Se Desejos Se Tornassem Realidade escrita por Liana Ross


Capítulo 9
Péssimo Fim de Semestre




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/334306/chapter/9

No início de março, ocorrera a primeira aula de aparatação para os alunos do sexto ano. Draco fez e se saiu razoavelmente bem, mas só poderia fazer o teste real depois de completar dezessete anos, ou seja, em junho.

            Para Amanda, os meses seguintes passaram rapidamente. Em meados de março ocorreu mais um jogo de Quadribol, entre Lufa-Lufa e Corvinal, levando a Lufa-Lufa à vitória por 590 a 470, deixando esta em primeiro lugar.

            Com essa vitória, todos os times estavam se empenhando mais, para poder ultrapassá-la. Amanda ficara muito solitária nessa época, já que Draco e Gina viviam treinando. Os encontros entre ela e Draco haviam diminuído para dois por semana, e ela ocupava o tempo estudando, geralmente com Hermione que era a única que realmente estudava e Amanda aproveitava para tirar dúvidas. Afinal, ela precisava estudar para tirar boas notas nos N.O.M.’s, mas muito estudo deixava-a cansada. Por outro lado, quando se sentava com Erick, ela não absorvia nada de útil, o garoto só ficava conversando e falando besteira e Amanda acabava conversando junto.

No fim de semana de páscoa, Amanda resolveu que não iria para casa passar o feriado, iria ficar em Hogwarts mesmo. Seus pais tentaram convencê-la do contrário, mas ela já havia se decidido. Gina, Hermione, Harry e Rony foram para a casa dos Weasley e Draco para sua mansão, mas Erick ficou por Hogwarts junto com Amanda. Foi bom ter um fim de semana sossegado em meio àquela maratona de estudos que estava tendo.

            Finalmente, no meio de abril, a Grifinória jogou contra Corvinal. Como sempre, a escola estava uma bagunça. No começo do jogo, Grifinória estava vencendo, mas Corvinal estava fazendo de tudo para empatar e se possível, virar o jogo. Os alunos gritavam incentivos aos times.

            Depois de uns quarenta minutos de jogo, Harry apanhara o pomo, garantindo a vitória para a Grifinória. Por terem ganhado de 480 a 270, isso deixava a Grifinória na liderança, agora só dependia do resultado do jogo entre Sonserina e Lufa-Lufa para lhe garantirem a vitória.

            - Ai, ainda bem que não terei de treinar mais esse semestre. – Gina disse, mais tarde naquele dia, sentada toda relaxada no sofá do salão comunal da Grifinória. – Não agüentava mais.

            - Larga de ser preguiçosa, menina! – Erick repreendeu-a.

            - Você fala isso porque não era você que treinava quase todo dia. Cansa pra caramba.

            - Tenho certeza que sim. – concordou Amanda, sem prestar muita atenção na conversa.

            - E o que você está fazendo aqui a essa hora? Não tinha que estar em outro lugar? – Gina perguntou.

            - Até tinha, mas minha companhia está treinando a essa hora. – Amanda respondeu, desanimada.

            - Agora? Até quando eles ficarão treinando?

            - Até o último dia. Sonserinos tem um ego gigante, esqueceu?

            - Ah, é... – concordou Gina.

            Depois disso, Amanda e Gina foram para seus dormitórios, enquanto Erick se juntava a um grupo de garotos. Hanna já estava dormindo e, aparentemente, Claire estava no banheiro. Arrumaram as camas, vestiram os pijamas, se ajeitaram direitinho e deitaram-se na cama, mas sem dormir.

            - Amanda, eu to querendo te fazer uma pergunta já faz um tempo, mas com esse negócio de Quadribol, não dava tempo ou eu esquecia. – Gina sussurrou, virando-se para ficar de frente para a amiga.

            - Aham, pois não. – Amanda apoiou o queixo em sua mão e seu cotovelo na cama para poder ver Gina.

            - Ahn... O Malfoy sabe que você é trouxa? – Gina perguntou, um pouco insegura.

            Amanda estranhou a pergunta. Lembrou-se que Jade e Nicole fizeram um comentário parecido no natal, mas Amanda tinha ignorado.

            - Eu acho que sim. Isso não é segredo. – Amanda respondeu, meio que se defendendo.

            - Eu sei, mas não acha melhor confirmar com ele, só por precaução?  - Gina sugeriu.

            - Pode ser. Parando para pensar agora, nós nunca conversamos sobre isso. Ele nunca perguntou sobre meus pais nem nada e eu também nunca mencionei. – comentou Amanda, agora ficando um pouco preocupada.

            - Relaxa. Tenho certeza que se ele gostar mesmo de você ele vai te aceitar. – Gina tranqüilizou-a.

            Amanda olhou a amiga como quem não acredita que isso aconteça.

            - Filha, ele é um Malfoy. Ele me aceitar sendo da Grifinória é uma coisa, mas trouxa? Acho bem difícil.

            - Mas você não aceita ele como filho de um comensal? Então...

            - Não é a mesma coisa. Eu sempre soube de onde ele veio. Mas agora estou encanada com isso, será que ele não sabe que eu sou trouxa? – perguntou Amanda, visivelmente preocupada.

            - Pergunta pra ele. – incentivou Gina.

            - Se ele não souber, posso dizer adeus ao meu relacionamento com ele. – Amanda disse, tristonha.

            - Que pessimismo...

            - Ah, Gina, é verdade.

            - Não é não. Você vai contar para ele, ele não se importará... – nesse momento Amanda ergueu uma sobrancelha para Gina. - ...muito – completou Gina, vendo a expressão de Amanda – e vocês viverão felizes para sempre.

            - Sabe, às vezes eu queria ter essa sua imaginação fantasiosa.

            - Só estou sendo otimista. – Gina se defendeu. – Além disso, eu sei que ele gosta de verdade de você.

            - Tá, eu conversarei com ele, mas só no final do semestre, assim, se ele quebrar meu coração, não terei de vê-lo por muito mais tempo e não ficarei distraída durante os testes finais.

            - Que trágico. Calma, vai dar tudo certo. – Gina tranqüilizou a amiga, sorrindo.

            - Claro que vai... – Amanda concordou cética. Afundou seu rosto no travesseiro.

            A porta do banheiro se abriu e Clair saiu vestindo um pijama rosa de florzinhas.

            - Boa noite, meninas. – ela sussurrou.

            Amanda e Gina desejaram o mesmo a ela. Logo em seguida, Gina retomou a conversa.

            - Amanda, desculpa. Não queria te deixar assim...

            - Tudo bem, Gina. – Amanda tranqüilizou a amiga levantando o rosto – Seu dever como amiga é me aconselhar nesse tipo de coisa. Melhor avisar agora do que mais tarde.

            - É, mas agora estou me sentindo um pouco culpada.

            - Você está querendo que eu bata em você, né?! Pára com isso! Eu não estou brava.

            Gina não disse nada, apenas resmungou palavras inaudíveis.

            - Agora vira para o lado e dorme. Resolverei isso mais pra frente, fica tranqüila. – Amanda finalizou a conversa.

            Agora que Amanda se aprofundara nesse assunto, ela ficou realmente receosa. De certa forma tinha certeza que Draco não sabia que ela era trouxa, mas como ela ia saber? Todos que ela conhecia (pelo menos quase todos) sabiam que ela era trouxa, então nunca se preocupara com isso, mesmo porque não é nada proibido ou que precise se esconder.

            Enquanto tentava dormir, Amanda ficou pensando sobre isso. Tinha certeza que se Draco realmente não soubesse que ela era trouxa, ele a dispensaria assim que ela contasse. Mesmo Gina tentando tranqüilizá-la, Amanda estava chateada. Já sabia o que iria acontecer. Concluiu que tinha duas opções:

            A primeira era não contar a ele sobre isso, mentir e fingir até o dia em que ele finalmente descobrisse de alguma maneira. Era uma péssima idéia. Além de Draco brigar, gritar, xingar e amaldiçoá-la, todo esse rolo geraria incontáveis problemas. “Este tipo de coisa só acontece e tem um final feliz em filmes”, pensou ela.

            A segunda era contar agora, quando eles ainda estavam no início do “namoro”, assim Draco brigaria, gritaria, xingaria e a amaldiçoaria menos (não que ela merecesse, mas era o que receberia) e seria mais fácil para Amanda se recuperar do rompimento. Mas será que seria mais fácil mesmo?

            Ficou se mexendo na cama durante um bom tempo. Amanda nunca conseguia dormir direito quando estava preocupada ou ansiosa. No meio da noite, levantou-se, colocou seu roupão e foi até o Salão Comunal. Sentou-se no maravilhoso sofá em frente à lareira, que por ser quase duas horas da manhã, estava quase apagado. Levantou-se, deu uma volta pelo lugar, observou os quadros (todos estavam roncando), viu objetos deixados pelos alunos. Por fim, deitou-se no sofá e se aconchegou. Permaneceu ali até sentir seus olhos ardendo de sono e foi quando decidiu voltar ao quarto.

            No dia seguinte, Amanda acordou com um pouco de dor de cabeça e muito sono. Pelo menos era domingo então não se incomodou em levantar-se da cama, só acordou quando Gina começou a chamá-la dizendo que já era a hora do almoço.

            No início de março, ocorreu o último jogo de Quadribol da temporada: Sonserina X Lufa-Lufa. Todos se encaminharam para o campo, para assistir à partida. Os Grifinórios e Lufa-Lufas, principalmente, estavam ansiosos e nervosos, o resultado decidira o campeão.

            O jogo começou bem agitado, os dois times dando o seu máximo para conseguir marcar. Amanda ficava observando Draco voando tão habilmente que acabava ficando distraída quanto ao jogo.

            A Sonserina estava ganhando de 310 a 270. Os jogadores da Lufa-Lufa pareciam irritados com isso, estavam tentando marcar sem pensar muito em estratégias ou passes, o que resultava em bolas perdidas e gols não marcados.

            No final, Draco apanhou o pomo novamente e garantiu a vitória para a Sonserina por 490 a 300. A Sonserina havia ganhado a partida, mas não o campeonato. Mesmo a Lufa-Lufa perdendo, esta saíra vitoriosa graças à grande pontuação no jogo contra Corvinal. Grifinória ficara em segundo, Sonserina em terceiro e Corvinal em quarto.

            A torcida da Lufa-Lufa estava uma zona, os alunos invadiram o campo para cumprimentar (pular em cima, agarrar, abraçar) os jogadores, enquanto o resto apenas aplaudia das arquibancadas.

            Depois do final do campeonato de Quadribol, a maioria dos alunos do quinto e sétimo ano estavam pegando pesado nos estudos. A biblioteca agora era ocupada por mais gente que o normal e pela escola se via vários alunos lendo livros.

            No começo de junho, os alunos receberam os horários dos exames que seriam realizados durante duas semanas seguidas. Os professores estavam focando suas aulas em revisões para os N.O.M.’s e pela escola, de repente, surgiram vários alunos vendendo materiais, poções e várias bugigangas que, diziam eles, iriam ajudar a tirar boas notas nos testes. Erick ficou tentando comprar algumas coisas, mas Amanda e Gina o impediram. Gina bem sabia que vários desses materiais vinham de forma “ilegal” da loja de logros de seus irmãos.

            Finalmente, chegou o dia do primeiro teste: Feitiços. De manhã prova teórica e à tarde prova prática. Amanda estava nervosa, mas no fim achou que se saiu razoavelmente bem. Gina estava satisfeita consigo mesma e Erick um pouco chateado.

            Os outros dias foram basicamente iguais. O nervosismo sempre prevalecendo no início, mas ao fim dos testes, o alívio. Mesmo com a chegada do fim deles, Amanda não se acalmou. Sabia que estava chegando a hora de falar com Draco sobre suas origens e ela estava nervosa.

            Na sexta-feira da segunda semana, houve o último teste: poções. Amanda sempre tivera certo talento com poções e mesmo com o péssimo professor que era o Profº Snape que sempre fechava a cara quando ela preparava as poções corretamente, ela achava que tinha ido bem na prova, apesar de ter sido o pior teste de todos.

            Sábado à tarde, Amanda, Gina e Erick estavam sentados a um canto do salão comunal da Grifinória conversando descontraidamente, evitando falar de testes ou estudos. Amanda pegou o livro que Jade lhe dera no Natal (‘Como Lidar Com Comensais da Morte’) para ver se achava alguma coisa de útil, mas só encontrava capítulos como “Por onde andam”, “Como identifica-los”, “Pontos Fracos”, nada que lhe servia naquele momento.

            Não conseguia se focar por mais de cinco minutos na conversa, sempre voltava a pensar em a noite, quando conversaria com Draco.

            - Amanda, se você continuar a ficar olhando para os lados o tempo todo sem prestar atenção na nossa conversa e ficar mexendo essa perna – Gina pôs a mão na perna de Amanda que estava balançando, deixando essa irritada. – eu vou te bater.

            - Mas Gina, não estou me aguentando de ansiedade. – Amanda se defendeu, agora balançando a outra perna.

            - Sua ansiedade está fazendo a mesa tremer. – Erick reclamou, colocando a mão na outra perna de Amanda.

            - Vocês são muito chatos. – Amanda reclamou, tentando tirar a mão dos dois. – Que horas são?

            - São cinco horas e sete minutos. – Erick respondeu, tirando a mão de umas de suas pernas para olhar o relógio de pulso. Amanda aproveitou para balançá-la.

            - Ai, meu Deus, faltam três horas ainda! – Amanda disse, nervosa. - Eu não sei se eu fico mais nervosa por estar chegando a hora ou se porque eu acho que ainda falta muito.

            - O quê?! – Erick perguntou.

            - Nada... – Amanda respondeu.

            - Acalme-se Amanda. Quer dar uma volta? – ofereceu Gina.

            - Quero. Não. Não sei! – respondeu Amanda, indecisa.

            - Ai, como garotas são complicadas... ainda bem que eu sou homem. – Erick comentou.

            Amanda e Gina o encaram e Amanda deu-lhe um peteleco no nariz. Apesar do comentário de Erick não ter sido muito agradável, foi bom por ter começado uma discussão, o que fez Amanda se entreter o suficiente para parar de pensar em Draco.

            Um pouco depois das sete da noite, os três foram jantar. Amanda mal tocou na comida, tinha perdido totalmente a fome. Ali no Salão Principal, quando estava no mesmo ambiente que Draco e olhando-o freqüentemente, Amanda ficava cada vez mais ansiosa. Suas pernas tremiam tanto que as pessoas mais próximas estavam começando a reparar no nervosismo dela.

            Quando eram cinco para as oito, Amanda não se agüentava mais. Reparou que Draco já havia ido para o sétimo andar e resolveu ir também. Ao se levantar, Gina disse-lhe palavras de incentivo, encorajando a amiga. Sentia seu coração acelerado. Ao chegar ao sétimo andar, sua coragem havia desaparecido; teve vontade de correr e se trancar em seu quarto, não sabia se conseguiria falar para ele. “Amanda, calma. Você não fez nada de errado.” ela tentava se acalmar, sem sucesso.

            Reuniu toda a coragem de grifinória que tinha (a pouca que lhe restava) e entrou na Sala Precisa. Por um momento pensou em voltar, mas Draco já a havia visto. Amanda tinha considerado a ideia de ir até ele, abraçá-lo e beijá-lo muito antes de dizer que era trouxa, pois sabia que talvez isso nunca mais acontecesse entre eles, mas quando entrou na sala, não conseguiu sair do lugar; ficou parada apertando as mãos e olhando para baixo. Perguntou-se se estaria muito óbvio que ela estava estranha. “Provavelmente não...”.

            Draco estava de pé quase do outro lado do aposento. Ouviu a porta se abrir e avistou Amanda entrando. Percebeu que ela estava diferente por não ter ido até ele, mas não deu muita atenção. Caminhou até ela e ficou de frente para ela. Não sabia direito o que falar, ela parecia nervosa, sem olhar diretamente para ele. Lembrou-se que sua mãe lhe aconselhara a ser gentil. “Ai, meu Deus...”.

            Antes de dizer qualquer coisa, segurou o queixo de Amanda e levantou o rosto dela e a beijou. Estava sentindo falta disso, então antes de ele dizer alguma coisa errada e ela ir embora, ele aproveitou. Entretanto, ela não correspondeu como esperava. Não o abraçou nem correspondeu o beijo como de costume, mas também não resistiu. Draco se separou dela, visivelmente chateado. Amanda ficou olhando para as suas mãos atadas em frente a seu corpo.

            - Está tudo bem? – perguntou ele, se curvando um pouco para tentar olhar o rosto dela.

“Levante a cabeça, você não fez nada de errado!”. Pensando isso, Amanda endireitou a postura e lançou a Draco um olhar firme.

            - Preciso conversar com você. – falou ela.

            Draco passou a mão pelos cabelos louros e lisos. “Que ótimo, uma discussão de relação.”.

            - Pode falar. – disse ele, visivelmente desinteressado.

            O tom dele não a ajudava a falar. Amanda colocou seu cabelo castanho atrás da orelha, engoliu em seco e disse:

            - Por que você não... gosta de trouxas?

            Draco espantou-se ao ouvir a pergunta. Achou que fosse algo muito pior.

            - Simples: eles não são dignos de estudar magia, não têm um pingo de sangue mágico nas veias. Nem sei por que inventaram essa coisa de que trouxa pode aprender magia. – Draco respondeu inconformado.

            Amanda fechou os olhos. Ele realmente não sabia. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas. Odiava isso nela: qualquer coisa que a chateava podia lhe causar choro. Tentou manter-se firme.

            - E se... – Amanda engoliu em seco novamente. – E se eu fosse trouxa? – perguntou ela, pensando se ele já havia descoberto para onde essa conversa estava indo.

            Draco espantou-se mais ainda com essa pergunta. “Aonde ela quer chegar?”.

            - Se você fosse trouxa, eu teria de terminar com você. – respondeu ele. – Na verdade, eu nem teria começado. – terminou ele, rindo, não levando a sério o assunto, encarando como uma “zoação” para com os trouxas. Chegou a pensar por um momento que Amanda também gostava de menosprezá-los.

            Amanda sentiu as lágrimas quererem sair. Fez força para não deixá-las cair, não queria que Draco a visse chorando de novo. Pensou em como falaria.

            - Mas por que essas perguntas? – Draco perguntou, sem entender.

            Era a oportunidade que esperava para dizer. Respirou fundo e mais uma vez reuniu a pouca coragem que lhe restava e disse:

            - Porque eu sou uma. – respondeu ela, agora erguendo o rosto para olhá-lo. Não soube descrever a expressão de Draco, ele parecia não ter entendido.

            - Uma o quê? – perguntou ele. Ainda não havia captado a mensagem.

            Amanda franziu a testa. Achou que tinha sido óbvio... Dessa vez foi mais fácil dizer.

            - Trouxa.

            - Quem? – Draco perguntou sem querer acreditar.

            Amanda estava começando a se irritar.

            - Eu!

            - Você... o quê?! – Draco perguntou novamente, descrente.

            - Eu sou trouxa, Draco! – Amanda respondeu quase gritando.

            Draco parou e ficou olhando para ela. “Amanda... trouxa?”. Era primeiro de abril? Ela só podia estar brincando com ele. Mas Draco sabia que o que ela acabou de dizer era verdade.

O primeiro sentimento que lhe ocorreu foi o nojo, o desprezo. Só conseguia vê-la como uma sangue-ruim nojenta, que o havia tocado, abraçado... beijado. Não entrava na sua cabeça que ele havia deixado isso acontecer.

            O segundo foi a raiva. Como ele não soube disso? E por que ela não havia lhe contado? Nesse momento teve vontade de gritar e falar horrores para ela.

            O terceiro e último sentimento foi a decepção. Por mais desprezo e raiva que estava sentindo, a decepção era maior. Não podia acreditar que a garota que ele gostava, que havia lhe tomado tanto espaço em seus pensamentos e que o havia distraído tanto era trouxa. Não conseguia aceitar.

            Amanda observava-o aflita. A expressão de Draco havia mudado tantas vezes que ela não sabia mais o que ele estava sentindo, mas cada uma delas havia sido como uma facada em seu coração. Amanda rangia os dentes com tanta força que achava que iria acabar quebrando-os.

Amanda perdeu a noção de quanto tempo ficaram ali sem dizer nada.

            - Você é... trouxa? – perguntou ele, engasgando na palavra “trouxa”.

            A garota apenas balançou a cabeça positivamente quase imperceptivelmente.

            - Por que você não me disse? – Draco perguntou, com um quê de exaltação na voz. Antes que Amanda pudesse responder ele continuou: - Eu poderia ter evitado isso.

            - Evitado esse erro? – ela perguntou desanimadamente. Estava esperando outra pontada.

            - É. – respondeu ele curto e grosso.

            Amanda não conseguiu mais segurar, suas lágrimas começaram a escorrer.

            - Por que você não me disse?! – Draco perguntou mais uma vez, como se estivesse cobrando uma explicação.

            Amanda engoliu o choro e respondeu:

            - Eu não costumo falar minha árvore genealógica nos meus encontros.

            - Não seja sarcástica! – falou ele, virando-se e andando.

            - A culpa não é minha se você não sabia!

            - É claro que é! – Draco virou-se novamente para ela. – Você escondeu isso de mim de propósito, não é?!

            - É claro que não! Eu achei que você soubesse, como todos os outros!

            - Que outros?!

            - Ora, os Weasley, Erick, Hermione, Harry...

            Draco interrompeu-a:

            - Ah, claro, o Potter! Você devia ter ficado com ele então, esse amante de sangues-ruins. – Draco disse, com desprezo.

            - Mas Draco... – começou Amanda, mas ele a interrompeu novamente.

            - É Malfoy para você, Thornton. – disse ele encarando-a. Logo virou o rosto de lado. Ouviu um suspiro vindo dela. Fechou suas mãos com força. – Por que você não... sai daqui? – concluiu Draco, depois de alguns segundos extremamente longos, como se estivesse sugerindo e não expulsando.

            Amanda quis chorar loucamente. Contudo, foi surpreendia por uma onde de raiva vinda sei-lá-de-onde e começou a falar.

            - Então é assim? Você não me aceita como trouxa? Eu te aceito como filho de comensal da morte, caramba! Você não pensou nisso?! – ela terminou gritando com ele.

            Draco não esperava que ela fosse retrucar. Ela tinha razão, ele sabia que sim, mas ser trouxa para ele era muito pior do que ser comensal para ela.

            - Isso não importa! Eu não vou manchar o nome da minha família por sua causa! – ele gritou de volta.

            - Você está sendo injusto!

            - Para mim estou sendo mais do que justo.

            Amanda ficou boquiaberta.

            - Eu não acredito nisso. Você é ridículo! E eu ainda pensei que você gostasse mesmo de mim.

            - Eu também pensei, até descobrir que você é trouxa. Parece que eu estava enganado este tempo todo. Eu jamais gostaria de uma trouxa imunda como você.

            Amanda sentiu as lágrimas voltarem novamente e seus lábios tremeres.

            - Vai embora logo. Não quero mais olhar para você. – Draco disse e virou-lhe as costas.

            Amanda colocou umas das mãos no rosto e deixou-se levar pelo choro. Virou-se para porta e saiu. Foi o mais rápido que conseguiu para a torre da Grifinória sem correr. Chegando lá, depois de ter se irritado um pouco com a Mulher Gorda, Amanda foi direto para seu quarto. Ouviu alguém chamando seu nome, mas ignorou e subiu as escadas.

            Entrou no dormitório, deitou-se na cama e desabou em lágrimas. Logo depois, ouviu a porta se abrindo e fechando e alguém sentando-se em sua cama.

            - Foi tão ruim assim? – Gina perguntou, parecendo estar com pena.

            Amanda conseguiu responder um “sim” abafado pelo travesseiro.

            - Ele partiu mesmo seu coração, não é?

            - Na verdade, - começou Amanda, levantando um pouco o rosto. – ele o transformou em milhões de pedacinhos, amontoou tudo e pisoteou-os diversas vezes.

            - O que ele disse? – Gina perguntou.

            Amanda, então, contou a ela sobre como dissera a Draco, o que ele havia lhe dito e tudo o mais. Foi bom poder desabafar com alguém, mas ao falar sobre isso, Amanda sentia seu coração apertado.

            - Ah, Amanda, não fica assim. – Gina consolou-a abraçando. – Você merece coisa melhor.

            Amanda olhou para amiga e fez bico. A expressão de Gina mudou para compreensão e inconformismo.

            - Mas você o quer, não é? Já não basta tudo o que ele te disse?!

            - Eu sei... – Amanda respondeu tristonha. – Eu estou com tanta raiva dele, ele foi tão injusto; mas ao mesmo estou tão triste por tê-lo perdido.

            - Oh, Amanda. – Gina a abraçou mais forte.

            - Ele é meio complicado... eu o vejo como se estivesse entre quatro paredes, sem deixar ninguém entrar.

            - Mas ele te abriu uma portinha.

            - Temporariamente, até ele descobrir que eu sou trouxa. Agora está tudo fechado de novo.

            - Esquece isso. – mandou Gina olhando Amanda – O que você precisa agora é se distrair, não pode ficar pensando nisso o tempo todo, não vai te fazer bem.

            - Eu só tenho vontade de chorar. – Amanda disse e começou a chorar novamente.

            - Putz, preciso descer e falar com o Erick. Ele ficou doido de te ver subindo correndo, ele sabe que aconteceu alguma coisa entre você e o Draco. Queria vir junto comigo, mas ele não pode.

            - Tudo bem, mas eu não vou. Meus olhos estão inchados, todos perceberão e perguntarão o que houve.

            - Está certo. – Gina compreendeu. – Eu já volto.

            Amanda nem esperou Gina sair e deitou-se na cama, voltando a chorar. Tirou os sapatos com os pés e ficou ali, sem se importar de estar com suas roupas casuais. Não sentia vontade de se levantar, colocar o pijama e voltar para cama.

            Ouviu a porta do quarto se abrindo, achando que era Gina, mas ouviu as vozes de Hanna e Claire. Logo elas perceberam que Amanda não estava bem.

            - Amanda? Você está bem? – perguntou Claire com delicadeza.

            Amanda fungou o nariz e respondeu pouco convincente.

            - Estou sim.

            - Está nada, você andou chorando muito. – Hanna disse. – Precisa de alguma coisa?

            Amanda arriscou uma olhada para elas. As duas estavam ao pé de suas respectivas camas encarando-a, esperando a resposta.

            - É algo que não possa ser resolvido? – Claire perguntou.

            - Não...

            - Me fala quem foi que te fez isso e eu vou juntar uns amigos “barra pesada” para dar lhe uma lição! – Hanna disse, mostrando os dentes e dando um soco em sua própria mão.

            - Não precisa. – Amanda riu, agradecida pelas duas estarem preocupadas com ela. – Mas obrigada pela oferta.

            - Se mudar de ideia, me avisa.

            Amanda sentiu-se mais leve depois disso. Ficou feliz por saber que as duas colegas de quarto que ela conversava pouco, que não tinha intimidade, se importaram com ela, mesmo que fosse superficialmente.

            Ela acabou dormindo do jeito que estava, antes de Gina voltar.

            Draco ouviu a porta da Sala Precisa fechar-se. Estava com as mãos fechadas com força, suas unhas estavam quase machucando suas palmas. Virou-se e foi até uma mesinha que havia na sala, com um vaso de flores e alguns enfeitinhos. Olhou para os objetos e num movimento rápido com a mão, jogou tudo para o chão, e em seguida derrubou a mesinha, fazendo uma pequena bagunça. Foi até às outras e fez o mesmo.

            Apoiou-se na única mesinha que restara em pé e abaixou a cabeça, pensando. Essa revelação havia embaralhado seus pensamentos. Estava sentindo raiva e tristeza ao mesmo tempo, os dois entrando em conflito. Draco tentava ignorar sua parte triste deixando a raiva prevalecer, mas a outra sempre voltava. “Por quê?“ pensava ele. ”Por que ela tinha que ser trouxa? Por que justo ela?!”.

            Lembrou-se de tudo o que havia passado com ela e por causa dela: quando ele resolveu que queria se encontrar com ela, o ataque de ciúmes que teve, o dia dos namorados... tudo agora parecia... desnecessário. Sentia-se ridículo e envergonhado por ter se importado tanto com ela.

            Deu uma olhada pelo aposento e percebeu o quanto ali lhe lembrava de Amanda (quando estava arrumado). Sentiu um arrepio desconfortável. Como último movimento antes de sair da sala, Draco derrubou a mesinha em que se apoiava e virou a mesa que continha frutas e sucos, quebrando jarras e copos e deixando tudo espalhado pelo chão. Não se importou em arrumar, não voltaria mais àquele lugar. Saiu da sala e foi para a masmorra da Sonserina.

Quando chegou lá, Pansy foi direto falar com ele. Infelizmente, nos últimos dias, ela havia superado o término do “namoro” dos dois, e voltou a perturbá-lo. Draco ignorou-a e foi sentar-se com seus capangas, Crabbe e Goyle. Sentia-se exausto, não suportava ficar pensando em Amanda depois do que acontecera. Pansy chegou e começou a perguntar o que havia com ele. Draco não estava com ânimo para ser grosso então tentou dispensá-la do jeito mais desanimado possível. Pansy pareceu ofendida, e sumiu dali, o que fez Draco sentir-se um pouco melhor.

            Ficou pelo salão comunal por mais algum tempo e depois foi para seu dormitório dormir. Ficou rolando na cama até altas horas, o que explicou seus olhos inchados e seu mau-humor no dia seguinte. Ainda não conseguia parar de pensar em Amanda; por algum motivo que ele não entendia e desprezava, estava confuso quanto a seus sentimentos. Havia momentos em que sorria para si mesmo ao relembrar os bons momentos com Amanda, seguidos por um sentimento de tristeza e raiva.

            Quando chegou o dia de voltar para casa para as férias de verão, Draco se sentiu aliviado, assim como grande parte dos alunos. No trem que os levaria de volta a Londres, Draco ocupou uma cabine junto com Crabbe, Goyle, Zabini e Pansy, como de costume.

            - Pansy, cadê seu grupo de meninas? – Draco perguntou, grosseiramente para ela, depois de cinco minutos, quando ela já estava incomodando-o.

            - Está por aí, por quê?

            - Por que você não vai ficar com elas? – Draco sugeriu, como se tivesse dado uma ótima idéia.

            - Você está me expulsando?! – Pansy perguntou chocada.

            - Se você entendeu dessa forma, então sim.

            Pansy encarou-o com raiva e saiu da cabine.

            - Nossa, Draco, você está pior que antes. – Goyle comentou.

            - Eu sempre fui estúpido com ela. – Draco disse indiferente.

            - Se ela ficasse dando em cima de mim como fica em você, eu ficaria com ela. – Zabini comentou.

            - Eu também. – concordou Crabbe.

            - Fiquem à vontade.

            - Infelizmente ela só dá bola para você, o que eu não entendo. Sou muito mais bonito. – Zabini disse, convencido.

            - Até parece... – Draco disse, sarcástico. “A garota mais bonita da escola se interessou por mim e não por você.”, pensou ele, se gabando. Quando se deu conta do que acabara de passar pela sua mente, arregalou os olhos e deu um tapa em seu próprio rosto, repreendendo-o por pensar tal bobagem. Seus companheiros de cabine o olharam como se ele estivesse louco. Draco simplesmente encarou-os como se dissesse “Que foi? Cuida da sua vida.”, e virou-se para a janela.

            Boa parte da viagem foi ocupada por discussões entre os quatro até que Draco cansou-se de ficar sentado e foi dar uma volta pelo trem com Crabbe e Goyle. Passaram pela cabine de Potter e cia., mas Draco pensou duas vezes antes de perturbá-los, sabia que Amanda estaria ali. “Não preciso me incomodar, ela não é mais nada para mim. Aliás, nunca foi.” Pensou ele antes de abrir a porta da cabine e avistar o Trio Maravilha e Neville. Ela não estava ali, assim como a Weasley e Rivers.

            - O que você quer? – alguém lhe perguntou. Draco olhou para os quatro.

            - Cadê o resto das pessoas? – Draco perguntou.

            Os quatro se entreolharam e Hermione respondeu:

            - Estão em outra cabine. Mas o que isso te interessa?!

            - Não é da sua conta, sangue-ruim. – respondeu Draco, curto e grosso, fechou a porta da cabine e saiu.

            Andou o resto do trem olhando em todas as cabines. De repente sentiu necessidade de saber onde Amanda se encontrava, até que a achou em uma das últimas cabines junto com Gina, Erick e Luna. Ela parecia estar com leves olheiras e com olhar desanimado. Sentiu-se tranquilo ao avistá-la e culpado ao mesmo tempo. Colocou as mãos na cabeça e chacoalhou-a. “A culpa é dela, ela mentiu para mim!”. Deu meia volta antes que Crabbe e Goyle o fizessem entrar na cabine deles.

            “A culpa é dela, ela mentiu de propósito. Foi bem feito tudo o que eu disse a ela”, Draco pensava com raiva. Passava as mãos pelos cabelos se convencendo de que ele não fizera nada mais que o certo, até chegar à sua cabine, encontrando Zabini dormindo, encostado na janela do trem. Sentou-se e olhou pela janela. O céu estava escurecendo, o que significava que logo estariam chegando a Londres.

            O trem foi perdendo velocidade até parar completamente na plataforma 9 ³/4. Amanda desceu, atravessou a barreira e se despediu de Erick, Luna, Harry e Hermione. Erick reforçou o que já havia dito de manter distância de Malfoy e “nada de correspondências entre os dois”. Depois que Gina contou a ele o que acontecera, ele ficou furioso e ameaçou arrumar briga com Draco em público. Amanda notou que o instinto protetor de Erick estava aflorando.

Amanda foi com Gina e Rony até o carro do Sr. Weasley, onde ele estava conversando empolgadamente com Jared.

            - Oi, pai! – cumprimentou Amanda.

            - Oi, Amanda! – Jared abraçou-a. – Está tudo bem? – ele perguntou olhando atentamente para o rosto da filha.

            - Está sim, pai. Olá, Sr. Weasley!

            - Olá, Amanda! – cumprimentou o Sr. Weasley simpático.

            Jared e o Sr. Weasley ficaram mais alguns minutos conversando, até que o Sr. Weasley chamou Gina e Rony para irem embora.

            - Você vai passar a última semana em casa, né? – Gina perguntou depois de abraçá-la.

            - Vou sim. – Amanda concordou, sorrindo.

            - Vou te cobrar, heim!

            - Pode deixar, eu irei. O Erick também vai?

            - Não, ele sempre viaja com os pais nas férias.

            - Hum, bom pra ele.

            - É... Então tá. Vê se melhora heim. – Gina disse, abraçando a amiga novamente.

            - Tentarei. Até o fim das férias.

            - Até! – dizendo isso, Gina entrou no carro.

            - Até mais, Amanda! – disse o Sr. Weasley.

            - Até, Sr. Weasley!

            Assim, Amanda andou até seu carro e foi para casa. No caminho, Jared perguntava interessado sobre tudo o que viu e aprendeu. Chegaram em casa dez minutos depois. Abriram a porta e ouviram a voz de Alice vindo da cozinha:

            - Já chegaram?! – Logo depois ela apareceu na sala, vestida com um avental, indo cumprimentar a filha. – Oi, querida! Que bom que voltou! – Alice deu um abraço nela. – Como foi a escola? Conte-me tudo!

            - Calma, mãe! Preciso levar minha mala para o quarto.

            - Não seja por isso. – disse Jared. – ANDY! – chamou ele, virando-se para as escadas. Uns segundos depois, Andy desceu as escadas.

            - Olha só quem voltou! – disse ele, fingindo animação.

            - Oi, Andy. – Amanda cumprimentou-o com a mesma animação fingida. O cabelo de seu irmão continuava na mesma altura – nos ombros. Parece que seus pais o obrigaram a cortar um pouco durante o ano.

            - Andy, pega a mala da sua irmã e leve para o quarto dela. – disse Jared.

            - Está me achando com cara de empregada? – Andy perguntou olhando para o pai.

            - Quer mesmo que eu responda?

            - Não... mas me ajuda. – Andy disse, pegando um dos lados no malão.

            - Seu fracote. – Amanda perturbou-o.

            - Por que você não vai colocar as fofocas em dia com a mamãe, heim? Vai, vai! – Andy disse, dispensando-a.

            Amanda virou o rosto e foi com sua mãe até a cozinha. Chegando lá, Amanda sentiu um cheiro muito bom vindo do forno.

            - Eita, mãe, mas você não pára de cozinhar, né?! – Amanda falou, sentando-se em uma das cadeiras à mesa.

            - Ainda bem, assim ninguém passa fome. – Alice disse, sentando-se de frente para a filha. – Então, me conte tudo sobre sua nova escola!

            - Ai, mãe, não estou com ânimo para isso. – Amanda disse, fazendo careta.

            - Bom, você já me chateou demais não vindo pra cá na páscoa e sendo breve em suas cartas. Agora me conte.

            Amanda bufou, mas Alice sequer ligou. Amanda adorava conversar com sua mãe, mas sabia que quando chegasse na parte de Draco, a parte que ela mais precisava de apoio no momento, Alice encararia como uma coisa passageira e não ia dar muita atenção. Poderia até aconselhar, mas nunca levaria a sério. Sempre acontecia isso, o que a deixava desanimada para contar. Preferia esperar Jade e Nicole virem para Londres para poder contar já que as amigas se importariam mais.

De qualquer forma, não havia escapatória: teria de contar para a mãe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Um beijo para quem chegou até aqui! Sucesso para vc! =D

Liana Ross



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Se Desejos Se Tornassem Realidade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.