It's All About You - Dramione escrita por Luhh


Capítulo 4
Torre


Notas iniciais do capítulo

Oiie, estou de volta. O capítulo ficou bem grandinho, espero que gostem :))
Obrigados pelos comentários, vocês são uns lindos *__*



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– E como fazemos isso? Não estou vendo nenhuma penseira por aqui. - Ele não me olhava nos olhos, sei que o arrependimento daquele dia nunca iria embora.

– Não precisamos de penseira, se estou certa, a partir do momento que entramos na sala nossos medos, lembranças e alegrias foram passados pra sala. - Comecei a caminhar com a varinha em punho na direção da parede. – Basta tocar a varinha e voltaremos aquela noite.


Estava quase encostando a ponta da varinha na parede quando Draco me parou.


– Ei, que tal você me falar o que essa sala faz? Não estou afim de começar a fuçar nosso passado sem motivo.

– O que aconteceu com toda sua inteligência, Draquinho? – Ele bufou, sei o quanto ele odeia ser chamado assim. – É bem óbvio, nós dois entramos aqui por uma razão. Pelo que se diz, quando algo precisa ser mudado, seja lá o que for, a pessoa, ou pessoas, no nosso caso, acham esse lugar e encontram a saída no momento certo, quando a mudança for provada.

Draco pareceu pensar um pouco e por fim falou:

– E por que eu não consegui entrar sozinho?

– Isso realmente me surpreende, já está mais do que na hora de alguém dar um jeito nesse seu egocentrismo.

– Pra isso eu tenho você, morena. – Disse piscando e chegando ainda mais perto de mim. – Alguma ideia do por que nós dois?

Suspirei.

– Nenhuma... – Draco me deu a mão e olhou fixamente pra mim.

– Então parece que mais cedo ou mais tarde vamos descobrir. E me desculpa por tudo, sabe que nunca vou me perdoar.



Lá estava o olhar triste de novo, não gosto de vê-lo assim, já o perdoei há tempos, queria que ele entendesse isso de uma vez. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa me senti ser puxada parede a dentro. Draco tinha dado inicio a nossa primeira prova.



–---- // -----



Quando abri os olhos me vi ainda de mãos dadas com o meu loiro. Dei uma olhada ao redor, torre de Astronomia. Era noite de lua cheia e o mesmo loiro que estava ao meu lado estava parado em uma das varandas do local. Mas, apesar de olhar para o céu, ele não estava lá para admirar a lua, lágrimas escorriam pelo seu rosto, onde era possível ver sangue seco dos diversos machucados espalhados pelo mesmo.



Hoje me dói ver essa cena, não faltava muito pra minha chegada e naquela época eu tinha meus próprios problemas pra resolver e ser legal com Malfoy não estava nos meus planos. Senti uma pressão na mão, Draco estava nos puxando pra sentarmos em algum lugar.



– Como será que estaríamos se não tivéssemos nos encontrado? – Nunca havia parado pra me perguntar isso, mas agora que estava ali, essa dúvida não parava de rondar pela minha cabeça.

– Prefiro não imaginar esse tipo de coisa, Mione. – Sua voz era baixa e ele não me olhava, se mantia fixo a própria figura parada a poucos metros.

Foi ai que as coisas começaram a ficar desconhecidas pra mim, o antigo Draco puxou a varinha do bolso e começou a conjurar pássaros. Por um pequeno momento ele pareceu se distrair a olhar o voo dos mesmo, até que em um acesso de raiva fez com que todos explodissem.



– Não sabia que conjurava pássaros pra se acalmar... – Comentei, não havia presenciado essa parte na primeira vez. – Costumava fazer isso no sexto ano, quando ainda achava que era apaixonada por Ron.

– Eu a vi conjurando uma vez, costuma me ajudar as vezes mas tudo tem limite. – Ele parou de falar ao me ver entrar, também aos prantos, pela sala.




- Veio rir de mim, Granger?

A garota morena levou um susto ao perceber a presença de outra pessoa na sala.

– C-como sabe que sou eu? – Tanto a Hermione atual quanto a do passado se odiou por ter gaguejado, odiava passar por fraca.

O loiro deu um de seus típicos sorrisos sarcásticos e não respondeu.



– Como sabia que era eu?

– Seu cheiro – Corei – e também, dei uma pequena olhada pra ter certeza. Vamos voltar a prestar atenção.



– Você está machucado.

– Observação notável, Granger. Agora, dê o fora daqui, não estou afim de te aturar.

– A sala não é sua Doninha, posso e vou ficar aqui o tempo que quiser. Não estou nem ai pros seus problemas, me deixa em paz!



Malfoy voou em direção da garota e agarrou com força um de seus pulsos. Ele reparou que Hermione estava chorando mas estava cego pela raiva que sentia de todos naquele castelo.



– Já falei que não estou pra brincadeiras, Granger. Por que não vai chorar pro pobretão e o cicatriz? Ah é, esqueci que nem eles querem mais saber de uma sujeitinha ridícula como você. Encare os fatos, você é e sempre foi descartável pros dois, a inteligente do grupo, patético. Eles a usaram por 7 anos, te arrastaram pra uma guerra e mesmo depois de toda a ajuda te jogaram fora pela primeira garota que estivesse a satisfaze-los. – Ela chorava cada vez mais, como alguém poderia falar essas coisas pra alguém? Ela juntou todas as forças e tentou bater no loiro com a mão livre, mas não foi rápida o suficiente, a outra mão do garoto se fechou com ainda mais força no pulso da mesma. – Não ouse levantar a mão pra mim nunca mais. Você sabe que é verdade, não me faça mais ouvir o som da sua voz ou irá se arrepender.



A empurrou com tanta força que a fez cair com tudo no chão. Hermione levantou e saiu correndo em direção a porta, até que parou. Ela era uma grifinória, não iria abaixar a cabeça pra ninguém, por mais tudo aquilo que Malfoy falou seja verdade não iria deixar barato, ela tinha seu valor.


Assim que Hermione virou Draco abaixou a cabeça, não queria ver essa cena outra vez. Por outro lado, a menina que agora lhe apertava a mão ainda mais forte, tentando passar algum apoio, olhava fixamente para os protagonistas do ato.
 


– Você não sabe o que diz, Malfoy. Eu posso ser tudo isso que você falou, mas ninguém me obrigou a fazer nada, foram minhas escolhas e não me arrependo de nada, mesmo que agora ou algum dia eu venha a sofrer por elas. Mas você não teve escolhas, pare de bancar o menino mau, Draco. Sei que você fez o que fez por um motivo nobre, não tenha vergonha de admitir isso...

– Mandei ir embora, Granger! – Malfoy mantinha a varinha pronta na mão esquerda e estava tentando ao máximo não explodir.

– Novidade, Malfoy, eu não te obedeço!

– Cala a merda da boca!! – Hermione sorriu em deboche e aquilo foi a gota d’água pro garoto. Ele odiava o modo como ela estava sempre certa, odiava toda a bondade e acima de tudo odiava o quanto ela o afetava. Sentiu a raiva pulsando quando se viu tentado a pedir-lhe ajuda, não seria capaz de ouvir mais nenhuma palavra sem acabar se rendendo a grifinória, precisava para-la e agiu por impulso. – Sectumsempra.


 

Hermione como espectadora viu seu próprio corpo jorrando sangue pelo chão. Draco a olhava com lágrimas nos olhos como se pedisse desculpas uma vez mais. A garota sussurrou um “Está tudo bem, estou com você.” E voltou sua atenção ao que se passava a sua frente.


 

Era como se Draco tivesse acordado de um choque. O que ele havia feito?! Correu em direção ao corpo da garota que agonizava de dor sem saber o que fazer, ele não conhecia o contra-feitiço, Granger iria morrer e a culpa era toda dele, ele era um monstro.


 

– Você não é um monstro, Draco... – Hermione mal conseguia se manter acordada, o sangue saia de seu corpo sem parar. – Eu acredito que você possa mudar.

– Por Merlin Granger, abra a boca pra falar algo útil! – Draco olhava desesperado pra garota a seus pés. – Eu não sei como te salvar!

– V-Vulnera S-Sanentur... – Com o último folego antes de cair na inconsciência da dor e da morte, disse as palavras que a salvariam em uma voz quase inaudível.


Draco tomou a garota nos braços e um choro desesperado chegou antes que ele pudesse impedir.


– Não desmaia, Hermione, por favor. - Ele pegou sua varinha que estava jogada próximo a ele e repetiu com a maior clareza que seu pranto permitia, as palavras que havia acabado de escutar– Vulnera Sanentur.


 

Aos poucos ele foi vendo o sangue voltar ao corpo da Granger e os ferimentos fechando, deixando cicatrizes horríveis. Ele continuava com ela em seu colo e chorava de encontro aos fios de cabelos rebeldes da garota. Passados 6 torturosos minutos, ela começou a se mexer, Draco sentiu o corpo da mesma se comprimir ao perceber onde estava. Se olharam nos olhos e pela primeira vez um Malfoy surpreendeu uma Granger.


 

– Eu não quero ser um monstro, Hermione.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar rsrs
Beijoos, daqui a pouco tem mais ;)