Finn mal entrou em casa e já conseguia ouvir a voz da Quinn reclamando na sua cabeça. Quinn estava mais insuportável do que nunca, com a gravidez. Finn gostava muito mesmo dela, mas era difícil aturar ela. A ideia do casamento não foi dele. Toda a família dela começou a pressionar e até mesmo a família dele. Mas ele achou que ia ser bom. Depois de tanto tempo namorando, mas parece que casamento foi uma doença pra relação deles.

 - Finn, onde você estava? – ela disse sentada no sofá, olhando pra ele com aquela cara e pronta pra encher o saco.

 - Coisas do trabalho Quinn – ele disse, indo direto pro quarto tentando evitar aquela conversa que sempre acontecia quando ela achava que tinha alguma coisa errado.

 - Trabalho? Você acha que eu sou otária? E aquela história do celular? – ela disse levantando do sofá e indo atrás do marido. Já fazia um tempo que eles não iam tão bem, Finn não ficava muito em casa e Quinn evitava o marido mesmo dentro de casa. Mas com a noticia da gravidez eles decidiram se acertar e fazer o possível pra melhorar a relação.

 - Quinn, não começa tá bom? – ele bateu a porta evitando a discussão. Aquela mulher era possessiva e ciumenta. Finn se jogou na cama e ficou um tempo lá, sozinho e pensando. Começou pensando nele, na vida e no fim só conseguia pensar em uma pessoa: Rachel Berry. Ele se sentia diferente, como se algo novo fosse finalmente acontecer.

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  - FINN HUDSON? – Kurt escandaloso como sempre, não conseguia acreditar no que a morena acabava de contar.

  Depois de escutar Kurt reclamando e falando sem parar sobre o atraso dela e o quanto ela era uma péssima amiga, ela finalmente conseguiu contar a história pra ele. Ele assim como ela simplesmente não conseguia acreditar. Ele fez Rachel contar todos os detalhes e no meio da conversa do nada ele parou de falar, olhou sério pra Rachel e disse:

  - Você contou pro Brody, né?

  Rachel olhou pra ele sem entender o porquê da mudança tão brusca e o porquê dessa pergunta.

  - Sobre o Finn? Claro que não, nem vi ele ainda e mesmo que tivesse visto é claro que não iria contar.

  - Não é sobre isso, Rachel. Eu digo sobre eu passar a noite na sua casa – ele olhou pra Rachel e tinha certeza que ela não tinha nem comentado. Ela ficou parada, olhando pra estrada e disse:

  - Não, Kurt. Mas, não se preocupe ele vai entender.

  Rachel não tinha tanta certeza disso. Ela queria muito ajudar o Kurt com tudo, mas Brody nunca foi com a cara do Kurt. Por mais que eles se vissem frequentemente, Brody sempre o tratava mal e fazia comentários ofensivos. Mesmo assim, Rachel não ia deixar que ele atrapalhe o relacionamento dela com o melhor amigo. Ele não tinha esse direito.

  Os dois ficaram em silêncio, só o barulho do motor e a respiração de ambos.

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 - Brody, cheguei – Rachel entrou em casa, mal guardou a bolsa e a garotinha atravessou a casa inteira correndo pra dar um abraço nela.

 - MAMÃE! Você demorou muito, eu quero uma história – ela disse enroscada no pescoço da mãe. Rachel deu um beijo na bochecha dela e a pegou no colo.

 - Ah é? Tava morrendo de saudade da minha bonequinha e olha quem veio comigo – ela saiu da frente e Kurt entrou em casa, abaixando pra Hazel poder alcançar o pescoço dele.

 - TIO KUUURT!

 - Oi princesa, você tá maior ou é impressão minha? Tá quase do tamanho da sua mãe – os três riram e Hazel já começou  falar sem parar e a contar mil histórias.

 Brody apareceu na cozinha, ficou olhando e disse:

 - O que ele tá fazendo aqui Rachel?

 - Kurt, vai passar a noite aqui. Só vão entregar a chave dele amanhã.

 - Ele não vai ficar aqui de jeito nenhum – ele disse já aumentando o tom de voz. Dessa vez Rachel não ia fazer o que ele queria. Kurt ia ficar e ponto final.

 - Vai sim e não nada que você diga que vai mudar isso, Brody.

 - EU NÃO QUERO ELE AQUI! – Rachel olhou pra trás e viu que Hazel estava escondida no pescoço de Kurt e fez sinal pra eles saírem de lá. Kurt pegou a menininha e sem olhar pra nenhum dos dois, foi para o quarto – Se ele ficar, eu não durmo em casa hoje. TÁ ESCUTANDO RACHEL?

 -Pode ir Brody, porque daqui ele não sai.

  Brody olhou pra ela que estava olhando pro chão e ficou encarando esperando que ela mudasse de ideia. Ela sempre mudava.

 - Vai Brody.

  Ele pegou a carteira, olhou pra esposa e ela ainda com os olhos fixo no chão e saiu. Bateu a porta, esperou um pouco, se virou e foi embora.

  Dessa vez, Rachel não ia atrás dele e não ia pedir desculpas por fazer o que ela queria. Alguma coisa no encontro com Finn havia despertado algo nela. Ela ainda não sabia o que era, nem o porquê. Mas ela estava cansada de ter que ceder e aceitar tudo sempre.

  - Mamãe, porque o papai tava gritando de novo? – Hazel estava de pé na cozinha com Kurt atrás dele, com o ursinho que antes foi da Rachel. Kurt olhava pra ela com um olha encorajador e agradecido. Ela deu um sorriso fraco de volta, passou a mão nos olhos e disse:

  - Nada, meu bem. Ele só está estressado com o trabalho. Vai lá com o tio Kurt que hoje ele vai te contar uma super história, tudo bem?

  - Eba! Boa noite, mamãe.

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 Depois de organizar a casa e o quarto para o Kurt, Rachel deitou e chorou. Ela não aguentava mais, há tanto tempo guardando todos os sentimentos pra ela. Todo o peso sobre ela: família, trabalho e ela mesma. Ela tinha se perdido nesses anos todos. Ela não é mais a mesma pessoa cheia de vida, confiante e decidida. Ela deixou a vida levar tudo dela. E parece que ver o Finn de novo a fez lembrar-se da melhor época dela, da vida dela.

 Depois de pensar em tudo, decidiu ligar para o Brody e o convencer a voltar pra casa. Ele não podia passar a noite fora e toda essa briga acabou assustando a Hazel. Ela abriu a bolsa pra procurar o celular e junto dele estava um guardanapo. Era um número de telefone e pela letra ela tinha certeza de quem era, afinal e letra dele não tinha mudado nada.

 Não foi para o Brody que ela ligou naquela noite.