~Logan POV

    Assim que a Lucy saiu correndo da minha casa, Jess e Josh acharam melhor irem embora. Fiquei no meu quarto depois que eles saíram, olhando pela janela de 5 em 5 segundos pra ver se ela chegava. Nada.

    Já eram 8 da noite, eu já estava quase desistindo, quando ouvi um motor de carro, quase imperceptível. Corri para a janela, ouvindo o som de portas abrindo e fechando.

    Era um Lamborghini preto fosco, e Lucy estava saindo dela, com um cara. Eu não acredito, ela saiu correndo, foi grossa comigo, me deixou aqui, preocupado pra ir atrás de um “Pintosvaldo” qualquer? Ah, vai se fuder, Lucy.

    O cara entrou no Lamborghini e foi embora. Lucy entrou em casa, sem esperar o Lamborghini sumir. Fiquei esperando, ainda com metade do corpo pra fora, na janela, até a luz do quarto se acender.

    Assim que ela abriu a porta, olhou diretamente para mim. Instantaneamente arqueei uma sobrancelha e fiz um sinal com a mão para ela abrir a janela.

    Ela revirou os olhos e abriu a janela. Pulei pra dentro do quarto dela, me sentando na cama.

    – E então, quem era o “Pintosvaldo”? – Perguntei irritado. Ela se sentou ao meu lado, então deitei minha cabeça em suas coxas.

    – “Pintosvaldo” ? – Ela franziu o cenho. – Quem?

    – O cara do carro, animala.

    – Ah, era o enfermeiro do hospital. – Me sentei de novo, rapidamente, encarando-a.

    – Hospital? O que houve?

    – Meu irmão foi atropelado e, provavelmente, vai ficar paraplégico. – Ela disse olhando pro chão, com uma voz trêmula. Eu conseguia ver uma lágrima escorrendo por seu rosto.

    A irritação que eu estava sentindo passou no mesmo instante, seguido pelo choque. A abracei pelos ombros, sentindo sua cabeça no meu peito. Os soluços dela faziam seu corpo todo tremer, e cada vez que ela tremia eu imaginava um carro, o irmão dela...

    Fiquei ali, abraçando-a até ela dormir. Coloquei-a na cama, com jeito, puxei o cobertor até os braços dela. Me abaixei e dei um beijo de leve em sua testa. Pulei de volta pro meu quarto depois de apagar a luz do quarto dela.

    Eram 9 e meia da noite, eu não estava com sono algum. Arrumei minha mala para a escola amanhã. Coloquei 3 uniformes e umas roupas, caso eu fosse sair, minha escova de dente e de cabelo, meu PSP e o 3DS. Fechei a mala e a coloquei ao lado da minha guitarra.

    Fui dormir logo em seguida, arrumar a mala me deu sono. Amanhã minha “casa” passaria a ser um dormitório.

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    Acordei às 5:30 da manhã. Queria conferir tudo antes de sair de casa, e ainda tinha que passar na de Lucy. Me levantei e troquei de roupa, aquele uniforme mauricinho. Peguei minhas coisas e sai. 6 da manhã, ainda.

    Bati na porta da casa umas cinco vezes até alguém abrir a porta O cabelo dela estava todo bagunçado e o rosto cheio de marcas de travesseiro. Ela forçava os olhos, tentando ver quem era.

    – Tá linda, hein? – eu disse, sorrindo sarcasticamente.

    – Não quero pajem. – Ela ia fechar a porta, mas eu a impedi.

    – Hã, que você tá falando, menina doida? – arqueei uma sobrancelha. – Acorda, Willians. – Dei tapinhas de leve no rosto dela.

    – Ah, é você. Entra. – Ela deixou a porta aberta e foi entrando na casa. Fui atrás dela, fechando a porta depois de passar pelo vão.

    – Por que ainda tá com as roupas de ontem?

    – Porque eu acab... – ela deu um espirro. – Acabei de acordar.

    – Tem aula hoje, você tá lembrando, né? – Franzi o cenho.

    – Hein? – ela se virou pra mim.

    – Não vai me dizer que esqueceu de arrumar sua mala, ou vai? – Me sentei no sofá da sala de estar.

    – Bom... – ela começou a dar passos curtos até o pé da escada. – Eu só vou, você sabe, colocar uma roupa decente...Fui! – E subiu as escadas correndo.

    Bufei e fui atrás dela. Abri a porta do quarto e entrei, observando-a correndo de um lado pro outro no quarto, colocando toalhas dentro da mala vermelha sobre a cama.

    – Legal, ein? – Me sentei ao lado da mala, na cama.

    – Se falar disso para alguém eu te mato. – ela nem olhou pra mim.

    – Não se preocupe, senhora. Agora vai logo tomar um banho. – Eu sorri. – Ou quer que eu vá com você? – Ela deu um sorriso irônico e me mostrou o dedo do meio. – Ok, grossa.

    Ela foi pro banheiro, ficou lá dentro por 5 minutos. Sério, acho que foi o banho mais rápido que já vi.

    – Sai! – ela saiu do banheiro numa toalha, apontando pra porta.

    – To indo. – Levantei minhas mãos em rendição e sai do quarto.

    Fiquei jogando Candy Crush no celular enquanto esperava. Só digo uma coisa, a fase 69 é do tinhoso, puta que pariu.

    Ouvi a tranca da porta. Empurrei-a devagar, Lucy já estava pronta.

    – Vamos logo. – Peguei a mala dela. – Não esquece a mochila.

    – Ok. Espera ai, a gente vai a pé? – Ela pegou o Ipod e o Iphone sobre o criado mudo.

    – Claro que não, né? Otária. – Eu ri. – Vamos de carro, com Josh. – No exato momento que eu disse isso uma buzina soou. – Deve ser ele agora, vamos.  – Peguei as coisas dela e desci correndo.

    Abri a porta da casa, encontrando a Ferrari vermelha parada logo em frente. Lucy estava boquiaberta.

    – Ele é tão rico assim? – Ela cochichou pra mim.

    – É, um pouco. Mas vamos logo. – Fomos até o porta malas, coloquei nossas coisas lá e entramos no carro. Josh dirigia e Jess estava no banco do carona.

    – E ai, galera? – Coloquei meu cinto.

    – Oi, gente. – ela sorriu e colocou o próprio cinto.

    Lucy ainda estava sonolenta, então ela colocou a cabeça no meu ombro. A abracei, ficando mais confortável.

    Josh apenas fez uma cara tipo “Eh, né? Safado”. Eu apenas ri, revirando os olhos. Beijei a testa dela e fiquei brincando com o cabelo dela, durante todo o caminho até a escola.

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    Assim que chegamos eu acordei Lucy. Ela ficou muito puta comigo, claro.

    – Quer que eu leve suas coisas pro seu quarto? – coloquei a mala no chão.

    – Não precisa, sou forte. – ela fez força com o braço.

    – Falou, viu? Fortona. – dei um peteleco na testa dela. – Até mais tarde. Tchau Lucy, Jess.

    – Tchau, tchau. – As duas disseram juntas e foram por caminhos opostos ao meu e de Josh.

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~Lucy POV

    Jessica ficou comigo até metade do caminho, depois nos ela seguiu o próprio caminho, já que não ficávamos no mesmo conjunto. Fui o resto do caminho até meu prédio sozinha, me fascinando cada vez mais com a escola. Golden Bird era praticamente uma cidade.

    Entrei no prédio e apertei o botão do último andar. Procurei meu quarto, mas não foi difícil. Por mais estranho que pareça, cada andar só tinha dois quartos.

    Parei em frente a porta com o número 578 e peguei a chave no meu bolso. Na mensagem que recebemos da escola dizia que teria que dividir o terraço com a vizinha do corredor, mas não me importei. Queria logo ver como era o quarto.

    O quarto era ENORME. A luminária era linda, parecida com aquelas de hotel 5 estrelas, a televisão era enorme também, tinha duas geladeiras e um banheiro imenso. E duas camas de casal. Espera, duas?

     – Eu vou ter colega de quarto? – Perguntei num sussurro. No mesmo instante a porta atrás de mim se abriu.

     A menina que entrou no quarto era, como posso dizer, linda. Ela sorriu pra mim assim que me viu.

     – Oi, tudo bem? Muito prazer, sou Katherine, sua colega de quarto. – Ela trocou a mala de mão e estendeu a direita para mim. A apertei, observando Katherine.

     Ela tinha cabelos castanho-claros, passando um pouco abaixo dos ombros. A pele dela era muito branca, MUITO, mesmo. Seus olhos eram verdes, num tom esmeralda. Só tinha um problema, eu me senti uma anã perto dela. Ela devia ser uns 15 ou 20 centímetros mais alta que eu. Frustrante.

     – P-prazer. – Soltei a mão dela, ainda fascinada com sua beleza. – Então, qual cama você vai querer?

     – Tanto faz. – Ela entrou e colocou a mala ao pé da cama perto do banheiro. – Pode ser essa.

     – Ok, então, fico com a perto da varanda. – me sentei na cama.

     – Legal. – Ela abriu a mala e tirou vários livros de dentro, colocando-os com cuidado na cama. – Temos duas estantes, posso usar uma?

     – Claro, acho que está tudo em dobro por sermos duas. – Cutuquei o lado da minha cabeça com o indicador. – Eu acho...

     – Deve ser. – Ela sorriu, carregando os livros e colocando-os na estante. Meu Deus, que paraíso. Percy Jackson, todos, Jogos Vorazes, Crônicas e Guerras do Mundo Emerso, Crônicas de Nárnia, Senhor dos Anéis, vários...

     – Você trouxe roupa? – Perguntei, observando-a colocar os livros na estante.

     – Hum? – Ela parou, segurando mais livros e franzindo o cenho. – Oh, trouxe, tão na mala e umas na mochila. Consegui arrumar tudo. – Ela respondeu rindo.

     – Então, o terraço é nosso... – era estranho conversar com ela, mesmo sabendo que ela sempre estaria ali.

     – É, nosso e das vizinhas. – ela apontou com o dedão pra porta.

     – Pois é, então...eu vou dar uma olhada, quer vir? – Sorri.

     – Claro, eu guardo o resto das coisas depois. – Ela fechou a mala e pegou o celular, olhando se não tinha mensagem nenhuma. – Vamos?

     – Sim. – Peguei meu celular e fui atrás dela, indo pro terraço.

     CA.RA.LHO. Juro que esse é o terraço mais chique que já vi em toda minha vida. Eu tinha achado o do hospital bom, não chegava nem perto desse.

     Tinha uma piscina enorme e até algumas árvores, me lembrando uma praia. Uma área de churrasqueira imensa, com uma televisão e um videogame. Um outro quartinho ao fundo era uma biblioteca, não muito grande, mas ainda assim com umas 7 estantes cheias.

     Katherine entrou correndo no quarto, olhando cada um dos livros, passando os dedos nas capas.

     – Acha que podemos pegar alguns? – Os olhos dela já estavam até brilhando.

     – Acho que sim. – Dei de ombros, rindo por dentro do jeito dela.

     – Ótimo. Vocês não vão durar nem um ano. – Ela voltou a encarar os livros, olhando os títulos.

     Katherine era bem legal. Espero que ela tenha gostado de mim.

~Logan POV

    Depois que nos separamos das meninas, fomos direto para os prédios. Para minha sorte, fiquei no mesmo quarto que Josh.

    Nosso quarto tinha dois banheiros e videogames. Tudo em dobro. Povo exagerado.

    – Ows, vou na lanchonete, quer vir? – abri a porta depois de colocar minha mala sobre uma das camas.

    – Demorou. – Ele pegou uma blusa de frio e veio atrás de mim, vestindo a tal blusa.

    Trombei num garoto de cabelos castanhos assim que saí do quarto. Me virei de imediato pra me desculpar.

    – Descul... – Ele nem terminou a palavra, me encarando.

    – Você? Você é... – Arqueei uma sobrancelha.

    – Tenho que ir. – Se virou, me deixando ali com Josh.

    Não acredito que fiquei no mesmo corredor que ele. Argh!