Se Desejos Se Tornassem Realidade escrita por Liana Ross


Capítulo 8
Ciúme


Notas iniciais do capítulo

Cause you give me something
(Porque você me faz sentir uma coisa)
That makes me scared, alright,
(Que me assusta)
This could be nothing
(Isso poderia ser nada)
But I'm willing to give it a try,
(Mas estou disposto a tentar)
Please give me something
(Por favor, me dê algum sinal)
'Cause someday I might know my heart.
(Porque, algum dia, poderei conhecer meu coração)

( You Give Me Something - James Morrison)



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Na manhã de terça-feira, Amanda acordou disposta e decidida sobre o que iria fazer, só estava torcendo para que desse certo. Na noite anterior contara seu plano a Gina e ela dissera que iria ajudá-la.

            - E aí Gina, você nem me contou como foi com o Ernesto. – Amanda perguntou no dormitório terminando de se arrumar para ir tomar café.

            - Ah, foi bom. Estou gostando de ficar com ele. – Gina respondeu feliz.

            No fim das contas, o admirador secreto de Gina era Ernesto Macmillian da Lufa-Lufa. Pelo jeito, a queda que ele tinha por Ana Abbot havia passado.

            As duas amigas desceram para tomar café e como sempre, sentaram-se junto com o Trio Maravilha. Amanda fez questão de se sentar perto de Harry, já que eles haviam ficado mais próximos no fim de semana.

            - Então, Harry, como vai os treinos de Quadribol? – perguntou Amanda toda sorridente e simpática.

            - Vão muito bem. Vamos acabar com a Sonserina! – respondeu ele com convicção.

            - O próximo jogo será contra a Sonserina? Que interessante. – Amanda comentou, sorrindo para si mesma.

            - Pois é, e eles vão perder feio para nós. Nosso time está muito bom. – Rony informou, virando a cabeça para olhar para a mesa da Sonserina.

            Amanda olhou também e viu Draco olhando sério em sua direção. Ela deu um sorriso como se tudo estivesse lindo e maravilhoso e voltou a falar com Harry.

            - E quando será o jogo?

            - Dia 26 desse mês. Está próximo, por isso precisamos treinar bastante. Por falar nisso, tem treino hoje. – Harry disse para Gina e Rony.

            - Estaremos lá. – avisou Gina.

            - Legal, posso ir ver? – Amanda perguntou.

            - Claro. Vamos todos pra lá. – Harry respondeu sorrindo para ela.

            Amanda sorriu de volta e concentrou-se em suas torradas. Olhou para Gina e esta sorriu divertidamente.

            - Acha que ele percebeu?

            - O Harry? Não, ele é muito lerdo. – Gina tranqüilizou-a.

            Amanda não queria ficar com Harry, afinal ela não gostava dele mais do que um amigo, só queria se aproximar dele para Draco pensar que ela estava interessada e ficar com raiva. Resumindo, queria cutucar o ciúme de Draco.

            Depois da aula, Amanda, Gina, Erick e cia. foram para o estádio de Quadribol, uns para treinar outros para assistir. Hermione levara um livro consigo e as duas mal conversaram. Amanda estava gostando de ver, mas Erick não parava de gritar dizendo que eles estavam jogando mal, que ele era melhor e etc.

            - Cala a boca, Erick. – Amanda mandou.

            - Chata. – disse ele, chateado, mas parando de gritar.

            - Nossa, nem te perguntei, o que houve com a Milena? Vocês voltaram?

            - Não, ela disse que não quer mais saber de mim. – Erick respondeu como se não se importasse. Amanda riu. Preferiu não comentar.

            Ao fim do treino, Amanda, Erick e Hermione foram se juntar a Gina, Harry e Rony. Amanda sempre tentando uma aproximação de Harry. Como Gina era bem amiga do trio, ela a incluía no grupo para poder ficar com ele. Pelo que Amanda percebeu, ele estava mais simpático e conversava com ela sobre vários assuntos. Exatamente o que ela queria. E ao mesmo tempo pensou que o fato de ele ser reservado não era por antipatia ou ele ser antissocial, mas talvez por ele ser tímido ou ninguém tentar realmente ter uma conversa com ele. Talvez se sentissem intimidados por ele ser o Harry Potter. Amanda sentiu-se mal por julgá-lo precipitadamente achando que ele fosse chato.

            Na quarta-feira, foi praticamente a mesma coisa, exceto que não teve treino de Quadribol. Passara bastante tempo com Harry, Rony e Hermione e adorava ver a cara de Draco olhando para ela. Ele os olhava com ódio e ela se divertia com isso. Mal podia esperar pelo encontro da noite.

            Como sempre, às 20h, Amanda foi até a Sala Precisa e como esperava, Draco estava esperando-a de pé, de braços cruzados, encarando-a sem piscar.

            - Olá, Draco! Tudo bem?! – Amanda cumprimentou-o, toda feliz.

            - O que pensa que está fazendo? – perguntou ele, sem dar atenção ao que ela dissera.

            - Estou te cumprimentando. – ela respondeu inocentemente.

- Me refiro a ontem e hoje. Por que estava andando com o Potter? Deixei bem claro que não a queria perto dele.

            - Verdade? Não lembro. – Amanda respondeu ironicamente.

            Draco sentiu seu sangue ferver. Como ela podia fazer isso?

            - Você fez de propósito, não é? – perguntou ele se aproximando dela.

            Amanda olhou nos olhos dele e pôde ver faíscas saindo deles. Mas ela não se intimidaria por isso, não por algo tão bobo.

            - Eu?! Imagina!

            - Qual a parte do “Não fale mais com o Potter” você não entendeu?

            - A parte do “não”. – Amanda respondeu, ainda sem levar a sério.

            Draco estava quase explodindo com Amanda.

            - Se é guerra que você quer, é guerra que você terá. – dizendo isso, Draco saiu da sala deixando Amanda sozinha, sem conseguir pensar em nada além de: “Ai, meu Deus”.

            Draco estava tão revoltando com o que ela fizera que sabia exatamente o que fazer para dar o troco. “Ela pensa que pode fazer isso? Pois ela verá o que eu farei para ela”. Draco pensava na vingança que armaria.

            Na manhã seguinte, Draco se vestiu e desceu para o salão comunal. Como esperava, encontrou Pansy sentada com Daphne Greengrass. Sorriu internamente e foi até ela.

            - Oi, Pansy. Posso falar com você?

            - Claro! – Pansy respondeu sem hesitar e se levantou, deixando Daphne falando sozinha.

            Chegando ao cantinho, Draco respirou fundo, repassou seu plano e disse:

            - Então, já faz um tempo que somos amigos, não é? – começou ele, enrolando.

            - Sim. – concordou ela, sorrindo ansiosamente.

            - Eu estava pensando... acho que está na hora de retomarmos aquele nosso relacionamento. O que acha?

            Pansy abriu um sorriso gigante e soltou um grito. Em seguida pulou em Draco e beijou-o. Era um beijo desesperado, como se estivesse esperado anos para isso.

            Draco fechou os olhos com força e pôs as mãos de leve em sua cintura. Sentiu um leve mal-estar fazendo isso, esperou um pouquinho e se separou dela. Ela ainda sorria para ele, mas ele só sentia vontade de correr para o banheiro e escovar os dentes.

            - Vamos tomar café? – convidou ele, fingindo muito mal estar feliz.

            - Sim! – Pansy concordou, pegando sua mão e saindo do salão comunal.

            Draco se sentia estranho ao fazer isso, mas achava ser necessário. Chegou ao Salão Principal que estava cheio de alunos. Alguns olharam para ele e Pansy e cochichavam com os colegas. Draco ficou olhando para frente decidido. Arriscou uma olhada para mesa da Grifinória e viu Amanda olhando-o espantada, segurando o garfo no ar a caminho da boca. Deu um sorriso malicioso e discreto para ela e sentou-se à mesa da Sonserina.

            Amanda continuou a olhá-los sem conseguir desviar. Sentiu uma pontada de dor no peito, mas tentou ignorar. Finalmente, virou o rosto e olhou para Gina, que a olhava chocada. Amanda ficou arrasada, mas Draco estava certo no que dissera na noite anterior: isso se tornara uma guerra. Uma guerra de ciúme.

            Amanda se recompôs e começou a falar com Harry, animada e simpática como sempre. Não deixaria aquela cena perturbá-la. Ela só tinha medo de que eles fossem mais longe do que só ficar de mãos dadas.

            A sineta finalmente tocou e todos foram para a aula. Amanda não estava prestando muita atenção. Estava realmente triste pela cena que vira, ela fez grande esforço para agir normalmente perto dos outros, mas o que queria mesmo era correr para o seu dormitório e chorar até não restar mais lágrimas. Mesmo querendo fazer ciúmes em Draco, ela jamais fingiria namorar Harry, ela o estaria usando e isso era muito errado. Mas Draco não queria nem saber, estava usando tudo que podia para se vingar dela, pelo jeito.

            Sem nenhum dos dois precisar dizer alguma coisa, os encontros de Amanda e Draco foram suspensos por tempo indeterminado.

            Nos dias que se seguiram, Amanda continuou toda feliz e alegre com Harry, mas sem insinuar nada além de amizade. No meio da semana, Amanda viu Pansy toda carinhosa com Draco na hora do almoço, passando a mão por seus cabelos louros e sem perceber entortou o garfo que segurava. Apenas ela acariciava Draco, mais ninguém.

No começo, Amanda sentia uma imensa raiva quando os via, mas depois começou a ignorar, seguindo o conselho de Gina. Não saberia dizer se estava dando certo, ela sequer os olhava quando estavam juntos. Ao contrário dela em relação a Harry, Draco estava sempre junto de Pansy, de mãos dadas ou abraçados.

Sempre que Draco via Amanda com Harry, batia na mesa, ou na parede ou em qualquer coisa perto dele, tentando evitar esmurrar Pansy, que agora era sempre a pessoa mais próxima dele.

            Certa noite no jantar, Draco pegou Amanda olhando para ele e deu um beijo em Pansy. Os que estavam perto ficaram olhando com a falta de noção dos dois, ao fazerem isso à mesa. Draco soltou-se de Pansy e discretamente olhou para Amanda. Esta estava rindo com Harry e os amigos. Draco ficou irritadíssimo. De que servira aquele beijo de cinco minutos em Pansy, se Amanda sequer tinha visto?

            Sem perceber, Draco apertava o pulso de Pansy, cada vez mais forte, até que esta reclamou e se soltou. Ele nem notou o que estava fazendo, só queria apertar alguma coisa até quebrar.

            Na sexta-feira anterior ao jogo de Quadribol, Draco estava com Pansy em um corredor razoavelmente movimentado e por azar, Amanda passara por lá. Draco aproveitou a chance para fazer mais ciúmes e beijou Pansy.

            Amanda que estava pensando em outra coisa, só foi perceber a presença deles quando estava a uns dois metros de distância dos dois. Ficou parada ali e não resistiu à vontade de chorar sentindo seus olhos enxerem de lágrimas. Parecia que Draco estava beijando-a com gosto.

            Draco afastou-se de Pansy e a abraçou podendo assim olhar Amanda sem que Pansy percebesse. Draco deu um sorriso malicioso e se sentiu satisfeito ao ver que ela os olhava. Mas logo depois, percebeu que o rosto de Amanda estava brilhando, como se estivesse molhado. Draco ficou sério e encarou-a. Amanda deu meia volta e correu para fora dali.

            Draco ficou olhando-a ir embora e sentiu um forte arrependimento se apoderar dele. Meio desnorteado, lembrou-se que ainda estava com Pansy e soltou-se dela depressa.

            - Que foi? – perguntou ela.

            - Quero terminar com você. – Draco respondeu sem rodeios.

            Pansy o olhou, chocada. Seu rosto mudou completamente, assumindo uma expressão indecifrável, uma mistura de ódio, raiva, revolta e tristeza, e ela começou a gritar:

            - O QUÊ?! TERMINAR COMIGO ASSIM DO NADA?!

            - É...

            - COMO VOCÊ PODE TERMINAR COM A MINHA PESSOA?!

            - Dizendo: quero terminar com você. – Draco respondeu, como se fosse óbvio.

            Draco dissera a última coisa que devia. Pansy continuou a gritar, ainda mais alto.

            - VOCÊ NÃO PODE TERMINAR COMIGO DESSE JEITO!! TÁ PENSANDO QUE EU SOU QUALQUER UMA?! NÃO VIRE AS COSTAS PRA MIM QUE EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ! VOLTE AQUI!

            Draco não conseguiu compreender o que ela dizia. Tudo que ouvia era “blá, blá, blá...”, então achou melhor sair daquele lugar insuportável. Correu para tentar alcançar Amanda, mas não conseguiu vê-la, provavelmente já estava longe dali.

            Draco ficou pensando no que fizera nestas últimas duas semanas e percebeu o quão estúpido fora. Ele se obrigou a ficar se agarrando com Pansy para irritar Amanda enquanto ela o fazia ficar verde de ciúmes apenas conversando com Harry. Ficou tão consumido pela vingança que não pensou nas consequências. Ele poderia ter relevado e passado essas duas semanas abraçando e beijando Amanda ao invés de Pansy. “Como eu sou idiota!” Draco pensava, arrastando as mãos pelo rosto.

            Mais do que nunca, ele desejava tê-la de volta, só não sabia se seria possível depois do que fizera. Hoje não daria para conversar com ela, ela nunca aceitaria. Resolveu, então, que iria arranjar um jeito para isso amanhã, depois do jogo de Quadribol.

            Na manhã de sábado, a escola inteira estava na maior baderna por causa do jogo. A maior parte dela estava, como sempre em jogos entre Grifinória e Sonserina, de vermelho e dourado, apenas os Sonserinos se verde e prata, mas isso não os desanimava. Pelo contrário, isso só os fazia querer badernar mais.

            Draco estava no vestiário com alguns companheiros de equipe repassando as estratégias de jogo. Não parecia, mas ele havia se empenhado muito para conseguir vencer os grifinórios, principalmente o irritante do Potter. Dessa vez, era mais que uma obrigação vencê-lo.

            Quando o estádio estava cheio, eles se encaminharam para o campo, pelo lado oposto ao do time da Grifinória. Ouviram muito barulho quando entraram, a maioria de vaias, mas eles não estavam ligando. Estavam confiantes demais para se importar com aqueles alunos insignificantes.

            Finalmente o jogo começara e Draco já estava procurando o pomo. Foi mais para o alto do campo para tentar ter uma visão melhor e tudo que avistou foi um gol feito pela Grifinória. Ouviu vários alunos comemorando.

            “Cadê esse maldito pomo?”, Draco pensava. Começou a vasculhar o campo em busca dele e nem sinal da bolinha dourada. Procurou por Potter pelo campo, pra ver se ele havia achado, mas este estava na mesma situação de Draco.

            Começou a rodar pelo campo prestando atenção pra ver se achava o pomo. Nesse tempo, quase foi acertado três vezes por balaços que passaram raspando por ele e alguns artilheiros quase o derrubaram da vassoura. Prestou atenção na locução e concluiu que estavam perdendo de 40 a 120.

            Ficou extremamente irritado. Não podiam perder de novo para a Grifinória, já bastava na maioria das vezes que jogaram. Prestou a máxima atenção nos ares, mas não encontrou o pomo. Continuou rodando pelo campo enquanto Harry fazia o mesmo com meio campo de distância entre os dois.

            Depois de uns dez minutos frustrantes, sem resultado algum, Draco finalmente o viu. O pomo de ouro estava pouco a cima da torcida dos alunos da Corvinal. Foi em direção a ele, mas tentou ser discreto para Harry não perceber.

            Não deu certo. Harry o viu desviar de seu curso e foi atrás. Draco acelerou e o pomo começou a fugir. A gritaria nas arquibancadas ficou maior agora que perceberam que acharam o pomo.

            Draco estava voando pouco à frente de Harry, mas este já estava alcançando-o. O pomo estava a uns 50 centímetros a frente dele. Olhava toda hora para trás para ver onde Harry estava e este estava cada vez mais perto. Focou-se no pomo e tentou acelerar a vassoura o máximo que podia. Harry conseguiu alcançá-lo e os dois estavam praticamente encostados tentando chegar ao pomo primeiro.

            Estavam chegando mais perto dele, e os dois esticaram o braço direito para tentar agarra-lo. Draco empurrava Harry e este fazia o mesmo com ele, até que finalmente, Draco sentiu a pequena bolinha entre seus dedos. Sentiu-se triunfante. Voou para cima do campo e ergueu o braço direito mostrando o pomo de ouro, com um sorriso vitorioso. “Finalmente!”

            Depois de um jogo razoavelmente demorado, ele finalmente vencera por 360 a 290. Agora, só restava a comemoração na masmorra da Sonserina e poder zoar Harry e companhia.

            Enquanto seus companheiros de equipe se dirigiam ao castelo, perturbando quem podia pelo caminho, Draco ficou nos arredores do vestiário observando o time da Grifinória sair. Sabia que Amanda iria ali para se encontrar com Gina.

            E foi mesmo. Quando os jogadores e a maioria dos alunos haviam saído do estádio, Amanda e Erick apareceram. Logo se dirigiram para fora do estádio. Draco foi o mais rápido e discreto que conseguiu até eles.

            - Cara, não acredito que perdemos para a Sonserina. Fala sério! – Erick comentava com Amanda e Gina perto dos vestiários inconformado.

            - Pois é, estou me sentindo um lixo. – Gina disse, desanimada.

            - Ah, Gina não fica assim. É só um jogo. No próximo a gente ganha. – Amanda falou, colocando o braço em volta dos ombros da amiga tentando consolá-la.

            - Mas era contra a Sonserina! Ninguém nunca vai deixar esquecer. – Erick exclamou.

            Amanda lançou-lhe um olhar de reprovação.

            - Desculpa... – pediu o garoto, abaixando a cabeça.

            Gina virou a cabeça para trás e tirou os braços de Amanda de volta dela. Olhou para Erick e falou:

            - Erick, você viu aquilo ali na frente? Corre se não vai fugir! – Gina disse e começou a correr.

            - O que é? Espera aí! – Erick gritou e correu atrás de Gina.

            Amanda ainda não tinha entendido o que aconteceu, era meio devagar para processar algumas coisas.

            - Ei! Vocês vão me deixar aqui?! ESPERA!! – Amanda berrou em vão e começou a correr também, mas foi impedida por uma mão que agarrou seu braço e a puxou para trás.

            Deu um grito e foi quase arrastada para dentro de um dos vestiários. Draco Malfoy, que a havia puxado, entrou no vestiário e fechou a porta. Amanda estava furiosa. Ele virou-se e olhou para ela.

            - O que você pensa que está fazendo? – esbravejou ela, olhando enraivecida para ele.

            - Precisamos conversar. – respondeu ele, calmo.

            - É o caramba. Me deixa sair! -             Amanda mandou tentando passar por Draco. Este a impediu.

            - Deixa eu passar. – Amanda pediu sem olhá-lo.

            - Não.

            - Por favor?

            - Não.

            Amanda esperou pra ver se ele iria ceder. Percebendo que isso não aconteceria, ela recuou um pouco, cruzou os braços, ficou batendo o pé no chão e olhando-o, esperando que Draco dissesse alguma coisa.

            Draco ficou aliviado por ter conseguido convencê-la a ficar. Ainda não sabia como iria dizer qualquer coisa a ela.

            - Estou esperando. – Amanda disse, impaciente.

            - Não me apresse. E pára de bater esse pé. – Draco disse grosso. (Amanda fingiu que não o ouviu.) Era difícil para ele pensar naquilo quanto mais fazê-lo. Reuniu todas as forças que conseguiu e disse: - O que eu fiz ontem eu acho que foi um pouco exagerado.

            - Só um pouco? – a garota mantinha-se firme.

            - Acho que nós passamos dos limites.

            - Nós?! E qual foi exatamente o limite que eu ultrapassei? Falar mais que um “bom dia” ao Harry enquanto o seu limite foi dar um beijo de mais de dois minutos na Parkinson? – Amanda disse de uma vez quase gritando, sentindo raiva e ao mesmo tempo vontade de chorar.

            Draco não sabia o que dizer. Ele sabia que ela estava certa, mas ele não admitiria.

            - Não vai dizer nada? – Amanda perguntou com a voz embargada, encarando Draco, sentindo as primeiras lágrimas escorrerem.

            Draco estremeceu um pouco ao perceber que ela começara a chora. Odiava ver pessoas chorando, principalmente garotas, nunca sabia como agir. Mas naquele momento, Draco queria apenas abraça-la e pedir desculpas pelo que fez. Porém, jamais admitiria isso, era orgulhoso demais.

            - Não queria ter chegado a esse ponto.

            - Ah, não?! E por que chegou?

            - Porque fiquei com tanta raiva de ver você falando com o Potter pra me provocar que queria dar o troco! – Draco falou com raiva.

            - Então isso tudo foi por vingança? – o rosto de Amanda já estava razoavelmente úmido de lágrimas.

            - Vingança é uma palavra muito forte. Diria que foi pra fazer você se arrepender de ter ficado de conversinha com o Potter.

            - Mas eu não me arrependi. Não fiz nada demais, só conversei. Enquanto você ficava se agarrando com aquela garota. Você devia estar arrependido. – Amanda falava e chorava.

            Draco ficou olhando para ela. Os olhos dela estavam vermelhos, o que fazia o azul se destacar mais. Ela era tão bonita.

            - Eu estou... – Draco disse tão baixo que Amanda quase não ouviu. Espantou-se ao ouvir, mas ao invés de fazê-lo repetir, que ela sabia que seria difícil, continuou:

            - Você não sabe o quanto isso me magoou, não é?

            - Na verdade, não. O que eu queria era te fazer ficar com raiva, mas pelo jeito fiz mais do que isso.

            - É...

            Os dois ficaram em silêncio por uns instantes. Draco só queria que aquela conversa acabasse logo e eles pudessem voltar a ser como antes.

            Amanda estava dividida. Queria voltar com ele mais do que tudo, mas não sabia se ele estava realmente arrependido. Deixou de refletir muito e concluiu que ele estava, afinal, por que mais ele iria “raptá-la” quando ele tinha uma comemoração do jogo de Quadribol no Salão Comunal da Sonserina?

            - Olha, o que você fez foi além do que eu esperava, mas eu estou disposta a deixa isso pra lá se você disser a coisa certa. – Amanda sugeriu. Queria acabar logo com isso, mas não queria que ele pensasse que vencera.

            - Tudo bem. – Draco concordou e ficou olhando para ela.

            - Pode falar.

            - Ahn... Quer um chocolate? – Draco perguntou.

            - Não é isso. – Amanda respondeu segurando o riso.

            Draco sabia o que ela queria que ele dissesse. Fez um esforço Hércules para deixar o orgulho de lado e reuniu todas as forças que tinha e disse baixinho:

            - Desculpa.

            - O que você disse?

            Draco olhou-a com raiva e repetiu um pouco mais alto:

            - Desculpa.

            - Ah, eu ainda não consegui te ouvir... – Amanda disse para perturbá-lo. Sabia que isso estava perto da tortura para ele, mas ela estava começando a achar graça da situação.

            Draco olhou para ela de cara fechada. Amanda olhou-o de volta sem mudar de expressão, apenas esperando que ele falasse alguma coisa, ela não iria mudar de idéia. Draco, então, desistiu de tentar mudar isso, e disse, quase gritando.

            - Ah, ta bom, desculpa! Me desculpa! Estou extremamente arrependido do que eu fiz. Imploro por seu perdão! Está feliz agora?!

            Amanda sorriu de orelha a orelha e se sentiu satisfeita por ter conseguido o que queria. Draco não retribuiu o sorriso na hora, estava revoltado demais para isso. Amanda foi até ele e os dois apenas se abraçaram forte. Era tão bom poder abraçá-lo novamente. Amanda sentira falta disso nessas últimas duas semanas, assim como Draco. Este, agora, sorria encostado ao ombro dela.

            Draco abraçou Amanda com saudade e ao mesmo tempo querendo oferecer conforto pela mancada que tinha cometido. Neste momento, ele não se importou com orgulho, com diferença entre casas, nada disso, apenas com ela e como ele não queria fazê-la sofrer.

            - Por que eu iria querer ficar com o Harry se eu posso ter você? – Amanda disse ao pé do ouvido de Draco. Ele a abraçou mais forte e ela deu um beijo em seu pescoço.

            De repente, a porta do vestiário abriu-se com tudo. Amanda e Draco assustaram e se separaram depressa. Do lado de fora, estava Erick com a varinha em punho, olhos arregalados e boca aberta.

            - Amanda? – perguntou ele sem muita certeza.

            Amanda levantou a mão tentando acenar.

            - Malfoy? – Erick perguntou, com menos certeza ainda. – O que está acontecendo?!

            Neste instante, Gina chegou correndo.

            - Erick, vem aqui! – mandou ela puxando Erick pelas vestes.

            - Não! Espera! Preciso saber o que está acontecendo! – protestava ele, enquanto Gina tentava tirá-lo de lá.

            - De jeito nenhum. Vamos. – Gina disse puxando Erick para longe enquanto este protestava.

            Amanda voltou-se para Draco. Este a olhava com uma expressão de preocupação.

            - Acho que mais um sabe do nosso segredo. – Amanda disse, como se pedisse desculpas.

            - É... – respondeu ele, visivelmente insatisfeito.

            - Bom, eu tenho que ir agora.

            - Tá. – Draco concordou. – Nos encontramos no lugar e horário de sempre?

            Amanda deu um sorriso torto.

            - Claro. Estarei lá. – dizendo isso, Draco foi até ela e a beijou demoradamente. Ele não sabia o quanto sentira falta até aquele momento. Sentiu um frio na barriga. Achou estranho ter sentido tanta falta de algo que ele pensava não se importar.

            Amanda se afastou dele e saiu do vestiário.

            Draco ficou parado no vestiário até Amanda se afastar bastante. Não tinha gostado nem um pouco do que ela fizera com ele, obrigando-o a pedir desculpas, mas estava feliz por tê-la de volta.

            Era um alívio poder se livrar de Pansy. Já não a suportava agarrando ele antes de “namorarem”, quando começaram, então, ficou pior, ela mal o deixava respirar. Agora que ele terminara com ela de um jeito pouco gentil, Draco não queria nem ver como ela seria com ele. De duas, uma: ou ela ficaria no pé dele, exigindo uma explicação para o término do namoro, ou iria ignorá-lo. Draco torcia pela segunda opção.

            Voltou à Masmorra da Sonserina, onde a festa rolava solta. Draco não podia estar mais feliz do que aquele dia. Tinham finalmente ganhado da Grifinória e voltara a namorar Amanda.

            Amanda correu para fora do estádio, mas não avistou Gina nem Erick. Provavelmente estariam indo para a Torre da Grifinória e era pra lá que Amanda iria.

            Chegando ao Salão Comunal, o ambiente estava péssimo. Todos pareciam desanimados e de mau-humor. Por um tempo, havia esquecido que a vitória da Sonserina foi sobre a Grifinória. Isso agora parecia tão insignificante.

            Amanda avistou Gina e Erick conversando apressados em um canto e caminhou até eles. Quando Erick percebeu a presença dela, fez menção de começar a gritar, mas Gina tampou a boca dele a tempo. Os três resolveram ir conversar em um lugar mais reservado. Saíram da torre e entraram na primeira sala de aula vazia que encontraram.

            - Amanda, o que está acontecendo?! Exijo esclarecimentos! – Erick ordenou logo que Gina fechou a porta.

            - Calma, eu vou te explicar... – Amanda disse, tentando tranqüiliza-lo.

            - Acho bom! – disse ele esperando Amanda começar a falar.

            Então, Amanda contou tudo a Erick, desde o incidente no corujal há uns meses até este dia. Erick ouvia, mas sempre interrompendo para comentar, protestar ou dizer o quanto ela era doida.

            - Satisfeito?! – Gina, que estava encostada à parede ao lado da porta, perguntou quando Amanda finalizou.

            - Mais ou menos. Ainda não consigo entender como isso foi acontecer. – Erick comentou inconformado.

            - Eu também neguei no início. E, Gina, depois precisamos conversar.

            - Claro. Vamos voltar.

            - Por que só com a Gina? E eu?! – Erick perguntou.

            - É assunto de mulher. – Amanda respondeu.

            - Eu não ligo!

            Amanda olhou para Gina, que estava com uma cara de impaciente.

            - Tudo bem, você pode ir, se conseguir chegar ao nosso dormitório. – disse Gina.

            - Sem problemas! – Erick falou feliz e confiante, por ser uma tarefa tão simples.

            Saíram da sala e logo Amanda parou e virou-se para Erick:

            - Uma coisa: por que o senhorito foi xeretar no vestiário? – Amanda perguntou, desconfiada.

            - Ouvi você dando um grito então voltei pra ver o que era. Fiquei preocupado.

            - Ahhh, essa não é coisa mais fofa que você já ouviu ele falando?! – Amanda disse sorrindo para Gina.

            - Com certeza! – respondeu ela rindo.

            Amanda foi até Erick e deu um abraço nele. Ela sentia às vezes que Erick era o seu pai de Hogwarts.

            - Mas por que você demorou tanto pra nos achar? – Amanda perguntou estranhando.

            - Por causa da Gina. Ela me enrolou e eu nem entendia por quê.

            - Ahh, obrigada Gina! – Amanda agradeceu, sorrindo alegremente.

            Os três voltaram à Torre da Grifinória, onde o clima continuava horrível.            Amanda e Gina chegaram ao pé da escada que levava ao dormitório feminino, e subiram depressa, sem correr. Erick indo atrás delas. As duas chegaram ao topo e Erick quase as alcançando, mas foi impedido de continuar quando os degraus transformaram-se em um escorrega, fazendo com que Erick deslizasse. Este se assustou e tentou subir, mas era impossível, continuou escorregando até embaixo.

            Levantou depressa, como se nada que fosse pra dar risada tivesse acontecido. Olhou para cima e viu Amanda e Gina rindo. Lançou um olhar ameaçador para elas, virou as costas e foi para um canto.

            - Então tá, o que você precisa falar comigo? – perguntou Gina, depois de entrar no quarto e fechar a porta. Felizmente, o quarto estava vazio. Sentou-se em sua cama e ficou de frente para Amanda que estava na dela.

            - Gina, você acha que eu posso estar... apaixonada? – Amanda perguntou insegura.

            Gina franziu a testa, estranhando a pergunta.

            - Ah... acho que sim, por que não? Você está?! – Gina indagou.

            - Então, não sei... eu gosto muito do Draco, mas não sei se chega a ser paixão ou amor.

            - Como você pode ter dúvidas em uma coisa dessas?!

            - Porque, eu tenho só 15 anos e ele 16. Quem garante que o que sentimos é amor mesmo ou só uma paixonite temporária?

            - Amanda, que tal você deixar de ser tão cabeçuda e se deixar levar? Se for temporário, não tem problema, você namorou, gostou e acabou. Se for de verdade, ótimo, vai durar bastante. Relaxa. Quem põe essas coisas na sua cabeça?

            - Minha mãe. Ela diz: “Você só vai saber o que é amor de verdade quando você for mais velha”. Por isso eu estou em dúvida, talvez o sentimento que eu sinta não seja amor ainda. – Amanda disse.

            Gina pensou um pouco.

            - Ok, acho que sua mãe está certa. Mas eu acho que vocês dois são uma exceção a isso, sinceramente. Poxa, ele ignorou o fato de você ser da Grifinória, tomou coragem de falar com você, de falar que gosta de você e de te pedir desculpas! – Gina falava exaltada. – Acho que ninguém recebeu tantas provas de... afeto, vamos dizer assim, tão cedo quanto você.

            Amanda refletiu. Gina estava certa. Draco havia feito muito mais para ela do que ela esperava dele. Tinha uma ideia de como era seu gênio e que não seria fácil namorá-lo. Contudo, apesar das brigas e discórdias entre eles, eles estavam indo bem. Amanda nunca pensou que Draco fosse carinhoso e amável com ela. Muitas coisas mudam quando não tem ninguém olhando.

            - É, acho que você pode estar certa. Obrigada, Gina. – Amanda agradeceu finalizando a conversa.

            - Estamos aí. – Gina disse, feliz.

            - E você e o Ernesto, como estão?

            - Estamos bem. Ando estranhando um pouco, porque ele age estranho às vezes...

            - Como assim? – Amanda perguntou sem entender.

            - Acho que ele quer mostrar que está namorando comigo. Sempre me abraça ou pega na minha mão quando passamos perto de alunos da Lufa-Lufa.

            - Hum, está podendo, heim.

            - Isso está meio estranho. – Gina disse desconfiada.

            - Relaxa, não deve ser nada.

            - Eu espero...

            O mês de março foi se aproximando sem muita alteração no tempo. Continuava um pouco frio e chovia de vez em quando. No meio do mês, haveria o próximo jogo de Quadribol: Corvinal x Lufa-Lufa.

            Apesar de o próximo jogo da Grifinória ser um mês à frente, Harry estava fazendo o time treinar como nunca, para se recuperarem da derrota contra Sonserina. Amanda quase não via Gina além das aulas e passava a maior parte do tempo com Erick. Os dois às vezes assistiam aos treinos, mas acabou ficando enjoativo.

            - Ai, mal posso esperar para que essa temporada de Quadribol acabe, sinto falta da Gina com a gente. – comentou Amanda, em um dia à tarde no Salão Principal, onde ela e Erick jogavam cartas enquanto Gina treinava.

            - Nossa, ficar comigo é tão chato assim? – Erick perguntou, concentrado no jogo.

            - Não, é que é melhor quando ela está junto. Sei lá, acho que me acostumei.

            Erick não respondeu. Pareceu nem ter ouvindo, estava entretido com o jogo.

            - Ah, desisto, não vou mais jogar. – disse ele, largando as cartas em cima da mesa e começando a bagunçar tudo. – Vou perder mesmo.

            - Que pessimismo... – Amanda comentou, colocando suas cartas junto com o resto.

            - Mas é verdade!

            - Ah, eu sei que sou muito boa!

            - Convencida! – Erick respondeu, arrumando o baralho.

            Amanda riu e deu uma olhada para os lados. Havia vários alunos por ali, sem ter muito o que fazer. Ela, por exemplo, devia estar estudando, mas sozinha não conseguia manter Erick na linha e ele não a deixava sossegada para estudar.

            Passando os olhos pelo Salão, Amanda viu Draco sentado à mesa da Sonserina, com seus seguranças de sempre. Sorriu para si mesma ao vê-lo e continuou sua vistoria. Em um canto um pouco escondido, Amanda viu duas pessoas coladas. Ficou olhando-os e parecia conhecê-los.

            - Erick, quem são aqueles dois grudados ali no canto? – perguntou ela, sem tirar os olhos dos dois.

            Erick virou-se para a direção em que Amanda olhava e prestou atenção.

            - Parece a Ana da Lufa-Lufa. – respondeu ele, sem se importar.

            - Ana Abbot? E quem é o cidadão que está com ela? – Amanda perguntou desconfiada.

            - Hum... parece o...

            - Ernesto. – Amanda concluiu, arregalando os olhos. Erick olhou para ela com uma expressão indecifrável. Parecia não saber se ficava chocado, assustado, feliz ou qualquer coisa. – Ai, não acredito que ele fez isso! Que idiota! – Amanda não conseguia se segurar, e xingou Ernesto de tudo que é nome.

            - Amanda, calma! Você não pode fazer nada. – Erick tentou acalmá-la.

            - Ah, posso sim! – disse ela se levantando na cadeira, erguendo a manga do braço direito.

            - Nem pensar! – Erick falou, levantou-se e segurou-a através da mesa, antes de poder fazer alguma coisa. – Isso não é assunto seu, se você for lá talvez só piore a situação.

            Amanda olhou para Erick e relaxou. Erick parecia mais maduro que ela naquele momento. Muito estranho.

            - Tudo bem, quando a Gina chegar eu falo com ela. – Amanda resolveu sentando-se novamente, mas sem tirar os olhos dos dois, que estavam se despedindo.

            Amanda ficou possessa com este acontecimento. Quando Gina apareceu, Amanda tentou não falar de uma vez, mas não adiantou. Gina, de início, não havia captado a idéia, mas quando Amanda explicou o que havia visto, Gina ficou numa mistura de ódio e tristeza.

            - Eu não acredito que aquele... (palavras de baixo escalão)... fez isso!! – Gina dizia furiosa, quase gritando no dormitório na Torre da Grifinória. – Ahhh, que raiva!

            - É isso aí, Gina! Põe tudo pra fora! – Amanda aconselhou a amiga.

            - Ele ta pensando o que?! Ai, não estou aguentando, tenho que falar com ele! – dizendo isso, Gina saiu quarto afora, antes de qualquer manifestação da parte de Amanda.

            Às oito da noite, Gina ainda não havia voltado e Amanda subiu até o sétimo andar, para se encontrar com Draco, como de costume. Entre eles, estava tudo na mais maravilhosa harmonia, tirando as pequenas discussões que já se tornaram comum entre eles e já aprenderam como lidar.

            Quando Amanda voltou para a Torre da Grifinória, Gina ainda não estava lá. Perguntou para Erick e Harry se a haviam visto, mas a resposta fora negativa. Começou a ficar preocupada com a demora da amiga. Dois minutos depois que entrou no dormitório, Gina apareceu com ar de satisfação.

            - Gina! Onde você esteve?! – Amanda perguntou, indo até ela.

            - Estava tendo uma conversa amigável com o Ernesto. – respondeu ela, serenamente.

            - Amigável?! – Amanda perguntou cética.

            - É... eu encontrei ele perto dos dormitórios da Lufa-Lufa com a Ana, e falei um monte para aquele miserável! – Gina respondeu, começando a se exaltar.

            - Ah, e você chama isso de amigável?

            - É, porque eu não gritei com ele na frente de um monte de gente, só de alguns alunos.

            - O que você disse? – Amanda perguntou, ficando receosa pelo que a amiga poderia ter dito.

            - Primeiro eu perguntei por que raios ele estava fazendo isso. Depois de muita enrolação e com uma ajudinha da Ana – ela também não achou legal a situação - ele me disse que era por que queria fazer ciúmes nela! – Gina começara a falar exageradamente alto. – Ah, mas isso me deixou possessa! Comecei a gritar e xingar ele de tudo que é nome, até que no final eu dei um tapão na cara dele, que doeu até na alma daquele... ser! – Gina concluiu rangendo os dentes e com um olhar de raiva.

            - Uau. – Amanda apenas disse. – Pelo menos você ficou com mais raiva do que tristeza, que eu acho que é melhor.

            - Com certeza. Nem ligo mais para aquele “usador” de garotas.

            - É isso aí, mulher! Assim que se faz. – Amanda aprovou. – Mas o que aconteceu nesse mês para ao redor de mim haver tanto ciúmes?

            - Nossa, é verdade. O Erick com a Milena no começo do mês, depois você e o Malfoy e agora eu com o Ernesto. – Gina recordou. – Tá louco, viu...

            - Pois é, é o período pós Dia dos Namorados.

            - Parece.

            As duas conversaram mais um pouco e logo foram dormir.


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Notas finais do capítulo

Um beijo pra quem tá lendo! =**



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