Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 30
Capítulo 30 - Plano B




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Lia estava louca para se desfazer das roupas desconfortáveis de Ju, ignorando qualquer tentativa de Raquel saber o que deu de errado. Era muito azar, mas mesmo assim, ela ficava tranquila já que amanhã teria um plano B, caso não rolasse o hostel. O que ela não sabia é que outro alguém tinha um plano B também, pronto para ser executado. Quando Lia estava a ponto de trocar o vestido por um pijama largo, o celular tocou.

- Alô? 

- Oi, Lia. É o Dinho. 

- Ah, oi. Que coisa você ligar agora. Queria falar com você. - Disse ela.

- Eu também. Você poderia passar aqui no hostel? - Pediu ele.

- Nossa, eu tava aí agora. Eu espero que você não tenha nada a ver com o que aconteceu! - Disse ela, levantando um pouco a voz.

- Olha, Lia. Eu não tenho ideia do que você tá falando, mas dá pra você vir aqui? Eu juro que não te incomodo mais, eu só queria falar umas coisas com você. 

- Hm. - Resmungou Lia, nada certa do que devia fazer. - Tá bem, Dinho. Mas é rápido, né?

- É sim. Vai levar um minuto.

Lia botou um par de chinelos e foi até o térreo, rapidamente. Queria terminar aquilo logo, o que quer que aquilo fosse. Dinho estava a esperando na frente do hostel, mas decidiu ir até ela assim que a avistou, já que Fatinha andava pelo saguão do estabelecimento. Lia primeiramente o analisou, procurando algum sinal no seu rosto que delatasse que ele tinha algo a ver com o estrago que aconteceu na sua noite com Vitor, mas ele já tinha ensaiado uma cara de inocente.

- Olá. 

- Oi. - Lia ainda o analisava, mas desistiu ao questionar se seu ex seria tão idiota a ponto disso.

- Eu queria falar algo rápido com você.

- Fala. - Disse ela, tentando ser paciente.

- Eu tô chateado por a gente não estar mais se falando... A gente tava de boa antes de você andar por aí com o Vitor.

- A gente tá namorando.

- Eu sei. Fiquei sabendo. Você nem conhece ele direito.

- Bom, isso é problema meu.

- É, mas a gente passou por muita coisa até você me dar uma chance.

- Dinho, onde você quer chegar afinal?

Pra pegar Lia de surpresa, Dinho a beijou sem que ela tivesse tempo de reagir. Lia demorou para perceber que aquilo estava realmente acontecer, não correspondia o beijo, apenas permanecia intacta. Dinho a segurava pela cintura com as duas mãos, com medo de que ela escapasse, enquanto ela mantinha suas mãos juntas ao corpo, quase presas entre ela e Dinho. Quando percebeu, Dinho já estava com uma marca vermelha no rosto, proporcionada pela mão pesada de Lia.

- Você tá maluco? - Ela gritava.

- Calma, Lia.

- Calma??? Você tá doido, Dinho! - Disse ela, empurrando ele pra trás. - Quem você pensa que é? Eu tenho namorado, idiota! E mesmo se não tivesse. Você acha que pode fazer isso?

- Lia, eu não consigo controlar às vezes.

- É, é! Eu sei bem como você não consegue se controlar. Olha só, eu achei que dava pra ter uma relação normal com você mas agora eu não quero nem ver a sua cara.

- Não fala isso, Lia. Por favor! Sério, só não fala isso. Eu vim até aqui, de longe, só pra conseguir ter qualquer tipo de contato com você. Qualquer coisa.

- Então segura isso daqui. - Disse ela, mostrando o dedo do meio. - Esse é o último contato que você tem comigo. Você tá doido. - Disse ela, saindo e indo direto para o apartamento.

Dinho não esperava que a reação dela fosse tão negativa. Ele tinha um plano, sim. Mas ouvir de Lia que esse seria o último contato entre os dois, poderia ser definitivo. Orelha saiu de onde estava escondido, atravessando a rua e se aproximando de Dinho como quem analisava seu rosto, buscando por uma expressão de satisfação, mas só conseguiu achar uma expressão de derrota no rosto do amigo.

- Dinho... Não achei que você fosse tão otário.

- Você quer apanhar, Orelha? - Disse ele. Tentou parecer estar com raiva, mas estava muito mais pra baixo por causa de Lia do que qualquer outra coisa.

- Calma, cara. Tá aqui o que pediu. - Orelha o mostrou seu celular, com uma sequencia de  fotos, algumas bem convincentes, que davam a entender que Lia estava correspondendo o beijo.

- Hm, que bom.

- Que bom, cara? Não era isso o que queria?

- É isso que me sobra, né. Ela não vai ficar comigo, pelo menos, não agora. Você vai fazer o que eu te pedi, né?

- O Vitor vai me matar. Já te falei que ele sabe da Morgana.

- Ué, você mostra pra ele, falando que não publicou no TV Orelha por causa dele. É o suficiente.

- Olha, cara. Espero que ele realmente não goste dela, como você insiste em me falar, mas sei não...

- E se gostasse, qual seria o problema?

- Dinho... Se ele gostasse dela, ela não gostando de você, o certo é se afastar, você sabe.

- Ah, tá. Cala essa boca e faz o que eu pedi de uma vez.

- Tudo bem. Espero que você não se arrependa, mesmo. Eu quero seu bem, sou seu amigo.

- Então faz isso.

Vitor recebia uma mensagem de Orelha muito tempo antes da hora em que costumava levantar para ir para o colégio. Na mensagem, Orelha apenas pedia para ele sair de casa assim que pudesse para encontrar com ele na frente do colégio, que o assunto era muito importante. E sobre Lia. Vitor não questionou nada, apenas se vestiu rapidamente. Embora achasse que seria apenas mais uma besteira de Orelha, ele estava com um mal pressentimento. Ao chegar na frente do colégio, o local ainda estava quase deserto, mas logo o nerd chegou.

- Oi. - Disse Orelha, temendo o olhar de Vitor.

- Eu espero que seja algo muito importante pra ter me tirado da cama à essa hora.

- Sim. É.

- Fala então, Orelha.

- Não vou falar, vou mostrar. - Disse Orelha, tirando o celular do bolso e mostrando a Vitor a foto, que parecia um beijo normal entre Dinho e Lia, nada que ela não estivesse a fim. Achou, a princípio que a foto era antiga, mas ao perceber o vestido que ela usava, a cor das mechas do cabelo... Tudo se encaixava. Vitor perdia a expressão a cada segundo e Orelha não sabia o que fazer porque o motoqueiro parecia que ia desmaiar ou socar ele a qualquer momento.

- Não pode ser. Você forjou isso. - Disse Vitor.

- Não! Eu tava ali por perto e fui visitar o Dinho. Olha, Vitor, eu sinto muito. Mas eu tô fazendo isso porque você me falou pra não esconder nada e tal. 

As mãos de Vitor soavam. Era o que ele mais temia, acontecendo. Dinho havia sabotado a noite pra sair com ela depois? Ela mudou de ideia? Ficava com ele à quanto tempo? Essas perguntas se misturaram em um sentimento que dizia que ele não queria saber a resposta delas. 

- Eu tenho uma boa TV Orelha pra você. - Disse Vitor.

Lia desceu na hora de sempre, decidindo esperar já que Vitor não havia chegado ainda para buscá-la. O atraso já era grande, quando viu Ju descendo pelo elevador, surpresa ao ver a amiga ali na frente.

- Oii, Lia. - Disse Ju, com um sorriso no rosto. - Como foi ontem? Conta tudo!

- Ah, Ju. Tem várias coisas acontecendo. Acredita que a chave do quarto sumiu? Daí babou a noite.

- Sumiu? Nossa, isso é muito estranho.

- É.

- Tá, mas... Porque essa cara aí? Vocês tem todo o tempo do mundo pra fazer aquilo. 

- É que você não ouviu o pior da noite. O Dinho me beijou.

- O que? - Gritou Ju.

- Fica quieta, Juliana! Calma... Eu também fiquei chocada assim, tanto que demorei até perceber e parar ele. Fiquei com uma raiva que só de lembrar. - Disse Lia, fechando o punho com força.

- O Vitor já sabe disso?

- Não... Quero ver como vou contar pra ele. Ele vai querer mandar o Dinho direto pra cadeira de rodas.

- Certamente. Mas, né. Tem que contar.

- Claro que vou. Mas vou com calma. Tô estranhando ele não ter vindo hoje.

- Pode ter ficado doente. - Disse Ju.

- É. Mas, vamos indo?


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