Naquela noite, Lupita saiu decidida a acabar com os Bracho. Paulina e Carlos Daniel brigaram feio, tanto que daquela noite em diante passariam a dormir em quartos separados. Naquela noite, ela saiu de madrugada, e conhecendo bem todas as entradas da casa, com uma cópia da chave na mão, conseguiu entrar. Pelas portas do fundo, ela adentrou a mansão e subiu até o quarto do pai sem fazer barulho. Abriu a porta, e ao constatar que o mesmo estava dormindo sozinho, despiu-se, ficando apenas de calcinha e sutiã. Vagarosamente, deitou-se ao lado do pai. Virando-se para ele, começou a acariciá-lo. Carlos Daniel, ainda atordoado, começou a acordar, e Lupita, percebendo o beijou novamente. Confuso, pensou ser Paulina. Afinal, quem mais poderia ser? Retribuiu o beijo, a envolveu com os braços, e ficando por cima dela, ia correspondendo suas carícias. 

– Paulina, meu amor... – ele sussurrava

Ela nada dizia, apenas aceitava tudo. Ele deslizava as mãos por suas pernas, enquanto beijava seu pescoço. Lupita pensava estar no céu. Ele continuava, e o clima ia esquentando. Ele subiu as mãos até as costas dela, e impaciente, procurou o fecho do sutiã. 

Não muito longe dali...

Com apenas a fraca luz de seu abajur acessa, Paulina se debatia procurando sono e não o achava. Havia algo lhe incomodando, porém ela mesma não sabia o que. Mesmo após ter tomado alguns remédios, ela ainda tinha aquela sensação ruim dentro de sí que não a deixava dormir. Decidiu se levantar e andar pela casa, quem sabe assim ficaria cansada e tiraria aqueles pensamentos de sua cabeça. Passou pelo quarto de Carlinhos(ou Carlos, que assim preferia que o chamassem) constantando que o filho estava adormecido com um filmes de terror ligado. O cobriu, desligou a TV e apagou as luzes. Foi até o de Lizete, desligou a música, tirou os fones do ouvido da filha, e saiu.  O mesmo fez com Paulinha. Vovó Piedade dormia em um sono profundo e calmo. Ao passar pela porta do quarto de Lupita, sentiu uma tristeza lhe invadir. Continuou a caminhar, até que, chegando perto do quarto do marido, ouviu um barulho estranho. Caminho até a porta, e ficou pensando por alguns segundos se abria ou não. Num impulso, o fez. E assim que entrou, viu uma cena que lhe doeu mais que um tiro.