La Usurpadora - Nada es lo que parece ser escrita por Fernanda Bracho


Capítulo 46
Conhecendo o outro lado da vida




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Sua primeira reação foi gritar. Tanto, que todos na casa correram para ver o que estava acontecendo. Carlos Daniel, ao perceber o que estava acontecendo, rapidamente se levantou, assim como Lupita, se sentindo vitoriosa por dentro.

– Eu... eu posso explicar, Paulina... – Carlos Daniel tentava

– Não tem o que explicar eu estou vendo! Nunca pensei que fosse capaz! – ela tentava conter as lágrimas

– Como pode? – perguntou Piedade, chocada.

– A fala sério que ele ia resistir a isso. – falou Lupita, mostrando o corpo.

– Cala a boca, garota infernal. Não sabia que era você, peste. Pensei que era Paulina, jamais me deitaria com você! – exclamou Carlos Daniel

Lupita riu. 

– Foi mal, mas se você não consegue nem definir pelo corpo ou até mesmo pelo cheiro quem é a sua esposa, eu acho que você tá precisando de outra esposa! – ela falou

– Ela está certa, Carlos Daniel. Qualquer homem perecebe a diferença de sua esposa pra outra, ainda mais quando essa outra é uma adolescente. Não se faça de santo! – disse Estefhanie

Paulina não conseguia dizer nada, só se desmanchava em lágrimas.

Lupita, querendo causar ainda mais, deu um rápido beijo em Carlos Daniel, que a empurrou em seguida.

– JÁ CHEGA, GUADALUPE. ESSA SUA REBELDIA TEM QUE TER LIMITES! – Paulina gritou, pegando a filha pelo braço.

– ME SOLTA! –  gritou puxando o braço – eu não vou parar até vocês me pagarem por tudo o que me fizeram! E te garanto que vem coisa muito pior por ai! Me aguardem! – disse, pegando seu sobretudo e saindo.

Naquela noite, ela foi pra uma balada e ficou lá por muito tempo. Porém, mais que beber, ela acabou indo além. Decidiu pela primeira vez na vida, tentando esquecer tudo aquilo que lhe atormentava, fumar um cigarro com maconha. Ficou tão aérea, que acabou dormindo na rua. No dia seguinte, acordou em uma calçada atordoada. 

– Ei, menina, o que tu tá fazendo aqui? Você não tem cara de quem mora na rua e é viciada não, hein! – uma mulher que aparentava ser moradora de rua falou.

– Ai, o que sou ou deixo de ser não te desrespeito ô imunda! – respondeu

– Fia, se eu fosse tu, tratava de ser mais educada. Tá entendendo? O povo daqui não é igual as patricinha de colégio que tu deve conhecer. Na boa, sai dessa vida enquanto é tempo e volta pra casa dos teus pais. Com certeza tu deve ter brigado com eles, bancado a maloqueira, fumado umas e dormido na rua pra provocar eles. Se liga, garota. Nenhum gritinho de pai ou mãe é comparado á isso aqui. Não te conheço, mas pelo seu jeito de se vestir deve ser riquinha que viveu a vida inteira nos braços da mãe. Mas o mundo não é um parque de diversões. A vida tá prontinha pra te ferrar, na primeira oportunidade! 

Ela riu.

– Acredite, eu sei mais disso do que qualquer outra pessoa. Ser rica não fez diferença no que passei! 

– Ah, pode crer que fez. Não sei o que tu passou, mas te garanto que se tivesse tido uma vida desgraçada como a maioria de nós aqui teria sido bem pior. Cada um tem seu sofrimento, mas amenize ou diminua o seu. Tenta voltar pra tua vida enquanto tu tem tempo. Porque se tu cair aqui pra sempre, esquece. Por mais que teus pais briguem contigo, ou te rejeitem, aceitem-nos como são. Pois a rejeição da vida é bem maior. E tudo que eles te derem ou te passarem, pegue. Pois a vida não faz isso com o mesmo amor! Agora anda, cai fora. Antes que apareça gente querendo te roubar ou até mesmo polícia achando que te sequestrei. Anda, vaza! 

– Ah, vai ser louca em outro lugar! – Lupita disse, indo embora – velha estúpida! 

Mesmo com uma dor de cabeça imensa, ela voltou pro hotel, tomou um banho e dormiu. 


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