O Diário De Catherine escrita por Anna Beauchamp, Eline Guerra


Capítulo 5
Capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333862/chapter/5

Levantei da cama e desci as escadas novamente. Jesse, a vovó, minha mãe e tia Sue estavam entrando em casa. Provavelmente haviam saído para fazer compras.

– Cathy, querida, está melhor? - perguntou a vovó.

Eu assenti e desci os últimos degraus.

– Mãe - eu disse indo abraçá-la.

Ela ficou surpresa, mas correspondeu.

– O que houve? - ela perguntou.

Tio Ben, que estava na sala em total silêncio, se levantou me deixando assustada. O que surpreendeu até a mim mesma.

– Joey esteve aqui - ele disse - Um homem foi encontrado morto na floresta hoje de manhã.

Todos ficaram chocados.

Minha mãe afagou meus cabelos como se tentasse me acalmar. Mas eu não estava com medo, eu estava com uma desconfiança que chegava a ser assustadora.

– Meu Deus! - exclamou a vovó Garriet.

Me afastei dela devagar.

– Mas isso nunca aconteceu antes - comentou tio Jesse tentando entender o que acabara de ouvir - A cidade é tão segura, tão calma.

– O que vai acontecer agora? As pessoas não estão acostumadas com a criminalidade - disse tia Sue.

Tio Jesse se retirou para a cozinha com as sacolas e os outros ficaram conversando sobre como os moradores ficariam assustados.

Fui andando na direção oposta e desci até o porão, onde eu imaginava que não encontraria nada.

Mas estava errada.

Haviam caixas espalhadas por todo lugar, a luz estava acesa e iluminava todo o lugar, havia uma mesa de escritório com um notebook em cima e sentado em frente à ele estava um homem de cabelos escuros e que usava óculos com lentes quadradas. Ele estava totalmente concentrado na tela do computador.

– Pai?

Ele levantou os olhos na minha direção e demorou um pouco até que ele se desse conta de que eu realmente estava lá.

– Ah. Oi, princesa - ele disse - O que está fazendo aqui?

Na verdade, nem eu mesma sabia.

Olhei em volta e finalmente meus olhos pararam para olhá-lo. O silêncio era predominante e sinistro.

– Nada - eu disse - E você? O que está fazendo?

Ele abaixou a tela do notebook.

– Só estudando - ele respondeu.

– Estudando o quê?

Eu estava perguntando por perguntar.

– Anatomia - ele disse.

Anatomia?

– Assunto interessante - eu disse.

Ficamos olhando um para o outro por alguns minutos. Ele ficava piscando para mim e eu ri.

– Tudo bem, vou para o meu quarto - eu disse indo em sua direção e dando um beijo em sua bochecha.

– Tudo bem, princesa - ele disse.

Subi as escadas indo até a sala de jantar.

Vovó estava guardando os produtos no armário e Jesse estava colocando o avental.

– Você vai cozinhar? - perguntei incrédula.

– Vou sim, gatinha - ele disse sorrindo orgulhoso.

– Ah meu Deus. Vovó, eu não quero morrer tão cedo - eu disse a vovó.

Ela riu e abanou a mão.

– Catherine, Jesse não cozinha tão mal - ela disse - Menos daquela vez em que ele queimou a panela.

Eu olhei confusa e ri.

– Queimou a panela? - perguntei - E o que tinha dentro?

Ela olhou para ele, que deu de ombros.

– Nada - ela respondeu.

Eu com certeza guardaria esse momento.

– Vocês saíram hoje e nem me levaram - reclamei.

– Pare com isso, Ben ficou com você - disse ela.

Eu não havia pensado nisso antes. Tio Ben era o único que estava em casa comigo na hora em que o anel sumiu.

Não, não pode ser.

Tio Ben? Seria ele o assassino?

Bem, só havia um jeito de descobrir.

– Catherine? - chamou a vovó me tirando do transe.

– Ah, desculpe. Tenho que ir, vovó Garriet - dei um beijo na bochecha dela e fui andando até a escada.

Corri voando pelos degraus. Fui até a porta do quarto do tio Ben. Hesitei um pouco, mas girei a maçaneta e abri.

– Tio Ben? - chamei.

Não havia ninguém. Entrei e parei olhando em volta.
Onde ele esconderia?, pensei.

Fui até a mesinha ao lado de sua cama e revirei as gavetas.

Nada. Coloquei tudo de volta e procurei no armário.

Não havia nada. Nenhum anel. Saí do quarto fechando a porta. Talvez eu estivesse enganada. Mas por enquanto ele era meu único suspeito.

Não. Havia mais um.

Corri até a cozinha novamente.

– Vovó! - chamei.

– O que foi, Catherine? Pare de gritar ou vai me deixar surda - ela resmungou.

– O James. Você sabe onde ele mora? - perguntei.

Ela levantou os olhos para me olhar.

– Bom, ele me deu o endereço dele. Está ali em cima da mesa - ela respondeu.

Andei rapidamente até a mesa e peguei o papel. Eu não entendi nada, não conhecia essa cidade direito.

Agradeci e corri até a sala.

– Tia Sue.

Ela estava assistindo TV e se assustou.

– Sim, querida.

– Você pode me levar nesse endereço? - perguntei.

Ela assentiu e se levantou para pegar as chaves e um casaco.

Demorou uns dez minutos para que chegássemos no endereço. Era uma casa grande como a que eu vivia, eu até me perguntei como os habitantes daquela cidade podiam ser tão ricos. Era de madeira, em estilo vitoriano, como as que você vê quando vai a Connectcut. As paredes eram creme e ficava na cidade, no centro, na frente havia uma escada e as luzes estavam acesas.

Saí do carro indo até a porta. Tia Sue ficou no veículo enquanto eu apertava a campainha.

A porta se abriu e um rapaz um pouco mais alto que eu, seus olhos castanhos pararam sobre mim.

– Oi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem C=