Acho que todas suas festas eram assim. Você James andando de um lado para outro com um copo de bebida na mão enquanto todos que passavam o cumprimentavam. A música alta, pessoas bêbadas por todos os lados, casais se pegando pelos cantos, esse era o seu mundo James, e então quem eu era ali?

  Ted com certeza não estava bem e você como um bom amigo o levou para o andar de cima até que eu o perdesse de vista. Não tinha certeza se eu devia ir atrás, mais a necessidade de te seguir estava dentro de mim. Eu fui atrás de você James, todas as vezes que brigamos, nas vezes em que sentíamos falta um do outro, em todos os momentos era sempre eu indo atrás de você, dessa vez não foi diferente.

-Precisa de ajuda? – as minhas palavras eram baixas, eu estava com vergonha James, e quando você sorriu eu me lembrei do motivo de estar ali. Eu era louca com você James, sempre fui, e droga quando você sorriu eu percebi que era muita mais que isso, havia mais sentimento ali do que eu esperava, do que você chegou a saber.

-Não se preocupe, vá se divertir, afinal não lhe chamei para que cuidasse dos bêbados, chamei para que se divertisse – e então lá estava você de novo, mais que merda James, por que simplesmente não podia ser o idiota que era com Dominique quando estava comigo?

-Já me diverti o bastante por uma noite, deixe que eu o ajude – não que eu soubesse o que fazer com um bêbado, mais você parecia grato pela ajuda, então o que eu podia fazer se não ajudar?

 Não demorou mais que uma hora para que Ted se deixasse levar pelo mais profundo sono. Não foi difícil, na verdade eu devo admitir que me diverti muito mais ouvindo as histórias sem nexo de Ted do que havia me divertido na festa.

-Acho que já chegou minha hora, Ted vai ficar bem.

-Espere, tenho que te mostrar algo antes de ir – eu quis contestar que seus convidados estavam sozinhos lá em baixo, você não quis me ouvir, uma mania irritante sua de não querer me ouvir quando estou lhe dizendo a coisa certa a fazer, mais eu estou feliz por não ter me escutado nesse dia.

 Você me levou em direção à última porta do corredor que se encontrava fechada, segurava minha mão que parecia se encaixar perfeitamente a sua. Eu não esperava por aquilo, e acho que você já me conhecia o bastante naquela época James. Nunca lhe disso isso, mas aquele foi a melhor coisa que já fez por mim, não vou desmerecer todas as vezes que me aguentou nos piores dias, das vezes em que me fez sorrir quando me afogava em minhas próprias lagrimas, jamais seria capaz de desmerecer tais fatos meu querido, mas nesse dia, parada no meio da biblioteca da sua mãe sem reação alguma eu me enxerguei naquelas prateleiras, sendo umas das personagens de todos aqueles livros, naquele dia você começou a me proporcionar um sonho James, e me desculpe se eu tive que acordar desse sonho, ambos sabemos que não se pode viver sonhando e deve ser por isso que a gente acabou.

-Está me assustando Liza – eu pude ouvir a diversão na sua voz, e aquilo me fez soltar um sorriso involuntário.

-É perfeito, como sabia?

- Não é tão difícil saber que você ama ler, está sempre na biblioteca ou com um livro em suas mãos – nessa hora você parecia ter ficado com vergonha James, ora, ora, o grande James Potter com vergonha de falar com a caloura – bem aqui sempre foi meu lugar preferido na casa, e bem pensei que talvez fosse gostar.

-Como eu disse, é perfeito - eu não fiquei com vergonha de estar sozinha com você nesse momento James, eu estava em casa, perto da minha zona de segurança, você sabia disso, você sempre soube disso.

-Não mais perfeito que isso – e então você me beijou James, eu não esperava por isso, mais você pretendia isso desde o dia em que me convidou para vir a essa festa. Foi doce, apaixonante, como todos os seus beijos sempre foram. E então James esse foi o inicio do nosso 6 de abril que iria até o 18 de janeiro.