Protect Me escrita por Anny Taisho


Capítulo 9
Acordar


Notas iniciais do capítulo

Heyhey girls, estou aqui com mais um cap... Confesso que não foi o melhor que escrevi, mas fazer o que? Nem sempre dá para ganhar! Primeiro gostaria de avisar que tenho MAIS UMA RECOMENDAÇÃO!! Sim, sim... Agora são duas!!! A Reh-chan maravilhosa com sua paciência inesgotável com meu falatório me recomendou!!! Sério... Eu estou muito grata! Segundo... Por que aparentemente algumas leitoras sumiram? hum... Espero que seja passageiro e logo elas voltem!!

Boa Leitura...



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Cap. IX – Acordar

Cana só acordou no final da tarde do dia seguinte e ainda estava muito fraca. Nem conseguiu sentar-se sem ajuda. Sua cabeça ainda girava e demorou algum tempo para assimilar que tinha sido salva. Nesse instante, Lucy e Levy estavam lhe ajudando a comer, apesar de não sentir nenhuma vontade. As duas garotas falavam muito, mas a morena não prestava atenção, ainda estava muito presa aos últimos acontecimentos. Não conseguia fechar os olhos sem as imagens daquele homem de cabelos brancos aparecer em sua mente.

- Já chega... – disse quando mais uma colher de comida foi levada até perto de sua boca – Não consigo mais comer...

- Não seja assim, Cana! A Mira arranca nossa cabeça se você não comer tudo!

- Isso mesmo, falta só um pouquinho...

- A Mirajane tem coisas demais para fazer para se preocupar com quanta comida tem no prato!

- Vai nessa, a Mira e o Laxus viraram a noite cuidando de você!

A maga arqueou uma sobrancelha, Mirajane e Laxus tinham virado a noite cuidando dela?  Essa com certeza era uma coisa que não esperava ouvir. Devia ser peso na consciência ou alguma coisa do tipo. Um sentimento amargo apertou o peito da Alberona. Não queria pena desses dois.

- Sério? – respondeu com um grau alto de ceticismo na voz –

- Com certeza! A Mira ficou com você o tempo todo e depois que a Polyusca-san saiu para falar com o mestre o Laxus entrou e os dois ficaram aqui todo o tempo! Foram embora só quase na hora do almoço quando o mestre praticamente os enxotou daqui para irem dormir!

Provavelmente juntos. Foi o que a filha de Gildarts pensou. Se bem que a essa altura, nem se importava tanto com isso, tinha passado por tantas coisas ruins que ser largada pelo namorado que preferiu uma garota melhor era coisa pequena. Que ficassem juntos e tivessem lindos filhinhos poderosos! Todo o corpo feminino estava doendo, todas as articulações rangiam, e seu campo de visão permitia ver todas as marcas que aquele maldito deixou em sua pele.

Nunca, nem em sua pior fase de fundo do poço quando bebia e dormia com qualquer um, quando tinha tanto amor próprio quanto uma ameba, sentiu-se tão suja. Tinha absoluta certeza de que não importava quantos banhos tomasse, ou quantas vezes se limpasse, continuaria suja e usada. Não que ser uma vadia fosse alguma grande novidade em sua vida, mas ser usada com escolha e sem escolha tinham graves diferenças.

E o pior de tudo era que tinha sido usada para afetar uma pessoa que pouco se importava, ou seja, além de ter sido espancada por algo que nem lhe dizia respeito, a ação não tinha nem finalidade já que não afetou quem deveria afetar. Tudo o que queria naquele momento era desaparecer por uma dezena de anos.

- Vamos Cana, só mais uma colher...

- É... – Lucy encheu a colher – Olha o aviãozinho...

- Não! – virou a cabeça para o lado, não queria mais comer –

- Por favor, você precisa comer.

- Não...

- Ah Cana, vai, não fica sendo chata! A gente sabe que deve estar com dor...

- NÃO VOCÊS NÃO SABEM! ME DEIXEM EM PAZ!

Gritou num impulso de impaciência empurrou a bandeja jogando o prato com sopa no chão. O movimento rápido provocou dores, mas naquele momento não estava se importando. Uma confusão de sentimentos se misturava a deixando confusão e sem saber como agir. Não queria ouvir aquelas infantilidades. Queria ficar sozinha. Só queria um pouco de paz.

Levy e Lucy arregalaram os olhos, Polyusca avisou que talvez o humor da amiga ficasse instável e até mesmo que ficasse um pouco violenta, mas jamais imaginaram uma explosão como aquela. Sinceramente não se sentiram ofendidas, principalmente Levy, depois da conversa com Gajeel, pelo que ele contou a maga deveria estar muito mal e não só fisicamente.

Sem dizer que a azulada sabia como era a sensação de ser surrada sem piedade, por mais que a dor física seja horrível, a dor psicológica era mil vezes pior. O sentimento de impotência e incapacidade corroíam os pensamentos, minando as ideias. Sem dizer que o carinho dos amigos conseguia ser facilmente com uma pena que você não quer que sintam de você.

- Vamos, Lu-chan... Ela precisa de um tempo...

- Okay...

E as duas saíram deixando a garota sozinha. Com muito esforço conseguiu deitar-se sentindo todos os músculos reclamarem da ação. A luz que vinha do lado de fora estava deixando-a muito irritada e com muita dor de cabeça. Na verdade o simples fato de respirar estava deixando-a irritada. Não queria pensar em nada. Não queria lembrar de nada. Não queria mais nada além do alivio para aquela sensação de sujeira, incapacidade e coração partido.

Era como se algo dentro de seu peito estivesse perto de se partir em milhares de estilhaços. As lembranças horríveis daquele lugar não saiam de sua mente, os toques grosseiros daquele desgraçado queimavam horrivelmente em sua pele, todas as dores no corpo não se comparava ao que estava sentindo. Fechou os olhos com força desejando que aquilo não passasse um pesadelo que nunca aconteceu de verdade. 

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Mira olhou curiosa para as duas garotas que saíram da enfermaria um pouco assustadas e Makarov arqueou uma das sobrancelhas brancas. Levy colocou o prato e a colher sobre o balcão com um sorriso amarelo.

- Ela comeu tudo?

- Er... Mira... Acho melhor a gente deixar a Cana quietinha sabe...

- Nani? – a albina inclinou o rosto para o lado e piscou duas vezes –

- Ela está uma pouco nervosa, Mira-chan! Como Polyusca-san disse que poderia ficar! – Lucy coçou a nuca –

- Nervosa como meninas? – Makarov preocupado indagou –

- Nervosa mestre... Sabe como é... Neah, Levy-chan?

- Isso aí, Lu-chan... Nervosa… Coisa normal…

- O que aconteceu lá meninas? – a voz do mago era solene –

- Ela ficou meio irritada com o nosso falatório e jogou a sopa no chão enquanto gritava com a gente!

Mirajane arregalou os olhos, aquela não era uma postura comum em Cana, a morena podia ser muito reservada, mas não era mal-educada. Makarov suspirou e pulou do balcão se encaminhando para a enfermaria. A albina fez menção em segui-lo, mas foi contida por um gesto de cabeça.

O velho mestre entrou na enfermaria e viu sua criança deitada, notou que dormia ao se aproximar e não conseguiu coragem para acordá-la. Imaginava quantas noites de sono ela não perderia tendo pesadelos. Ficou ali velando seu sono até que a porta se abriu revelando Polyusca.

- Eu ouvi dizer que ela ficou agressiva hoje...

- Sim, mas é normal, não é? Ela passou por um trauma muito pesado...

- É uma reação normal sim, Makarov...

- Você acha que ela vai conseguir superar?

- Não posso dizer, isso é muito pessoal... Tudo vai depender dela querer superar isso. Essa garota já tem um histórico bastante complicado, isso pode ser o fundo do posso dela.

- A Fairy Tail é um lugar para segundas chances!

- Mas ela precisa querer uma segunda chance...

- Ela vai querer sim, a Cana é mais forte do que todo mundo pensa, desde criança ela sempre foi mais madura que os outros.

- Seu neto parece muito agoniado lá fora, ele estava prestes a entrar quando eu o impedi.

- Eu acho que ela e Laxus estão juntos, ou pelo menos estiveram.

- Você acha que o garoto vai ajuda-la, é um fardo muito pesado lidar com uma pessoa depois de um trauma assim.

- Ele tem aquele jeito de quem não se importa, mas muito pelo contrário... Parece com você.

- Pare de falar besteiras, velho!

- É engraçado como o Ivan herdou tão pouco de nós, enquanto seu filho...

- Saia daqui, Makarov! Pare de ficar falando besteiras, já está ficando senil! A garota vai acordar a qualquer momento e eu pretendo resolver isso logo!

- Tudo bem, Polly... E obrigado, mesmo assim...

Os olhos vermelhos da maga hesitaram por alguns segundos, mas depois voltaram a sua compostura normal. Já estavam velhos demais para discutir essas coisas. As escolhas que fizeram não podiam ser mudadas, em compensação, aquele criança ainda tinha muito o que viver. Era mais produtivo se preocuparem com ela.

Sentou-se na cadeira ao lado da cama e esperou lendo um livro que ela voltasse a acordar.

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Enquanto trocava os curativos de Cana em silêncio, Polyusca a observava. Sua experiência de vida lhe dizia que aquela garota ainda enfrentaria desafios antes de se recuperar completamente. Conseguia ver nos olhos dela.

 Estava quebrada...

- O que quer me perguntar, Polyusca-san?

E era mais esperta do que imaginava.

- Eu sei que você recebeu mais que uma surra enquanto esteve em cativeiro. – declarou a rosada enfaixando o braço feminino –

- Não precisa ser nenhum gênio para notar isso. – replicou olhando para janela a sua direita –

- O quão longe aquele homem chegou com você, criança?

A Alberona se recolheu ao direito de permanecer em silêncio. Imagens que gostaria de esquecer passaram por sua mente.

- Vamos... Eu sei que deve ser horrível lembrar, mas é importante, se ele realmente te estuprou, temos que prevenir uma possível gestação.

Os olhos violetas se arregalaram e sua respiração foi cortada durante quase vinte segundos.

- Não existe esse risco, ele não teve tempo de chegar tão longe...

- Bem melhor saber disso... – a rosada estava realmente aliviada, se fosse de seu feitio sorriria –

- Bem melhor para quem? Não faz diferença de aconteceu ou não... Eu não consigo fechar os olhos sem me lembrar...

- Vai passar.

- Como sabe? Por acaso já foi sequestrada e abusada?

- Sequestrada sim, abusada não.

- Então como sabe que vai passar? Estou suja, sabe o que significa isso? Sabe como é ficar lembrando que foi usada e abusada sem chance de defesa?

- Tem pelo menos uma dúzia de pessoas do lado de fora dessa porta que querem te ajudar, aceite a mão que eles lhes estendem... Ficar remoendo o que aconteceu não vai fazer nada mudar.

- E se eu não quiser ajuda?

- Essa escolha é sua, menina... Esse pode ser o seu fim, ou seu novo começo.

Continua...

Eu sei que o capítulo ficou horrível, mas desculpem... Eh que o tema é tão pesado que não sei bem como lidar com isso. Juro que vou me empenhar mais no próximo capítulo e espero ter conseguido passar pelo menos um pouco dos sentimentos da Cana. Desculpem a ausência do Laxus nesse cap, mas prometo que ele vai voltar! Palavra de Lolita Ficwriter! Então minhas lindas... Me contem o que acharam.. Desculpe não ter respondido aos reviews, mas eu tinha que fazer escolhas, ou respondia, ou escrevia os posts da semana! Quarto ano do ensino técnico não é brincadeira!

Kisskiss, Anny Taisho


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