~Logan POV

– Droga! Quem aquele imbecil pensa que é? – Disse, me deitando.

~Flashback On

– Lucy, espera. – Eu gritei enquanto ela se afastava.

– Para, você é retardado ou o que? – Bernardo se virou pra mim. – Quer quebrar as regras assim, no primeiro dia?

– Eu não dou uma foda para regras. – Comecei a ir em direção a ela, mas ele segurou meu pulso, apertando-o.

– Não ligo se você dá ou não uma foda pras regras. – Ele dizia sério, sem tirar os olhos dos meus. – Mas se você quebrar as regras para ir atrás da Lucy, não vai ser só você que vai sair prejudicado, e eu não vou deixar ser assim. – Ele me soltou.

– Olha, cara – Eu me virei para ele agora. – Vai se fuder, tá bom? Ela é minha namorada, não sua.

– Então aja como um namorado descente. – Ele se virou e começou a andar, ir embora.

– Ora, seu... – Eu o virei para mim pelo ombro e deu um soco no seu rosto, o fazendo cair no chão. – Isso foi para você ficar esperto.

~Flashback Off

– Ou. – Josh chegou e tirou o moletom, ficando com a regata branca que usava por baixo. – Que aconteceu?

– Nada não. É que o idiota do Bernardo fica falando merda.

– Meu Deus. – Ele ligou o Xbox. – Aquele nerdão que não fala nada brigou com você? – Josh começou a rir.

– Pois é, cara. – Me sentei. – Joga a manete, aí.

– Na moral – Ele disse, pegando a manete e jogando-a pra mim. – Esse menino é esquisito. – Começou a rir de novo.

– Eu sei. Coloca o Ghost Racoon aí, só vou mandar uma mensagem para a Lucy e volto. – Peguei meu celular e mandei a mensagem pra ela.

“Lucy, olha, foi mal, sério. Perdi a hora lá com o pessoal, não vai acontecer de novo, prometo!” Alguns minutos depois eu recebi uma resposta.

“Ok”

“Vc tá brava, né?”

“Não, tá td bem.”

“Mentirosa, sei que tá brava comigo...Pra compensar vou pagar seu lanche amanhã na escola.”

“Sério?~”

“Sério”

“Qualquer coisa que eu pedir?~”

“Qualquer coisa.”

“Foda-se.” Juro que meu queixo caiu.

“Então é assim?”

“É. Amanhã a gente conversa, tá? Vou estudar, bjks.”

“Tá...”

– Cara, perdia a vontade de jogar. – Desliguei o controle e me deitei.

– Porra, ótima hora pra você desistir. Caralho Logan, liga aí, a gente tá online. – Ele nem tirou os olhos da TV.

– Tá, mas só porque é online. – Liguei o controle de novo.

Ficamos a noite inteira jogando.

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Meu despertador tocou às 6 da manhã. Eu tateei a mesa, rezando para ter a sorte de bater no despertador e desligá-lo. Não deu certo.

Bufei, me levantando, ainda com dificuldade de abrir os olhos. Desliguei o despertador e olhei em volta do quarto: Josh estava deitado no chão, com o controle na mão.

Peguei meu travesseiro e taquei nele, bem na cabeça.

– Acorda, seu bicha. – Sorri.

– Pera mãe, só mais dez minutos. – Ele só se mexeu, dormindo.

– Mãe seu cu. – Me levantei e dei um chute na sua barriga.

– Filho da... – ele não conseguiu terminar e começou a se contorcer de dor.

– Calma Joshua, nem foi tão forte. – Dei de ombros e tirei minha camisa.

– Anda malhando? – Ele deu um sorriso malicioso e se levantou.

– Isso é coisa que se percebe no melhor amigo? – Arqueei a sobrancelha.

– Talvez. – Ele deu de ombros. – Vou lá tomar banho.

– Ok. – Coloquei a blusa do uniforme. – Eu já vou indo.

– Ficou com as mesmas aulas que a Lucy? – Ele gritou de dentro do banheiro.

– Só algumas. E por algumas eu quero dizer duas. – Revirei os olhos.

– Se fudeu. – Ele começou a rir.

– Engraçadão você. – Peguei minha mochila. – To indo, até mais.

– Falou. – Ele gritou.

Cheguei na sala de aula. Lucy estava sentada, conversando com Bernardo.

– Ai caralho, ai caralho, ai caralho... – fui sussurrando pra mim mesmo a partir do momento que ela me olhou. Nada simpática. Ela começou a caminhar na minha direção.

– É tão difícil ter uma conversa sem bater em alguém? – Ela franziu o cenho.

– Um pouco. – Forcei um sorriso, ela apenas bufou.

– Vira gente e para de agir feito o macaco que você é!

– O que? – Arqueei a sobrancelha.

– Nada. – Ela se virou. Eu peguei em sua mão.

– Não vai se sentar ao meu lado?

– Não, combinei de sentar com Aphrodite hoje. – Ela soou desapontada.

– Entendi. – Forcei um sorriso fraco. – Até mais então. – Dei um beijo em seus lábios.

– Até. – Ela sorriu e foi para o lado de Aphrodite.

Procurei um lugar vazio, encontrando um do lado de uma garota. Ela não me parecia estranha.

– Esse lugar tá vago? – Coloquei minha mochila na mesa.

– Tá sim. – Ela sorriu. – Ah, você?

– Eu? – Franzi o cenho.

– O garoto que me ajudou outro dia.

– Eu sabia que você me lembrava alguém. – Sorri. – Sa...Sa...

– Satella. – Ela sorriu.

– Isso. – Abri minha mochila e peguei meus cadernos, me sentando. – Parece que serei seu parceiro de mesa hoje.

– É o que parece. – Concordou com cabeça, de um jeito fofo.

Ela era...muito bonita. Não tinha percebido isso no dia que a ajudei, mas agora eu vi...

As aulas se passaram rápido. Conversei com ela, ouvindo sua risada contagiante. E então, chegou a hora do intervalo.

– Vai passar o intervalo com quem? – Ela se levantou.

– Com minha namorada, eu acho. – Me levantei também.

– Ah. – Podia ser impressão, mas acho que a voz dela tinha um tom de decepção. – Até mais tarde, então. – Ela deu mais um sorriso e saiu da sala.

Procurei Lucy, encontrando-a parada na porta, mexendo no celular. Fui até ela e tapei a tela com minhas mãos.

– Vai passar um tempo com seu namorado? – Arqueei uma sobrancelha.

– Talvez. – Ela deu de ombros, sorrindo.

– Idiota. – Entrelacei meus dedos nos seus, pegando sua mão. – Quer ir aonde?

– Não sei – Deu de ombros de novo.

– Não sabe nada. – Revirei os olhos. – Vamos na Grande Árvore.

– Que isso? – Ela franziu a testa.

– Uma árvore grande, dãh. – Puxei-a, forçando-a a caminhar.

Fomos para a parte de trás da escola e lá estava, a Grande Árvore. Me sentei, me encostando no tronco.

– Desde quando isso fica aqui? – Ela se sentou ao meu lado, se deitando no meu peito.

– Desde sempre, eu acho. – A abracei pelos ombros.

Eu sentia seus ombros subindo e descendo lentamente, ritmado. Acho que dormiu.

– Lucy. – Sussurrei em seu ouvido, mas ela não respondeu. – Idiota. – Sorri.

Dei um beijo em sua testa e a aconcheguei mais em meu colo. Ficamos ali. Não ligaria se chegasse atrasado, mas eu não a largaria mais.