O Verdadeiro Lar escrita por Yui


Capítulo 8
Cada Vez Menos Tempo


Notas iniciais do capítulo

Tô muito inspirada esses dias, postando mais cedo até kk
-
Espero que gostem, boa leitura.



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No pátio os dois amigos ainda conversavam quando Tigresa sumiu para dentro do palácio. Song se sentia mal por não poder cultivar a amizade como deveria por causa dela.

– Po, não seria melhor eu conversar com ela, se não como poderemos ser amigos normalmente?

– Ela não confia, não vai acreditar em você.

– Então fale logo com ela - deu um leve soco no grande braço do panda.

– Ai! Não faz isso...

Song riu por um instante.

– É capaz de ela fazer isso em nós dois, se nos ver juntos de novo - respondeu ela fazendo Po rir - fala com ela, sei que ela não vai ficar brava com você e se não der certo, tem outras pessoas pra conhecer. Tenha coragem pra isso como você tem pra lutar.

– Ahh, tá bom...

– Mas é pra falar. Quando eu voltar com as meninas quero ter novidades sobre isso, ein? Espero que sejam boas.

– Se forem boas, vai ser show de bola! - Levantou os braços sorridente. Quem sabe não é?

Se despediram e ele voltou para meditar com seu aluno.

Num vilarejo ao sul da China, se ouvia os gritos de medo de longe e também rugidos, grunhidos e a risada que parecia vir de um maluco psicopata. Todos os animais dali estavam correndo tentando se salvar ou a seus filhotes. Lá havia felinos que protegiam tantos quantos podiam, mas mesmo assim, alguns deles foram capturados para serem “reeducados”.

Essa reeducação não era nada mais que se juntar ao líder daqueles invasores e lutar pelo bem dos animais comandados por ele, em sua maioria, tigres. Caso contrário, era dar adeus à vida.

– Senhor, esta vila está tomada.

– Muito bem – sorriu Hui Nuan – muitos soldados foram derrotados?

– Não, senhor. Baixa de apenas 10 dos 600 soldados.

– Ótimo, amanhã avançaremos para a próxima, apenas para manter uma base de domínio. Isso era o que meu Dishi traçou para nós e vamos seguir seu plano, mesmo sem ele.

– Lord Hui Nuan, o que faremos se os leões da montanha não voltarem do Vale da Paz?

– Saberemos que os guerreiros da profecia se uniram e teremos que correr com os planos.

O soldado tigre apenas assentiu e já ia se retirar.

– Ah, mais uma coisa... daqui dois dias, chega a companhia de damas dançarinas e nesse dia, faremos uma festa para comemorar a retomada dos tigres. Afinal, os leopardos são irmãos felinos dos tigres, não?

Os soldados sorriram e voltaram para as tropas para avisar da festa. Naquele fim de tarde, estavam armando cabanas improvisadas e alguns ficariam em quaisquer quartos vagos da cidade tomada. Já que os rebeldes que se mostraram primeiro, haviam sido reprimidos, era hora de descansar.

– Logo iremos atrás de você, Jing-Quo. Não te esqueci – murmurou o cruel tigre para si mesmo.

Tigresa passou pelo Salão dos Heróis e viu Shifu sentado em frente à Piscina de Reflexão. Ele ouviu que alguém abriu a porta e se virou vendo o tigre-fêmea.

– Olá Tigresa, algo errado com o treino?

– Não mestre – se curvou para ele – eu apenas estou... indo meditar.

– Espere... – chamou antes que ela se fosse – Tigresa, há um assunto sério que devo te contar em breve, antes de saírem para a missão. Esteja preparada para quando eu chamar – ele não teve coragem de dizer o que queria e assim que sua filha se foi, fez o possível para continuar a meditação e ignorar o nó em sua garganta.

Ela foi até seu quarto e estava sentada em sua cama, olhando para o chão. Além das dúvidas e da confusão que já existia dentro dela, agora Shifu tinha um assunto sério para tratar.

As coisas dentro dela, coisas essas que são sentimentos, mudavam seu comportamento e até suas opiniões. Ela não sabia mais exatamente o que sentir, já não tinha mais controle. Queria sim conversar com Dishi, mas ele só sabia fazer piadinhas como Macaco e Louva-a-Deus, não é à toa que se entenderam. Mas ele tirava sua paciência tentando ser divertido, e ela não achava que ele fosse tanto assim. Tentava sempre remexer em seu passado, provavelmente por ser mais um curioso. “Qualquer hora eu o mando para o outro lado da muralha, se ele fizer piadas ou insinuar de novo qualquer coisa”, pensava ela cerrando os punhos.

Isso ela sentia, sem falar em sua preocupação mais recente: por que aquele panda bobo insistia em confiar em Song? Ele era tão bom, gentil e sabia como fazer alguém se sentir bem, mas também era tão ingênuo...

“Será que ele não vê que ela não é confiável? Mas que droga, eu não tenho que estar desse jeito. Desde que ele não coloque em risco a segurança de ninguém, ele que fique lá com ela.”

O treino havia terminado e todos estavam preocupados com Tigresa. Víbora sabia do que se tratava, então disse a Po que fosse falar com ela, mas enquanto os dois chegavam à sua porta, Dishi estava lá.

Ele se sentia culpado pelas brincadeiras que a irritaram, especialmente nessa manhã.

– Tigresa... – ela não respondeu, então Dishi continuou sem notar a presença do panda e da serpente – me desculpa, eu não queria te irritar. Só quero te conhecer porque aqui você é a única como eu e me sinto à vontade perto de alguém que me lembre de casa e da minha mãe.

Po estava perto de soltar um grunhido de raiva, mas o ciúme que sentiu ao vê-lo na porta do quarto de Tigresa, desapareceu por um momento quando ouviu o desabafo do novato. Se sentiu um pouco mal por pensar que Dishi tinha outras intenções com ela. Ou será será que realmente era só isso? Já nem sabia exatamente o que pensar.

Percebendo os dois, Dishi deu um pulo.

– Desculpem, eu só vim me desculpar com ela... há quanto tempo estão aí.

– Só vimos você ser gentil com ela – respondeu Víbora.

– Ah... haha, ok, eu vou... indo para a cozinha.

– Vou com você, conversamos enquanto esperamos que Po vá fazer o jantar – disse ela empurrando o panda com sua calda.

– Está bem – ele seguiu o rumo com Víbora.

Chegando à porta do quarto, o urso bateu. Do outro lado, Tigresa permanecia sentada na cama, dessa vez segurando a caixinha que Po lhe deu. Dentro havia a flor do pessegueiro que estava em cima dela, finalizando a embalagem de seu colar quando o recebeu. Pensou que era aquele inconveniente de novo e não respondeu.

– Tigresa, posso falar com você?

– O que você quer, Po? – Respondeu ela de onde estava.

– Abre a porta... por favor.

Alguns segundos depois, ela fez o que ele pediu, mas não sem antes guardar a caixa. Não o deixaria vê-la agindo de forma tão tosca assim.

– Entra...

– Você está brava, né? – Perguntou ele passando por ela já se protegendo de um possível golpe, que não veio.

– Por que acha isso? – Rebateu a pergunta, deixando a porta apenas encostada e ficando frente a frente com ele.

– Porque vi seu jeito quando Zeng falou sobre Song, e até ela reparou quando você passou por nós, rosnando – ele estava sério.

– Se era só isso, não foi nada. Agora vá fazer o jantar que até eu estou com fome.

Ele notou que ela ainda usava o colar. Ela direcionou um olhar para ele, viu para onde Po estava olhando e após constatar que era para o presente dele, voltou a encará-lo e sorriu. Ia se virando para sair de seu quarto quando...

– Eu preciso falar ou mostrar uma coisa, sei lá... – disse ele se aproximando dela, com nervosismo.

– O que é? – Se sentia paralisada e não conseguia se mover por mais que tentasse, seu corpo não obedecia e se sentia mais confusa e igualmente nervosa a cada passo que o panda dava em sua direção.

Ela olhava naqueles olhos verde jade que estavam chegando tão perto, “perto demais, está perto demais!”, pensava ela com algum pânico. Isso nunca aconteceu a ela, até onde lembrava. Estava a ponto de dar um soco no estômago de Po para afastá-lo, mas não sabia se deveria esperar para ver o que aconteceria dali.

– Po! Tigresa! Estão atacando o vale! Cadê vocês? – Gritava Macaco que estava no corredor à ponto de chegar onde estavam para avisá-los do que estava acontecendo no Vale.


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Notas finais do capítulo

Significado de Jing-Quo: o que governa um país.
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Quem será Jing-Quo? E exatamente porque Hui Nuan quer ir atras dele?
E o que raios Po estava fazendo? kkkk
-
Digam o que acham e como está a história. Até mais. o/



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