Cap. VII – Ponto fraco

Laxus corria pela floresta ao lado de Gajeel, os eram como sombras perseguindo os inimigos, os dois eram muito rápidos. A dupla não tinha chance de escape, pelo menos não enquanto estivessem carregando Cana, afinal, ela consistia em peso morto, sem dizer que era pelo cheiro dela que estavam correndo, então enquanto estivessem com ela seria praticamente impossível escapar.

- Eles não podem usar outro daqueles portais, certo? – indagou Gajeel –

- Esse tipo de magia, se não for usada por um portador especializado causa uma perda grande de poder, vão ter que esperar pelo menos uma hora.

- Isso é conveniente para gente.

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Alguns quilômetros a frente os dois magos corriam desesperadamente pela floresta tentando ganhar tempo para usarem o portal de deslocamento, mas não estava fácil, estavam com dois Dragon Slayers em seu encalço e esses eram potencialmente mais rápidos.

- Deixa essa garota para trás, Gwrill! Ela só está nos atrapalhando!

- Eu não vou perder essa chance!

- Vai acabar nos matando por causa dessa fixação! Ela já está toda ferrada, não vale a pena!!

- Oh claro!! Falou o cara que ia deixa-la fugir!! Ficou louco,  idiota? Já pensou se ela voltasse?

- E adiantou muito mantê-la conosco, pelo que sei tem dois caçadores em nosso encalço!! Deixe ela para trás! Solte-a... Vão se preocupar em cuidar dela!!

- Eu não vou perder para aquelas fadinhas outra vez! Não vou!! E quer saber... Eu posso fazer uma coisa bem pior...

- Seu maluco! Eu vou embora daqui, se quer se matar, o problema é seu... Mas eu tenho amor ao meu pescoço!

O homem de cabelos escuros mudou o curso de sua corrida e quando já estava alguns metros distante foi brutalmente parado por uma barra de ferro que o atirou contra uma árvore.

- Gihihi... pensa que vai onde, amigo? – o moreno apareceu das sombras –

- Er... – antes que pudesse pensar em usar magia, foi atacado com um rugido –

- Então quer dizer que gostam de abusar de garotas... – Gajeel deu um sorriso malvado – Vocês escolheram a guilda errada para atacar!!

Tudo o que foi ouvido na sequência foram os sons dos golpes que o Redfox deu a mãos nuas no mago, aquele vermezinho não merecia que usasse sua magia. Cana deveria estar mesmo muito bêbada para não conseguir lidar com aqueles idiotas! Garota bêbada idiota! De que adiantava o poder mágico que permitia o uso de Fairy Glitter se não estava sóbria o suficiente para poder usar? Mas isso também não dava o direito de fazer aquele tipo de coisa com uma mulher.

Alguns metros distante quando o mago de cabelos brancos se preparava para acertar Cana com uma adaga e matá-la quando um raio amarelo o acertou fazendo com que ela caísse no chão com um baque surdo. Em seguida, o corpo do mago do trovão já tinha se transformado em energia e um dos pés dele acertou em cheio o rosto marcado do oponente.

- Laxus Dreyar... – cuspiu o homem sangrando –

- Que bom que sabe o meu nome, porque vou ser a última pessoa que vai ver nessa vida!

Um arrepio sombrio pegou Grwill juntamente com os golpes certeiros e irreparavelmente fortes de Laxus. Naquele ritmo o Dreyar o mataria em alguns minutos e para sorte do bandido, Gajeel entrou onde estavam, arrastando o outro desacordado e viu a cena. Viu a fúria no mago amigo e teve a certeza de quem estava ali batendo naquele homem não era só um amigo de Cana, a fúria de Laxus era a de alguém muito mais envolvido.

Com certeza havia algum tipo de relação entre os dois. Com muito esforço e correndo o risco de levar um golpe, o moreno passou o braço em volta do pescoço do loiro puxando-o para trás com toda a força que tinha. O que lhe rendeu uma cotovelada das fortes, em seguida assumiu suas escamas e tentou novamente afastá-lo.

- Já acabou, Laxus!

- Eu ainda não acabei com ele!! – rosnou o loiro não se importando com as tentativas de ser parado –

- Vai matá-lo se continuar assim!

- Ele vai pagar por fazer isso com a Cana!!! Eu vou acabar com a raça dele!

Gajeel estava prestes a ser arremessado e sem ideias de como pará-lo foi quando teve um insght. Cana era a chave para aquilo tudo.

- Você acha que a garota ia querer que sujasse suas mãos com o sangue dele? Não estamos aqui para cuidar dela?

Um último golpe e Laxus parou. Parece que sua fúria se aplacou e olhou para trás. Golpe certeiro, a garota bêbada era o ponto fraco dele. O Dreyar o empurrou e saiu andando a passos largos até onde ela estava caída. E ela estava horrível. Havia um galo enorme na testa, os braços estavam repletos de marcas rochas fora os arranhões, havia uma marca bem feia na altura na barriga, algo que pareciam mordidas no colo, pescoço e ombros, o rosto também tinha algumas feridas e ela parecia estar com dor.

O loiro se ajoelhou ao lado dela e virou seu rosto. Neste instante, o Redfox ficou compadecido de Laxus pois viu em seu olhar a mesma coisa que um dia teve após se dar conta do que havia feito a Levy. Ele estava culpado. Tremendamente culpado. O coração deveria estar partido, principalmente levando em conta de que desconfiava de um relacionamento amoroso ali.

Não queria nem imaginar se fosse sua Levy ali. Sua atenção foi tirada pelo grupo que finalmente chegou. Bixlow e Fried foram tratar de amarrar os bandidos enquanto Evergreen e Wendy correram. A cara que as duas fizeram ao ver o estado da amiga foi terrível. Elas ficaram em choque.

- Por kami!!!

- Cana-san!!!

Wendy abaixou-se e fez uma analise rápida começando em seguida a emanar poder de cura na altura do abdome feminino. Entretanto, as feridas visíveis não começaram a se curar, a pequena estava fazendo um tratamento interno.

- Evergreen-san... Você não tem um cantil com água para começar a limpar os ferimentos dela?

- Oh... Tenho sim... mas não tenho com que limpa...r

O som de uma camisa rasgando e ela o pano roxo da camisa do Dreyar. Ele não sabia bem o que fazer, não levava o menor jeito para enfermeiro, mas faria o que desse para ajuda-la.

- Por que não está funcionando? – indagou olhando as feridas que não curavam –

- Estou tratando dos órgãos internos, o maior problema de lutas entre magos muitas vezes são os danos internos, Laxus-san! – suspirou aumentando a quantidade de poder mágico – E Cana-san aparenta estar com hemorragia interna, está febril e quando olhei as os olhos hemorragia petequial, o que indica estrangulamento também... Ajude a limpá-la, esses ferimentos não podem infeccionar.

Com um aceno de cabeça, o mago começou tentando ser o mais gentil que podia, o que se tornava bastante difícil já que apesar de desacordada Cana mostrava sinais de dor, principalmente quando tocavam nas feridas. Não conseguia nem queria imaginar quanta dor ela estava sentindo.

Bixlow e Fried se aproximaram ficando horrorizados com a cena. E antes que o mago da possessão falasse alguma coisa, Gajeel lhe deu um murro e um olhar de advertência. O esverdeado correu para o lado de Wendy perguntando como poderia ser útil. Foi quase uma hora de tratamento de emergência e uma pressão muito pesada no ar.

A morena parecia melhor, ou talvez expressão certa fosse menos ruim. Laxus agradeceu mentalmente por ter trazido a maga curativa porque pelo estado em que encontrou a Alberona não acreditava que ela conseguisse chegar a guilda a tempo de receber esse socorro. Ela respirava com um pouco mais de facilidade, mas ainda estava febril e muito machucada.

- Pronto! – a pequena colocou o antebraço na testa e suspirou – Já podemos removê-la, cuidamos do resto na guilda, sem dizer que o mestre já deve ter chamado Polyusca-san, ela pode cuidar da Cana-san melhor do que eu.

- Não seja boba, Wendy!! – Ever a abraçou pelos ombros – Você foi ótima, salvou a Cana!!

- Vamos embora então! – o moreno cruzou os braços –

- Enrole a Cana-san em seu casaco, Laxus-san. Não queremos que algum galho da floresta bata nela e a machuque mais!

- Pode deixar!

O mago passou o braço pelas costas femininas e com ajuda de Evergreen vestiu seu casaco preto nela a pegando no colo em seguida ao estilo nupcial, colocando-a bem perto de seu corpo para ter certeza de que estava bem.

- Laxus-sama! – Fried chamou – O que fazemos com eles?

- Deixe-os amarrados aqui, quando chegarmos a Magnólia mandamos uma mensagem anônima para os Cavaleiros das Runas e eles vêm pegá-los!

- Tudo bem!!

Como a maga curativa se cansou muito, Gajeel se ofereceu para carregá-la nas costas, até porque isso tornaria o caminho mais rápido. Muito envergonhada ela agradeceu e subiu nas costas do amigo. Entraram na floresta de novo, e ela parecia ainda mais sombria por já ser bem tarde da noite. Caminhavam a passos largos.

Evergreen assustou-se duas vezes com bichos que passaram  perto de suas pernas, mas aparentemente não era nada demais. O clima parecia menos pesado, em contrapartida a relação de Laxus com Cana parecia próxima demais para ser somente uma amizade. A raijinshuu jamais viu o seu líder daquele jeito por ninguém. Ele emanava um cuidado, carinho e atenção incomuns a garota. Aquilo nem de longe era somente amizade por um amigo de guilda.

Continua...