Ninguém se atreveu a falar uma palavra, nem Carlos Daniel. Todos estavam perplexos com o que havia acontecido. Paola, como sempre, decidiu provocar:

– Tá legal, agora me diz como você, que deve estar perto dos 40 anos, se sente levando uma surra sem poder se defender de uma adolescente de 16 anos? – disse, com a mão na cintura, com aquele ar sexy.

Leda se levantou devagar, com a ajuda da filha. Em meio a crise de risos que todos estavam a ter.

– Vai me pagar! – disse, se recompondo. Ainda com dores e algumas marcas de sangue – amanhã estaremos no laboratório da familia para fazermos o exame. E você Paulina, eduque melhor a sua filha. Está precisando! – falou, e entrou devagar no carro, em seguida saiu.

Todos foram entrando um por um, ainda rindo. 

– Olha, não foi uma atitude certa da Lupita, eu vou falar com ela depois. Mas mesmo assim, eu não posso deixar de rir. A Leda teve o que mereceu! – cruzou os braços

– Que não foi certo o que, eu tenho que aplaudir minha bisneta de pé. Leda merece isso desde aquela vez que te denunciou a polícia. Também acho que essa menina não é filha do Carlos Daniel. Porém, vamos tirar a prova! – comentou Piedade

– Foi a melhor cena que eu já vi, a Leda apanhando feio! – riu Lalinha

– Definitivamente, Lupita está de parabens! – continuou Rodrigo

– Foi engraçado, mas e se essa menina for mesmo filha minha? Novamente essa menina fez o que não devia, atrapalhar. Merecia apanhar também! – bufou Carlos Daniel

– Não se atreva! – repreendeu Paulina, suspirou e continuou – de qualquer forma, se essa menina for mesmo filha do Carlos Daniel, ele não vai poder deixar de dar assistência á ela. Deverá vir morar aqui! – suspirou triste

– E Leda irá querer vir junto... – continuou Piedade, negando com a cabeça.

– Mas eu não vou me casar com ela. Nunca deixarei Paulina por nada e nem por ninguém. É o amor de minha vida – a segurou pela cintura – darei assistência á Sol, mas não vou me unir á Leda! – afirmou

Paola observou e abaixou á cabeça. Por um instante lhe veio a memória o mesmo gesto que ele fazia com ela quando eram casados. 

– Enfim, amanhã veremos isso. Mas torço para que dê negativo! – desejou Rodrigo – boa sorte, até amanhã! – disse, saindo com Patrícia.

Depois, no quarto de Lupita...

– Podemos conversar, meu amor? – perguntou Paulina, batendo na porta.

– Entra! – disse, com um sorriso de canto. Já sabia bem o que era.

– Acho que hoje você faz 16 anos, então, vamos conversar como duas adultas, porque é o que você está se tornando. Sabe bem que não foi certo aquilo que fez a algumas horas...

– disse a olhando séria

– Mãe, e daí? Viu o jeito que a Leda dava em cima do papai? Qual é? É o minimo que ela merecia, desde o dia em que pisou nessa casa pra infernizar nossas vidas. Eu assumo que não é algo correto, mas dane-se o correto. Ela e a vaca da Sol não valem nem o chão que pisam! – falou

– Está bem, está bem. Mas, me promete que vai evitar que isso se repita? – perguntou

– Está bem... mas se uma delas me tirar do sério eu não respondo por mim! – explicou

Paulina sorriu.

– Mas cá entre nós, eu gostei – riu – Leda sempre se glorificou, foi bom vê-la apanhando depois de uma maldade que ela fez! – confessou Paulina

Lupita riu.

– Ai, mãe. Eu te amo! – a abraçou

No dia seguinte, na hora de receber o resultado, no laboratório...

Paulina, Carlos Daniel, Leda, Sol, Piedade e Lupita de canto esperavam pelo resultado. 

– Aqui está! – uma enfermeira entregou o envelope á Carlos Daniel, que abriu em seguida, sob o olhar apreensivo de todos – pelos laudos clinícos pode-se concluir que... – respirou fundo – Sol Duran é filha biológica de Carlos Daniel Bracho, com um resultado positivo no teste! – leu

O chão de Paulina e Lupita sumiu.