Deathwish escrita por Nero00


Capítulo 17
Capítulo 17




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ATO 17: o incentivo
Ele fez uma cara de tristeza, eu não me comovi.
Mas ao mesmo tempo ficava pensando dentro de mim que aquilo era a morte de uma pessoa (de uma certa forma), como eu poderia não me comover e sequer ter a consciência pesada.
- O que está havendo com você, Gerard? – disse uma voizinha dentro da minha cabeça. Minha própria voz.
- Estou acabando com esse filho da puta... – respondi ainda vendo o sangue escorrer e Destino se contorcendo.
- Mas isso foi certo, Gerard?
- Foi.
- Você não sente pelo sofrimento dele?
- Nenhum pouco.
A voz ficou em silencio por um instante e depois voltou.
- O que vai fazer depois de saborear essa vingança? Vai pra casa lavar as mãos e comer waffers?
Tudo bem. Eu reconhecia aquela voz como minha mesma. Aquela seria o tipo da coisa que eu me diria em um debate interno...
- Vou terminar o que comecei. – respondi.
- E depois?
- Vou atrás dela.
- Não importa onde ela esteja?
- Não. Eu vou atrás.
- Como você vai começar?
- Não faço idéia.
Como era bonito aquele sangue escorrendo.
Destino arfou.
- Qual é seu problema, garoto? – ele me disse com dificuldade, estava nas ultimas. – Seu assassinozinho sanguinolento...
Ele ia me provocar até o final.
- Para onde vocês vão? – perguntei me pondo de pé e o olhando com ar superior, muito orgulhoso de mim mesmo e ao mesmo tempo triste demais.
Destino fechou os olhos. Me irritei com aquilo e agarrei pela camisa.
Eu de preto e vermelho. Ele de branco e vermelho.
- Me diz! – gritei na cara dele.
Ele revirou os olhos com um ultimo suspiro e sua cabeça pendeu mole pra trás.
Ele já era.
O larguei no chão sem cuidado nenhum.
Passei a mão pelos cabelos que me faziam cócegas na testa. Eu estava suado e muito sujo de sangue.
Fui até onde o corpo dela estava. Me sentei no chão e a abracei.
Como eu gostaria de estirado no chão junto com ela. Talvez nossas mãos estivessem dadas e nossos cabelos se confundissem espalhados no chão.
- Meu amor... – eu comecei a dizer. – Me dê um sinal de como devo começar a procurar por você. Onde eu começo? Será que devo vender minha alma pra algum demônio? Será que devo implorar pra esse deus que nos olha agora pra que me dê mais uma chance?
- Eu escolheria a segunda opção. – o cara ao meu lado me disse.
Enxuguei o rosto e o encarei.
- Você não deveria estar cuidando dos seus amigos? – fui grosseiro.
- Só minha irmã me importava. – ele respondeu rápido.
- É? Então por que você não fez nada para impedir que toda essa merda acontecesse?
- Não havia nada para se fazer... – ele se levantou e colocou no rosto uma mascara de ferro que o deixara muito assustador apesar de eu o ter visto com um rosto de menino. – Eu sou o Medo.
- “Medo”... “Agonia”... “Destino”... Pouco me importa quem são vocês. – disse.
- Apenas ela lhe importava.
- Como você é esperto. – disse com sarcasmo.
Ele se irritou.
- Será que você pode parar por um instante e me ouvir? Meu coração tem tanto pesar quanto o seu! Agora escute: Minha irmã pediu-me para fazer algo por ela. Ela pediu-me para ajudá-lo.
- Como? O que você sabe que o Destino não sabia?
- Eu não sei de nada mais... Sou um leigo como você. – ele disse baixando a cabeça. E me jogando um balde de água fria. - Mas existe algo que podemos fazer, como eu já havia lhe dito, um apelo ao céu.
- Ah, ta bom... – respondi. Eu estava tão machucado que estava ficando irritado com aquelas “entidades” que adoravam dar explicações para tudo. Mas na verdade eu não estava acreditando em metade das coisas que eu estava vivendo desde meus oito anos, parecia uma psicodélica louca da minha cabeça.
- Eu sabia! – ele falou alto. – Eu tentei alertar minha irmã de que você não teria interesse em reencontrá-la.
Medo se afastou de mim.
- Não fale como se você me conhecesse, cara.
- Tem razão, eu não conheço. Mas, minha irmã acreditou tão piamente que conhecia você, que conhecia a profundidade desse amor que se o visse agora tremendo diante desse obstáculo concordaria em aceitar o vazio de braços abertos.
- Mas que droga! Você não sabe o que se passa pelo meu coração! – gritei – Por que todos acham que eu sou só um moleque revoltado com a vida? Ninguém sabe o que se passa dentro de mim? Ninguém sabe o que é viver sabendo que a vida não faz sentido nenhum! Eu não sou um adolescente estúpido que acha que se matar é a solução para qualquer probleminha besta! Eu a amava mais do que tudo! – eu a sacudi de leve, apesar do meu transtorno porque tinha medo que aquele corpo quebrasse como o de uma boneca de porcelana. – E ninguém, além dela, precisava ter ciência do meu amor! Você me entendeu?
- Entendi. – para minha surpresa ele respondeu. - E isso me basta. Vamos, levante-se.

 

[[Just the way it goes]]


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