O Diário De Catherine escrita por Anna Beauchamp, Eline Guerra
- O que você estava fazendo na floresta? - perguntei quando já estávamos sentados no sofá da casa de James.
Ele estava sozinho, pelo menos era o que eu achava.
Ele riu com minha pergunta.
– Você está me olhando como se eu fosse um criminoso - ele disse - Quer beber alguma coisa?
Eu balancei a cabeça e agradeci.
– Responda a minha pergunta - exigi - O que você estava fazendo lá?
Ele se ajeitou no sofá e colocou as mãos atrás da cabeça. Eu estava ficando brava com sua falta de seriedade.
– Eu estava fazendo o mesmo que você.
Eu pisquei.
– Como assim? - questionei.
Ele me olhou com uma expressão de escárnio e reprovação.
– Não devia mexer com essas coisas, garota - ele disse - Afinal, qual é o seu nome?
Eu já estava perdendo a paciência.
– Cathy - rosnei - Cathy Hoffman.
Ele balançava a cabeça.
– Então, Cat - ele disse me fazendo revirar os olhos - Nós estamos procurando pela mesma coisa. E estou disposto a te ajudar, isso se você quiser.
Eu o olhava curiosa. Ele parecia mais velho que eu na aparência, mas estava demonstrando ser bastante infantil. Como ele iria me ajudar?
Respirei fundo sem acreditar no que iria dizer.
– Tudo bem - respondi.
Ele me olhava sério, agora.
– Você sabe que isso é perigoso e ainda quer continuar? - ele questionou.
Eu já estava começando a duvidar de que ele podia de fato saber alguma coisa. Mas apenas assenti.
– Sim.
Ele se inclinou para frente e entrelaçou os dedos.
– Preciso que me diga o que sabe até agora - ele disse.
Eu não confiava nele completamente, ele podia estar mentindo, e ainda estava na minha lista de suspeitos. Contei apenas que sabia que um homem havia morrido e que eu havia visto vultos pela floresta na noite anterior. Ocultei a parte que eu o havia visto três vezes e que ele podia estar dentro da minha casa.
Ele apenas escutava com atenção.
– E você? O que sabe? - perguntei.
Ele não pareceu surpreso com a pergunta.
– Bem, sei quem foi o homem que morreu - ele respondeu.
Aquilo foi inédito pra mim. Eu não tinha sequer pensado em procurar descobrir quem foi o homem que morreu.
– E qual era o nome dele? - perguntei lembrando das iniciais no anel.
– Robert Meyer - ele respondeu.
Basicamente, Robert era um guarda-florestal que foi morto asfixiado durante a madrugada. Ninguém viu nada, ninguém ouviu nada.
Só eu.
Depois de conversarmos - o que durou apenas uns vinte minutos - eu me despedi.
– Tenho que ir, minha tia está me esperando e eu disse que seria rápido - falei.
– Nos falamos amanhã, então? - ele perguntou e eu assenti.
Nos despedimos e eu saí da casa deixando-o sozinho.
Entrei no carro e voltamos para casa, tia Sue e eu.
Entrei vendo todos á mesa. Sue foi lavar as mãos e eu fiquei parada.
– Onde estava? - perguntou meu Pai um pouco mais duro do que o normal.
– Na casa do namorado dela - disse Jesse rindo.
Papai apenas ignorou, ele já estava acostumado com as brincadeiras de tio Jesse. Mas eu fiquei um pouco perturbada.
– James não é meu namorado. Apenas meu amigo.
Papai estreitou os olhos.
– James?
Eu desviei o olhar e me voltei para encará-lo novamente.
– Pai, se não se importa eu vou para o meu quarto. Estou cansada - eu disse.
Ele piscou e foi como se me visse pela primeira vez.
– Tudo bem.
Subi para o meu quarto sem jantar, estava sem fome. Deitei na cama e não demorou para que eu caísse no sono.
Meus sonhos eram todos turbulentos, confusos e assustadores. Em algum momento eu estava em uma casa sombria e de repente alguma coisa - um animal talvez - pulou em cima de mim.
Acordei sobressaltada e apavorada. Olhei no relógio ao lado da cama. Três e meia.
Fora a luz do abajur, estava completamente escuro.
Deitei a cabeça no travesseiro novamente e ouvi um barulho.
Era ele, eu tinha quase certeza.
Levantei hesitante e andei até a porta. Olhei para o corredor e fui andando até a escada. Olhei discretamente para o andar debaixo correndo os olhos pela entrada e a sala. Nada.
Desci devagar os degraus da escada. O que eu estava fazendo? O que ele queria comigo?
Desci os últimos degraus e andei lentamente em direção a porta. Eu respirava com dificuldade e minhas pernas ameaçavam vacilar.
Coloquei a mão sobre a maçaneta e girei.
Antes que eu percebesse o que estava acontecendo, senti uma pressão no abdômen e fui jogada no chão violentamente.
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Comentem por favor. Se eu errei alguma coisa falem agora ou calem-se para sempre - minha editora estava ausente :c - Bjuus lindjus