O Deus Sem Nome e o Narciso De Prata escrita por Luiza


Capítulo 5
As façanhas de meu irmão são reveladas


Notas iniciais do capítulo

Ta bom, aqui tem mais um :DD
Obrigada a todos que comentaram no último capítulo, e espero que gostem desse... É meio curtinho, mas fazer o que, né?



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Esse está lá no melrosing.tumblr.com pra que quiser ver, com os outros que eu fiz, só achei que esse seria o mais apropriado para o cap.

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Atravessei a porta dourada do chalé sete e arrastei o malão até minha cama, colocando-o sobre ela. Eu teria tempo de arrumar minhas coisas mais tarde, agora eu só queria saber o que Parcas meu irmão estava fazendo que causou tanto alvoroço. Sentei-me ao lado da mala e ergui as sobrancelhas.

-Então?- perguntei- Você vai me dizer o que está fazendo, ou o quê?

Ele respirou fundo e sentou-se na cama que ficava ao lado da minha para poder me olhar.

-Rose, eu... eu, bom...- Dan gesticulava excessivamente com as mãos, e coçava a parte de trás da cabeça toda hora, além de olhar para todos os lados do chalé, e não em meus olhos- Humm, eu estou...

Um barulho vindo da porta o interrompeu.

-Dan, eu... Rose?

-Joonie!

Corremos ao encontro da outra, e nos abraçamos. Ela estava diferente, mais alta e mais magra, já quase da minha altura, e a mecha que ficava na parte de trás dos cabelos negros havia mudado de cor, para um vermelho vivo.

Era bom vê-la de novo. Havíamos nos conhecido no verão passado, e ela se tornara minha melhor amiga. É claro que esse posto agora também levava o nome de Constance.

-Senti tanto a sua falta!- disse ela, afastando-se de mim- Como você está?

-Estou bem, obrigada.

-Isso é ótimo, eu estava preocupada. Todos os campistas chegaram cedo esse ano, os monstros estão enlouquecidos.

-É claro- falou Daniel, ainda sentado na cama- que isso é bom para nós. Eu nunca tinha visto o Acampamento tão vazio. Só ficamos nós dois, David, Jake, Leona e Tanner.

Eles todos eram campistas de ano inteiro, o que não devia ser tão animador.

-Joonie, foi ótimo ver você- falei, lembrando-me de que ainda tinha que conversar com meu irmão-, mas eu preciso falar um pouco com o Dan.

Ela pareceu perceber o que estava acontecendo, e os dois trocaram olhares preocupados. Joonie também respirou fundo e fixou o olhar no chão.

-Você devia sentar, Rose- murmurou sem muita animação.

Estranhei aquilo. O que, agora Daniel precisava de ajuda para me contar as coisas. Tinha alguma coisa errada, mas voltei até minha cama e sentei-me, encarando os dois sentados lado-a-lado.

-Podem falar- incentivei-os para que se apressassem.

-Você fala- sussurrou Daniel para Joonie, e ela concordou.

-Tudo bem. Rose, eu... Nós, bem- suspirando novamente, ela disparou a verdade em minha direção- Nós dois, o Dan e eu... Estamos juntos.

Tenho certeza que a expressão em meu rosto era de surpresa pura. Era uma coisa que eu nunca imaginaria, nunca passaria pela minha cabeça. Tive que me conter para não rir.

-Vocês estão brincando comigo, certo?- perguntei, mas já sabia a resposta. Eles estavam muito sérios para que tudo não passasse de uma pegadinha.

Os dois negaram com a cabeça.

-Está tudo bem pra você?- perguntou-me Daniel.

Forcei um sorriso e disse que sim.

-Se vocês estão felizes, por mim tudo bem- um silêncio constrangedor se seguiu por alguns minutos. Eu queria estar realmente feliz, mas não conseguia. Era muito estranho pensar nos dois juntos. Resolvi quebrar o “climão”:- Há quanto tempo começaram a namorar?

-Cinco meses- eles responderam em uníssono e tentaram disfarçar o sorriso que brotou em seus lábios.

-Então porque todos começaram a falar nisso só agora?

-Ah, Rose, eu não sei- exclamou Joonie- Nós estávamos tentando ser discretos para que as pessoas não comentassem nada com você. Queríamos contar pessoalmente.

Mais silêncio.

-Humm, acho que nos falamos depois então- murmurou Dan, levantando-se e pegando a mão de Joonie. Eu apenas assenti e os dois saíram do chalé.

Agora imagine a seguinte situação: Seu irmão mais velho começa a namorar sua melhor amiga. Se você não sabe qual é a sensação, eu digo. É muito estranha! Mais tarde eu com certeza perguntaria à ela como aquilo havia acontecido, mas resolvi ignorar meu estômago que roncava e começar a arrumar minhas coisas, só para não ter que encontrar com eles.

__________

Acho que uma, talvez duas horas se passaram até que eu terminasse de organizar tudo. As roupas no baú-guarda-roupas e o malão em baixo da cama, junto com meus livros, minha espada e minha vassoura – que eu havia levado dentro de uma mochila com um feitiço indetectável de extensão-, o despertador na mesa de cabeceira, meu dinheiro todo dentro da gaveta, essas coisas assim. Também troquei de roupa, vestindo minha camiseta laranja do Acampamento e um short jeans.

Procurei não pensar muito em Daniel e Joonie, e me concentrar apenas na arrumação e na música que tocava.

A porta dourada se abriu, e por ela entrou Tanner, com um prato nas mãos.

-Oi- falou. Porque ele não parava de me olhar? Era impossível que eu tivesse mudado tanto assim desde o Natal!- Você não comeu nada, Quíron me mandou trazer algo para você.

Sorri.

-Obrigada- só agora havia percebido que não fora falar com o Diretor de Atividades/ vulgo cavalo.

Ele colocou o prato cheio de cookies sobre a mesinha e sentou-se em minha cama suspirando. Eu o acompanhei.

-Então eles já contaram tudo para você?- perguntou.

-É, contaram. Você já sabia?

Tanner fez que sim com a cabeça.

-Eu queria te contar, mas achei que seria melhor você ouvir isso deles.

-Suponho que sim.

-Então... Você acha que seu pai vai me matar de insolação?- perguntou, e eu ri.

-O que? Porque ele faria isso?

Ele deu de ombros e segurou minha mão.

-Por isso. Quer dizer, ele não gostou muito, não é?

-Não, não gostou, mas não acho que Apolo vá te matar de insolação. Quer me pôr a par do que está acontecendo aqui?

-Acho que sim. Bom, você já deve saber que os monstros estão loucos, teve gente chegando na metade do ano, apesar de o número de semideuses novos ter caído bastante.

-Caído? O que quer dizer?

-Quer dizer que a maioria não consegue chegar aqui vivo- essa frase pareceu ecoar um milhão de vezes em minha mente, mas como Tan não sabia disso, continuou- Um menino, filho de Deméter, perdeu um braço por conta de uma mistura de Górgona e Quimera, e uma filha de Niké está na enfermaria se curando de queimaduras de Esfinge.

-Esfinges não expelem fogo- observei.

-As normais não, mas as de Dárion...

Como sempre, o nome do Deus fez um arrepio percorrer minha espinha.

-Nenhuma informação nova sobre ele?

-Nada, ele simplesmente desapareceu.

Suspirei. Não sabia se ficava aliviada ou com raiva. Queria mais é que ele aparecesse de uma vez para que eu pudesse chutar seu traseiro divino.

-E você?

- E eu o que?

- Como foram suas férias? Fiquei sabendo que passou três semanas na Europa com sua mãe.

-É, foi muito bom. Semideuses não deveriam ir para as terras antigas, mas eu amei tudo, principalmente a Grécia, é claro. Tem muitos templos para o meu pai lá, e para o seu... Você teria gostado. Mas, por outro lado, não aguento mais come nenhum tipo de pão, ou massa.

Nós dois rimos juntos. Sua mão ainda estava entrelaçada na minha, mas aquilo não era estranho, pelo contrário. Era um hábito que havíamos adquirido no último ano, que funcionava como um sinal de apoio ou força, o problema é que fora exatamente por aquele motivo que os boatos de que estávamos namorando começaram.

Estiquei-me para pegar dois cookies, um para mim, e outro para ele.

-Á amizade!- falei, estendendo o biscoito de baunilha e chocolate para o alto

Tanner me acompanhou e acrescentou:

- E á um verão melhor do que o passado, esperamos.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews! Acho que ninguém esperava por essa!