Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 48
Capítulo 48 - Tudo Que Eu Quero Te Dizer




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Sal saiu do banho encontrando Lia com as duas mãos apoiadas na mesa da cozinha, preocupada. Lia demorou para voltar à realidade, mesmo com Sal chamando. Tentava imaginar o que poderia estar passando pela cabeça de Vitor, que tinha acabado de sair do apartamento.

- Lia, acorda! - Gritou ele, fazendo Lia prestar atenção.

- Desculpa, tava voando aqui. Sal, seu irmão acabou de sair daqui.

- Ele veio fazer o que? Imagino que buscar roupas e dinheiro, ele saiu quase sem nada hoje.

- É, deve ser. Mas ele não pegou nada. Me viu desse jeito e deve ter deduzido mil coisas erradas.

- Não culpo ele... - Disse Sal, despreocupado.

- Isso é muito sério, Sal!

- É sério se você se importa. 

- Bingo, descobriu. Eu me importo.

- Que coisa engraçada. - Ele ironizava. - Sempre gostam da pessoa errada, né?

- Sal, não fala do seu irmão como se ele fosse um vilão da história.

- Ah, olha só tudo que ele fez. - Sal passou a mão no rosto, tentando se acalmar. - Tá, tudo bem. Deu de falar nisso. Talvez você precise quebrar a cara de novo pra perceber. Vamos, te levo pra casa.

- Eu quero que você me leve pra outro lugar. - Sal olhou bem pra ela, entendendo tudo.

- Tudo bem. Faça o que quiser.

Quando saiu do apartamento, Vitor parecia ter esquecido do caminho até a casa de Orelha. Só conseguia pensar na imagem que tinha visto. Mil coisas se passaram pela sua cabeça, o jeito com que Lia estava feliz na cozinha, vestindo as roupas do seu irmão. Parou em algum bar e ficou lá até melhorar um pouco e ter vontade de deitar a cabeça na cama e acabar logo com aquele dia.

Chegou no apartamento de Orelha e deu de cara com ele se pegando com Morgana no sofá.

- Desculpa, pessoal. - Disse ele, entrando sem dar muita bola.

- Tudo bem. - Disse Orelha, levantando.

- Que bom que você finalmente teve um pouco de coragem nessa vida. 

- Um dia, né... - Respondeu Orelha. - Você tá com uma cara péssima.

- Normal, né. 

- É melhor você mudar  um pouco de expressão.

- Porque?

- A Lia tá no quarto dos meus pais, te esperando. - Ele sussurrou.

- O que? Você tá bricando. - Vitor olhou para Morgana, que fez que não com a cabeça. - Mas que bela droga...

- Vai lá, garanhão. Resolve essas coisas.

Vitor caminhou até o quarto dos pais de Orelha, onde ficaria nesses dias longe de Sal, e abriu a porta lentamente quando chegou até o fim do corredor. Dessa vez não tinha animo nem pra discutir com Lia, só queria que ela fosse embora e que ele pudesse ter um pouco de paz, eventualmente.

Fechou a porta, se escorando nela do lado de dentro, cruzando os braços e olhando pra Lia seriamente, que ainda vestia as roupas de seu irmão. Lia apenas achava graça da reação de Vitor, e continuava sentada na cama, escorada na parede, com uma expressão calma.

- Se veio esfregar alguma coisa na minha cara, eu peço pra que saia daqui e agora. - Disse ele.

- Esfregar o que? 

- Essa roupa combinou com você. Sejam felizes. É isso que você queria? - Lia começou a rir. - Tá rindo do que?

- De como você é idiota. Senta aqui. - Disse ela, batendo com a mão no lugar da cama logo ao lado dela, mas Vitor não se moveu.

- Sai logo, Lia.

- Senta aqui. Eu tô mandando. - Vitor riu da audácia de Lia, mas foi até o lugar mesmo assim. Sentou com mais distância do que Lia pretendia, mas já era algo.

- Vitor... - Ela usava o tom de quem falava com uma criança. - Eu não dormi com seu irmão. 

- Mentira.

- É verdade. Olha só como o destino gosta de pregar peças na gente... Fui no apartamento do seu irmão pra te ver, peguei uma chuva, ele me ofereceu roupas... Foi só isso.

- Ah tá. E você não saiu de lá quando percebeu que eu não tava lá, porque?

- Eu só percebi depois do banho e de tudo mais. Tava meio tensa, não querendo admitir que eu fui lá pra falar com você, sei lá. O importante é que você me ouça agora.

- Não sei se acredito em você.

- Acredita sim, eu sei que sim. Para de se fazer de difícil, isso é coisa minha. - Ela disse, fazendo ele rir.

- Sabe que eu sei lá. Tava pensando agora. É muito egoísmo meu ter ciúmes de você com o meu irmão, sendo que eu conheço ele e sei que ele pode te dar essa certeza, essa maturiade que você quer..

 - Peraí. - Lia o interrompeu. - Vou direto ao ponto, Vitor. Eu não quero seu irmão. Eu não quero o certo. Olha bem pra mim, eu sou a garota-problema da família. E eu cansei, eu nunca quis te mudar. Você é impulsivo também, faz um monte de besteira só pra não sair por baixo. Agora sei lá o que podia fazer só porque achou que eu tinha transado com o seu irmão. - Vitor olhou pro lado, perturbado com a visão que veio à sua cabeça. - Desculpa, falar assim. Mas você poderia ter achado, sei lá... A Luana na rua e ficado com ela só pra me irritar.

- É. - Ele riu. - Mas eu não ia sentir nada com ela. - Lia sorriu. 

- Então você sente coisas comigo?

- É óbvio. Você sabe disso. Eu é que não sei o que você quer.

- Eu tô aqui, não tô? Eu quero ficar com você, se você quiser ficar comigo. - Vitor apenas sorriu.

Ela levantou, puxando Vitor pela mão. Lia tirou, de uma vez só, a camiseta e o moletom de Sal, jogando as duas peças longe, enquanto sorria. Vitor sentiu seu coração acelerar ao ver Lia apenas com as roupas debaixo e começando agora a levantar a camiseta dele, até ele ajudar a tirá-la.

- Mas nesse momento, eu quero terminar o que a gente não conseguiu começar. - Disse ela, sorrindo maliciosamente e se aproximando pra beijar Vitor.


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Notas finais do capítulo

Galera, há chances da fanfic terminar antes do tempo previsto (fim da Malhação), se for pra eu postar todos os dias até lá... O fim da história meio que já está toda pensada e não daria pra tantos capítulos, então talvez a partir de semana que vem eu poste menos vezes (avisarei antes) porque queria muito que a fanfic terminasse com a novela.
Beijos, deixem seus comentários :)