Protect Me escrita por Anny Taisho


Capítulo 8
Cuidados




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/334409/chapter/8

Cap. VIII – Cuidados

A chegada a Fairy Tail foi bem conturbada. Assim que puseram os pés dentro do salão um grupo de magos preocupados cercou o grupo para saber o que tinha acontecido de verdade. Gajeel, Bixlow e Fried tentavam manter as pessoas a uma distância para que ninguém acabasse esbarrando em Cana que ainda estava no colo de Laxus. Polyusca estava perto da enfermaria e entrou no recinto dando a entender que era para levar Cana para lá.

Foi um pouco complicado passar por aquele mundo de pessoas, mas nada impossível, a morena foi colocada em uma das camas do recinto e o seu carregador expulso pela velha maga. Mirajane ficou para ajudar juntamente com Lisanna e Lucy. Enquanto isso, no salão da guilda, os magos estavam explicando o que tinha acontecido para todos. Uma sequência de suspiros exasperados e palavras de comoção surgiram. Uma dezena de abraços apertados foram dados.

Em um canto da guilda, afastados da comoção estavam Gajeel e Levy. A pequena estava sentada em cima da mesa de frente para o Redfox e num impulso o abraçou com toda a força que tinha, o que não era tanta assim no fim das contas.

- Hey, Baixinha... Pare com isso... Estou bem!

O moreno estava um pouco constrangido.

- Eu fiquei muito preocupada, seu baka! – ela agora lhe deu um tapa na cabeça –

- Hey!!

A azulada suspirou.

- Como a Cana está? Não consegui ver direito com todo mundo rodeando e vocês segurando a multidão...

- Er... – coçou a nuca – Ela está bem, baixinha, pelo menos bem melhor do que quando a encontramos.

- O que isso quer dizer, Gajeel? – ela franziu as sobrancelhas preocupada –

- Isso quer dizer que... – o dragon slayer olhou para o lado, fez uma careta, suspirou e por fim disse – O que eu fiz com você e os dois panacas na época da Phantom foi brincadeira perto do que fizeram com ela.

Os olhos da fada se arregalaram e por um minuto ele teve certeza de que ela começaria a chorar. Levy não conseguia imaginar alguém ficando pior do que si própria naquela época, era muita maldade em uma pessoa só para fazer isso. E por que logo com a Alberona? Ela era uma das pessoas mais tranquilas que a pequena já havia conhecido. Gajeel começou a ficar desesperado, não sabia lidar com garotas chorando.

- Não, chore! Não precisa ficar assim, a Wendy já cuidou dela e agora tudo vai ficar bem! Por favor, Levy, não chore!

Ela piscou duas vezes e deu um sorriso, ele raramente a chamava pelo nome, deveria estar mesmo bem desesperado para fazer isso. Por isso, segurando toda a vontade de chorar que tinha virou o corpo para trás avistando Laxus encostado ao lado da porta sozinho.

- O Laxus parece preocupado...

- Eu estou preocupado, baixinha, você está preocupada. Aquele ali está a beira do desespero, é diferente! – disse cruzando os braços –

- Eh... – a McGarden franziu o cenho – Não entendi.

- O faísca e a cachaceira tem bem mais que uma amizade, pelo menos foi o que pareceu e está parecendo até agora!

- O quê?? A Cana e o Laxus?  Impossível, esses dias eu tenho visto ele direto no balcão de conversa com a Mira!

- Bem, eu não sei como eles estão resolvidos, mas que ali rola mais que amizade eu tenho certeza! – o mago deu os ombros –

- Estranho... – sussurrou a pequena antes de voltar a dar outro abraço de urso nele –

Para o abraçado estava mais para um abraço de ursinho, mas ele gostou mesmo assim. Apesar de não compreender como ela sentia-se segura nos braços de alguém que um dia tinha lhe ferido, Gajeel agradecia por isso, apertou-a e fechou os olhos tentando limpar a mente das lembranças de quando tinha agredido ela e também de Cana machucada.

- Vamos ficar lá no segundo andar, eu não tô afim de ninguém vindo fazer piadinha!

E assim ele se levantou levando-a no colo como se não pesasse nada. Levy odiava essa mania que o mago tinha de ficar carregando-a de um lado para o outro, entretanto, hoje não estava se importando.

---

---

Depois de duas longas horas que se arrastaram, na opinião de Laxus pelo menos, a velha curandeira saiu da enfermaria avisando que a morena estava bem e que agora precisava descansar. O mago do trovão bem que queria falar com ela, mas ela simplesmente o ignorou e puxou Makarov para uma conversa particular na sala do mestre. Dando-se por vencido, aproveitou a situação para entrar na enfermaria.

O lugar estava sendo iluminado apenas por abajures, sendo que assim a iluminação estava um pouco fraca, Lucy e Lisanna estavam organizando a bagunça que o tratamento deixou para trás, guardando os remédios e as ervas, recolhendo as bacias com água e tecido que foram utilizadas para higienizar de maneira correta os ferimentos externos enquanto Mirajane estava sentada em uma cadeira ao lado da cama fazendo a troca de compressas com uma expressão dolorida.

- Ah... – ela tentou sorrir – Olá, Laxus...

Disse molhando o pano na bacia, torcendo e trazendo novamente para a testa da amiga.

- Como ela está? – perguntou se aproximando –

- Bem melhor, mas com febre. Polyusca-san descobriu que usaram inibidor de magia, só que aparentemente esse negócio atacou bem mais do que só a magia dela.

- Inibidores de magia foram proibidos pelo conselho a mais de dez anos, pensei que nem fossem mais fabricados.

O loiro puxou uma cadeira e sentou-se do lado oposto da cama.

- Bem... Eles foram proibidos porque inibem bem mais que magia, dependendo de como são feitos além de drogar a vitima podem causar falência de órgãos como rins e fígado, mas é claro que no mercado negro ainda devem ser comercializados como água.

- Eu... Posso fazer alguma coisa?

- Não, agora é ter paciência, mas provavelmente vai poder fazer algo quando ela acordar, Cana vai passar um bom tempo de repouso absoluto.

- Repouso absoluto? – indagou quase engasgando –

- Sim... – Mira olhou-o complacentemente – Mesmo com a magia da Wendy e o trabalho da Polyusca-san ela ainda está muito machucada. Sem dizer que o corpo dela vai precisar de descanso para recuperar o fluxo normal de magia...

- Meu kami... – sussurrou o Dreyar –

- Mira-nee, eu e a Lucy terminamos de arrumar aqui, precisa de alguma coisa?

- Não, Lisanna, posso cuidar da Cana aqui, mas você bem que podia dar uma mão para Kinana no balcão, deve estar difícil para ela cuidar de tudo sozinha.

- Hai, Mira-nee!

- Eu vou ajudar também! – Lucy sorriu atrás – O pessoal deve estar comemorando a volta da Cana e não custa nada ajudar!

- Obrigada, Lucy! – Mira sorriu e as duas saíram sem fazer perguntas sobre a presença de Laxus – Não fique assim, Laxus, a culpa não é sua.

- Eles atacaram a Cana para me atingir, Mirajane! Por que você não falou para ela ir com alguém na missão?

- Até parece que não a conhece... Cana é muito orgulhosa, se eu insinuasse que ela não dava conta sozinha era perigoso ela ficar com raiva de mim. E bem, o problema não foi a missão, ela cumpriu perfeitamente o trabalho!

Fez-se alguns minutos de silêncio onde podiam ouvir a bagunça do outro lado da porta, afinal, aquela era a Fairy Tail e os magos agora estavam comemorando. A enfermaria estava com um cheiro forte de produtos medicinais e assepsia.

- Posso fazer uma pergunta? – a albina quebrou o silêncio –

- Faça. – respondeu –

- Vocês estão juntos mesmo ou é fofoca do Jason para vender revistas?

O loiro ficou quieto um tempo e quando Mira achava que ele não ia mais responder, surpreendeu-se.

- A gente estava... – os olhos azuis dela se arregalaram e ele passou as mãos pelo rosto – Eu pedi um tempo para pensar e agora estamos aqui.

- Bem... Até que não é tão surpreendente, você já foram bem próximos... Mas como assim um tempo para pensar? Você por acaso está com outra garota?

Ela franziu as sobrancelhas brancas.

- Não, Mirajane, não tem outra garota... Pare de me olhar assim!

- Hum... Então porque um tempo? Garotas aprendem desde cedo que quando um homem pede um tempo é porque ele não tem coragem de terminar!

- Que idiotice! Um tempo é um tempo para pensar, oras!

- Ai... Laxus, típico pensamento masculino!

E por um momento o clima tenso se quebrou com o som da risadinha da albina para a expressão hilária do rosto do amigo.

---

---

Makarov e Polyusca foram para a sala do mestre e a feiticeira estava com uma expressão que o mago não gostou muito. Se bem os anos haviam lhe ensinado, sabia que vinha notícia ruim por aí.

Assim que a porta se fechou os olhos vermelhos dela o fitaram seriamente e em seguida houve um suspiro cansado. A fairyTail estava sempre se metendo em problemas que terminavam em algum dos pirralhos machucados. Será que eles não aprendiam?

- Algum problema, Polyusca?

- Aquela garota...

- O que tem a Cana? Você não disse que ela está bem?

- Makarov, será que vocês não aprendem nunca a não se meter em problemas?? É por isso que odeio os humanos!

- Não estou entendendo...

- Muitas das lesões que aquela menina apresenta são típicas de defesa. ..

- É claro que a Cana não iria se render fácil! – afirmou o velho –

- Você não está entendendo, seu velho idiota, a marcas que ela apresenta são típicas de estupro.

Os olhos cinza do velho mago piscaram algumas vezes e aparentemente ele demorou para compreender completamente o que as palavras dela queriam dizer. Estupro? Será que tinha ouvido bem? Não, não podia ter acontecido isso com uma de suas crianças. Não com Cana, ela era tão forte e poderosa, isso não podia ter acontecido com ela.

- Polyusca, isso é muito sério... Tem certeza?

- As marcas são típicas desse tipo de coisa, eu não posso afirmar com certeza, só quando ela acordar vamos descobrir, mas o ponto é que se realmente aconteceu... Essa criança pode custar muito a se recuperar.

- Não... Polly... Não pode ser, como vamos lidar com isso? Kami, como Gildarts vai lidar com isso? Não vai ter uma força nesse mundo capaz de contê-lo!

- Eu estou falando que pode ter acontecido, não que aconteceu, mas mesmo que não tenha acontecido, com certeza chegou muito perto. Ela vai precisar de muita ajuda para se reintegrar, traumas como esse deixam marcas profundas em uma garota.

- Eu sugiro que trate isso com sigilo, não precisamos que esses seus pirralhos tomem as dores dela e acabem causando uma confusão que termine com a intervenção do conselho! Sem dizer que quanto menos gente souber, caso tenha acontecido, melhor... Esse não é tipo de coisa que deve ficar sendo de conhecimento de mais gente que o necessário.

- Isso não pode estar acontecendo... Como eu vou falar disso com ela, como se pergunta isso para uma garota?

- Eu posso falar com ela, não que eu me importe com qualquer um desses pirralhos, mas é mais fácil falar disso com outra mulher...

- Obrigado, Polly...

Ela acertou nele uma vassoura que misteriosamente apareceu de algum lugar.

- PARE DE ME CHAMAR ASSIM, SEU VELHO IDIOTA!

- Yare, yare... – o velho a olhou relembrando velhos tempos – Realmente, obrigado... Você sempre termina me ajudando.

- Eu não faço isso porque gosto de qualquer um de vocês... Eu só valorizo qualquer tipo de vida, mesmo que seja de humanos idiotas.

- Como eu vou contar isso ao Gildarts... Ele vai enlouquecer...

- Se ele não cuidou da filha nem quando era criança, acho meio tarde para ficar se preocupando...

- Ele não sabia, Cana nunca contou.

- Por isso eu odeio os humanos! São burros! Um homem não deveria se casar, mudar totalmente a vida de outra pessoa, para no final nem se dar ao trabalho de cuidar dela... Quanto tempo aquele moleque ficou com essa esposa? Se tivesse ficado, se tivesse se preocupado a menina não teria crescido desamparada!

- Realmente, Polyusca, uma pessoa não deveria mudar a vida de outra se não tiver disposto a estar com ela.

E isso trouxe aos dois velhas lembranças de um tempo onde a maioria daquelas crianças não tinha nascido e o primeiro time mais forte da Fairy Tail vivia suas aventuras enlouquecendo o conselho.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá leitoras lindas! Sim, aqui estou eu com mais um capitulo dessa hstória para vocês, e tem noção de como estou feliz com seus comentários? Oh sim, estou tão feliz que fiz uma nova one!!! kkkkkkkkkkkkk Enfim... Como será que vai ser a recuperação da cana? E essa história do Laxus e da Mira, aparententemente não tem nada entre os dois... Oh kami... quantas perguntas! Até a proxima!!

kisskiss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Protect Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.