O telefone tinha tocado, eu não conhecia o número, já se passava das quatro da manha, tive todos os motivos para não atende James, mas atendi, e então lá estava você, quatro da manha do dia 7 de abril, a voz embriagada pelo sono, e eu quase podia sentir seu sorriso quando atendi.

_Me desculpe – foram suas primeiras palavras, mentiras, eu sabia que você não queria se desculpar – só queria saber se chegou bem – outra mentira James, você sabia que eu tinha chegado bem pelo simples fato de ter me levado até a porta de casa.

_Não se desculpe – eu sorri e acho que você percebeu que eu sorria, pois soltou uma pequena gargalhada logo em seguida – e estou bem sim James, muito obrigada pela carona.

_Você poderia recompensar a carona permitindo que eu a levasse no cinema hoje à tarde, o que acha? – e nesse momento eu juro que pude perceber certo nervosismo em sua voz James, ora, não era como se nunca tivesse chamado uma garota para sair, mas meses depois você me respondeu dizendo que estava com medo de levar um não. Que grande bobeira James Potter, você devia saber que eu nunca lhe diria um não.

Devolver-te isso me parte o coração, mas você já está de coração partido, então acho que ficamos quites. Bom, você sabe o quanto eu amo colecionar ingressos, mas eu não quero ficar com esses, por motivos óbvios, então, se eu não te devolvesse isto, ele ficaria definhando numa pilha de lixo por aí em vez de te olhar assim que você abrir a caixa e fazê-lo chorar com este sorrisão, este lindo sorriso, o sorriso que me fez ficar apaixonada, o sorriso que só você James Potter sabia dar.

Você me levou ao cinema com a desculpa que não tinha nada para fazer em casa, eu sorri em resposta dizendo que só havia aceitado, pois fiquei com dó de lhe dizer um não.

–Admita que estava louca para sair comigo Liza – você disse enquanto estávamos sentados em um canto afastado da praça.

–Ou o que James? – sim, ou o que?

–Ou irei fazer você dizer a força.

–Não tenho medo de você James – que deixe bem claro, eu ainda não tenho medo de você James.

–Então acho que devemos mudar essa situação – você me pegou em seu colo tão rapidamente que só me dei conta quando estava a um paço de ser jogada no pequeno rio.

Ouve gritos da minha parte, ouve grandes risadas da sua. Você não me jogou no rio, e eu realmente não sei se teria essa coragem, mas acabamos isso com as palavras “Eu, Elizabeth estava louca para sair com James Sirius Potter” saindo da minha boca.

Eu não sabia definir o que tínhamos James mais também não queria que acabasse. Você me deu um dia maravilhoso, não me lembro de ter me divertir tanto assim alguma vez.

–Meu pai sempre me trazia aqui, todos os fins de semana, quando Alvo nasceu passamos a vir os três, não passava um sábado em que eu não podia correr livre pelas arvores, ainda consigo sentir a risada do meu pai ao admirar as minhas implicâncias com meu irmão antes de vir com alguma bronca – estávamos caminhando perto da barraquinha do sorvete quando você me disse isso, jamais pude esquecer tais palavras James, você estava abrindo seu coração comigo, eu não podia estar mais feliz com tal ato – e então Lily nasceu.

–Eu não sabia que tinha uma irmã.

–Ninguém realmente sabe, ela não é muito sociável sabe, teve um problema assim que nasceu e então meus pais a protegem como se fosse feita de cristal. Eu ainda espero que meus pais percebam que tem três filhos e não só uma.

Eu não sabia o que dizer James, seu rosto estava sério, eu realmente não sabia desse lado da história, a parte em que o veterano popular tinha tantos problemas em casa como qualquer outra pessoa, a parte onde o mundo perfeito da escola acabava e entrava em ação os problemas da vida real.

–Você me lembra minha mãe Liza, dona Gina Potter, seu jeito de se esquecer do mundo enquanto está lendo, a mania de se esconder atrás de personagens na esperança de se tornar um deles – você estava perigosamente perto James, eu gostava disso, mais que merda James, eu amava esse seu jeito de me beijar enquanto falava algo – e então acho que puxei o maravilhoso gosto de mulheres do meu pai.

Eu não respondi você nunca me deu a chance de responder tais palavras James. E então lhe respondo agora. Eu não sou como sua mãe, você apenas via em mim o que queria ver nela, colocava em mim as esperanças que devia colocar nela, me amava achando que isso substituiria o amor que devia dar a sua mãe, e isso deu certo por um tempo, mas não mais e talvez seja por isso que a gente acabou.