Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 31
Capítulo 31 - Pode Apostar




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Depois de conversar com Orelha, Vitor decidiu dar umas voltas de moto até a hora do trabalho. Não queria nem olhar na cara de Lia. Se o fizesse, provavelmente iria iniciar uma briga pública no meio do pátio e isso não seria nada bom. Tinha que esfriar a cabeça. A maior vontade dele, embora a raiva por Lia fosse enorme, era quebrar a cara de Dinho, logicamente.
         
Lia perguntou à todos pela ausência de Vitor na aula e a impossibilidade de falar com ele pelo celular, mas Pilha falou que ele havia saído cedo de casa, que era estranho não estar ali, o que fez Lia ficar ainda mais inquieta.

– Fatinha, você viu o Vitor? - Lia chegou perguntando pra piriguete, assim que a avistou.
– Bom dia pra você também, lindinha! Não vi não... Tentou ligar?
– Claro, né. Bom, tá bom, valeu. - Lia ia saindo quando Fatinha recebeu uma mensagem dele.
– Espera aí. - Fatinha leu rapidamente a mensagem que dizia apenas "Vou passar no hostel pelas 14h. Não fala nada pra Lia. Depois te explico".
– O que foi, é alguma coisa do Vitor? - Perguntou Lia.
– Não, não. Me enganei, vai lá.

Vitor olhou por todos os lados ao chegar perto do hostel, queria ter certeza de que Lia não estaria pelos arredores. Estacionou a moto perto do local, mas não tão perto a ponto de Lia logo a ver, caso estivesse por perto.

– Oi. - Disse ele ao entra no hostel. Fatinha logo percebeu que tinha algo errado.
– Vamos lá, rapidinho. - Disse ela, o puxando para seu quarto. Quando entraram, Vitor sentou na mão de fatinha e segurou o rosto com as mãos, o abaixando. Fatinha sentou do lado dele e passou a mão no cabelo dele. - Pode falar, o que houve, anjo?
– Acabou... Eu e a Lia.
– Como assim?
– Ela beijou o Dinho, ontem. Depois de eu ter ido embora. Eu nem sei o que pensar.
– Peraí, peraí. Como você sabe de tudo isso?
– Não importa. Se você perguntar pra esse otário, ele vai te confirmar.
– Vitor, isso é muito grave. Eu vou sentar a mão naquela garota!
– Calma, calma. Você não vai fazer nada.
– Imagino que você vá.
– É claro que eu vou. - Ele a olhou com um pouco de raiva. - Se você acha que eu tratava ela mal antes... Só foi o começo.
– Vitor, para e pensa. Eu achei muito estranha essa história.
– Estranha? Ela usar um cara pra testar o ex, pra fazer ele sofrer um pouco o que ela fez sofrer e depois perdoar. Me parece familiar. Já ouvi histórias iguais mil vezes. Pensei durante a noite, e sabe... Não tenho nenhuma certeza de que ela gostava de mim. Eu não quero pensar nada, eu só quero sair por cima dessa situação.
– Mas, anjo... Você sabe que não tá por cima.
– É, pode ser. Mas vou fingir.

Ao sair do hostel, Vitor estava tão tenso com a conversa, que tinha certeza que se visse Dinho, não pensaria duas vezes antes de partir pra cima. Fatinha o levou até a moto, ainda insistindo pra que ele pensasse bem no que ia fazer. O que Vitor não esperava é que a preocupação de Lia fez com que ele recebesse uma visita dela no meio da tarde, na oficina. Ao ver ela, ele teve vontade de jogar tudo na cara dela logo, mas tinha outros planos.

– Oi! - Disse ela, tentando se aproximar pra beijar Vitor, que se afastou. - O que houve?
– Eu tenho bastante serviço hoje, Lia. - Disse ele, se abaixando e começando a fingir que estava trabalhando em uma moto.
– Tá, mas... Porque você tá estresado assim?
– Bastante serviço gera estresse.
– Tá ok... - Disse ela, mesmo sabendo que obviamente algo estava errado. - Porque não foi na aula hoje?
– Porque eu não tava a fim.
– Dá pra você falar direito comigo?
– Lia, eu preciso trabalhar. Amanhã a gente conversa.
– Grosso! - Disse ela, saindo de lá irritada.

Após a raiva passar, Lia começou a se questionar sobre o porque de Vitor estar assim. Queria logo ficar bem com ele pra conversar sobre Dinho, mas pelo jeito a hora não era boa. No dia seguinte, Vitor chegou novamente cedo ao colégio, para encontrar Orelha.

– Tudo certo?
– Pode apostar... - Ele riu. - Até fingi que gostei de gravar aquilo.
– E porque não gostaria? Você não é o espalhador de caos oficial desse colégio?
– Sou sim. Mas eu gosto da Lia, sei lá.
– Você sabe muito bem o que ela fez.
– É, eu sei. - Disse Orelha. - Tá limpo, cara. Ficou sensacional mesmo, olha só. - Disse Orelha mostrando o vídeo para Vitor. Após o vídeo terminar, Vitor exitou.
– Ficou um pouco... Pesado.
– Não é o que você queria?
– É. - Ele disse, sem certeza alguma.

Mais tarde, Vitor foi para a arquibancada do pátio, esperando Lia chegar e a coisa começar. Quando ela chegou, Vitor deu um sinal para Orelha, do outro lado do pátio e assim os celulares começaram a tocar, notificando que um vídeo novo do TV Orelha estava no ar. Lia abriu a mensagem e começou a perceber que as pessoas olhavam pra ela seriamente. O vídeo era bem curto, ia diretamente ao assunto. Orelha falava que Vitor tinha namorado com Lia por causa de uma aposta que fez com o nerd, coisa que costumava fazer direto em Brasília. Apostar garotas.
Se conseguisse namorar com Lia, a garota mais difícil do colégio no momento, ele ganhava uma moto sensacional que o pai de Orelha deixou no Brasil. Lia estava esperando, no fundo, que o vídeo fosse uma brincadeira e Orelha anunciasse isso no final, mas nada foi feito. O vídeo era finalizado com a foto de Lia beijando Dinho e o comentário de Orelha, "Mas pelo jeito a Lia também não estava apaixonada", seguida de uma risada forçada de Orelha. Lia foi andando sem nem sentir seus passos, prosseguindo pelo pátio até avistar os olhos de Vitor. Vitor não tinha forças pra botar no rosto um sorriso irônico, somente temendo o que Lia iria fazer. Vitor praticamente virou o rosto voluntariamente, para facilitar o soco que iria receber em questão de segundos. Logo a voz de Lia saiu, cheia de rancor.

– Você... - Quando Vitor olhou para Lia de novo ela já chorava de raiva. - ...foi a pior coisa que já me aconteceu.


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