... Alguma novidade?

–Infelizmente não, Melanie. Mas... ela ainda tem chances.

–Eu sei. - disse, engolindo o choro. - Quem vai acompanha-la agora?

–Eu mesmo. Vim para Brasília por uma transferência de trabalho. Considere-se com sorte.

– Não muita... Bem, então obrigado.

–Que isso. Sabe que pode contar comigo.

–Ok. Então, tchau.

–Tchau, Melanie.

Deixei o telefone de lado e passei a mão por meus cabelos. Droga de vida! Tem aquele ditado que diz que existe sempre alguém em piores situações que você. Pois bem.... Tenho que conhecer essa pessoa, para podermos dividir problemas...

Levantei-me, suspirando. Sabia que minha mãe gostaria que eu continuasse minha vida nada produtiva. Peguei meu notebook velho dentro de minha bolsa e joguei-me em minha cama. Liguei-o e comecei a vasculhar as páginas que me interessavam. Não tinha muito saco de ficar mexendo na internet... Alias, nem sei exatamente porque eu tinha um notebook. Ganhei-o no internato, quando um dos "bancadores" de lá sorteou aquela porcaria. Acho que foi uma das únicas vezes que realmente tive sorte...

Quando voltei a olhar no relógio, já eram 13:00 hrs. Minha barriga deu um leve ronco. Tinha que ir almoçar. Fui até meu armário, escolhi uma roupa qualquer e sai do apartamento, com dinheiro e celular no bolso. Desci as escadas (não gostava muito de elevadores) e segui para a portaria.

–Boa tarde! - o porteiro me cumprimentou, com um sorriso no rosto.

–Boa tarde. - falei, retribuindo. - Sabe onde tem um restaurante por aqui?

–Tem um self-service no fim da rua, senhorita. A comida não é das melhores, mas dá pro gasto.

–Ah, sim. Obrigado. - disse, abrindo a porta e seguindo pela rua.

O som de meus sapatos no asfalto era algo engraçado para mim. O sol que batia em minha cabeça era forte, fazendo pequenas gotas de suor escorrerem pela minha testa. Cheguei ao tal restaurante e logo me servi. Não me demorei a comer, sempre tive o hábito de comer rapidamente. Paguei por minha refeição e voltei para o prédio.

–E então, o que achou? - perguntou-me o mesmo porteiro, com o mesmo sorriso no rosto.

–Acho que eles carregam demais no tempero. - falei, arrancando-lhe uma gargalhada. - Tchau.

–Até mais, mocinha.

Subi as escadas rapidamente e voltei para meu apartamento. Fechei a porta e encostei na mesma, entediada. Não tinha pra fazer. Sem deveres, tarefas... Nada. Joguei-me no sofá e liguei a TV, deixando num canal qualquer. No meio do programa, minhas pálpebras começaram a pesar. Aconcheguei-me no sofá e logo adormeci.

[...]

Acordei com um zunido alto vindo do corredor. Levantei-me, bamba de sono. Olhei pelo olho mágico e vi uma multidão de pessoas em frente ao apartamento de meu vizinho. "Ótimo. Agora ele dá festas.", pensei indo para meu quarto.

Tentei abafar o som alto que vinha de lá, lendo, vendo TV, colocando o travesseiro sobre minha cabeça. Nada. Já estava começando a ficar irritada... Peguei meu casaco no guarda roupa e calcei meus tênis. Dei um jeito em meu cabelo e segui para a porta. Mas... e se me barrarem? Então, lembrei-me da cobertura. Subi até a mesma, incomodada com o vento frio que ali fazia. Fui até a "portinha" do apartamento de Jon e espiei, já que a mesma era de vidro. O corredor estava vazio, exceto pelos copos e guardanapos jogados no chão. Puxei a porta (que era de correr) e por sorte esta abriu. Desci as escadas cuidadosamente e virando-me me deparei com o inferno.

Várias pessoas juntas, amontoadas, se agarrando, bebendo, dançando. Aquilo pra mim era o inferno, já nunca tinha ido a uma festa teen. Passei pelo corredor desviando dos casais e dos bêbados. Procurei pelo réu e logo o achei. Jogado no sofá com uma taça de Martini em mãos. Revirei meus olhos e me aproximei dele. Várias garotas estavam ao seu lado, dando em cima dele.

–Olá, Romeu, - falei, cruzando os braços.

–Oi Melanie. - ele disse, visivelmente bêbado. - Veio para a festa?

–Não, vim reclamar sobre a festa.

–Ah, porque princesa? Isso aqui esta demais!

As garotas que estavam ao seu lado riram histéricas, fazendo-me revirar os olhos novamente.

–Pode ao menos abaixar o som?

–Olha - ele disse, colocando seu relógio de pulso em minha cara. - esta cedo, amore. Porque não curte um pouco, ein? Alias - ele me olhou de cima abaixo. - você é bem bonita, gracinha. Acho que tem uns amigos meus que podem se interessar por você.

Fitei-o, incrédula. Tá, eu até era bonitinha. Meu corpo era definido e tudo, meu cabelo era preto e cacheado nas pontas e meus olhos eram acinzentados, mas... Abusadinho, ein!

–Por enquanto estou pedindo por educação. Mas, daqui a pouco, os vizinhos vão vir reclamar também.

Ele me encarou (por mais que seus olhos estivessem quase se fechando) e depois suspirou.

–Tudo bem. - ele disse, levantando-se. - Galera! A festa acabou!

A povada virou-se para ele, reclamando.

–Acabou... de começar! - ele gritou, arrancando gritos dos outros também. - Para o terraço!

–O QUE? - gritei, sem ser notada. Segui a multidão até o terraço. Quando cheguei lá o caos já havia se instaurado. Alguns garotos carregaram o equipamento de som até lá, aumentando ainda mais o volume.

Passei por entre as pessoas e parei em frente a portinha de meu apartamento, lembrando-me que havia deixando-a aberta.

–Droga! - falei, descendo as escadas.

Meu apartamento havia virado um bordel! Tinha pessoas na sala, sujando meu sofá; no meu quarto, se agarrando; no corredor, dançando loucamente;... Aquilo estava um inferno! Respirei fundo, medindo meus atos. Segui para meu quarto, ignorando o casal que se agarrava ali.

–Não liguem para mim! - debochava, irritada. - Só estou pegando algumas coisas para sair daqui!

Juntei o necessário em minha pequena e desbotada mochila. Rumei para a porta, mas parei bruscamente, com um pensamento mirabolante.

–Ele quer festa... - sussurrei. - Ajudarei-o com isso!

Voltei ao terraço, procurando por Jon. Achei-o sendo segurado por alguns amigos e rindo loucamente. Fui até ele, bufando e cerrando os punhos. Quando estava perto o suficiente, dei-lhe um soco no nariz, fazendo-o cair no chão.

–Amanhã, conversamos. - disse, seguindo para a saída mais próxima para poder sair do prédio. "O que é uma festa sem alguém ferido?", pensava.


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Notas finais do capítulo

Reviews?

=D