You Belong With Me escrita por FreddieMcCurdy


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Como prometido. x



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—Me larrrga, im... becil!

Sam, com um hálito horrível de tequila, esmurrava as costas do garoto que a carregava até o lado de fora da boate. Ele parecia não ter dificuldade alguma em levá-la em um de seus ombros, tendo o cuidado de tocar em seu corpo o mínimo possível, já que a garota estava vestida somente em suas roupas íntimas e, por cima, o blazer que ele havia emprestado há alguns minutos.

—Não! — Harry responde. Ele sente mais murros em suas costas, mas não é como se conseguissem ter qualquer efeito no corpo do garoto ou o impedissem de conduzir a garota para o lado de fora.  

A saída para a calçada estava a uns poucos metros e, daquele ponto em diante, ela teria que ir andando, ou as pessoas que passassem por perto poderiam alegar que ele estava a abordando à força. Não que não fosse verdade, mas Harry tinha a certeza de que não poderia ter intenções mais nobres com a garota do que as que ele já tinha.

Ao chegar ao lado de fora, Sam pisou poucos segundos no chão e já tentava escapar dos braços de Harry, mas ele se entrelaçou firmemente ao redor do corpo dela e lançou a ela o olhar mais feio que conseguiu, repreendendo a fujona embriagada.

Se a loira estivesse minimamente consciente de seus atos ou do que acontecia à sua volta, ela perceberia que, mais ao longe, um nerd de camisa social e traços faciais impecáveis aproximava-se dos dois, com passos largos e apressados. Ele também poderia reconhecer a amiga em qualquer lugar, principalmente naquelas condições e acompanhada de um cara que ele nunca havia visto antes.  

—Hey! Você! — Freddie, um pouco ofegante, diz ao garoto de cabelos cacheados enquanto se aproximava. Ele dá uma olhada singela no corpo da amiga, rapidamente tendo as maçãs do rosto ruborizadas (num misto de vergonha e raiva ao mesmo tempo). — O que está fazendo com a Sam? E por que ela está nua?!

—Calminha, camarada — Harry responde, lançando o mesmo olhar feio para Freddie. — Eu vou ficar de olho nela esta noite, não se preocupeFredward, certo? Fica frio.

—"Fica frio"? — Freddie levanta as sobrancelhas, com os punhos já cerrados e a voz tomando uma forma mais agressiva do que antes. — Como eu vou saber se ela... Se vocês... Se vocês não vão...

—Simples. Não vai saber de nadinha — o sorriso malicioso brotou nos lábios de Harry, ao mesmo tempo em que mirava o nerd com um olhar quase desafiador, ainda com os braços ao redor do corpo de Sam.

Depois de um suspiro enfurecido e de olhar ao redor, Freddie finalmente encara Sam, que brincava com a alça do sutiã de boca aberta e com o olhar perdido. Sim, ela estava em uma dimensão paralela. Ele passa a mão pelos cabelos, decidindo, então, suplicar uma última vez aos dois.   

—Eu acho melhor... Eu acho melhor ela ir para a minha casa. Ela confia em mim e...

—Não, não, não, guri — Harry, ainda tentando esconder o sorriso, coloca a mão em um dos ombros do nerd, como se quisesse tranquilizá-lo, ao mesmo tempo em que sentia vontade de provocá-lo também. — Hoje ela é minha. Além do mais, já tem uma mala no seu mini caminhãozinho, não é mesmo, Sam?

—Blarghrgjh — Sam responde, agora tentando se livrar de um papel grudado em seu salto esquerdo.

Não houve tempo para mais nada: Madisen finalmente alcançara Freddie depois de correr com passinhos curtos e lentos em cima de um salto alto. Ela imediatamente percebe a presença de Sam e sente seu estômago embrulhar ao vê-la de lingerie. 

—Freddie... O... que está acontecendo aqui?

—Nada, gata — Harry se antecipa, piscando para Madisen e segurando firme na cintura de Sam. — Eu e a loirinha estamos de saída.

Enquanto os dois caminhavam pela calçada em direção ao estacionamento, Freddie estava paralisado, parecendo mais uma batata doce do que um ser humano. Os dentes cerrados, os punhos fechados, a sobrancelha ainda arqueada para cima. Estava frustrado. Frustrado por não ter sido capaz de impedir que a sua amiga fosse para a casa de um desconhecido e frustrado por não ter sido ele quem a encontrou naquele estado e a ajudou a se recompor.

—Freddie, vamos para a festa. Lá dentro está mais animado. — Madisen disse, nervosa, passando a mão em seu rosto. Mas, em um movimento involuntário, Freddie imediatamente segurou a mão da namorada e a tirou de lá, dando as costas a ela e caminhando rapidamente para dentro da boate.

Ele precisava chegar ao bar. Apenas uma dose forte de whiskey puro acalmaria seus nervos.

***

Assim que Harry destrava o carro, Sam, desistindo de fugir, puxa com raiva a maçaneta da porta do passageiro; mas, talvez por falta de habilidade, ela não conseguia abrir. Harry, então, empurra lentamente a amiga para o lado e abre delicadamente a porta, sorrindo enquanto aguarda a loira se sentar no banco do passageiro. Assim ela o faz, de cara feia, e ele fecha a porta na sequência.

Harry se senta no banco do motorista, dá a partida e rapidamente conduz o carro para fora do estacionamento. Sam, irritada, dá um grito fino e que quase ensurdece o garoto ao seu lado, que se encolhe e a repreende com o olhar.

—Shhhhh!

—"Shhhhhhhhhhh" — ela repete a frase do garoto, colocando o polegar na boca e fazendo uma careta irônica. — "Shhhh" nada! Eu quero ficar e dançar!

—Sam... — ele diz, voltando sua atenção para a estrada e fazendo a curva à esquerda.

—Não quero saber! Você não tinha a obrigação de me tirar daquele paraíso! Sabe quantos homens eu poderia pegar hoje?! — ela dizia com uma dicção arrastada, fazendo gestos com a mão. Irritada, ela repousa a cabeça na janela do carro, fechada ao seu lado.

—Se esse é o problema, pode me usar... — o garoto sorri, ainda focado na direção do carro.

—Cala a boca! Eu... te odeio!

Assim que a frase soa no ar, o sorriso de Harry desparece instantaneamente. Ele não sabia lidar muito bem com aquelas palavras, mesmo ditas por uma pessoa completamente bêbada e sem a menor noção do que estava acontecendo ali. Os dois ficam em silêncio por alguns segundos, sem saberem ao certo o que deveriam dizer.

Sam, por fim, não consegue deixar de reparar a situação esquisita que ela causou e dá alguns risinhos baixos, que aos poucos se transformam em verdadeiras risadas e que vão aumentando cada vez mais. Ao tempo em que Harry vira mais uma esquina, Sam gargalhava sem parar no banco do passageiro.

—Pare com isso, louca. Tá me irritando.

—Você também me irritou, seu idiota! Você arruinou minha noite! Eu ia... fazer amor com todos aqueles caras daquela boate. Todos gostosos... — ela morde o lábio, deixando sua mente vagar enquanto olhava para a rua completamente deserta naquela madrugada. Seus olhos estavam entreabertos. Sam não poderia estar mais bêbada.

—Tenho certeza de que você vai me agradecer amanhã pelo que eu fiz.

—Aliás — ela arruma sua postura e mira seu olhar para ele, virando-se na direção do banco do motorista e deixando o blazer dele escorregar pelos ombros dela, novamente ficando descoberta. Harry não consegue evitar olhar, por poucos segundos, seus seios acomodados naquele sutiã preto, em contato com os longos cabelos loiros  da garota, mas rapidamente volta a prestar atenção na estrada como se nada houvesse acontecido. — Você me impediu de cantar a música que eu queria. E era uma música especial para você!

—Cante agora, Sammy.

—Sabe o que eu vou fazer? Eu vou cantar agora!

Ela começa a bater palmas num ritmo meio bagunçado, imitando os sons da música e cantando sem muita afinação, mas que Harry entendia perfeitamente.

"I shoulda' known when I got you alone"

Eu deveria ter percebido quando estávamos a sós

"That you were way too into me to know"

Que você estava muito na minha para saber

"This isn’t love boy, this ain't even close"

Isso não é amor, garoto, não chega nem perto de ser

"But you always think we’re something that we’re not"

Mas você sempre pensa que somos algo que não somos

"And now you call me every single night"

E agora você me liga toda santa noite

"I only answer 'cause I'm too polite"

Eu só atendo porque sou muito educada

"We happened once, or maybe it was twice"

Saímos uma vez, ou talvez duas

"Yeah, you always make it hard for me to stop"

É, você sempre torna isso difícil de eu parar

"But you always think we’re something that we’re not"

Mas você sempre pensa que somos algo que não somos

Sam agora dançava e cantava com os olhos em Harry, mas ele já não se sentia tão confortável naquela situação. Não teria coragem de olhar em seus olhos enquanto ela cantava.

"You wanna' be more than just friends"

Você quer ser mais que amigo

"I think I’m through this again"

Acho que estou passando por isso de novo

"Stop trying to get inside my head"

Pare de tentar entrar na minha cabeça

"Don't wanna' do more than hook up"

Não vou querer fazer mais do que só curtir

"It’s getting stupid, 'cause I shoulda' known but I forgot"

Está enchendo, porque eu deveria saber mas esqueci

"That you think we’re something that we’re NOT, hey!"

Que você pensa que temos algo, mas NÃO temos!

Sam dá uma risada quando termina a cantoria e suspira, orgulhosa depois do que acabou de cantar. Ela espera uma reação de Harry, que não diz uma palavra sequer.

—Entendeu agora ou vou ter que desenhar? — ela diz, relaxando no banco do carro e puxando o blazer de volta para os seus ombros enquanto fechava seus olhos e encostava sua cabeça na janela fechada.

—Não durma.

A voz de Harry agora soava um pouco mais grave, quase trêmula. Ele tinha sido afetado pelo que Sam havia cantado. Poderia ter sido o álcool dizendo aquilo por ela, sim, mas ele não conseguia acreditar que era só efeito da bebida. É claro que era assim que ela se sentia: incomodada com o fato de que ele tentava se aproximar dela e cuidar dela. 

Harry se perguntava o motivo pelo qual ele queria tanto estar na presença de Sam quando os dois estavam longe um do outro. Ele se perguntava por que gostava tanto do jeito dela, da risada dela, de quando ela o olhava nos olhos e sorria depois de ele ter feito uma gracinha. Mesmo que ele tentasse, seria quase impossível deixar de ter aquele sentimento por ela.

Sam, já cochilando, suspira ao seu lado e coloca uma das mãos entre o rosto e a janela do carro, fazendo Harry voltar ao mundo real depois de segundos imerso em seus pensamentos. Ele encara Sam por um momento, pensando em tudo que aconteceu naquela noite. Sem saber o que fazer, ele decide que, se Sam sente-se invadida ou incomodada com aquela situação, ela teria que dizer isso sóbria. Só assim, ele cairia na real - mesmo preferindo não cair.

***

Sam ainda roncava quando Harry puxou o freio de mão e desligou o carro, tirando a chave da ignição.

—Sam. Chegamos.

Ela nem se mexera. Cansada demais, pensou o garoto.

—Sam? — ele insiste mais uma vez, encarando a menina e aguardando um indício de que ela poderia acordar. Ela apenas suspirou, ainda de olhos fechados e com a boca entreaberta.

Sem alternativas, Harry deixa o carro pela porta do motorista e caminha em direção à porta do passageiro, mas percebe que não conseguiria abrir a porta sem que ela se assustasse ou caísse no chão, toda molenga, já que Sam se apoiava na janela enquanto dormia. Ele morde os lábios e passa a mão pelos cabelos encaracolados, pensando, e volta a entrar no carro pelo lado do motorista.

—Sam, você não quer dormir no carro. Vamos, eu te ajudo — Harry diz, se inclinando em direção à garota e passando a mão pelo rosto dela, depois pelos cabelos soltos. Ela não tem nenhum estímulo em resposta, pelo contrário; a loira demonstra estar na parte mais profunda de seu sono.

Ele desiste de acordá-la. Com movimentos ágeis e habilidosos, Harry passa um de seus braços por baixo das coxas de Sam e segura atrás de suas costas, dando um jeito de puxá-la para o seu colo e movê-la do banco do passageiro. Após alguns instantes, Harry tem êxito em tirá-la do carro e equilibrar-se em pé do lado de fora da casa, já com a garota em seus braços. Caminhando em direção ao lado de dentro, ele se dividia entre evitar os obstáculos da garagem e admirar o corpo seminu da loira em seus braços, já que era praticamente impossível evitar que sua atenção fosse completamente destinada ao corpo de Sam. Era como se ele não pudesse se concentrar em qualquer outra coisa, senão na pele dela tocando a sua própria pele. Seus olhos verdes não saíam daqueles seios e daquele sutiã, ambos tão lindos e delicados.

Com destreza, Harry sobe as escadas e finalmente chega em seu quarto. Ele se aproxima da cama de casal e a coloca lentamente sobre o lençol, notando que a loira ainda dormia em aparente sono profundo. Cuidadosamente, ele faz questão de tirar os saltos dos pés dela, deixando os sapatos ao lado da cama e virando-se para pegar o cobertor no armário. Além do cobertor, ele pega também um travesseiro extra e deixa os dois ao lado de Sam. Antes de cobri-la, ele tira o blazer, amassado debaixo do corpo de Sam, e o joga em qualquer lugar, em um dos cantos escuros do quarto. A única luz que adentra o lugar é a da sala, no andar inferior. Ainda assim, a pouca claridade não impede que Harry veja perfeitamente o corpo de Sam. 

Harry aproveita para se sentar na beira da cama, agora prestando atenção no rosto da loira. Ela parece tranquila, serena e bastante confortável. Depois daquela longa noite, só isso importava: que Sam estava ali.

Ela estava ali e tudo estava bem.

***

Assim que abriu os olhos, Sam sentiu uma pontada horrível dentro do cérebro dela. Ela resmunga e se arrepende instantaneamente de ter acordado. Que porra de dor era aquela?

Ela coça o lugar dolorido, depois passa as mãos pelo próprio rosto, ainda sonolenta e fechando novamente os olhos. Voltando aos poucos para a realidade e com a sensação de que tinha algo errado, ela imagina que provavelmente esqueceu outra vez o arroz do lado de fora do microondas. Ótimo, agora as moscas já teriam dominado a cozinha do apartamento. Ela seria obrigada a se levantar rapidinho e checar se ainda daria para comer mesmo assim.

Foi, então, que ela se espreguiçou e se levantou, abrindo os olhos. Não levou dois segundos pra ela, instintivamente, travar o corpo inteiro e ficar paralisada.

Quê? Que lugar era aquele?!

Ao olhar em volta, tudo que ela encontra é uma cômoda, um guarda-roupa e uma porta fechada. Uma cortina azul deixava escapar apenas uma frestinha de luminosidade do sol que brilhava lá fora. Nada de prateleira com bichos de pelúcia, nada de sapateira com sapatos de salto, nada de nada! Onde diabos ela estava?!


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Notas finais do capítulo

E aí? Raiva de mim por deixar Sam ir com Harry e não com Freddie? (:



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