Estava bom e extremamente aconchegante, devo dizer, ficar assim com Draco. Me acalmava e eletrizava ao mesmo tempo, não sei explicar, mas sei que não podemos ficar assim pra sempre e eu não fazia ideia de que diabos de assunto puxar. Tá, ele é meu amigo e amigos falam que se amam o tempo todo, normal, né? Nããão queridos, novidade pra vocês, você não fala que ama alguém, que há 1 ano atrás ficaria feliz de matar, e continua falando sobre o tempo. Ai Merlin, por que tão mau e tão perfeito ao mesmo tempo?!

Comecei a tamboriar levemente os dedos em sua costela, me ajudava a pensar, só mais tarde me ocorreu que o gesto estava mais para um carinho do que outra coisa mas enfim, não vem ao caso... Não faça Sirius se arrepender de a ter colocado como a bruxa mais inteligente da sua idade quando se encontraram. Pensa, Hermione, pensa.

É isso, quando Draco me encontrou!!

- O que veio falar comigo?

- Preciso de um motivo pra isso? – Ri, senti Draco se preparando pra levantar e fiz o mesmo.  – Já havia esquecido mas já que a Srtª insuportável não sabe apreciar o momento, vou falar. – O olhei com ansiedade e esperei que ele continuasse.

- Encontrei um lugar.  Não sei bem o que é, pelo que pude ver é tipo uma sala precisa com alguns pré-requisitos pra entrar, não consegui sozinho. Parece ser bem interessante, não acho que ela apareça no mapa do maroto...

- E deixa eu adivinhar, precisa da minha inteligência e companhia pra entrar.

- Muito convencida, Granger. Mas sim, e vamos logo, não temos a noite toda e não podemos ser vistos muito tempo juntos.

-  Como se todos não estivessem começando a perceber – falei baixinho, enquanto me levantava e arrumava minha roupa, mas não baixo o suficiente pra ele não me ouvir.

- Desconfiança não é certeza minha cara Granger.

Bufei, essa frase foi tão Malfoy, odeio quando ele faz isso.

- Você tem que começar a se decidir se você quer ser o Draco ou o Malfoy, Malfoy!

- Curioso, podia jurar que os dois são meu nome... – Se ele esperava um sorriso meu estava muito enganado. – Ah, para com isso Hermione! Não sei da onde você tira essas ideias estúpidas, sou o mesmo Draco sempre. Estamos quase lá, não estava brilhando quando eu passei...

Segui seu olhar e me deparei com uma fresta em uma das estátuas, como nunca havia reparado nisso antes? A luz emanava de uma pequena bola de cristal, a qual ignorei e voltei a reclamar do seu distúrbio de comportamento.

- Viu?! É disso que eu estou falando, você não sabe se me chama de Hermione, Granger, morena, Sabe-tudo, as vezes parece o meu Draco e outras o idiota Malfoy, frio e calculista que eu conhecia.  Você tem noç...

- ENTRAMOS!

- Hã, que? – Não tinha entendido nada, em um segundo estava no corredor e agora estou em um cômodo sem nenhuma saída aparente e era como se em cada parede fosse um quadro dos corredores de Hogwarts -  Como conseguimos? Você não falou que não sabia como entrar?

- E não sabia, quando você começou seu discurso chato o brilho desse troço aumentou e cá estamos – Ele apontou a sala e pude ver a bolinha, agora escura, em sua mão. Começamos a andar em volta.

- Parecem quadros... – Draco acenou com a cabeça em concordância – E a propósito, meu discurso não era chato. – Fiz biquinho e ele riu.

- Sabe que sim, Hermione. Pensei que não fosse mais se calar. – Dei-lhe um tapa na cabeça e ele começou a esfregar o local. – Isso porque você acabou de dizer que me ama. – Admito que corei, mudei de assunto antes que ele continuasse me lembrando disso.

- Queria saber onde estamos...

Mal havia terminado a frase e todas as paredes começaram a piscar, até se tornarem completamente brancas. Agarrei-me no braço de Malfoy, que parecia tão assustado quanto eu.

- Mas que merda foi essa? Me perdoe Hermione, nos trouxe a um beco sem saída,  pode me bater se quiser.

- É isso Draco, sei onde estamos. Li sobre essa sala em algum livro durante o 5º ano enquanto pesquisava sobre a sala precisa, pensei que não existisse, é praticamente uma lenda de Hogwarts. – Respirei fundo, sair daqui ia ser mais difícil do que eu pensava, o quarto dita as regras. – Estamos no sala do incógnito. - Uma das paredes ganhou vida, a imagem perfeita da torre de astronomia surgiu. – Merda!

- O que foi? Que diabos de sala é essa? Por que a torre de astronomia apareceu, o que significa?

Ri sem humor e o olhei nos olhos, vi confusão neles e sabia que assim que falasse o que era seus olhos se tornariam tão tristes quanto os meus no momento.

- O dia que viramos amigos Draco. Não sei o que a sala pretende mas precisamos reviver esse dia. – Passei o olho novamente na imagem e pude ver um garoto loiro a olhar o céu. Suspirei, isso não vai ser legal.