O Deus Sem Nome e o Narciso De Prata escrita por Luiza


Capítulo 6
Me transformo na Capturadora Suprema de bandeiras


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoas! Acho que vocês vão gostar desse capítulo (acho até que estou começando a melhorar nas partes de luta), depois da revelação de "Dannie" no último hahahah.
Esse cap. eu dedico ao CelticSponsor, que deixou uns comentários lindooos lá no Galho de Álamo. Eu não sei se você já está lendo esse, mas em todo o caso...
Espero que gostem, e olhem só a imagem que eu botei aí hahahaha (não me matem, fãs de Ronner!)
~Lu



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hahahaha tive que fazer isso! Também está lá no melrosing.tumblr.com , junto com as outras que eu fiz...

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Jantamos todos juntos naquela noite, sentados à mesa que pertenceria aos campistas descendentes da Deusa Hera, mas como ela era a deusa da família e do casamento não traía o marido e, portanto, não tinha filhos. Mesa vazia para nós! O resto dos campistas ficava nos olhando meio torto quanto fazíamos as refeições juntos, mas nem Quíron, nem Sr. D falavam nada, e as pessoas já nem reclamavam mais.

O clima estava meio pesado ali. Dan e Joonie estavam sentados um ao lado do outro, e se esforçavam para não parecerem um casal na minha frente, o que era bom, porque eu ainda não tinha me acostumado com a ideia. Quando não estava olhando para eles, tinha muita vontade de olhar, mas quando estava olhando, queria não estar! Loucura? Talvez.

Eu já falei que era muito estranho?

Algumas filhas de Afrodite passaram por nós dando risadinhas e olhando para Tanner e para mim. Revirei os olhos e cerrei os dentes.

–Elas têm que estar de brincadeira comigo!- então falei um pouco mais alto para que elas pudessem ouvir- Nós não estamos namorando, okay?

–Pense pelo lado positivo, Rose- disse Daniel. Era a primeira vez que ele se dirigia à mim desde aquela manhã- Podiam estar casando você com o Jake.

Todos menos eu e Will explodiram em gargalhadas, fazendo com que as mesas ao redor voltassem o olhar para a nossa.

–Só eu que não entendi?- sussurrei para Will.

–Não. Acho que estamos meio por fora.

–Você é um idiota, Dan!- exclamou Jake ainda entre as risadas, e tocando uma salsicha na direção de meu irmão, que devolveu com uma batata.

–Ah, de novo não!- disse Leona, interrompendo a guerra de comida que estava para começar- Vocês não vão começar mais uma dessas guerrinhas estúpidas!

Mais uma? É acho que eu estava mesmo por fora.

–Vamos, mana- Jake envolveu a irmã mais velha em um abraço- tenha um pouco de senso de humor.

–Eu tenho- ela respondeu- E odeio interromper o momento-bromance dos dois, mas já bastam as três semanas de trabalhos na cozinha que tiveram que prestar na última vez. Ainda mais porque vocês não cozinham nada além de macarrão instantâneo.

Mais risadas. Não que eu estivesse com ciúmes, porque eu não estava, mas era difícil ver que agora eles estavam todos tão próximos e cheios de... piadas internas, e que Will e eu estávamos de fora.

Tudo bem, talvez eu estivesse com um pouquinho de ciúmes. E acho que Tanner percebeu, e resolveu nos tirar do sufoco.

–Então, como foram as notas?

Era bem típico do Tan, mesmo. Queria ajudar, mas não sabia como, então vinha com um assunto idiota, como notas escolares. Dei uma risadinha bem-intencionada de seu esforço.

–Foram bem, mas pergunte para o Will, já que ele é o mais novo nerd.

O sátiro revirou os olhos.

–Tá, como se fosse verdade. Mas foram bem, obrigada.

O som de cascos batendo no mármore espalhou-se pelo pavilhão. Como eu havia sentido falta daquele som!

–Campistas- a voz de Quíron era potente o suficiente para fazer com que todos se virassem para ele- Primeiramente, quero dar as boas-vindas de volta à Rose Leonards.

O diretor de atividades sorriu para mim, enquanto os aplausos se elevavam. Não sabia o porquê de ele insistir em fazer isso, sabia que eu não gostava. Quíron continuou:

–Mas como sabem, hoje é sábado e, segundo as tradições do Acampamento, dia de Caça-Bandeira- os aplausos para esse anúncio foram bem mais altos, os olhos dos semideuses brilhavam, sedentos de sangue- Todos nos desloquemos até a floresta, por favor.

Todos se ergueram das cadeiras sem nem pensar duas vezes. Como tinha acabado de chegar, pedi as instruções.

–Quais são os times?

–Tique contra Ares- respondeu-me David- Vamos ganhar fácil com você aqui, maninha.

Eu ri. Jackson, um filho de Niké passou por nós e me abraçou de lado.

–Rose! Que bom que chegou- disse ele, sorrindo. Foi impressão minha ou Tanner cravou a lança no chão com mais força que o normal?- Talvez até ganhemos hoje.

Franzi as sobrancelhas.

–Tique e Niké estão jogando juntas? Pensei que os chalés se detestassem.

–E detestam- disse Tan- Mas quem disse que vocês estão no time de Tique?

_____________

–Isso só pode ser armação sua, Adams- falei enquanto tirava o florete de bronze da bainha- Nunca que Ares e Apolo ficariam no mesmo time num Caça-Bandeira. O que foi que você fez para esse milagre acontecer?

Ele riu e destampou a embalagem de desodorante spray, que se alongou até virar sua lança prateada.

–Por quê?- ele se aproximou de mim, forçando-me a olhar para cima para poder ver seus olhos- Não gostou da surpresa?

–Não- respondi, erguendo-me um pouco para que ficássemos cara-a-cara- Odeio filhos de Ares.

Nós dois sorrimos.

–Aham, sei- disse ele, sarcástico.

–Se não fôssemos do mesmo time eu acabava com você!- afastei-me dele e me juntei ao resto da equipe, que dividia as funções.

Ares, é claro, ficou com o ataque, e fizeram questão de colocar Apolo na patrulha da fronteira, o posto mais chato, na minha opinião. Quando já estavam todos começando a se dispersar para ir para seus respectivos lugares, pigarreei alto, para que Tanner me ouvisse. Ele se virou para mim, já com um largo sorriso maroto (N/A: Sentiram o Trocadilho? Não? Okay...) no rosto.

–Você não vai patrulhar a fronteira, certo?- perguntou-me.

–Não mesmo.

–E eu não vou ficar no ataque, certo?

–Humm, não.

–Tudo bem, o que vamos fazer?

Demorei um pouco para responder a pergunta, como se para deixa-lo curioso, mesmo sabendo que ele já tinha uma ideia de onde íamos.

–Vamos capturar uma bandeira.

____________

Andamos por uns quinze minutos. Já havíamos checado no riacho, o lugar mais comum para se esconder a bandeira, e também na pequena clareira em que eu havia vencido meu primeiro jogo. Nada. Seria com certeza, muito mais difícil de encontrar do que eu pensei.

–Talvez eles tenham escondido em um ponto qualquer da floresta-disse Tanner- Seria inteligente.

–É, talvez- murmurei- Malditos filhos de Tique, onde foi que vocês botaram aquele raio de bandeira?

–Seria muita sorte deles se não encontrássemos- revirei os olhos para sua piadinha sem graça- Tudo bem, não foi um bom trocadilho. Que tal esse: Porque o Minotauro atravessou a rua?

–Shhh, tem alguém vindo.

O puxei para trás de uma árvore e observei a escuridão. Eram Jake e Leona, tentando passar para o nosso território.

–Devíamos atacar?- sussurrou Tan por trás de mim.

–Não. Têm muita gente nas fronteiras, mais seus irmãos protegendo a bandeira, duvido que consigam pegar.

Esperamos que eles desaparecessem e nos sentamos nas grossas raízes da árvore. Precisávamos de um plano.

–Eu não sei mais onde procurar- falei, a Tanner me estendeu uma garrafa d’agua que tirara de dentro da mochila- Obrigada.

–Eu estou sentindo que esquecemos de algum lugar importante. Um lugar bem comum, eu só não consigo lembrar qual!

Suspirei e o devolvi a garrafa.

–Nós não vamos perder! Vamos achar a bandeira.

–Quando você se tornou tão competitiva?- perguntou-me ele, sorrindo.

–Desde que entrei no time de Quadribol, acho. Por quê?

–Não sei, porque você não era assim. Mas eu gostei.

Eu ri, e de repente, seu rosto se iluminou. Tanner levantou-se de um salto e segurou meus ombros.

–Sei o que estamos esquecendo.

Era a vez dele de me deixar curiosa, eu acho, mas não tínhamos tempo para aquilo.

–Fale de uma vez, Adams, pare de me enrolar!

–O Punho de Zeus.

______________

Não foi tão difícil chegar até o amontoado de pedras, e encontrar por lá os dois filhos do próprio Deus dos Deuses. Ficamos agachados atrás de alguns arbustos, esperando o momento certo. Não seria uma luta fácil, já que os filhos dos três grandes eram especialmente habilidosos, principalmente os de Zeus.

Tanner e eu saltamos ao seu encontro, de costas um para o outro. Aquela posição era muito eficiente, e nós tínhamos bastante sintonia para pratica-la. Os dois campistas não demoraram para se recuperar do choque e já começaram os ataques.

–Já quer honrar seu título de Capturadora, Leonards?- perguntou-me o garoto de cabelos escuros com quem eu lutava, florete contra sabre.

–É, achei que seria bom me adiantar- respondi- Incomodado, Tom?

Bati minha lâmina contra a dele, tentando fazê-lo soltar a espada, mas ele foi mais rápido. Tentou me dar uma rasteira com a perna, e provavelmente teria conseguido se eu não estivesse apoiada nas costas de Tanner.

–Tudo bem aí?- ele perguntou, sem tirar os olhos da própria luta.

–Sim, tudo bem.

–Ótimo.

Continuei a batalha. Os golpes de Tom eram rápidos e imprevisíveis, parecia quase impossível de derrota-lo, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele se cansaria. Alguns trovões ribombaram no céu noturno.

–Ah, isso não é justo!- exclamei- Você não pode trazer raios para cá!

–O que? Ficou com medo agora?

–Nem morta!

Desferi um corte profundo em sua bochecha e ele urrou de dor. Os trovões fraquejaram.

–Você é doida?- a espada quase caiu de sua mão, enquanto tentava estancar o sangue que escorria pelo rosto.

–O que? Ficou com medo?

Tom mandou-me uma risada debochada e me atacou novamente.

Seu sabre bateu em meu florete, e eu quase o deixei cair. Tentei chutar seu peito para acabar logo com aquilo, mas ele se esquivou, fazendo-me cair de joelhos na lama.

–Rose?- Tanner chamou assim que percebeu que não estava mais atrás dele.

–Está tudo bem, deixe comigo.

Ergui-me o mais rapidamente possível e cheguei mais perto do filho de Zeus. Meus cabelos estavam grudando no rosto suado, mas eu nem me importava. Os jogos de guerra sempre me deixavam animadas, e se vencêssemos aquele, eu poderia até dar uma folga à mim mesma. A lâmina da Espada de Tom veio em minha direção novamente, e eu a detive com a minha própria. Estávamos presos em uma queda de braço, contendo a arma um do outro, e ficaríamos daquele jeito mesmo até um de nós se provar mais forte, o que eu sabia que não era.

Enganchei minha perna atrás de seu joelho, trazendo-o para frente e fazendo-o cair. Segurei seu braço e o coloquei atrás de suas costas, não lhe dando escolha a não ser ficar parado. Podia perceber que já estava cansado de mais para continuar a lutar.

–Eu vou largar você agora- sussurrei bem calmamente em seu ouvido- e você não vai se levantar. Vai nos deixar pegar a bandeira, e só vai voltar ao normal depois que sairmos daqui.

Tom tentou resistir, mas minha voz o deixara sonolento. Eu sabia que já havíamos vencido.

Coloquei-me de pé, e o deixei cair. Terminamos a luta com dois meninos inconscientes e derrotados caídos no chão.

–Bom trabalho- disse Tan- Mas o que foi aquilo?

Apoiei as mãos em meus joelhos, tentando recuperar o fôlego.

–Aquilo o quê?

–Aquilo que você fez. Parecia hipnose.

–Nah! É só um bônus do Orfelismo, nada de mais.

–Não sei não, eu achei bem impressionante.

Sorri.

–Obrigada. Agora pegue a bandeira e vamos.

–Não, Rose, nem pensar. Você fez quase tudo, você pega.

Revirei os olhos e andei até ele.

–Não discuta comigo, Adams! É sério.

Ele segurou meus ombros e olhou bem em meus olhos.

–Eu também estou falando sério- disse ele- Pegue a bandeira e deixe seu chalé orgulhoso. Eu já capturei da última vez.

–Capturou?- perguntei surpresa.

–Sim, eu não sou totalmente inútil, sabe?

–Eu não disse isso, e você não é nem um pouco inútil!

Andei até o estandarte de um tom chamativo de rosa, com uma enorme moeda estampada no meio e o tirei da terra.

–Ganhamos- ele sorriu para mim.

–Não, Tan, nós ainda não ganhamos.

_____________

Não sei bem como, ou por que, mas a volta até nosso território sempre me pareceu a parte mais fácil. Não encontramos ninguém no caminho, o que eu até diria que é sorte, se não soasse tão irônico.

Adentramos o Território do Time de Ares, e eu ergui a bandeira para que todos ali pudessem vê-la.

–E A Capturadora retorna!- exclamou Joonie, que fora a primeira a perceber nossa chegada.

Também era incrível que o outro time sempre chegava a tempo de ver todos nós comemorando, nos abraçando, rindo e, principalmente, a tempo de ver o capturador recebendo a coroa dourada de louros.

Quíron ergueu meu braço e anunciou:

–Rose Leonards vence o jogo para o Chalé de Apolo!

Recebi o prêmio, e sussurrei algo rapidamente para o centauro, que apenas concordou sorrindo e pegou outra coroa.

–Tanner Adams, Chalé de Ares- Tanner arregalou os olhos para mim, surpreso.

–Porque fez isso?- perguntou.

Sorri e fiquei na ponta dos pés, dando um beijo em sua bochecha.

–Nós somos um time, Adams. Nunca se esqueça disso.


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Notas finais do capítulo

Estou mexendo com seus feelings? Acho que estou, estou né? Claro que sim... MUAHAHAHA SOU MUITO MÁ!
Comenteem! Nada melhor que reviews para motivar um autor, certo? hahhaha
~Lu